O Começo



Eram 6:30 da manhã e um menino chamado Harry Potter acabara de acordar. Ele se virou para o lado e apanhou seus óculos para ver que horas eram em seu relógio, que havia sido encantado para funcionar dentro dos terrenos de Hogwarts. Seis horas? – pensou o garoto, indignado – porque será que eu tenho que acordar tão cedo? Ainda mais hoje, que não tenho nada para fazer! Mas uma certa Grifinória não saia da cabeça do garoto da cicatriz. Harry não sabia o porquê, mas não conseguira parar de pensar em Hermione desde o dia em que a garota havia lhe dado a ótima notícia de que seu padrinho, Sírius Black, retornara de sua “viagem” de quase um ano por trás do véu do Departamento de Mistérios. Harry se levantou e percebeu que o sábado era de muito sol e calor. Tomou um rápido banho, colocou suas roupas de fim-de-semana e desceu ao Salão Comunal. Chegando lá, encontrou um Rony sorridente e uma Hermione que o próprio Harry julgou estar “linda como sempre”.

- Bom dia para vocês! – disse Harry, após cumprimentar Hermione com um beijo na bochecha e Rony com um aperto de mão.

- Nossa Harry... Será que você pode nos dizer o porquê de tanta felicidade assim? – perguntou Hermione, enquanto os três se dirigiam ao Salão Principal.

- Ah Mione, nada melhor do que ter a família de volta não? – respondeu Harry.

- Cara, se eu estivesse no seu lugar, estaria somente pensando que, quando as férias de verão chegarem, você vai estar morando com o Sírius! Você já havia parado pra pensar que, morando com alguém como o Sírius, você não vai ter nem ao menos horário para chegar?

- Rony, alguém alguma vez já te disse que você tem o sentimento de um legume cozido? – retrucou Hermione – Você acha que o Harry quer ir morar com o Sírius só pelo fato de ele ter um responsável liberal? É claro que não! O que o Harry mais quer é sair daquela coisa que os Dursley chamam de casa, não é Harry?

- É cara, a Mione tem razão – disse Harry, enquanto os três se sentavam no lugar de sempre na grande mesa da Grifinória – O que eu mais quero é sair da casa dos Dursley.

- Vocês não sabem mesmo aproveitar a vida – disse Rony e, logo após dizer isso, pegou algumas torradas de cima da mesa – Depois dessa, eu vou acabar de comer lá na beira do lago. Com um sol desses, eu é que não vou ficar aqui dentro!

Após a saída de Rony, Harry e Hermione ficaram um pouco desconcertados, e se concentraram profundamente em seus pratos durante toda a refeição. A garota já estava quase levantando quando Harry criou a coragem que tanto procurou fazia algum tempo.

- Mione, você tem alguns minutinhos? Preciso falar com você. – disse Harry que, alguns segundos depois de terminar a frase, já não sabia se tinha a mesma coragem de antes.

- Claro Harry. Aonde você gostaria de conversar? – perguntou Hermione.

- Não sei, você teria alguma sugestão? – os dois caminhavam lentamente para fora do Salão Principal.

- Uhn... Acho que sim! Siga-me! – e a garota pegou na mão de Harry puxando-o pelo castelo a fora.

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Rony fazia seu caminho de sempre na direção do lago quando trombou com uma menina.

- Oh, me descul... – Rony não conseguiu terminar a frase. Aquela era a menina mais linda que ele já havia visto em toda a sua vida.

- Imagina! – a garota tinha longos cabelos negros, lisos da raiz até o meio, quando encaracolavam de forma suave, um rosto fino moreno de sol, olhos verdes que brilhavam com a intensidade do sol, era alta e bem magra. – Prazer, eu sou Maria Bellatriz, mas pode me chamar de Bella!
Rony apertou sua mão, e não pôde deixar de sentir como era macia e delicada.

- Prazer Bella, pode me chamar de Rony. Estranho, nunca a havia visto andando pela escola. Você é nova por aqui?

- Sou sim – respondeu a garota, que logo seguiu Rony por sua caminhada – Eu vim do Brasil. Meu tio apareceu pra me visitar e, como eu não tinha mais parentes por lá, vim para cá morar com ele.

- Me desculpe a pergunta mas... O que aconteceu com os seus parentes?

- Ah, não precisa se desculpar não! – respondeu Bellatriz num tom animado e feliz. Como poderia não ter notado essa garota antes? – pensou Rony. – Minha mãe, Belatriz Lestrange, sempre morou aqui, na Inglaterra, mas como é uma comensal, eu fui criada por minha avó, que morava lá no Brasil. Eu estudava na escola bruxa de lá, mas como minha avó morreu, eu fui obrigada a largar meus estudos e ir morar em um orfanato trouxa. Aí meu tio apareceu, e me trouxe pra cá.

