Explicações
Lince acordou sentindo-se um pouco tonta, se sentou na cama e olhou ao redor e viu todos ali sentados ao seu redor ainda acordados, parecia que tinham ficado a noite inteira acordados velando pelo seu sono, ela se sentiu um pouco envergonhada, ela dificilmente perdia o controle e odiava quando isso acontecia.
- Acho que temos muito que conversar. – disse Harry abraçando a madrinha sentando-se na cama, ficara muito preocupado.
- Sim, temos. – concordou Lince se aconchegando nos braços do afilhado, ainda se sentia carente e o amor de um filho era o que precisava. – Mas primeiro quero saber o que aconteceu durante a luta, eu não estava prestando atenção no que acontecia com vocês, mas ouvi o grito de um de vocês.
- Foi o meu. – disse a comensal. – Eu sinto muito mesmo, mas tinha um comensal que ia atacar o Rony pelas costas e eu quis avisá-lo.
- E foi graças a você que eu ainda estou aqui. – falou Rony agradecido. – Eu perdi a concentração por um momento, a Hermione estava com problemas com um comensal e não percebi que tinha alguém querendo me atacar pelas costas.
- Entendo. – murmurou Lince. – Agora, só por curiosidade, foi minha impressão ou tinha alguém tentando me impedir de bater naquela mulher?
- Só uns dez homens. – respondeu Harry sorrindo. – Eu estava conversando com alguns membros da Ordem quando ouvi o grito da MacGonagall, quando me virei vi você batendo naquilo, e homens a sua volta tentando impedi-la, corri o máximo que eu pude e te segurei, por sorte antes da senhora matá-la.
- Que bom. – disse Lince sorrindo. – Eu não queria matá-la, mas não conseguia parar, a raiva superou o meu bom senso.
- O que eu sei. – falou o comensal pela primeira vez. – É que Bellatrix nem se conseguir fugir de Azkaban, conseguirá voltar a ser comensal, assim que aparecer na frente do Voldemort ela morre.
- E qual você achou que era o plano? – perguntou Lince. – Eu falei pra ela que a ensinaria o que é maldade, eu a fiz perder a coisa que ela mais adora.
- Muito inteligente. – falou Hermione sorrindo. – Vocês não acham Draco e Luna?
Um breve silêncio pairou sobre a sala, até que todos entenderam com quem Hermione estava falando, todos a olharam atônitos, até que uma gargalhada cortou o clima tenso.
- Eu deveria saber que você seria a primeira a descobrir. – falou Lince e em seu rosto tinha admiração, ela sentou-se direito na cama e Harry sentou-se na cadeira em que estava anteriormente. – Mas acho que agora tudo isso traz perguntas que tenho que responder.
Draco e Luna tiraram a mascara de comensal e todos puderam ver que realmente Hermione estava certa, mas o que surpreendeu mais ainda a todos foi Luna, ela não tinha mais o ar avoado, ao contrário parecia bastante atenta a tudo, sua aparência tinha mudado um pouco também, seus cabelos antes mal cuidados agora estavam lisos e bem cortados, com alguns cachos nas pontas.
- Seria bom mesmo. – falou Harry sério, mas sua voz estava calma, Gina fez questão de lembrá-lo mentalmente o que Merlin havia falado pra eles.
- Bem acho que devo começar contando como eu conheci a Luna. – começou Lince. – Vocês todos sabem que desde que eu fui banida mantenho contato com Dumbledore por cartas, ele acreditava na minha inocência, mas não na do Sirius, achava que por eu amá-lo eu tinha acreditado numa história que ele tinha me contado. Em uma das ultimas cartas que ele me mandou ele falou da desconfiança que ele tinha quanto as Horcruxes, eu também tinha essa desconfiança, mas não tinha certeza, depois das provas que Dumbledore obteve eu comecei a investigar e descobri uma antiga linhagem descendente de Rowena Ravenclaw, os Lovegood, eu entrei em contato com o pai de Luna e ele foi me ver, na época estava na África, me disse que há muito tempo os bens de Rowena já não pertenciam a eles e que o ultimo era um colar, mas quando ele foi procurá-lo pra levá-lo com ele, não o encontrou…
- Meu pai depois da morte da minha mãe ficou digamos mais excêntrico do que já era. – interrompeu Luna. – Foi fácil roubar dele o colar, depois dessa primeira conversa com a Lince meu pai voltou a se encontrar com ela algumas vezes.
