Febre e Carinho



Ele ainda não estava entendendo o impacto que aquela frase causara nela, nem ao certo, entendia em que sentido ela levara aquilo.






Eles tinham duas horas para se aprontarem, até dirigir-se ao aeroporto.






Só de pensar naquilo seu corpo estremecia. Avião. Ele odiava aquilo.






Por que não aparatar? Ou voar de vassoura? Por que o chefe insistia que eles andassem no meio dos trouxas? Se passar por eles?






Ainda mais ter que andar numa máquina que vivia caindo do céu e matando todo mundo.






Jogou-se no sofá tentando procurar algum barulho no andar de cima. Desde aquilo no parque Gina fizera um movimento de silêncio contra ele, o que antes estava até bom, mas que, agora já começava a incomodar um pouco.






Relaxou no sofá, jogando as pernas em cima da mala de viagens, soltando um suspiro cansado. Aquela ruiva era incompreensível.






Mas também, tinha que ser. O que ele fora armar dizendo aquilo?






Bufou. Sua cabeça rodava e aquilo tudo o deixava nervoso.






Fechou os olhos, mas abriu-os rapidamente ao ouvir um barulho de mala batendo contra as escadas. Gina não havia mudado sua expressão – séria e com bico. – e parecia não estar se preocupando com a alta barulheira que estava causando.






_A gente não vai se mudar para lá, sabia? –ironizou ao ver o tamanho da mala dela. Na verdade, ela nem era tão grande, mas somente o fato de poder irritá-la já lhe parecia que não deveria ficar a desejar.






Ela fingiu que não ouviu, mas ele notou que ela começou a fazer de propósito quando faltavam quatro escadas para a mala e ela meteu um belo pontapé, fazendo a mala descer fazendo o maior estardalhaço.






Pulou os quatro degraus com um sorriso pirracento no rosto, pegando a mala com as duas mãos.






Ele levantou-se, esticando os dois braços a fim de espreguiçar-se.






_Senhor. –ela respirou mais pesado ao ver a voz dele carregada na ironia de novo. – Tenho dó das escadas.






_Deveria ter dó de si mesmo. –disse pela primeira vez em quatro horas, sem fita-lo. Agora eram os dois entrando em um jogo de ironia.






_Ah é? E por que será?






_Bom, você deve ser o tipo de homem que só atrai mulher errada! –ironizou, sentindo o sangue ferver ao lembrar daquilo no parque.






_Não é só por que você fez isso comigo que todas têm que ser iguais, Gininha. –ela soltou um som baixo e nervoso pela boca, batendo o pé com força no chão quando endireitou as costas e jogou a mala no chão.






Ela fixou os olhos nele, brilhando em pura fúria. Ele ainda estava com aquele sorrisinho de canto de lábio, desdenhoso.






Idiota. Idiota. Idiota.






_Ah sim. –ela soltou um riso sarcástico. – Você saiu com tantas... que é inacreditável, Potter.






_Como se você soubesse da minha vida particular.






_Que deve ser tão cheia de mulheres derramando champanhe no seu corpo em um Motel de luxo? –ele viu aquele brilho divertido em seus olhos, junto com aquele sorrisinho sarcástico na qual teve vontade de bater nela.






_Bom - ele praguejou. Ele não entendia, mas ela o conseguia deixar tão irritado que o fazia perder a fala ou a noção. – Isso não te interessa, mas, por acaso era essa sua fantasia com o Draquinho?






Aquilo estava parecendo quando eles haviam se encontrado. Três dias atrás.
Ambos acumulando raiva e rancor um do outro. Pior. Ambos se deixando enfurecer pelo passado.






Ela mordeu o lábio, puxando o ar pelas narinas com força. Okay, ele queria jogar sujo? Então ela faria isso.






_Enquanto meu namorado corno esperava a santa aqui? –ela deixou um sorriso sarcástico escapar dos lábios cereja enquanto apontava o próprio colo. – Não. Draco era mais criativo. – sorriu internamente ao ver o lábio de Harry contrair de uma forma que estava se segurando para não manda-la para um lugar não muito educado – Por isso que eu disse isso Potter. Suas prostitutas baratas - ela pigarreou, clareando a garganta, dando ênfase a frase final – não-tem-criatividade.