A garota percebeu que Rony não havia ficado confortável com a história.

- Não se preocupe – comentou Bellatriz, triste – Se você não quiser mais conversar comigo depois disso que te falei, sinta-se a vontade. Eu já estou acostumada a não ter amigos, afinal, na outra escola eu já não os tinha mesmo. Todos acabam fazendo isso depois que descobrem que minha mãe é Belatriz Lestrange.

Quando a menina começava a se virar para o outro lado, tomando um rumo diferente do de antes, Rony tocou seu ombro e Bellatriz se virou novamente.

- Pra te falar a verdade, eu gostei muito de você Bella – disse Rony, parando e ficando de frente com ela – Não me importo mesmo de sua mãe ser comensal.

Bellatriz enrubesceu, deixando Rony com suas orelhas vermelhas.

- Obrigada Rony. Ninguém nunca havia sido tão compreensivo assim comigo – e a garota pulou nos ombros no novo amigo, deixando o garoto sem reação e suas orelhas mais vermelhas do que nunca.

- Qualquer coisa que precisar, é só vir falar comigo Bella – disse Rony após Bellatriz tê-lo soltado – Mais tarde te apresento aos meus amigos.

- Obrigada mesmo Rony – e o garoto percebeu que, no fundo dos olhos da menina, havia um sentimento de profunda gratidão.

- Mas e aí Bella... Já conhece o castelo? – perguntou Rony, tentando não ficar por demais olhando a garota.

- Não muito bem. Ando meio perdida com os meus horários... – e os dois foram seguindo em direção ao lago.

- Em que ano você está?

- No 6º. Ainda não tive tempo nem para perguntar a senha da Grifinória para ninguém.

- Mas que grande coincidência! Eu também estou no 6º ano e também sou da Grifinória! Se você quiser, posso te ajudar com as senhas e os horários.

- Se não for te atrapalhar...

- Mas é claro que não! – respondeu Rony que, ao chegarem debaixo de sua árvore preferida ao lado do lago, se sentou e continuou sua agradável conversa com Bellatriz.

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No dormitório das garotas do 5º ano, a ruiva Grifinória acordou assustada. O despertador – que Gina havia esquecido de desarmar na noite anterior – tocava feito louco. Depois de algumas pancadinhas e tentativas falhadas de voltar a dormir, a garota finalmente decidiu levantar. Olhou pela janela e viu que já o sol já estava alto e dali a alguns minutos, as mesas do café-da-manhã seriam limpas, fazendo-a ficar com fome até a hora do almoço. A garota tomou um rápido banho, vestiu-se e correu em direção ao Salão Principal, com a falsa esperança de conseguir chegar a tempo.

A alguns metros da torre da Grifinória, Draco Malfoy andava pesadamente. O garoto odiava dias bonitos, em que o céu estava limpo e o sol brilhava durante todo o dia. Foi quando ouviu passos rápidos vindo em sua direção e, quando levantou a cabeça, teve um forte encontrão com a única Weasley menina de Hogwarts. Os dois caíram com um forte baque no chão.

- Vê se olha por onde anda Weasley! – disse Draco, que havia acabado de se levantar e batia as vestes – Não é legal bater de frente nas outras pessoas.

Draco olhou para a ruiva e percebeu que Gina ainda não havia se levantado, e que estava com a cabeça baixa, chorando.

- O que foi? A Weasley pequenininha não agüenta uma quedinha? – debochou Draco, mas, ao olhar direito, percebeu que a mão da menina não estava onde devia estar. Provavelmente, na hora em que Gina caiu, tentara apoiar-se no braço direito, quebrando o punho. Draco não sabia o que fazer. Naquele momento, não havia ninguém por perto, e Gina não parava de chorar. Então o garoto decidiu fazer uma coisa que poderia arruinar sua reputação perfeitamente construída durante anos: iria ajudar um Weasley.
Draco pegou-a no colo, e percebeu que a garota estava com uma saia mais curta que o normal. Não pôde deixar de reparar o quanto as pernas da ruiva eram bonitas e bem torneadas. Pare de pensar uma coisa dessas Draco! Ela é uma Weasley e você somente a está ajudando pois não havia ninguém por perto – o garoto repreendeu a si mesmo nos pensamentos, e sentiu que a garota havia desmaiado, devido ao peso extra. Draco andou ainda mais depressa em direção à enfermaria. Apesar de Gina ser uma Weasley, ele estava começando a se preocupar seriamente com o peso morto da garota em seus braços.

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