Momento R/T (Remus e Tonks)



- Será que você poderia colocar um pouquinho de juízo no seu amigo? – uma Tonks totalmente transtornada entrou gritando.

- Como? – perguntou Lince surpresa, ela estava na sala de planejamento da Ordem, no Largo Grimmald, no momento estava sozinha, apesar de que há alguns minutos estava no meio de uma reunião.

- Desculpe… mas é… - Tonks agora estava muito constrangida, não tinha o direito de gritar com Lince.

- Pelo que entendi o senhor Remus Aluado Lupin aprontou alguma coisa. – falou Lince tentando ajudar Tonks a continuar.

- Ele… ele ter… - Tonks não conseguiu falar, pois só de lembrar sua vontade de chorar era enorme.

- Terminou com você. – falou Lince de maneira cansada. – Eu já imaginava que isso fosse acontecer.

- Mas ele não tinha motivo… - continuou Tonks abalada se sentando em uma cadeira de frente pra Lince. – Ele veio de novo com essa história de que ele é velho…

- Pobre e perigoso demais pra você. – concluiu Lince. – Você tem que saber uma única coisa ao lidar com Remus Lupin, ele foi, é e sempre será muito reticente quando o assunto for sentimentos. Quando criança ele teve que lidar com o sofrimento dos pais por sua condição de lobisomem, que ele tomou como sendo culpa dele, depois com a rejeição das namoradas que ele teve, foram duas em Hogwarts e uma fora da escola, as três o abandonaram assim que ele contou ser um lobisomem. Ele tem medo Tonks, medo de machucar as pessoas que ele ama e principalmente de machucar ele mesmo.

- Mas eu nunca o machucaria! – exasperou-se Tonks.

- Eu sei Tonks. – falou Lince. – E ele também, mas quando o assunto é sentimento o Aluado sempre age irracionalmente, apesar de achar que está agindo com a razão.

- Eu não agüento mais. – falou Tonks cansada. – Toda vez que eu falo do futuro ele tenta terminar, dizendo que não tem como eu ter um futuro ao lado dele.

- E o futuro ao qual você se refere, desconfio que não seja só casamento. – instigou Lince.

- Não… bem… é… mais ou menos. – gaguejou Tonks totalmente vermelha. – Eu comentei que eu sempre quis ter dois filhos.

- Entendo… - falou Lince percebendo o porquê do amigo ter “fugido” de Tonks. – Não se preocupe eu vou falar com ele, mas antes me responde uma coisa… não… acho melhor você contar ao Aluado primeiro. – Lince falou piscando um olho e saindo da sala para procurar o amigo, deixando uma Tonks totalmente surpresa por alguém já ter percebido…

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- Aluado! – chamou Lince meio alto, fazendo Lupin se levantar assustado, assim como quando ainda estudava em Hogwarts Lupin havia se refugiado no lugar mais escuro e menos movimentado do lugar, ele estava no porão da casa. – Eu posso saber por que motivo uma certa auror entrou descontrolada na minha sala há alguns minutos atrás?

Lupin ficou muito vermelho só de imaginar o que Tonks poderia ter falado a amiga.

- Bem… é… ela quer um futuro comigo Lince e nós dois sabemos que isso é impossível! – desabafou Lupin ainda um pouco vermelho.

- Não Aluado, eu não sei. – afirmou Lince. – Posso saber por que vocês não podem ter um futuro?

- Porque hoje ela me falou de filhos Lince! – falou Lupin alterado. – Eu não posso ter filhos você sabe disso!

- E porque não?

- Eu sou um lobisomem e…

- E nada! Aluado seja razoável você sabe que seus filhos vão ser normais, no máximo serão como Gui, que a única diferença foi começar a gostar de bifes mal passados. – cortou Lince tentando colocar um pouco de juízo na cabeça do amigo.

- Provavelmente Lince! Não é uma certeza! Como posso correr o risco dos meus filhos nascerem com a mesma maldição que eu? – disse Lupin de forma cansada.

