Sangue No Banheiro
Cap. 25 - Sangue no banheiro
Ele estava demorando. Tudo bem, ainda faltava um tempinho para ele descer e ela sabia disso, mas gostava de ser a primeira a lhe dar bom dia. Era uma verdadeira ironia, tinha tantos motivos para querer que ele ficasse o mais distante possível, mas não se pode mandar no coração, ou na sina que sua família carregava (ela riu desse pensamento). Para ficar tudo bem, só faltava ela parar com o que estava fazendo. Ele não iria suportar essa situação por mais muito tempo e ela não iria suportar ficar sem ele. Ela teria de escolher entre a razão e o coração.
Ela estava com a cabeça para trás, recostada na poltrona macia. O silencio do salão comunal ajudava a se aprofundar em seus devaneios lembrava-se como se fosse ontem como acabou se apaixonando por esse garoto estressado e inconseqüente, porém inteligente e carinhoso. "Penso tanto nele que sinto até seu perfume" ela pensou. Um cheirinho bom, peculiar. Tinha certeza de que se outra pessoa usasse o mesmo perfume não ficaria com um cheiro tão maravilhoso quanto o dele.
"Mas o cheiro está real demais, será que..." Antes de completar seu pensamento, sentiu lábios macios unindo-se aos seus. Não pensou duas vezes e aprofundou o beijo, aquele beijo que somente ele sabia dar. Um beijo intenso e ao mesmo tempo romântico, avassalador e ao mesmo tempo suave. Poderia ficar horas ali, sentindo aqueles lábios, as mãos dele puxando sua cintura para que chegasse mais perto, o cheiro inebriante... Por Merlin estava gostando dele de verdade.
- Bom dia! – Ela falou sorrindo, aninhando-se nos braços compridos do garoto.
- Você estava de olhos fechados, como sabia que era eu te beijando? – Ele fingiu desconfiança.
- Eu senti seu cheiro. - Ela falou simplesmente. - E conheço a textura dos seus lábios.
Ele sorriu e a puxou para mais um beijo. Porém antes que aprofundasse um barulho chamou a atenção dos dois. Ela saiu de perto dele depressa, olhando para as escadas do dormitório, mas não desceu ninguém além de um gato branco de olhos amarelados brincando com um tinteiro.
Ele revirou os olhos. – Até quando vamos ficar assim?
- Não sei... – Ela bufou – Desculpa, mas acho que não estou preparada para assumir ainda
- Você tem vergonha de mim, não é?
- Mas que coisa! – ela falou impaciente – Você sabe que não é isso. Eu gosto de estar com você...
- Então por que ninguém pode saber?
- Você sabe.
- É. Eu sei. Mas estou cansado dessa história. Não importa quanto tempo nós vamos esperar, essa situação não vai mudar, é fisicamente impossível. - Ele levantou irritado ela o segurou.
- Eu gosto de você, de verdade.
- Não parece. – Ele respirou fundo – Eu estou ficando cansado disso, ficar assim com você. Eu sou um ser humano, vai ter uma hora que não vou agüentar e, ou eu falo para todos ou eu acabo com o que nós temos.
- Não se precipite, por favor. – Ela pediu – Espera mais um pouco, eu te prometo que isso vai acabar.
- Vou confiar mais uma vez em você. – Ele deu um sorriso tristonho – Que tal agora você me dar mais um beijo?
- O pessoal já deve estar descendo...
- Está cedo, temos cerca de 20 minutos antes de todo o pessoal descer.
Ele foi se aproximando da menina e ela foi andando para trás, até cair sentada no sofá, onde ele a encurralou. Sem ter para onde ir, ela se rendeu ao caloroso beijo do garoto.
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- Você chegou tarde. – comentou Alana enquanto se vestia. – O que aconteceu?
- E-eu tive que fazer alguns exames. Disseram que havia uma espécie de vírus no Saint Mungus, então quem esteve lá há pouco tempo teria que fazer um exame. – Rose mentiu. Era melhor manter isso somente para si por enquanto.
