Descobertas



CAPÍTULO 17 - DESCOBERTAS







King’s Cross estava mais uma vez lotada. Era incrível que como a cada ano que passava parecia ter mais alunos indo para Hogwarts. Ainda eram dez e meia e parecia que todos já estavam ali esperando o trem partir.

-... E nunca atrase seus relatórios da monitoria, senão vira um caos.

- Já chega amor. – Interveio Ron – Ela não agüenta mais essas dicas, ela já sabe!

- Ron, você também foi monitor, sabe como é complicado...

- Mas ela vai se sair bem, não se preocupe.

Desde que Rose recebera a carta, Hermione não parava de enchê-la de dicas. E com a aproximação de 1º de setembro ela tinha passado a dar dicas em dobro. Até mesmo a própria Rose que no inicio gostava das dicas e as anotava mentalmente para colocá-las em prática quando estivesse lá, já não agüentava mais ouvir nenhuma.

- Desde quando vocês são os primeiros a chegar? – Harry se aproximou com os filhos e Gina. – Chegar meia hora antes não é normal vindo de vocês...

- Mamãe fez a gente começar a se aprontar mais cedo que o normal porque a Rosie é monitora agora, não pode se atrasar... – Hugo imitou a voz sonhadora da mãe orgulhosa da filha, fazendo todos rirem.

- Mas esse vai ser “o ano” em Hogwarts! – Exclamou Ron animado - vocês vão se surpreender com... – Mas ele parou de falar sob os olhares mortais de Gina, Harry e Hermione sobre ele.

- Er... Onde está o Ted e a Vicky? – Perguntou Hermione antes que alguma das crianças perguntasse algo.

- Eles só vão voltar para Hogwarts após as férias de natal. – Disse Harry – Ela vai fazer um novo tipo de tratamento no Saint Mungus.

- Tomara que dê certo agora... – Disse Gina

Passados alguns minutos, Alana e Mary se juntaram a eles.

- .. e além de tudo é ano de NOM’s... – Disse Mary depois de narrar cada coisa que fariam em Hogwarts

- Nem me fale! – Rose tirou um pedaço de pergaminho de dentro do bolso da mochila – Mas já tenho tudo planejado!

- Você planejou os estudos nas férias? – Perguntou Hugo arrancando o pergaminho da mão da irmã – Você é muito metida à sabe-tudo mesmo...

- E você é um pirralho insuportável... – Retrucou Rose pegando o pergaminho de volta.

Hugo ia rebater, mas Mary olhou para ele na hora que ele ia falar, fazendo-o perder a fala, ou pelo menos esquecer o que ia dizer. Então ele decidiu que ir para perto de Lily seria o melhor a fazer.

- Er... Rose – Sussurrou Alana – Você já viu o Scorpius?

Rose suspirou e balançou a cabeça negativamente. Mas era melhor assim, ele provavelmente estava com a nova namorada dele, não fazia sentido querer vê-lo. Já bastava saber que o veria durante as aulas. E ela sabia que vê-lo todos os dias seria torturante.

- Ah não, por favor, não faça essa carinha – Suplicou Alana vendo que o sorriso de Rose sumira – Não quero que você fique triste...

- Não mesmo – Disse Devon chegando de repente – O mundo merece ver seu sorriso lindo...

Rose sentiu suas orelhas pegarem fogo.

- Que é isso, Devon! – Exclamou James – Fala mais alto que o pai dela escuta e azara você...

O trem anunciou a partida. Todos que estavam na plataforma 9/1/2 começaram a se apressar para dentro.

- É melhor vocês irem entrando... – Exclamou Hermione – Um ótimo período para vocês.

Eles se despediram dos pais e entraram no trem.

- Gente, aquela cabine está vazia. – Disse Mary entrando na cabine seguida pelos outros.

- Eu e o Al temos que ir... – Disse Rose colocando o malão no compartimento próprio para as bagagens.

- Mas vocês vão demorar? – Alana perguntou olhando triste para Alvo.

- Não sei... – Disse Alvo – Mas espero que não.

Os dois foram em direção à cabine dos monitores. Eles não faziam idéia do que encontrariam, ou quem encontrariam naquela cabine. Só o que sabiam é que algumas pessoas que eles não conheciam, ou pelo menos não tinham intimidade estariam lá dentro.