- Olha meu amigo, não pense que pode me enganar sei muito bem que você só está tentando fugir pra se proteger, o que é uma burrice. E eu sei que tudo isso é difícil pra você, mas tem que ver que essa é uma possibilidade muito remota. – afirmou Lince, e logo depois falou com uma cara marota. – E a sua maldição não é tão ruim assim…

- Como não? – exasperou-se Lupin, como ela podia falar isso? – Pensei que você mais do que qualquer um soubesse como a minha maldição é horrível, já que conviveu com aquele seu tio… Mike por anos…

- Aluado! – Lince falou um pouco alto fazendo Lupin se calar. Mike havia sido um segundo pai pra ela e convivia com essa maldita maldição desde os dezessete anos, morrera nas mãos de Fenrir Grayback quando se recusou a se juntar ao exército de lobisomens de Voldemort. – Desde que o tio Mike foi mordido a minha família vem pesquisando muito sobre isso e eu finalmente tenho conseguido algum avanço com a ajuda da Mione.

- Que tipo de avanço? – perguntou Lupin ansioso, seria uma cura?

- Infelizmente não é uma cura. – falou Lince e ao ver a cara decepcionada do amigo prosseguiu. – Ainda! Nós, Cresswel, já há muito tempo viemos investigando curas para a licantropia, mas infelizmente não tivemos êxito…

- Mas se vocês vêm pesquisando há tanto tempo e supondo que sua família seja igual a você quanto à invenção de coisas, como não inventaram a poção mata-cão? – perguntou Lupin, já que a amiga muitas vezes surpreendera a todos com invenções incríveis.

- Bem, nós pesquisamos a cura Aluado e não um meio de amenizar as transformações. – falou Lince. – Mas eu ainda não consegui achar nada. E então sabendo da inteligência da Hermione pedi que me ajudasse nas pesquisas que venho desenvolvendo e mesmo ainda não tendo achado a cura nós a partir da poção mata-cão desenvolvemos… digamos… a evolução desta, com a poção que eu e a Mione inventamos você não vai mais se transformar Lupin…

- Então é uma cura! – exclamou Lupin feliz.

- Não exatamente. – falou Lince depressa. – Se você esquecer de tomar a poção você se transforma! E a poção ao que tudo indica vai ter alguns efeitos colaterais que… bem… podem ser bons e ruins, apesar de que no seu caso acho que vão ser até bons.

- Que efeitos? – perguntou Lupin meio amedrontado por causa do sorriso maroto da amiga, o que não podia significar boa coisa.

- Bem…

- Porque não me falou sobre essa poção? – perguntou Tonks que cansada de esperar resolveu ir atrás do namorado e de Lince e ouvira a parte da conversa sobre a poção.

- Ah! Eu queria contar pro Aluado primeiro. – falou Lince. – E é bom que você esteja aqui Tonks porque os efeitos colaterais também envolvem você.

- Como assim? – perguntou Lupin olhando desconfiado pra Lince que parecia estar se divertindo com o que ia falar.

- É que… digamos assim… você vai ficar mais instintivo e…

- Como assim? – perguntou Tonks.

- Bem ele vai “sentir” quando está em perigo e seus cinco sentidos vão ser desenvolvidos, mas só durante a semana da lua cheia. – explicou Lince.

- Resumindo, meus instintos animais vão estar mais ativos durante a lua cheia? – perguntou Lupin recebendo um aceno afirmativo de Lince, mas percebendo que o ar maroto da amiga ainda estava ali ele perguntou. – Mas tem alguma coisa a mais, não é?

- Bem… sim. Você vai estar mais… Lupino… e isso significa que… não vai deixar a Tonks ter descanso principalmente à noite, por que a influência da lua é mais forte. – falou Lince se segurando para não rir do amigo e de Tonks que ficaram extremamente vermelhos depois do que falara. – Mas acho que vocês ainda têm muito o que conversar, então tchau.

Lince saiu do porão deixando duas pessoas muito vermelhas e silenciosas para trás, apenas muitos minutos depois foi que Tonks quebrou o silêncio.

- Que bom que a Lince desenvolveu essa poção não é? – perguntou Tonks timidamente recebendo apenas um aceno afirmativo do namorado que estava olhando para o chão. – Quem sabe ela não consegue inventar uma cura?

Lupin balançou a cabeça em concordância novamente, não conseguia encarar Tonks, estava muito envergonhado.

- Lupin… eu tenho uma coisa pra contar… e não sei como te dizer… mas…

- Tudo bem Tonks eu entendo. – falou Lupin desolado, mas sabia que esse dia chegaria. – Eu sabia que um dia você ia perceber que eu não sou a pessoa certa pra você.