- Teve notícias de Scorpius? – Rose corou ao ouvir o nome dele, lembrando-se da noite anterior, do beijo... que saudade daquele beijo. Foi tudo tão inesperado, já não tinha mais muita esperança de ficar junto dele novamente quando uma tragédia os aproximou e agora estavam mais unidos que nunca, pelo menos era o que parecia. E desta vez algo dentro de si dizia que seria diferente.
- Na-não sei de nada, só ouvi falar. Ouvi de longe, sabe? Acho que um dos quadros do corredor comentou algo sobre ele ter acordado, mas não sei! – Ela falou ansiosa. Nunca fora boa mentirosa.
Alana estreitou os olhos. Rose sabia que a amiga a conhecia muito bem, não engoliria.
- Rose, e você e o Devon? – Rose ficou instantaneamente vermelha com a indireta.
- E-estamos bem, estamos muito bem, muito bem mesmo... – Rose apressou-se em responder. – Não entendi a pergunta, por que não estaríamos bem?
- Eu nunca disse que vocês não estavam bem. – Alana cruzou os braços - Você está escondendo alguma coisa. – Isso não fora uma pergunta.
- Não! – Ela foi enfática até demais na resposta. Mas não tinha a intenção de contar nada para as amigas, melhor assim por enquanto. – Melhor descermos, quero ir à biblioteca entregar uns livros e encontrar Mary, ela disse que estaria lá.
- Ainda está cedo. – Alana protestou.
- Preciso pegar mais alguns livros, parece que só eu me importo com os NOMs.
Rose saiu do dormitório com Alana, repassando os tópicos de estudo para o dia, não daria oportunidade para a amiga continuar o assunto. Porém ao chegar ao fim da escada encontraram um Alvo, um James e uma Lily parecendo se divertir.
- O que hou... – Rose não terminou a pergunta, pois James tapou a boca da prima.
- Chegamos aqui ainda pouco – James falou em voz baixa, Lily foi ao quarto nos chamar para ver.
- Estão assim cerca de dez minutos sem parar, não queríamos interromper antes de você ver, Rose. – Lily falou parecendo se divertir mais que os outros.
- Do que vocês estão falando? – Rose estava confusa.
- Me acompanha... – Alvo puxou Rose pela mão, caminhando vagarosamente para não tropeçar em nada e fazer barulho. Aproximaram-se do último e espaçoso sofá do salão comunal.
Rose queria rir, mas se conteve só para poder registrar melhor a cena. Seu irmão, seu irmãozinho, estava enroscado com Mary, até então sua amiga apenas. Era difícil definir com exatidão onde começava um e terminava o outro, tamanho o entusiasmo com que se beijavam.
- Eu sei que deve estar muito bom, mas creio que em breve as pessoas vão começar a descer... – Rose tentou manter o tom sério, mas a vontade de rir era maior.
Mary empurrou Hugo para longe assustada, fazendo que ele caísse estatelado no chão. Estava tão vermelha quanto um tomate, seus cabelos curtos muito despenteados, sua roupa amassada. Hugo não estava melhor que isso, com a diferença que sustentava um sorriso maroto nos lábios.
- Sempre estraga-prazer, não é, irmãzinha?
- Cala a boca, Hugo! – Mary falou nervosa – Pessoal não tirem conclusões precipitadas. Isso foi...
- Um grande amasso entre você e meu primo! – Lily ria abertamente
- Não se preocupe cunhadinha. – Rose falou entre risos – Não precisa explicar.
- Preciso sim, isso foi uma coisa repentina...
- Repentina? – Hugo bradou – Nós estamos juntos há meses, você que insistia em manter em segredo.
Mary lançou um olhar matador ao garoto.
- Todo mundo desconfiava de vocês... – Alvo falou – Vocês viviam sumindo.
- Pessoal, isso é um engano...
- Engano? – Rose zombou – Se tem uma coisa que isso não pode ser chamado é de engano. Mary, pare de se importar com idade, o que importa é ser feliz.
- Olha quem fala. Você é a rainha de inventar desculpas. – Mary rebateu – Ele está no terceiro ano, gente. Não vai dar certo. Ele é uma criança, foi um erro meu. É melhor esquecerem o que houve aqui.