- E em uma dessas vezes. – continuou Lince. – Luna o acompanhou e eu percebi que ela não era exatamente como gostaria que os outros a vissem.
- Desde pequena eu tenho o dom que Ravenclaw tinha…
- O dom de Ravenclaw? – perguntou Hermione excitada. – Mas esse dom não é visto desde… desde Ravenclaw…
- Eu sei. – respondeu Luna e ao ver os semblantes curiosos dos outros explicou. – Foi por ter esse dom que eu descobri que era descendente dela, eu não sabia da existência do colar, o dom que eu tenho é de colocar memórias falsas na minha mente…
- Mas isso com um feitiço pode ser feito. – interrompeu Rony.
- Sim, mas você sabe que essas memórias podem ser descobertas. – corrigiu Luna. – As que eu coloco não são detectadas e eu sei exatamente quais são verdadeiras e quais são falsas, no entanto nem o melhor legilimente do mundo descobrirá qual é verdadeira e qual é falsa, sem falar que eu posso controlar facilmente o que as pessoas vêem quando entram na minha mente.
- Isso é incrível! – exclamou Gina. – Mas porque você nunca me falou nada?
- Quando eu era criança esse dom já tinha se manifestado, antes mesmo da magia. – explicou Luna sorrindo. – E para controlá-lo eu ficava manipulando a minha mente, mas isso me fazia ficar além de muito cansada com um ar avoado e isso me trazia grandes problemas, os garotos riam de mim e as garotas tinham medo de se aproximarem, eu sofri muito com isso, até que um dia eu resolvi que seria a excêntrica que todos achavam que eu era.
- E foi assim que vocês a conheceram. – falou Lince. – Luna durante muito tempo se fez de excêntrica para se proteger.
- E Lince percebeu rapidamente. – disse Luna sorrindo. – Com a ajuda dela eu aprendi a dominar completamente esse dom e descobri que poderia fazer o mesmo com as outras pessoas, que não só posso manipular minhas lembranças como as dos outros também, só que os outros não conseguem diferenciar qual lembrança é real ou não.
- Mas isso a Ravenclaw não conseguia. – falou Hermione em dúvida. – Conseguia?
- Isso nunca vamos saber, mas acredito que ela preferiu deixar essa parte longe do conhecimento dos outros. – respondeu Lince e depois prosseguiu com a história. – Eu e Luna nos víamos durante todas as férias escolares dela, quando Dumbledore morreu, eu e ela traçamos um plano.
- Com Snape se revelando um traidor. – continuou Luna. – Precisávamos de um espião entre os comensais, então eu me candidatei ao cargo, Voldemort sabia que eu era descendente de Ravenclaw e me aceitou entre seus comensais, lógico que ele não fazia a mínima idéia que eu tinha o mesmo dom que ela, com o passar do tempo eu me tornei o braço direito dele, ele acreditava que eu odiava a todos, principalmente você Hermione por me tratarem como se eu fosse uma louca.
- Foi um plano bastante arriscado. – comentou Harry que estava impressionado.
- Sempre que eu tinha que matar ou torturar alguém, eu manipulava a memória de todos que estavam por perto, salvei muitas vidas assim. – disse Luna.
- E onde o Draco entra nessa história? – perguntou Gina curiosa.
- Com poucas semanas desde que eu me tornei comensal eu percebi que Draco estava, digamos, insatisfeito. – respondeu Luna e Draco fez uma careta como se dissesse “insatisfeito é pouco”. – Então eu conversei com ele, no começo ele não acreditou em mim, mas com o tempo ele começou a perceber que o que eu dizia era verdade, e acabou se tornando um espião também, pouco depois Narcisa mãe do Draco descobriu o que estávamos fazendo, posso enganar qualquer um, mas mãe é mãe, e em vez de nos denunciar ela nos ajudou.
- E foi ela quem “morreu”. – disse Lince sorrindo. – Mas o que eu quero saber mesmo é como vocês foram descobertos?
Nesse momento Draco e Luna ficaram extremamente vermelhos.