Tonks encarou Lupin por algum tempo confusa até que entendeu o que Lupin falara e teve vontade de bater nele, se ela queria terminar porque faria aquele escândalo por ele terminar com ela?

- É claro que não é isso! – exclamou Tonks meio nervosa, fazendo lupin finalmente olhar pra ela sorrindo, ele não podia deixar de se sentir aliviado por não ser esse o assunto. – Mas voltando ao que eu queria te contar… é o seguinte… eu… eu…

- Você? – perguntou Lupin sorridente e se aproximou dela.

- Bem… eu esqueci… não foi minha intenção eu juro… é que eu estava cansada… e a poção…

- Calma, respira e me conta o que foi? – perguntou Lupin que não estava entendendo nada.

- Ta bom eu vou falar. – falou Tonks abaixando a cabeça para não encara-lo, como era difícil contar. – Eu estou grávida! – Burra! Era a única coisa que Tonks conseguia pensar, tantas maneiras de contar e ela falava assim do nada, ela lentamente ergueu a cabeça com os olhos fechados temendo o que ia ver, lentamente abriu os olhos e se deparou com o sorriso mais bonito que ele já havia dado a ela, tirando talvez a primeira vez em que o beijara.

Lupin demorou um pouco para assimilar o que Tonks havia dito, mas quando a ficha caiu, ele não pôde deixar de sorrir, e quando deu por si tinha abraçado a mulher que amava e a girava loucamente no ar enquanto ela ria satisfeita, mas assim que um pouco de sensatez voltou a ele, Lupin a soltou.

- Me desculpe não devia tê-la agarrado assim! Eu sinto muito! – falou Lupin preocupado com a criança (N/A: desculpem pelo momento clichê, mas é que não resisti eu acho tão fofo). – Você está bem?

- É claro que estou bem Remus! – falou Tonks divertida.

- É… de quanto tempo você está? – perguntou Lupin acariciando a barriga de Tonks que sorriu mais ainda pelo gesto dele.

- Três meses. – respondeu ela, e Lupin ficou espantado esperara ela responder um mês ou dois no máximo, já que era impossível ela ter percebido somente agora. Vendo que ele ficou surpreso com sua resposta Tonks acrescentou um pouco vermelha. – É que eu não sabia como te contar, eu sinto muito, mas fiquei com medo da sua reação, já que nunca tínhamos conversado sobre filhos.

- Como poderia ter outra reação? – perguntou Lupin sorrindo e sem esperar resposta a beijou ardentemente.
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Do lado de fora do porão quatro jovens resolveram que já era hora de sair dali. Harry e Gina tiveram a idéia de ir namorar um pouco no porão do Largo, pois ninguém ia pra lá. Fazia algum tempo que não tinham momentos a sós, a não ser quando conseguiam fugir para o quarto um do outro (o que era cada vez mais difícil, já que Molly Weasley com medo que eles fossem embora os vigiava constantemente), mas nesses momentos estavam tão preocupados em matar as saudades que tudo que faziam era beijarem-se e… bem, pouco dormiam, por isso não conversavam já há algum tempo, o problema foi que eles não foram os únicos que tiveram essa mesma idéia…

Rony e Hermione cansados das brincadeiras de Fred e Jorge foram atrás de um pouco de privacidade. Os gêmeos agora moravam na sede também, e estavam doidos pra pegar o “novo” casalzinho, que assumira o namoro fazia algumas semanas, fazendo alguma coisa inapropriada, como por exemplo, Rony passando a mão onde não devia e Hermione permitindo, apesar de não terem muita esperança já que achavam Hermione certinha demais pra isso (N/A: como estavam enganados, a Hermione é certinha, mas nem tanto).

Quando Gina e Harry estavam no final da escadaria (Lince tinha saído antes deles chegarem) ouviram passos e se viraram para ver quem era ficando surpresos ao ver que os amigos tiveram a mesma idéia, logo depois ouviram a voz de Tonks falar: - Que bom que a Lince desenvolveu essa poção não é?

Apesar de se sentirem um pouco mal por causa disso movidos pela curiosidade eles ficaram ouvindo toda a conversa, e no momento que deixaram de escutar vozes lá dentro resolveram que era hora de sair, sorrindo pela felicidade de Tonks e Lupin que mereciam com toda certeza aquele momento.

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