Mas estavam enganados. Rose sentiu que seu coração sairia pela boca. Suas orelhas queimavam tanto que ela deu graças a Deus por seu cabelo estar as tampando. Não poderia ser possível! Ela sabia que isso aconteceria, não tinha como ser outra pessoa, mas não esperava que fosse desse jeito.

Ele estava lá, sentado. Mas estava sentado ao lado DELA. De mãos dadas com ela. Se Alvo não estivesse atrás dela, ela tinha certeza que voltaria correndo para a cabine com suas amigas. Como ela era boba de pensar que não sentiria nada ao vê-lo.

Scorpius não pareceu surpreso de vê-la, mas pareceu nervoso. Ele desviou o olhar para seus pés e seu rosto ficou tão vermelho quanto os cabelos dos Weasleys. Valéria notou que Rose sustentou um pouco o olhar nos dois e sorriu para ela, que disfarçou.

Rose tentou ser o mais natural possível. E sentou-se ao lado de Alvo no único lugar vazio no compartimento.

O vagão era bem maior do que os que ela via lá fora. Tinha os bancos mais fofos e da cor laranja. Tinha potes com doces no canto e um armário pequeno, menor que uma mesa.

Agora parando para olhar, Scorpius e sua namorada não eram os únicos conhecidos. Eles viram Ephram, que eles sabiam que estaria lá, ao lado de, para desgosto de Alvo, Daniele. Também viram Bianca, a sextanista ruiva de cabelos enrolados e cheios, a quem James sempre estava atrás.

- Olá... – Uma menina de cabelos longos e negros e olhos escuros de levantou – Sou Aghata Sanders da Sonserina. Sou a monitora chefe junto com o David Wendell da Lufa-lufa. – Ela apontou para o garoto moreno de cabelos arrepiados.

“Quero dizer mais para os novos monitores que a monitoria não é simplesmente fazer rondas, dar castigos aos alunos infratores e ajudar aos alunos. Os monitores, além disso, são os intermediários dos professores para os alunos. Todo tipo de aviso é responsabilidade dos monitores. Além de, como já foi falado, disciplina é fundamental. E tem mais coisas que com o tempo vocês vão aprendendo.”

- Mas não é só isso – agora David tomou a palavra – Nós monitores chefes, precisamos ter um controle sobre o que acontece em Hogwarts. Um controle das detenções, controle das rondas e de todo o resto. Por isso serão feitos relatórios diários sobre suas rondas, por mais chatas e inúteis que elas tenham sido.

“As rondas serão programadas pelos monitores septuanistas de suas casas e as reuniões da monitoria serão de quinze em quinze dias contando a partir de hoje, mas vocês serão avisados do horário e local certo.”

- Mas algumas coisas são complicadas, especialmente para as pessoas que entraram para a monitoria esse ano –Aghata voltou a falar – Então vocês serão supervisionados e auxiliados pelos monitores sextanistas.

“Ephram Barrow e Daniele Jackson serão supervisionados por Emilia Taylor e Richard Ortega. Jessica Tuck e Cristian Lopez por Bianca Carter e Justin ..., Ariane Grow e Scorpius Malfoy por Ronald Anko e Judith Sims e Rose Weasley e Alvo Potter por Valeria Wood e Gabriel Reed.

- Bem, para os quintanistas, a primeira tarefa de vocês é simples e não precisa de surpevisão – Continuou Aghata – Todo monitor quintanista tem a mesma tarefa. Após o jantar no salão principal vocês deverão guiar os primeiranistas para os seus respectivos dormitórios, só mostrar como se chega lá, alertar das escadas que mudam de lugar... Essas coisas...

- Então é só isso, monitores. Alguma pergunta?

Daniele levantou a mão.

- As rondas são em duplas, certo? Mas teremos rondas mistas? Quero dizer, com parceiros de outra casa? – Perguntou lançando um olhar significativo para Alvo.

- Olha Jackson, isso geralmente a gente não faz. As rondas são com os parceiros da própria casa, a não ser em caso de emergência ou algo parecido, mas geralmente isso não é preciso. – Disse David. – Mais alguma pergunta? – Acrescentou para todos.

Scorpius levantou a mão. Rose sentiu suas orelhas queimarem mais uma vez.

- Sobre as detenções, como vamos aplicar?