- A culpa foi minha. – respondeu Draco, era a primeira vez que viam ele ficar envergonhado. – Eu… eer… beijei a Luna e…
- Você o que? – interrompeu Gina surpresa.
- Com o passar dos dias eu e ele fomos ficando mais próximos e acabamos nos apaixonando e agora somos namorados. – quem respondeu foi Luna.
- Bem, isso eu já sabia. – falou Lince. – Mas o que o beijo tem a ver com o fato de terem sido descobertos?
- Eu fiquei meio desorientada, se é que vocês me entendem. – respondeu Luna vermelha. – E fomos pegos no flagra por Voldemort, ninguém sabia do meu envolvimento com o Draco…
- O cara de cobra. – interrompeu Draco. – Ficou intrigado por não saber do nosso relacionamento e entrou na minha mente, sou um bom oclumente, mas ele é um legilimente muito bom, então ele viu uma conversa minha com a minha mãe em que eu dizia que tinha me tornado espião junto com a Luna, que não teve tempo de manipular minha mente, ele ficou furioso…
- Por sorte a Lince tinha me entregado uma das penas que ela faz de chaves-de-portais. – continuou Luna. – Era só falar periculum que íamos ser transportados para Hogsmeade, infelizmente parece que Voldemort previra para onde tínhamos ido e enviou seus comensais…
- Ai eu fiquei para trás atrasando-os para que Luna tivesse tempo de chamar ajuda. – prosseguiu Draco. – Só que minha querida tia que ainda não tinha dado as caras aparatou nas minhas costas e me atacou com a cruciatus e foi ai que vocês chegaram o resto já sabem.
- Por sorte Voldemort não descobriu o meu dom, eu não dei tempo dele ficar muito tempo na mente do Draco. – falou Luna.
- Isso é bastante inesperado. – falou Harry calmamente. – Mas seja bem-vindo ao lado certo Draco.
- E eu que achei que você não acreditaria de jeito nenhum que eu não sou um dos seguidores do cara de cobra. – falou Draco sarcástico.
- Duas pessoas a quem eu confiaria a minha vida me disseram que posso confiar em você. – respondeu Harry sério. – E é isso que vou fazer.
- Que eu saiba você confiava assim também no Dumbledore e mesmo assim desconfiava do Snape. – retrucou Draco, a antiga inimizade ainda muito viva em sua mente.
- Sim, confiava. – disse Harry. – Mas Snape sempre me deu motivo para desconfiar dele.
- E eu não? – perguntou Draco irritado com a calma demonstrada por Harry.
- Claro que não. – respondeu Harry sorrindo. – Apesar de toda a nossa inimizade e de tudo que você acreditava, não foi capaz de matar Dumbledore, eu estava lá Draco, eu vi, Dumbledore defendia e representava tudo que você sempre odiou e desprezou e mesmo assim você não o matou.
Draco ficou em silêncio, era estranho pra ele estar ali com todos eles, conversando amigavelmente.
- Vocês se juntarão aos membros da AD para treinarem. – disse Lince firmemente. – Eu conversarei com a Minerva sobre vocês, mas temo que não tenham muito tempo para treinar, Voldemort deve estar furioso, ele acaba de descobrir que seu braço direito era uma espiã e ainda tem Draco, você apesar de pouco querido dentre os comensais pertencia ao círculo fechado deles, a ultima batalha se aproxima e vai ser mais breve do que possamos imaginar Voldemort vai nos atacar com tudo que tem e temos que estar preparados.
Após alguns momentos de silêncio em que todos estavam digerindo o acabara de ser dito, eles saíram e foram preparar a defesa de Hogwarts, sabiam muito bem que Voldemort sabia como passar pelos feitiços de proteção da escola, só não o tinha feito ainda porque sabia que os feitiços seriam seus menores problemas ao entrar ali, mas agora eles tinham certeza, Voldemort iria juntar todo o seu exercito e partir para um único e fulminante golpe e eles teriam que impedir.
Matt: E eu que achei que ia te assustar com o número de capítulos, mas já que você gostou, então está ótimo, espero que goste desse, beijos.
Prika: E ai tudo bem? Senti sua falta, achei que não ia comentar o capítulo anterior, mas já que comentou espero que dê para comentar esse também, beijos.
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