_Bom, nem todos tem tanto dinheiro para gastar com as mais caras, igual ao Malfoy. – dizendo isso, lançou um olhar significativo a ela, fazendo-a fechar um punho em puro ódio.






Sentiu sua respiração descompassar e as lágrimas começassem a brotar de seus olhos. Não iria chorar. Não podia. Não queria.






Se ao menos ele soubesse que fora Malfoy que acabara com sua vida. Que, mesmo assim, depois de oito anos, ele voltara e acabara de estragar. Se ele ao menos soubesse disso...






Ela não agüentou, deixando a raiva passar sobre seu pensamento, fazendo-a aplicar um outro chute com força na mala, fazendo-a se abrir e espalhar suas roupas pelo chão da sala.






_É bom que você saiba seu grande nojento e idiota! –ela ergueu um dedo, ainda mais furiosa ao vê-lo soltar um sorriso divertido com aquela cena toda. – Que enquanto você achava que estava fazendo um bom trabalho, EU estava me matando para que fosse melhor que qualquer um, e EU não vou permitir que você venha me xingar por que eu sou muito melhor que você e você, acima de um grande idiota, você é...






Ela parou de falar, olhando para ele.






_Eu sou?






_Você é...






_Sim?






Ela chacoalhou a cabeça, parecendo desconcertada.






_Não sei.






Ele riu, caminhando até a porta da casa e abrindo-a, encostando uma mão no batente.






_Sua amiga e o Rony vão estar logo aqui. –ele suspirou, fazendo uma careta fingida inocente. – Acho que você não vai gostar que eles vejam suas roupas intimas. Principalmente essas calcinhas rosa.






A face de Gina foi tingida de rosa-choque, enquanto ela olhava aparvalhada para as inúmeras peças no chão, incluindo suas peças intimas.






Abaixou-se, recolhendo-as sem vontade alguma de falar ou olhar para a face do moreno, que ria internamente com a cena. Ela podia ser quase a melhor auror do mundo, mas nunca deixaria de ser a garota que conhecera.






A vontade de Gina era querer enfiar a cabeça debaixo da terra e sumir por ali, por anos e anos, até que esquecessem seu nome e ela pudesse viver sua vida medíocre em paz.






Recolheu a ultima peça de roupa, fechando o malão silenciosamente.






Ai, ai, ai.






_É por isso que mamãe dizia que eu teria que viver com meu irmão até ele casar pelo menos. – Ela olhou bruscamente pela porta, observando uma morena passar, junto com um ruivo. – Homens definitivamente não sabem cuidar de uma casa. –ela riu sozinha com a própria piada, pouco se importando com a careta ofendida dos dois. Gina continuava quieta em seu canto, ajoelhada em frente à mala.






_O meu apartamento não é nenhuma desorganização. –interpôs Rony, com voz azeda.






_Não, imagina. –ela balançou a mão freneticamente, enquanto os cabelos castanhos mexiam conforme, presos a um alto rabo de cavalo. – Só um pouquinho de pó ali, pó aqui, e roupas largadas no quarto.






_Você por acaso viu meu quarto?






_Vi sim. –ela sorriu inocentemente vendo o semblante dele se fechar. – Você disse para eu esperar que você ia tomar um banho rápido, por que aí iríamos juntos até a casa do Harry. Então eu decidi ir ao seu quarto. –Gina olhou divertida a careta enfurecida do irmão, enquanto a amiga explicava calmamente, como se aquilo não fosse nada. – E vi aquela pequena bagunça. Algum problema nisso?






_Não, não, imagina. –ele ironizou, enquanto ela soltava um suspiro satisfeito. - Problema algum.






_Então não há motivos para ficarmos aqui enquanto temos um avião para pegar. –ela bateu duas palmas. – Temos uma festa a aproveitar.






_Eles tem uma festa, Cecília. –Rony cruzou os braços. – Nós vamos procurar pistas.






_Mas de qualquer jeito vamos entrar lá dentro, não vamos? –ela arqueou uma sobrancelha, confusa.






_Não.