- Isso. Esqueçam. – O sorriso maroto de Hugo havia desaparecido por completo – Não houve nada e não vai haver mais nada.
- Como é? – Mary perguntou surpresa.
- É o que você ouviu. Não vou ficar com uma pessoa que tem vergonha de mim e me humilha na frente da minha família e amigos. Não vou ficar aqui esperando você ver que quando se gosta de uma pessoa a idade não importa. Você está livre para ficar com quem você quiser e perceber isso com outra pessoa. – Ele pegou a mochila do chão e saiu.
- Hugo espera!
- Não Mary! Chega de dar chances e prazos. Dessa vez você conseguiu me tirar do sério. Mas você é muito linda, vai encontrar alguém mais velho que você para te fazer feliz. – Ele saiu em disparada para fora do salão comunal.
Mary sentou-se no sofá de boca aberta.
- Sinto dizer que você causou isso, Mary... – Rose sentou ao lado da amiga.
- Eu não me importo, está tudo bem – Mary fingiu sorrindo forçado – como eu disse, melhor esquecer o que houve.
- Vamos descer para tomar o café da manhã. Fica aí mais um pouco e pensa bem se o que você fez está certo. – Sugeriu James com um ar de mestre dos relacionamentos.
Mary continuou sentada no sofá enquanto todos saíam. Ninguém conseguia ver esse relacionamento do ponto de vista dela. Talvez nem ela mesma enxergasse com clareza, depois de tudo o que se passara. Ela sabia o quanto ele era importante para ela, mas agora de nada valia lamentar a perda.
“Realmente, nenhuma Brown resiste a um Weasley. E nem fica com eles.” Ela pensou enquanto uma lágrima solitária rolava em seu rosto.
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Aproveitando a bonita tarde, o time de quadribol da grifinória fazia o último treino para o jogo que teria contra o time da corvinal no dia seguinte. Sem o apanhador deles o time teria que partir para o ataque contra a grifinória para deixar a diferença de pontos tão grande, de modo que a captura do pomo não conseguisse fazer com que a vitória ficasse com o time grifinório, uma vez que não conseguiriam um apanhador que superasse a habilidade de Lily Potter a tempo.
Sendo assim o goleiro e os dois batedores estavam tendo maior carga de treino que os outros do time. Mas mesmo assim, James fez questão de que todo o time treinasse junto para ter certeza que não haveria falha.
- Qual é Jay! – Lily desviou de mais um balaço lançado pelo irmão – Você não vai acertar ninguém desse jeito.
- Foi mal, pestinha! – James descontraiu.
James não era mais o mesmo desde que presenciou a cena com Ephram e seus capangas na floresta. Não conseguia bolar uma forma de abordar o garoto, parecia que propositalmente ele não cruzava mais seu caminho. Em conseqüência disso ficava aéreo, perdido em seus próprios pensamentos no momento em que o time precisava dele. Parecia que não estava com sorte, até agora.
O sorriso repentino de Lily fez James sentir um arrepio na espinha por dois motivos. Primeiro ele sabia quem havia chegado, e segundo, sua irmã iria direto para ele.
E não deu outra, Lily já havia direcionado sua vassoura para o chão, Mas James se colocou em sua frente.
- O treino ainda não acabou.
- Para com isso, James! – Lily bradou tentando passar, mas James novamente a impediu.
- Você, volte para o treino! Não discuta porque aqui eu não sou o seu irmão, sou o capitão e eu digo quando termina. – James falou no momento em que ela ia argumentar - Volte para lá que eu vou falar com ele.
- Você não vai! – Lily o segurou – Vocês sempre acabam brigando!
- Não vamos brigar, só vou dizer a ele que vá te ver mais tarde, pois você está treinando.
- E por que eu não posso dizer isso a ele?
- Porque você está treinando. – Ele falou sarcástico, Lily voltou para perto das nuvens indignada.
James voou rapidamente em direção ao garoto que pareceu não gostar.
- O que você quer aqui? – Perguntou sem rodeios.
- Não quero falar com você obviamente. – Ephram falou com simplicidade. – Quero falar com sua irmã.