- Tem um padrão de detenção que seguimos, todas serão passadas a vocês. São umas bobas e outras que os professores pedem. – Explicou Aghata – Não tem muito mistério. Com o tempo, vamos explicando melhor essa parte das detenções. Nessas primeiras duas semanas não damos detenções, só tiramos pontos se necessário. Mais alguém quer perguntar alguma coisa?

Diante do silêncio os monitores chefes liberaram todos para ir para suas cabines. Rose e Alvo saíram juntos da cabine. A garota estava aliviada, não agüentava mais ficar olhando para aqueles dois de mãos dadas o tempo todo. Ele ainda teve a coragem de acariciar a mão dela com o polegar assim, na frente de todos. Não que isso fosse grande coisa, mas para Rose era, era uma enorme coisa. E pensar que ela a supervisionaria...

- Rose!

Ela não pôde acreditar, era azar demais para ser verdade. Valéria Wood vinha correndo em sua direção com um sorriso no rosto.

- Oi! É que eu queria me apresentar direito, afinal, agora vou te supervisionar, então nada melhor que nos conhecermos pelo menos. – A menina esticou a mão – Valéria Wood, mas meus amigos me chamam de Val.

Rose apertou a mão dela. Fazia força para agir normalmente, afinal que culpa ela tinha? Ela não sabia de nada. Mas não era fácil olhar para a namorada do garoto que você ama e agir como se nada tivesse acontecendo.

- Bem, eu vou voltar para a minha cabine porque meu namorado está me esperando – Suspirou – Ele pediu para eu não demorar... Mulher fica boba quando se apaixona né?

Rose respirou fundo para não tratá-la mal. Além de tudo ela ainda se atrevia a deixar claro o quanto ela era feliz com ele e o quanto ela estava apaixonada. Por que ela tinha que passar por isso? Não era justo!

- Você é tão quieta... – Observou Val – Mas quando você me conhecer melhor você vai começar a falar também... Eu falo bastante e acabo contagiando as pessoas... – Rose continuou em silêncio – Bem... Então até mais.

Rose voltou para a cabine com o resto do pessoal, mas sua cabeça não estava realmente ali. Tudo seria tão mais facil se essa “Wood” fosse uma “segunda Daniele”...

- COMO É QUE É?!

Rose foi despertada pelo grito de Alana, o que era estranho, pois a menina sempre fora calma.

- Essa garota metida a gostosa também é monitora? Ela não vai perder tempo e em uma dessas “rondas noturnas” vai atrás de você!

- Amor... – Murmurou Alvo assustado para a namorada – As rondas são separadas...

- Mas ela vai dar um jeitinho, Alvo. Ela não presta e você sabe disso! – Alana tinha o rosto avermelhado pela raiva.

Alvo olhou suplicante para Rose e Mary, que olharam pesarosas e impotentes pra ele diante do acesso de raiva de Alana. O clima foi logo amenizado com a chegada de James e Devon muito risonhos.

- Posso saber o motivo da alegria? – Quis saber Mary

- Nem chegamos em Hogwarts ainda e o Jayzinho aqui já estava flertando com umas meninas – Disse Devon se sentando.

- Para que perder tempo? – Disse James se sentando também.

- Poderia jurar que você tinha parado com essa vida de mudar de menina a cada semana... – Disse Lily

- Cara irmãzinha... – James passou o braço ao redor do ombro da menina – Eu bem que queria mudar, mas quando eu resolvo mudar as pessoas continuam vendo meu passado... – Suspirou – Prefiro continuar como eu era, estava ganhando mais.

- Desse jeito ninguém vai acreditar em você nunca. – Disse Lily e ele apenas deu ombros.

A viagem até a estação foi repleta de risadas devido as piadas que Hugo e James se revezavam para contar. “Esses dois sabem ser engraçados quando querem” Insistia em dizer Mary, cada vez que uma piada acabava.


A cerimônia de seleção já estava no fim. Amanda Zeth tinha acabado de ser mandada para a Lufa-lufa, para a alegria de todos ali presentes, que não agüentavam mais esperar pelo banquete.

A diretora Minerva se levantou e todos se calaram na mesma hora.

- Sejam bem vindos a mais um ano em Hogwarts. Primeiramente vou dar os avisos habituais... – Disse

“Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade.”