_Mas que droga! –reclamou. - Eu ainda estou fazendo um favor, por que nem do Ministério daqui eu sou. Por que a diversão sempre fica pra eles?






_Por que alguém precisa ir a nome do Ministério de Londres. –Gina disse com simplicidade. – E não pode ser um grupo também, como não poderia ser vocês dois, por que Cecília é francesa.






Harry não pode deixar de se admirar. Nem ele havia parado para pensar o porquê daquilo tudo. Imaginou a careta maldosa de Gina se os pensamentos pudessem ser ouvidos.






_Tanto faz. O que importa é que temos que pegar a droga do avião logo de uma vez! –Gina bufou ao ver o irmão enfurecido, onde significava somente uma coisa: Devia ter brigado com Hermione.






_Então que tal pararmos de brigar e irmos para o carro, já que não podemos aparatar no meio de trouxas. – Ela ergueu uma mão, como se estivesse levantando um depoimento na sala de aula, tentando amenizar a situação. A única coisa que Rony fez foi fuzilar a irmã com o olhar.






_Olha só quem diz. – Bufou, pegando sua mala, olhando da irmã a Cecília, se dirigindo para fora da casa. –O Harry vai bem, Gi?






_Vou ótimo. –Deu os ombros, coçando a nuca. A vontade da ruiva era rir da resposta inútil dele.






“Controle-se Você está brigada com ele. Não pode rir... Mesmo que tenha achado engraçado.” .






Cecília pigarreou, jogando uma mala laranja nas costas. Ela definitivamente não estava levando quase nada ali.






_Vamos então?






_Er... Lia?






_Sim?






_Você só ta levando coisa de higiene pessoal aí, né?






A morena soltou um sorriso, negando com a cabeça.






_Não. Estou levando minha camisola e meu biquíni... e duas peças de roupa, por que afinal, não vou ficar muito tempo. – os olhos dela repentinamente brilharam. –Acredita que vou entrar numa piscina de luxo? Há quanto tempo eu não entro em uma piscina?






Gina arqueou uma sobrancelha, pegando a mala e indo para fora.






_É melhor tomarem cuidado. A loucura da Cecília pega. –saiu, antes que a morena lhe fuzilasse com um olhar.






***






Molhou os lábios com a pontinha da língua, enquanto observava a morena cochichar com o irmão, enquanto ambos sorriam maldosos ao se encararem.






Cruzou os braços, olhando em todos os cantos, com o jeito normal de revistar o local. Pelo que parecia, nada de diferente.






_Trouxe os passaportes. – relutante, a ruiva encarou o semblante do moreno. Ele parecia ter sido pintado de branco, e que, logo iria vomitar. – O
Avião parte daqui a cinco minutos.






Parecia que só ela havia prestado atenção nele, ao ver a morena explodir em gargalhadas, olhando o ruivo com um sorriso debochado.






_Você vai ter que me contar detalhadamente essa história. –disse, não ligando ao ver a maioria dos trouxas a observarem.






_Pode ter certeza que te conto no caminho.






_Vocês por acaso vão juntos, é? – indagou Gina, mudando a expressão para uma incrédula. Ela não podia ir com o Potter! Não queria!






_Qual o problema nisso? –Cecília parou, coçando a cabeça em duvida.






_Não... Nada. –lamentou-se internamente. Olhou para o relógio. Ainda faltavam oito minutos. – Ah, Lia. Preciso falar com você antes de embarcamos.






_Sou toda ouvidos. –sorriu.






_Aqui não! –bufou, arrastando a amiga para longe deles.






_Gi... Você ta parecendo uma adolescente idiota. –resmungou quando as duas pararam a uma boa distancia deles.






_O que você estava fazendo em Azkaban?






A pergunta havia pego desprevenida. Ela abriu a boca uma vez, mas não emitiu som. Gina pacientemente esperou que ela falasse.






_Fui a serviço do ministério.






_Não minta.






_Não estou mentindo.






_Então por que não olha nos meus olhos? –desafiou, cruzando os braços. Cecília bufou e se xingou mentalmente por ter uma melhor amiga como Gina; que nunca deixava os pequenos detalhes passarem batido.






_Fui visitar uma pessoa... Que me... Ajuda em certos momentos. – ela coçou o braço com a mão oposta, contrariada.