- Ué, pensei que você odiasse a “pirralha Potter”. – James não pode conter o impulso - Como era mesmo, Barrow, “ela é uma pirralha metida que não serve para nada” não é mesmo?
Ephram ficou boquiaberto, James continuou.
- Eu sei de tudo seu desgraçado de uma figa. Eu vi e ouvi sua reuniãozinha com seus amiguinhos. – Ele se aproximou mais de Ephram. – É melhor você sumir da vida da minha irmã ainda hoje, não quero mais você perto dela e se eu ficar sabendo que você esteve a menos de 200 metros dela eu não hesitarei em causar a você a maior dor que já sentiu na vida.
- Não me ameace, Potter. Não sabe com quem está se metendo.
- E você não sabe com quem se meteu.
- Não vou resolver nada aqui. – Ephram apontou para cima onde todos treinavam e Lily olhava desconfiada para os dois. – Depois teremos uma conversinha a sós, é só esperar. Eu te encontro.
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“Foi minha culpa!” Era a única coisa que ele conseguia pensar. Corria o mais rápido que podia para o banheiro dos monitores, precisava de um banho, esquecer a vergonha que fez grifinória passar.
O jogo estava praticamente ganho, mas devido a sua falta de atenção, acabou acertando o balaço em dois companheiros de equipe, um deles sua irmã, a apanhadora. Com isso o time da grifinória foi massacrado por 250 x 50.
Não podia continuar obcecado com o que acontera, isso o estava prejudicando. Então estava decidido, hoje mesmo iria conversar com seu pai, iria denunciar Ephram. A chave de tudo, de toda essa confusão estava em suas mãos, não tinha porque continuar encobrindo.
James entrou no banheiro e trancou a porta. Tirou o uniforme do time vagarosamente. Sua mente estava tão confusa que chegava a dar dor de cabeça, iria à enfermaria depois do banho, ainda não estava pronto para entrar na sala comunal. Sentou-se na beira da banheira, observando a água subir aos poucos, bolinhas coloridas subiam e refletiam sua própria imagem.
Então, pelo reflexo de uma das bolhas, ele o viu atrás de si e antes que pudesse reagir, cordas passaram por todo seu corpo e um puxão forte o jogou para o outro canto do banheiro.
Ephram apontava a varinha displicente para James, com um meio sorriso no rosto. James sentiu sangue escorrer de sua cabeça..
- Avisei que te encontraria, Potter.
- Essa realmente é uma boa hora... – Ele falou com ironia – Esperar eu tirar a roupa foi proposital?
- Talvez... – Ephram apontou a varinha para as partes baixas de James. O garoto prendeu a respiração e arregalou os olhos. Ephram riu sonoramente e depois deu um chute forte em sua barriga.
James perdeu todo o ar. Com muita dificuldade tentou se virar, mas as cordas pareciam apertar mais a cada movimento que fazia. – Eu vou contar ao meu pai tudo que ouvi, você vai ser mandado para Azkaban junto com o bando de psicopatas que compõem essa organização. – Sua voz saiu baixa.
- Não ouse atrapalhar os meus planos seu imbecil!
- Planos que envolvem minha família! – James gritou – Você não sabe com quem se meteu!
- Você não está em condições de ameaçar ninguém. – Ephram lançou James contra a parede novamente, suas costas bateram com toda força – Agora, ouça bem, uma palavra sequer do que você ouviu a alguém e sua irmã morre ouviu bem? MORRE!
A dor era dilacerante. Suas costas doíam, sua cabeça doía. As cordas estavam tão apertadas que começavam a cortar seus braços. Mas não iria desistir, puxou o máximo de ar que conseguiu, sentindo seu estômago contrair de dor. - Não tenho medo de ameaças! Você é um desgraçado e infeliz. Sua família não liga para você, você não tem amigos, você usa as pessoas que se importam com você e está metido com artes das trevas. – James cuspia as palavras, Ephram ficou atordoado – Você é pobre, pobre porque não tem amor de ninguém e não merece o amor de ninguém!
- CALE A BOCA! CALE A BOCA! Sectumsempra!