“O Sr. Dick o zelador, me pediu para lembrar a todos que não devem fazer mágicas no corredor durante os intervalos das aulas.”

“Os testes de quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverão procurar Srta Chang.”

Mcgonagall tomou fôlego, como se fosse dizer algo muito importante, então seus lábios se contraíram em um leve sorriso.

- Queria dizer também que o professor Chris Bruise infelizmente por motivos particulares não vai poder continuar dando aulas aqui em Hogwarts.

Houve uma explosão de vivas de todos os alunos. Até mesmo os alunos da Sonserina comemoraram. Mcgonagall fez um gesto com a mão e todos se calaram.

- Continuando, então um novo professor foi chamado, e ele aceitou com o maior prazer o cargo. Então, queiram dar boas vindas ao professor Harry Potter!

O alvoroço foi geral. Os alunos ficaram eufóricos com a idéia de ter aulas de defesa contra artes das trevas com o bruxo que derrotou Voldemort. E em meio a muitos “É Harry Potter!”, “Vamos ter aulas com Harry Potter!”, ouviram-se três audíveis. “Papai?!”

Harry olhou todos aqueles alunos olhando excitados para ele. Era realmente estranho ver as crianças daquele ângulo, do ângulo dos professores. Ele se sentou entre Hagrid e Simas, que olharam para ele sorrindo. Era incrível que mesmo com o passar dos anos ele sentia que Hogwarts continuava a ser sua casa.

Alvo, Lily e James estavam estupefatos. Como assim ele iria dar aulas em Hogwarts? Por que não falou nada? E o ministério? Eles queriam respostas, muitas respostas. Mas sabiam que só poderiam falar com o pai no dia seguinte provavelmente, mas assim que pudessem...

- Caramba James! – Exclamou Devon – Ter aulas com seu pai. Isso vai ser demais!

James não respondeu, ele estava mais surpreso que os irmãos. Mcgonnagall mais uma vez ergueu a mão e todos pararam de falar.

- Boas vindas mais uma vez, professor Potter. Agora não vou mais torturá-los, o banquete está servido. Bom apetite!

As quatro mesas se encheram de comida. Por longos minutos ninguém conversou sobre nada. Parece que até o fato de Harry Potter ser o mais novo professor tinha sido esquecido. Mas só parecia mesmo, pois assim que os pratos foram retirados o fato de que Harry iria dar aula voltou a tona.

Assim que Mcgonagall dispensou os alunos, Rose e Alvo levantaram-se para iniciar a primeira tarefa como monitores. Eles foram até a ponta da mesa, onde os alunos novos estavam sentados e Alvo se adiantou.

- Alunos do primeiro ano aqui por favor.

Os primeiranistas foram se aproximando aos poucos dos dois. Rose lembrava exatamente de quando a monitora chamou o 1º ano quando ela entrou em Hogwarts. Hilary Wood, irmã de Valéria Wood. Ela suspirou desanimada e como se uma força fizesse isso por ela, ela olhou para o lado da Corvinal.

E lá estava ele, cercado de primeiranistas ansiosos. E como se soubesse que ela estava olhando, ele a olhou também. Rose tentou desviar o olhar, mas era impossível, ele a olhava penetrantemente, como se quisesse falar através do olhar. Como aquele garoto mexia com ela. E antes que Rose conseguisse juntar forças para desvia o olhar, Valéria Wood apareceu ao lado de Scorpius. O garoto desviou rapidamente o olhar de Rose e se voltou para a namorada.

Por que Rose não conseguia parar de olhar ela não sabia. Valéria falava alguma coisa com muito entusiasmo e Scorpius sorria. Por mais que ela tentasse se convencer de que já não sentia mais nada por ele, ainda doía vê-lo com ela. E doeu mais ainda quando ela o beijou. Um beijo rápido, afinal, ele tinha que levar os primeiranistas para a sala comunal, mas foi o bastante para Rose sentir seu coração apertar.

- Rose, sai do mundo da lua e vamos levá-los pra sala comunal? – Alvo chamou a prima e os dois saíram com os primeiranistas.


- Mas papai...

- Nada de “mas”, James. Amanhã a gente conversa. Eu, você e seus irmãos. – Harry dizia para James, que insistia para o pai contar como foi que ele se tornou professor se ainda ontem ele era o chefe do departamento de aurores. – Agora vai para seu dormitório.