_E quem é?






Ela abriu a boca, quando ouviu o alarme avisando que o embarque iria ser naquele momento. Rony acenou para as duas, fazendo a morena suspirar aliviada.






_Vamos. Temos que embarcar.






_Mas você -.






_Eu te conto depois. –cortou, com um quê de quem não quer mais tocar naquele assunto, enquanto se apressava e grudava no braço do ruivo, que começou arrastá-lo em direção ao embarque.






Gina bufou, começando a caminhar sozinha.






Ultimamente a sorte não estava a seu favor.






Olhou para o lado nervosa quando sentiu alguém trombar contra ela.






_Potter, dá pra olhar por onde anda? –resmungou, enquanto colocava os óculos de sol ao receber os primeiros raios em sua direção, fazendo seus olhos reclamarem da claridade. Ele apenas assentiu com a cabeça, olhando para o avião.






Ela se sentou na janela, colocando os fones de ouvido e começando a ouvir um som pesado. Sorriu.






_Atenção Senhores Passageiros: Mantenham sentados em seus lugares durante o levanto e o pouso, para seu maior conforto. Agradecemos e, boa viagem.






_Já estava na hora. – satisfeita, olhou para a janela, vendo que o avião começara a pegar velocidade. Sorriu, olhando para o lado. O moreno olhava fixamente para a poltrona da frente, sem se mover.






Ora tudo bem que eles estavam nervosos um com o outro, mas também não era motivo dele ficar daquele jeito. Estava pior que criança emburrada.






_Sabe mais ou menos que horas a gente vai chegar lá?






_Em torno de umas oito horas de vôo. –respondeu de forma que Gina achou automaticamente. Arqueou uma sobrancelha, sentindo o solavanco do avião, mostrando que já estava começando a decolar.






_Potter! Não é só por que estamos nervosos um com o outro que você tem que me responder dessa maneira!






_Cala a boca Gina, pelo amor de Deus. – ela entreabriu a boca ao ver a mão dele prensar contra o braço da poltrona.






Aquilo deu uma vontade incrível de rir. Não ia dizer que...






_Harry o que foi? –perguntou num tom fingido doce.






_Esse avião. –respondeu num sussurro.






_O que tem ele? – indagou, retirando os óculos e o encarando.






_Ele... Não é seguro. Nenhum avião é.






_No que está pensando?






_Que não vou me impressionar de ver esse avião se transformar numa bola de fogo ou em algo do gênero.






Ela podia ser atriz. Estava quase se afogando para não rir.






Não podia ser que aquele todo poderoso tinha medo de uma simples viagem de avião.






_Isso é fobia?






_É o que parece. –soou ligeiramente mal humorado, ainda olhando para a poltrona da frente.






_Quer segurar a minha mão?






Ela não queria ter dito aquilo nem em um milhão de anos, mas, fobia não era nada engraçado para quem sofria, então, por que não dar uma trégua?






Ele não pensou duas vezes. Agarrou a mão dela, prensando-a contra a sua com força. Seu corpo estava rígido. Ela apenas sorriu reconfortante.






_Vamos chegar logo nos Estados Unidos. Você não vai nem notar. –ela pensou em reclamar “Potter, cacete, você está machucando minha mão!” , mas decidiu ficar em silencio enquanto ele suspirava pesaroso.






_Se não estourar algum mecanismo antes e a gente morrer afogado. –ele mexeu repentinamente a cabeça. –Talvez cheguemos.






_Por que você não tenta dormir? –indagou, olhando-o calmamente.






_Posso morrer afogado! – ele finalmente olhou para ela, com os olhos arregalados. – Se o avião cai no mar, eu morro afogado!






Ela não agüentou. Aquilo soara realmente engraçado.






Soltou o riso pelo nariz duas vezes, até explodir numa gargalhada, onde pouco se importou do olhar de repreensão das aeromoças e do próprio Harry.






_De - Desculpe. –colocou a mão no peito, que subia e descia descontroladamente, enquanto ainda ria um pouco. - Harry, eu sei que não é legal ter fobia, mas isso já é ridículo.