Ele gritou enlouquecido. Grandes cortes apareceram no peito de James e o sangue escorreu pelo chão do banheiro. Ephram ficou atônito por um momento, mas tentou não demonstrar o nervosismo, se aproximou de James, desacordado, devagar e tocou o pulso do garoto para ver se ainda vivia.
– Droga. – xingou baixinho. James ainda vivia, mas estava desmaiado. Ephram agarrou a própria cabeça com as mãos e deixou escapar um soluço desesperado.
Tudo o que James havia falado era verdade. Ele era um perdedor sem amor. Isso o afetara como nada antes. Levantou-se desajeitado, e, num acesso de fúria, deu soco no grande espelho pendurado na parede, cortando a mão em vários pontos e salpicando o corpo de James com os fragmentos que voaram ao chão. Respirava pesadamente, angustiado e perdido.
Abaixou-se lentamente e sussurrou no ouvido do amigo – Isso é só uma parte do que pode acontecer com sua irmã se você contar a alguém. – Ele se levantou, foi até a porta e o desamarrou com um floreio da varinha. Saiu, batendo a porta atrás de si.
James grunhiu dolorido e ouviu Ephram trancar a porta do banheiro. Ainda tentou buscar forças para se levantar, mas já tinha perdido muito sangue. Sua visão começou a ficar embaralhada e a escurecer devagar. Antes de perder completamente a consciência, podia jurar que ouvira Ephram sussurar um “sinto muito” ao sair do banheiro. Provavelmente era apenas sua mente lhe pregando um truque.
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- Fiquei surpreso ao receber sua coruja... – Ron falou sem olhar para a porta que acabara de ser aberta – Não esperava que voltasse a falar neste assunto tão cedo.
- As coisas mudaram um pouco. – Draco sentou na cadeira de frente para Ron.
- Ataques estranhos e sem explicação, pessoas sem magia... nada de diferente. – Ron fez-se de desentendido. - Falei com você que continuaria assim, por isso ainda não entendi o motivo da visita.
- Percebi que não tem como não dar atenção especial ao caso, o Saint Mungus está lotado, não há como fugir.
Ron deu um profundo suspiro e encarou Draco pela primeira vez. Estava com a aparência cansada, as olheiras profundas denunciavam que não dormia há dias, mas ainda assim não se deixou abater. - Esse não é o motivo, você sabe.
Draco suspirou e não respondeu. Os dois permaneceram em silêncio por um tempo.
- Não é fácil não saber o que fazer. Entrei em contato com curandeiros do mundo inteiro e nenhum deles sabe também. Creio que tudo está na minha mão e eu não posso ser egoísta ao ponto de correr disso.
- Mas é claro! O "santo Malfoy" está preocupado com o mundo bruxo e quer voltar atrás no que disse. Muito nobre da sua parte. - Ron falou com sarcasmo, ele queria que Draco assumisse o porquê de querer voltar - Conta outra, Malfoy.
Draco suspirou impaciente. Entendeu o que Ron queria e não o subestimaria mais. Não era hora para orgulho.
- Não há como esconder, Weasley. – assumiu contra a vontade. – Sem saber em que pé anda o caso eu não avançarei e meu filho continuará cego.
- Queria poder dizer não a você. Queria que você provasse do que você mesmo falou, abandonar o caso. Você tinha plena consciência de que era o único que poderia levar isso adiante, mas ainda assim deu as costas. Apesar de que, Teddy está se saindo muito bem, Vicky pode não ter tido os avanços que teve com você, mas obteve resultados ótimos.
- Eu definitivamente não queria voltar para o caso e correr o risco de ter minha esposa ou eu atacados por esse bando de loucos, mas não posso abandonar o mundo bruxo dessa forma. – ele falou de uma vez – Não sabia que Lupin estava ajudando, percebi que ele esteve mais cansado nos últimos dias, mas ele não comentou nada comigo.
- Você saiu do caso, ele não tinha porque falar sobre isso com você.
Draco respirou fundo. Estava louco para responder a altura as ignorâncias que Ron fazia com ele. Mas decidiu por coisa melhor.