James ainda tentou argumentar, mas Harry foi definitivo e disse que se ele não fosse logo embora ele lhe daria uma detenção.

James foi caminhando a contra gosto, ele queria uma explicação para tudo aquilo. Como assim seu pai seria seu professor? Agora ele teria que ser obrigado a levar a sério as aulas, embora ele levando a sério, suas notas seriam altas como sempre.

Decidiu ir até a cozinha. Tinha jantado muito mal devido à surpresa e agora estava com fome. Àquela hora não devia haver monitores por ali, então seria tudo muito mais fácil. Engano dele, pois Daniele estava ali.

Mas o que ela estava fazendo no corredor da cozinha?

- Como vai, ex cunhadinha? – James sussurrou no ouvido da garota

Daniele deu um gritinho agudo, mas James tapou a boca dela.

- Quer me matar, James – A garota falou quando James a soltou.

- O que você faz aqui? – O garoto perguntou desconfiado.

- O mesmo que você! – Ela disse passando a frente do garoto em direção ao quadro das frutas – Prometi levar suco para o dormitório...

- Você não devia estar levando os primeiranistas? – Perguntou desconfiado.

- O Ephram quebrou esse galho para mim. – Disse ela simplesmente – Qual é, James, até parece que você não gosta de quebrar umas regras. Qual é a fruta mesmo... – Ela murmurou com ela mesmo, olhando o quadro.

James a observava. Ela realmente era uma garota bonita.

“Não, Jay! Ela é a ex do seu irmão” – Pensava ele – “Ah! Mas ele não vai se importar, afinal, ele está namorando a Alana...”

- O que você está olhando? – Perguntou a garota

- Estou medindo a sorte que meu irmão teve, você é realmente muito bonita... – Disse com um sorriso maroto, passando a mão pelos cabelos, que voltaram imediatamente para o lugar.

Daniele corou, mas logo disfarçou.

- Você está dando em cima de mim, James Potter? – Daniele ergueu uma sobrancelha.

- Entenda como quiser – Disse se aproximando, Mas Daniele deu um passo para trás.

- Nem se aproxime, eu não faria isso com o Alvo... – Advertiu

- Fazer o que? – James perguntou – Vocês não estão juntos e eu não estou te pedindo em casamento!

- Mas eu ainda pretendo voltar com ele, é uma questão de tempo!

James riu sarcástico.

- Meu irmão é louco pela namorada dele, sempre foi. Não vai voltar para você

- Você não sabe de nada. Tenho certeza que uma hora ou outra ele volta pra mim. – Ela afirmou – Aquela mosquinha morta da Alana é muito pouco para ele... Eu sou a garota certa!

James suspirou impaciente.

- Então vamos fazer assim, enquanto o “certo” não acontece. – Ele se aproximou sorrindo maroto – Você se diverte com o errado.

Antes que Daniele pudesse dizer qualquer coisa, James a puxou pela cintura e capturou seus lábios. Ela, diferente do que James pensava, correspondeu, afundando as mãos nos cabelos sedosos dele. Ele a encostou na parede mais próxima, sem parar o beijo, segurando firme em sua cintura, aproximando ainda mais seus corpos, enquanto ela arranhava de leve sua nuca, provocando arrepios no rapaz. Alvo realmente amava muito Alana, porque para largar aquela morena só estando apaixonado por outra mesmo...

- O que está havendo aqui?

James se separou rapidamente de Daniele, que estava tão vermelha quanto os cabelos dele. James arregalou os olhos quando viu quem estava ali. Bianca estava parada, seu rosto escarlate, que variava entre a raiva e a tristeza, ou assim pareceu.

- Você deveria estar levando os primeiranistas para a sua sala comunal, não? – Bianca perguntou a Daniele friamente.

- E-eu ia... Eu vim só... – Mas ela não conseguia falar nada de coerente para Bianca – E você, por que me beijou? – Perguntou de subto para James que apenas riu. – Se você contar para o Alvo eu...

- Porque eu quis... – Respondeu simplesmente, mas diante do olhar matador dela ele completou – Não vou contar nada para meu irmão e isso não vai se repetir, satisfeita?