_Ridículo? Você não é realista! –soltou a mão dela, ainda rígido. – Vocês confiam cegamente em máquinas! Eu odeio maquinas trouxas!






Ele grunhiu baixinho ao sentir o pé esmagado pelo da ruiva.






_Potter, fala baixo! A gente ta rodeado de trouxas, sua anta.






_Você triturou meu pé. –gemeu. – Você o quebrou.






Ela suspirou, revirando os olhos e falando consigo mesma:






_Homens. -bufou.






_Isso vai ter retorno, Virginia Weasley. Você me paga! Me paga mesmo!






_Pense por um lado bom. –bocejou, colocando os óculos de sol, enquanto sentia os raios esquentarem dentro. – Você esqueceu da fobia pra se preocupar com seu pé.






_A dor externa sempre é mais forte. –choramingou, massageando o pé.






Da mesma forma como a manhã passara, a noite chegara e Harry não fechou os olhos uma vez sequer.






Até parece que ele ia descançar enquanto estava a mil e não sei quantos pés do chão.






Coçou a nuca, tentando se acalmar.






_Observar a paisagem ajuda. –murmurou a si mesmo, olhando para a janela ao lado da ruiva. Só via nuvens negras. Engoliu em seco. – Não é bem a paisagem que eu gostaria de ver. –murmurou nervoso consigo mesmo. Pigarreou, sentindo o coração acelerar. Bem... Ele certamente não estava se animando. – Gi... –não ouviu nada. – Gina? – Ele virou a cabeça pro lado, vendo-a com a cabeça abaixada e encostada na janela.






Não teve como não sorrir.






Estava esparramada no banco, com os cabelos ruivos caindo na face sonolenta e tranqüila. Seu peito subia e descia calmamente junto com sua respiração e ela às vezes entreabria a boca e murmurava alguma coisa.






Como queria ter a calma dela numa viagem de avião. Como queria dar ouvido mais ao sono do que ao medo e dormir tranquilamente também.






Esticou uma mão, receoso, afastando uma mecha que caia nos lábios da ruiva. Como ela era bela.






Ficou um bom momento observando-a, até sentir um baque, fazendo-o soltar uma careta assustada.






_Atenção Senhores Passageiros, Por favor, permaneçam sentados enquanto o avião pousa. Obrigado por adquirir nossos serviços e esperamos que tenha tido uma ótima viagem.






_Ah sim. Esplendida. –ironizou, passando a mão pelos cabelos negros. Olhou para a ruiva, adormecida. – Gi – pousou a mão delicadamente em sua perna. – Nós chegamos.






Ela soltou um muxoxo leve, mas não se moveu.






_Gina?! Hora de acordar.






_Por que você está irônico comigo desse jeito? – murmurou, lentamente. Ela com certeza estava sonhando. – Por que você não acredita em mim? Eu não te traí, eu juro que não...






Ele parou de chofre. Já tinha ouvido aquelas palavras uma vez.
Inspirou fundo.






_Gina?






_Por que você não quer acreditar em mim? –murmurou novamente. – Eu nunca te dei motivo para não acreditar em mim... Harry – sua espinha congelou ao ouvir aquele murmúrio preocupado, quase que clamando por ele. – Me olha, por favor.






Chacoalhou a cabeça ao pensar que talvez ela estivesse certa. De que tudo aquilo fora engano.






Ora, claro que não! Ele vira a cena!






_Gina!






Ela abriu os olhos vagarosamente, até se deparar com a face do moreno quase em cima da sua. Grunhiu, empurrando delicadamente para se afastar dela.






_Que droga o que é agora?! –indagou mal-humorada.






_Nós chegamos Bela Adormecida. –ironizou emburrado com a atitude dela.






_E pra isso precisa ficar em cima de mim para me acordar – ela sentiu sua perna pegar fogo. Olhou de relance e pode ver claramente a mão dele sobre ela. – Ou pior – suspirou. – Precisa tentar ficar me alisando?!






Ele bufou, levantando-se e arrumando a gola da camisa.






_Alguém já lhe disse que você fica bem melhor de boca fechada? – resmungou, enquanto ela soltava um bocejo antes de se levantar.