- Tenho que conversar com Lupin então, tenho que saber de tudo para ajudar a todos inclusive meu filho. A ajuda de sua filha serviu para que ele se acalmasse, mas não é o bastante para devolver-lhe a visão...
- Minha filha o quê? – Ron levantou-se em um salto.
- Ela conversou com ele algumas vezes. Por algum motivo ele fica calmo quando ela está lá. – Draco sentiu-se vingado vendo a cara de espanto e raiva que Ron fazia. Achou melhor não falar do que ele desconfiava, pelo bem da recuperação de seu filho, claro. – Digamos que ela é uma boa psicáloga.
- Uma boa o quê?
- Aqueles médicos trouxas que conversam com as pessoas, você é casado com uma nascida trouxa e não sabe?
- Minha filha não é essa coisa para nenhum Malfoy! – Ron falou com raiva – Eu não fiquei sabendo dessa história, minha filha não é curandeira! Eu não permito que ela vá, está me entendendo?
-Fique calmo Weasley. Ela foi lá apenas enquanto estava no Saint Mungus, não voltou após isso. – Draco mentiu. Mentiu para o bem da recuperação do filho, não para encobrir o possível romance dos dois, não se interessava por isso, obviamente.
- Eu acho bom que...
- Além do mais, – Draco o cortou – a questão é: estou ou não de volta no caso dos CM e Victoire?
- Esteja aqui amanhã para uma reunião com os aurores. – Ron falou contra a vontade. - Agora se você me der licença tenho assuntos para tratar com minha esposa.
Draco ainda ouviu Ron falar algo como "Rose não é pixicalôca de ninguém" antes de sair da sala do chefe dos aurores. Estava decidido. Não havia mais tempo a perder, ele descobriria a verdade disso o mais rápido possível.
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Alvo entrou na biblioteca tentando manter a calma. O monstro em sua barriga se remexia desconfortável sabendo o que veria a seguir. Certo, não tinha nada demais, iria apenas estudar com Rose, Alana, Mary e Matt. O tal Matt de quem Alana falara outro dia. O tal Matt que ouvira (sem querer) Mary comentar que estava interessado em Alana. Ele mesmo, o tal Matt, em que ele estava louco de vontade de lançar umas boas azarações, mesmo não conhecendo.
Achou o grupo já sentado, mas parecia que ainda não tinham começado a estudar. Conversavam animadamente (em voz muito baixa) em um canto isolado da biblioteca. O monstro em seu estômago disparou chutes em toda parte ao reparar que Alana estava ao lado de Matt.
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Rose observava o jardim pela janela da torre da Grifinória. Já era tarde, a lua cheia quebrava um pouco da escuridão da noite. Suspirou. Era assim que Scorpius estava, na escuridão. Era tão injusto tudo isso, como poderia existir pessoas tão más a ponto de maltratar outras, tirar-lhes a memória, a magia, a visão, a vida. Mas ainda assim, um lado seu insistia em agradecer por tudo isso, toda essa tragédia a aproximou novamente do seu primeiro e único amor. Estava cansada de tentar resistir, de fingir não ligar. Que se dane tudo, ela o amava e ele a amava também, isso bastava.
Falar em amor também a fazia pensar em Devon. Era claro para ele seus sentimentos por Scorpius, mas, por outro lado, também estava claro para ela os sentimentos dele. Devon a amava e não escondia de ninguém, ficava quase o tempo todo ao seu lado e movia o mundo por ela. Isso não era justo para uma pessoa tão legal como ele. Precisava resolver essa situação com ele.
- Rose.
Rose levou um susto quando ouviu aquela voz lhe chamar. Fazia muito tempo que estavam se evitando por motivos óbvios.
- Valerie. - Rose tentou disfarçar a surpresa
- Bem... - Valerie se aproximou sem graça - Como está Scorpius?
- A última coisa que soube foi que ele acordou, não tive mais notícias desde então - Ela mentiu.
A garota ficou muda, parecia estar escolhendo as palavras que iria usar. Rose sabia que estava sendo difícil para ela também.