- Eu não estou afim de ouvir nada sobre o que aconteceu aqui – Bianca cortou os dois, ela continuava com a expressão fria – Os monitores chefes ficarão sabendo disso, Jackson.

Daniele apenas abaixou a cabeça, murmurou um “eu entendo” e saiu em passos largos para sua sala comunal.

James e Bianca se encararam por um tempo. James a fitava como se não a visse há anos. Ela estava muito mais bonita que de costume, não tinha nada de diferente aparentemente, mas algo dentro de si dizia que ela estava diferente.

- Estou vendo que homem de palavra você é... – Disse ela seca. James não entendeu e ela continuou – Eu me lembro de você ter dito que mudaria, mas pelo que vejo, não houve mudança alguma.

- E que diferença isso faz para você?

A garota pareceu perturbada com a pergunta

- N-nenhuma, desde quando eu me importo com você, Potter? Só não achei que você faria uma coisa dessas com seu irmão...

- Eu não fiz nada. Ela não é nada do meu irmão e eu não quero nada com ela. A única garota que eu queria algo não me levou a sério quando eu estava sendo o mais sincero possível, então para que mudar? – James disse ríspido.

- Então quer dizer que você voltou a ser assim por causa... Dela? – Perguntou parecendo mexida.

- Exatamente, e se ela faz questão de que eu mude, vai ter que me provar que é isso que ela quer, não estou disposto a não ter meu esforço reconhecido de novo.

Bianca não respondeu. Então era isso, ele estava falando sério. Como fora boba, por que não acreditou nele antes? Agora simples palavras não bastariam, disso ela tinha certeza.

- Vai me dar detenção ou não? – Ele perguntou seco.

- N-não – Murmurou – Volta para sua sala comunal.

James saiu andando, deixando uma Bianca pensativa o observando parada no corredor, mas infelizmente ela não pode enxergar um pequeno sorriso escapar dos lábios dele.

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- Mas será que não vai ser muito desgastante para ela?

- Não vejo outra alternativa...

Draco Malfoy e Ted Lupin conversavam há horas sobre o caso de Vicky. Dali a poucos meses faria um ano que ela tinha voltado, mas ela ainda não lembrava de absolutamente nada. Se ela conseguisse lembrar, lembrar pelo menos de alguma coisa, eles poderiam pegar esses desgraçados.

E agora mais do que nunca eles precisavam dela, agora que mais bruxos foram encontrados mortos, todos sem cérebro. E, para desespero de aurores e curandeiros, três bruxos chegaram desesperados no Saint Mungus sem qualquer traço de magia. E tudo que conseguiam lembrar é que estavam indo para casa do trabalho e acordaram em casa, sem magia.

Mas esses casos estavam ainda pior que o de Vicky, parecia que de alguma forma a magia fora retirada deles, o que seria impossível. Todos os curandeiros buscavam explicações para tudo isso, os aurores buscavam quem estava fazendo isso, mas a única pessoa mais próxima de ajudar continuava sem memória.

Vicky estava mais uma vez naquele quarto, deitada naquela cama. O Saint Mungus era mais sua casa do que sua própria casa. Mas tinha uma vantagem em ficar naquele hospital, comendo aquelas comidas horrorosas e vendo as mais bizarras anomalias passarem por ela: ela estava com o Ted.

Desde que voltaram a namorar (para ela tinham começado), tudo pareceu muito mais simples. Todos os treinamentos chatos se tornaram legais e todas as poções ruins ficavam saborosas. Era tudo mais lindo.

Mas nesse momento ela estava entediada, afinal, o seu querido namorado estava trancado em uma sala com o chefe dos curandeiros conversando provavelmente sobre algum novo tratamento.

- Vicky? – Ted a chamou, entrando no quarto. Ela se sentou e sorriu para ele, aquele sorriso que ela sabia que ele adorava.

Draco entrou no quarto logo atrás de Ted e se sentou em uma das cadeiras. Ele parecia sério.

- Victoire, nós fizemos de tudo que esteve ao nosso alcance para fazer você lembrar das coisas, ou pelo menos voltar a ter magia, mas infelizmente falhamos. – Disse ele fitando a moça, que ficou apreensiva – Portanto eu decidi fazer um novo tipo de tratamento com você. Vai ser um pouco cansativo tanto para você quanto para mim, mas vai ser o único jeito de conseguirmos.