_Alguém já lhe disse que você é um pé no saco de qualquer maneira? – retrucou, sem demonstrar nervosismo, apenas, cansaço.






Depois disso só podia se ouvir a conversa animada de Rony e Cecília, que discutiam as magníficas táticas recentes que o novo capitão da Chudley Cannons estava fazendo. Tanto Harry como Gina apenas carregavam suas malas em silencio.






_Sinceramente, posso torcer para eles, mas achei a tática das goles do Tornados muito boa. – Cecília deu os ombros, ao ver a careta nervosa de Rony.






_Tornados? Faça-me o favor, agora que eu estava começando a achar você uma pessoa legal!






Gina bocejou novamente, observando o relógio.






Pelo menos teria um dia para relaxar no hotel antes do trabalho começar. Aquilo a deixava mais confortada.






Suspirou. Não entendia como aquela exaustão havia tomado conta de si, mas que tinha que acabar logo, antes que de exaustão virasse gripe ou coisa do tipo.






Virou o rosto, se deparando com a imagem sorridente de Harry. Parecia estar aliviado de ter saído do avião.






_Sinceramente - ela soltou um sorriso maldoso até que ele a observasse. – Não sei como você ainda não beijou o chão.






_Continue zombando de quem tem medo dessas latas velhas que voam no ar. –retrucou, passando a mão pelos cabelos negros num gesto de nervosismo. – Queria ver se fosse com você.






_Eu não teria medo de andar de avião. Principalmente na parte em que ela vira “uma bola de fogo” – sorriu pelo canto do lábio, depois de soltar um leve riso maldoso.






Harry ia responder, quando Cecília interrompeu:






_Não querendo estragar a discussão dos dois pombinhos nervosos – Ela somente sorriu levemente ao ver a carranca que os dois fizeram. – Mas eu estou mais preocupada em achar o táxi que vai nos levar até o Hotel.






_Você e o Rony podem fazer isso muito bem. –resmungou, enquanto Gina olhava na direção oposta para não transformar a amiga francesa num latão de lixo.






_Só que ajudar a procurar é bem melhor para chegarmos mais rápido e –os olhos dela faiscaram – mostra que vocês dois juntos podem ser úteis em alguma coisa a não ser discutir.






Ambos bufaram enquanto Rony parecia desatento à procura de um táxi no desembarque.






_Lia, faz um favor pra mim? – o tom de voz da ruiva saiu inocentemente doce.






_Sim?






_Vá para o inferno.






_Quanto amor. – comentou Harry sarcasticamente.






_E você cala a boca seu grande idiota. – respondeu Gina amargamente.






Ele tinha uma resposta na ponta da língua, mas preferiu guardar para si. Discutir com aquela ruiva hoje não estava em seus planos de aproveitar o dia.






***






_Boa tarde. – Cecília abriu um largo sorriso ao se deparar com a recepcionista e ver que em pouco tempo, estaria esticada em uma cama tirando um bom cochilo ou tomando um belo banho. – Temos três quartos reservados aqui por dois dias e meio.






A recepcionista – uma mulher loira com lábios finos e olhos profundos. – soltou um leve sorriso, começando a digitar no computador.






Nunca vou entender Duarte... Até em Hotel tem que ser na forma trouxa. Harry deu os ombros ao pensar naquilo.






Duarte deixara o Hotel por escolha própria e o quarto quem reservaria seria Rony e Cecília, que parecia aliviada por finalmente colocar a pesada mala no chão.






_Então está certo. São três quartos.






Rony sorriu em gesto afirmativo enquanto Cecília limitava-se a dizer:






_Exatamente.






Gina parou de chofre. Eles estavam em quatro... Por que diabos disseram três quartos?






_Um da Senhorita Cecília Renard, outro do Senhor Ronald Weasley e a suíte do Senhor e da Senhora Potter, que acabaram de se casar.






Harry olhou pasmo para o melhor amigo, que mais uma vez afirmava a cabeça com um sorriso, enquanto Gina estava boquiaberta numa expressão de que precisava muito explodir a cabeça daquele ruivo e daquela morena.


Desgraçados!






_O da Senhorita é o quarto 503, o do Senhor é o 701 e o casal é o 803. – Disse a recepcionista prontamente. – Espero que tenham uma boa passada por aqui, obrigada.