- Queria saber se ele falou alguma coisa sobre mim... - Rose ficou calada, não iria contar a ela que o único nome que Scorpius chamou foi o seu. - Ele nunca terminou comigo de verdade, depois daquela confusão, ele meio que se afastou de mim. Me pediu desculpas pelo que fez, mas não foi o mesmo, sabe. Aos poucos foi se afastando e não voltamos mais a ser como antes. Mas ele nunca terminou comigo oficialmente. Aliás, por que estou falando isso para você?
Rose internamente se fez a mesma pergunta
- Não há como negar - Val continuou - Não só eu, mas todos que estão a volta de vocês dois sabem que vocês se gostam. - Rose ia tentar argumentar, mas Val não quis ouvir - Tentar entrar no caminho de vocês é um grande erro. Quando desconfiei eu pensei em não seguir em frente, mas parecia que ele estava insatisfeito com alguma coisa que aconteceu entre vocês, então achei que daria para continuar. Devia saber que com o coração não se pode competir.
Tinha algo errado ali, o que ela quis dizer? Melhor, quem era ela para dizer alguma coisa? Não a conhecia direito, não eram amigas, ela não devia confidenciar coisas e sabia que Scorpius jamais falaria deles. Não cairia nessa.
- Não deixe sua felicidade escapar, Rose. – Valerie deu continuidade uma vez que Rose não fez menção de falar - Vocês só não estão juntos hoje por bobeira. Dê essa chance a vocês dois, é só o que falta para ficar tudo bem. E quanto ao Devon, não faça com ele o que Scorpius fez comigo, não dê esperanças a ele. Eu falo isso de coração. Eu quero o seu bem e o bem dele. Se eu fosse você correria para ele e me acertaria com ele de vez por todas. Vocês merecem, de verdade.
Rose continuou sem fala. Está certo, nunca teve nada para reclamar de Valerie, mas daí a dar força para seu relacionamento era um pouco demais. Por outro lado, o que ela dizia fazia todo sentido. Não adiantava querer argumentar quando ela tinha razão.
- Isso é tudo. – Ela pareceu ainda mais sem graça diante do silêncio de Rose - Não me leve a mal, a última coisa que eu quero é ter um clima ruim com você. Não tenho nada contra você, muito pelo contrário. Eu e Scorpius tivemos bons momentos juntos, mas o coração dele pertence a você. Então não tema, lute por ele. Mostre para sua família que ele é diferente da história vergonhosa que o acompanha.
Essa era a mais pura verdade. Tudo o que ela mais queria era estar com ele. Principalmente ele estando naquela situação, queria poder mostrar a ele que ela estava ali, que ficaria tudo bem. Queria poder beijá-lo e abraçá-lo sem ter medo de alguém ver. Queria que seus pais, especialmente seu pai, enxergassem o grande garoto que Scorpius era. Ela iria fazer isso, estava decidida.
- Valerie! - Rose chamou a menina que já saía para o dormitório. - Obrigada.
- Não tem de que. - Ela respondeu sorrindo, sumindo pelos corredores.
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*Lumus*
Lana: Desculpem mais uma vez pela demora. Esse capítulo deve estar um pouco menor que o normal, mas Bia e eu achamos que dar algo para vocês lerem é melhor do que nada, certo?
Bom, enfim, esperamos que gostem e já o 26 não vai demorar tanto, talvez na segunda já postamos, ok?
Abraços a todos e obrigada por estarem conosco!
*Nox*
Comentários (7)
melhor fic ja escrita posta logo o 26
2012-07-28AMEI A FIC......QUERO MAIS....POSTA LOGO.....................
2011-11-23nooossa. fic muito perfeita. continuaaa *-*
2011-08-14Posta posta logo por favor!!!!! Te imploro!!!
2011-07-14È a melhor fic q e ja li continua por favor ta um maximo!!
2011-07-05Olha, sua Fic é com certeza a melhor que eu já li. Então, não desxe de postar. Estou morrendo de curiosidade e mutíssimo ansiosa para continuar a ler. Posta o nova capítulo logo por favor? Parabéns pela Fic.
2011-07-02estou amandoooo !
2011-06-05