- Mas que tipo de tratamento seria esse?

- Você vai passar a tomar poções muito fortes, que vai deixar suas lembranças circulando em sua cabeça. E eu irei invadir sua mente, vou explorar cada cantinho, até não ter mais nada. Seu cérebro vai perceber isso e, se tivermos sorte, vai começar a abrir caminho para outras lembranças, e eu vou pegar as que me interessarem.

- Espera! – Ted interrompeu. – Agora que eu entendi! O senhor vai ter acesso a tudo na cabeça dela, quero dizer, vai ver todas as lembranças, todas sem exceção?

- Sim, mas eu vou pegar as importantes... – Disse, mas vendo a expressão assustada de Ted acrescentou – Seja lá o que eu veja, Lupin, eu não vou sair falando e muito menos vou contar ao pai dela. Fofocas não fazem meu estilo.

Ted pareceu mais aliviado.

- Senhor. – Vicky chamou – como o senhor vai pegar meus pensamentos?

- É aí que eu preciso da sua ajuda. – Disse – Eu tenho como selecionar seus pensamentos. Fiz muitas pesquisas para isso, mas para retirá-los, eu preciso que você pense somente no que eu te mostrar, só naquilo e eu poderei pegar...

Vicky achou aquilo muito complicado e estranho. Invadir a mente, selecionar pensamentos... Nada fazia sentido.

- Meu amor... – Ted se aproximou da cama e segurou a mão dela – Confia na gente, logo você estará lembrando de tudo e essa tortura irá acabar, eu te prometo!

- Eu acredito, eu ainda não entendi muito bem esse tratamento, mas eu sei que vocês estão fazendo o que é certo...

- Ótimo – Draco se levantou – É melhor você descansar, Victoire, amanhã começaremos com a primeira fase.

Draco saiu do quarto de Vicky, deixando ela e Ted sozinhos. A garota se levantou.

- Então é melhor eu ir...

Mas ela não pode terminar, pois não se sabe como ou quando, Ted a tinha puxado pela cintura e capturado seus lábios em um beijo apaixonado. Apesar da surpresa inicial ela correspondeu a altura. Quanto mais eles se beijavam, mais ela tinha certeza de que eles namoravam fazia muito tempo, por que uma sintonia como aquela era impossível de ser conseguida de um dia para o outro.

- Dormir... – Murmurou Vicky incoerentemente.

Ted riu.

- É melhor você dormir mesmo, amanhã teremos um dia cheio... – Disse Ted, se afastando com dificuldade dela. – Até amanhã, meu amor.

- Até amanhã! –Ela respondeu e ele saiu.

Ela não sabia se conseguiria realmente dormir. Ela não sabia como, mas sentia que de alguma forma estava mais perto de se lembrar de tudo.

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- Amor, você não vem dormir?

- Já vou...

Ron já estava ficando louco com todos aqueles papeis. Desde que Harry tinha decidido ir para Hogwarts, ele fora nomeado como o novo chefe do departamento de aurores.

Foi realmente uma coisa boa ter subido de cargo, mas ele não sabia que teria de dar conta de tantos papeis, sendo que noventa por cento deles não falavam nada de interessante. Afinal, quem quer saber se o preço dos novos uniformes eram justos? Era cada coisa...

Mas apesar disso, Ron estava se dando bem no cargo. Ele já era subchefe, e quando Harry renunciou, ele entrou automaticamente. Mesmo Harry tendo renunciado ao cargo de chefe, ele não tinha deixado totalmente o ministério. Ele ainda fazia algumas coisas, ajudava em alguns casos...

Mas que todos aqueles papeis idiotas eram chatos, Ah! Isso era.

- Ronald Bilius Weasley, você tem dormido tarde e acordado cedo faz meses sem parar. Se você não vier para a cama agora é melhor você preparar o sofá, pois é lá q você vai dormir! – Hermione ameaçou

- Calma amor – Ron pediu, puxando Hermione para perto dele – Eu já vou, é que eu não estou acostumado com essas coisas...

- Mesmo assim, isso não vai te fazer bem...