Harry ficou parado com uma cara de quem ainda não acreditava, enquanto Gina arrastava Cecília pelo braço até um canto.






_Cacete Gina, ta doendo!






_Doendo? – a ruiva soltou um sorriso macabro. – Eu deveria te fazer sofrer
até a morte, sua morena filha da pu -.






_Hei! Pega leve no vocabulário, ruiva. –interrompeu Cecília antes que a amiga terminasse.






_Que diabos você se atreveu a colocar eu como “Senhora Potter” ? –explodiu, mesmo que seu tom se manteve baixo e perigoso.






_Nem vem que não tem, Virginia. A idéia foi do seu irmão pra ver se vocês se acertam logo. –resmungou, enquanto revirava os olhos acinzentados.






_E quem disse que eu quero me acertar com o Potter, sua anta?! –replicou, sentindo o coração quase saltar para fora da sua boca.






_Diga isso a seu irmão. Ele me contou que vocês eram namorados, prontos para casar. Que era tudo perfeito e que ele nunca chegou saber o real motivo para do nada, vocês estarem se odiando! – impaciente, a morena gesticulou remexendo as duas mãos de um lado para o outro.






Ela observou a maneira fria que ele a olhava. Não somente fria, mas como se sentisse nojo.


_Por que você não está acreditando em mim? – ela não queria chorar, mas parecia sentir as lágrimas começarem a brotar em seus olhos. Estava em mente, suplicando a Deus que não chorasse. Ele permaneceu em silêncio, encarando-a como se fosse uma estranha. – Eu... Eu nunca te dei motivo para não acreditar em mim, Harry, e você sabe disso.


_Bom, agora você me deu um ótimo motivo, não acha?! – e soltou um sorrisinho sarcástico, como de quem logo iria começar a gargalhar de puro nervosismo.


_Harry... – ele virou o rosto, tentando se acalmar. Ela podia ver sua mão ficar prensada contra os dedos que se apertavam com força. – Por favor, me olha.


_Eu não consigo. – sua voz falhou, mas saiu nitidamente enjoada. – Porque estou sentindo nojo de você. E pode ter certeza que vou sentir por toda a minha vida.


Era tarde para suplicar novamente. As lágrimas ofuscaram-lhe a visão, impedindo que ela visse alguma coisa.


_Por favor, eu -.


_Não diga mais nada, eu já cansei dessa ladainha! – ele elevou seu tom de voz, parecendo nada abalado pela dor dela. –Você e esse canalha se merecem! Um cafetão e uma...


Agora era ela quem sentia as mãos ferverem. Secou as lágrimas e se aproximou do moreno, com os olhos inchados e a boca semi-aberta, onde a respiração saia pouco ofegante por causa de raiva que começava a crescer.


_E uma o que, Potter?!- disse friamente, porém, ele não se abalou a dizer:


_Uma vadia


Tudo que ocorrera fora rápido. Harry acabava de ficar com cinco marcas dos dedos delicados da ruiva na face. Ruiva na qual, agora, parecia que iria ter um ataque.


_Se você sente nojo de mim, pode ter certeza que agora depois disso a única coisa que posso sentir de você, é pena. Pena por ser um ser tão PORCO E IMUNDO ao ponto de falar tal coisa. E eu não sinto somente nojo e pena de você, EU TE ODEIO COM TODAS AS MINHAS FORÇAS! SE VOCÊ UM DIA PERDER PARA O VOLDERMORT – Ele arregalou um pouco os olhos ao vê-la pronunciar o nome que nunca dissera com tanta convicção – EU SEREI A PRIMEIRA A BATER PALMAS PARA ELE, E A PRIMEIRA A APARECER EM SEU FUNERAL. –ao dizer isso, girou nos calcanhares, começando a caminhar rumo ao castelo, onde novamente, começava a sentir seu coração ser jogado para fora de seu corpo e pisoteado ao poder o sentir murmurar as palavras : “Eu sinto mais do que ódio por você”.







_É bom ele também nunca saber. – deu os ombros, um pouco mal-humorada por ter lembrado daquilo. Então era com isso que havia sonhado.