- Eu tenho que ler esses casos que os aurores resolveram nos últimos meses, para poder designar novas tarefas a eles. – Disse apontando para uma pilha não muito grande de papéis – E ali estão os nomes dos aurores que entraram nos últimos dois anos e as habilidades. – Disse apontando para a pilha ao lado. – E esses – Disse pegando uma pasta - São os casos para resolver, então eu tenho que montar duplas de novatos e veteranos de acordo com as habilidades de cada um...

- Então eu vou te ajudar. – Hermione se sentou ao lado de Ron e pegou a pasta com os nomes – Vou fazer duplas com as habilidades deferentes, assim um completa o outro...

- É muito bom ter uma esposa tão inteligente...- Disse Ron sorrindo para Mione.

- Eu sei disso... – Disse ela zombeteira e ele riu.

Passaram-se muitos minutos num grande silêncio, os dois entretidos no trabalho.

- Sabe, em silêncios como esses eu fico com tanta saudade das crianças... – Hermione falou sonhadora.

- Que não são mais tão crianças assim, não é?

- Para mim sempre serão! – Hermione afirmou – Mesmo que daqui a pouco o Hugo apareça com uma namorada, e a Rose com um namorado...

Ron fez uma careta.

- Eu não gosto de pensar nisso, um marmanjo se aproveitando da minha menininha... – Ele fez novamente a careta.

- Ron, não pensa assim, vai que ela encontre um rapaz gente boa, que seja um bom namorado para ela? Ia ser melhor do que um...

- Malfoy! – Ron completou – Na verdade qualquer coisa é melhor que um Malfoy... Só de pensar que aquele moleque está estudando em Hogwarts eu.. Que foi?

Hermione estava pálida, como se tivesse acabado de ver um fantasma. Ela se recompôs sob o olhar desconfiado de Ron.

- E por quê? – Ela perguntou – Ele pode ser um bom rapaz, nós não o conhecemos.

- Ele é um Malfoy, Mione. Já é o bastante. – Disse distraidamente pegando um novo papel na pilha.

- Insisto que a gente não o conhece. Ele não me parece ser um mau menino...

- Por que você está o defendendo tanto, hein? – Ron perguntou desconfiado.

Hermione empalidecera de novo. Como era difícil esconder algo dele...

- É melhor pararmos com essa conversa – Disse ela pondo um ponto final na conversa antes que ela se complicasse – Está muito tarde, vamos dormir.

- Amor... não posso ir. Mas você já adiantou bastante, não vou demorar.

- Tudo bem, amor, faça como quiser. Tenha uma boa noite – Disse ela gentilmente. – No sofá! – Acrescentou antes de bater a porta do quarto.

- Mione não faz isso! – Ron se levantou e correu até a porta, mas estava trancada. Ele pensou em pegar a varinha, mas como se Mione lesse seus pensamentos ela o advertiu:

- Nem pense em usar sua varinha, querido. Se você entrar vai desejar nunca ter entrado!

Ron nem discutiu mais. Achou melhor parar enquanto estava perdendo de pouco. Sentou-se mais uma vez entre os papéis e pôs-se a separá-los mais calmamente. Aquela seria uma noite longa.

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N/A: *Autora coloca a cabeça para fora do esconderijo.*

Não!! Não me azarem ainda, a fic tem que terminar, não é? Hehe

Desculpem mais uma vez, pessoal... Eu sei q enrolo muito, mas eu vou mudar... =D

Bem, eu darei uma sumida daki de novo, pq eu sou uma leitora compulsiva e toda vez q entro aki para dxar recadinhos eu acabo lendo uma fic e eu me atraso na hr de escrever. ^^.. Mas d vez enquando eu vou voltar... =D

Espero q tenham gostado desse cap... E ahhhh! Recomendo a todos a fic da Val, é linda... *-*


***Bia***

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N/B: Bom... Olha eu de volta á história! Hahahaha. Adorei...

E bem... acho que não fui muito eficiente na pentelhagem com a Bia para o capítulo sair mais rápido, né? Mas dessa vez tentarei ser mais chata! Rsrsrs.... E aaaawwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnn... Ceninha R/H.. fofo! Amoooooo.... Pois é... Fortes Emoções virão por aí gente... Podem ter certeza...

Bom, não vou me estender aqui não, mas queria fazer um marketing da minha fic... É uma short, da Rose pequena com o Ron... Chama-se Entre Pai e Filha. - http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=23236

Beijos a todos!!! Até o próximo capítulo!

Val Weasley

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