Mais uma vez, uma maldita lembrança incomoda na sua mente. Deu os ombros mais uma vez, incomoda.






A morena apenas suspirou, observando os carregadores subirem com as malas, enquanto um ruivo acompanhava sorridente e um moreno um tanto confuso e nervoso.






_Não acha melhor subirmos? – indagou, apontando o elevador. A ruiva mais uma vez, deu os ombros.






_Tanto faz. Mais uma vez vou ter que encarar aquele... capeta no mesmo teto que o meu. – Cecília soltou um leve riso ao ouvir aquilo.






_Ta certo, revoltada. Será que eu sou a única calma por aqui?






_Você não é calma! – exclamou a ruiva, incrédula.






_Claro que sou. Sou uma pessoa – ela levantou uma mão. – calma.






_Tanto faz. – repetiu a ruiva, revirando os olhos e se dirigindo até o elevador.






Os quatro ficaram em silencio, enquanto os ponteiros marcavam 1, 2, 3... A primeira a sair dele fora uma Cecília sorridente, seguido de um Rony cantarolando quando o ponteiro marcava 7. Por ultimo, Harry e Gina, em silencio pararam em frente a porta do quarto 803.






_Eu não acredito nisso. – ela pode ouvi-lo murmurar






_Só você?! –revidou nervosa. Aquela lembrança ainda fluía viva em suas veias, a deixando perigosa nas mãos dele.






_Pode apostar que sim. – ele encarou-a nos olhos. Pode apenas notar uma névoa cobrindo a frieza do semblante. Vamos ver até onde vai seu autocontrole. Sorriu maldoso. – Não vai ser bom dormir no mesmo teto que de uma – suspirou. – Traidora. – sorriu pelo canto do lábio.






A única coisa que ela fez ao invés de tentar esbofeteá-lo – como ele havia pensado que ela faria. – fora molhar os lábios com a pontinha da língua.






Ela havia amadurecido mentalmente desde que saíra de casa. Deixara de ser aquela adolescente bobinha que se deixava levar pelos sentimentos e mostrava para todos. Agora, uma única resposta fria bastava, ou, ações.






Eram raras as vezes que deixava se escapar do controle e agir sem ação.






Como naquela vez que dera um soco em Cho. Aquelas palavras foram quase idênticas as que certo moreno de olhos verdes dissera uma vez, numa lembrança vivida.






Então, apenas arqueou a sobrancelha e se limitou a dizer.






_Antes no mesmo teto de uma traidora, do que na de um babaca como você. – rodou a chave uma vez na porta. – Imagine então que, a traidora sofrerá mais. –rodou a segunda e deu espaço para ele passar com as malas.






Seguiu o silencio por mais ou menos dez segundos, até ele se virar novamente em sua atenção, em mescla envergonhado, em mescla com um sorriso malicioso.






_Er... Gi?






_O que é?! –retrucou grosseiramente.






_Deram-nos a suíte nupcial.






O rosto da ruiva ruborizou, mas ela não deixou se abalar para dizer:






_Certo, então as balinhas da cama são minhas. –E sorriu, dirigindo-se para o quarto.






Se desse, Harry a teria engolido com os olhos. Só de apreciar a maneira sensual em que ela caminhava até o dormitório, as pernas perfeitas andando em uma sincronia perfeita e os cabelos ruivos lisos e sedosos balançando de uma forma graciosa e perfeita, dava-lhe uma vontade enorme de tomá-la nos braços e beija-la, entregar sua sanidade e seu coração aquela ruiva, amá-la, faze-la esquecer de todos os problemas ao redor deles, faze-la esquecer do passado. Seremm só.






Chacoalhou a cabeça. Era incrível como sua imaginação pudesse fluir somente ao ver um par de pernas sustentando uma boneca como a Gina andar.






Foi até a varanda do luxuoso quarto observando a calma refletida lá fora. Algumas crianças corriam livremente na rua enquanto, dentro do Hotel, algumas pessoas se divertiam na piscina.






_Já vou lhe avisando. –um arrepio percorre-lhe por suas costas inteiras, fazendo-o estremecer levemente com o tom de voz doce, mas acusador. – Eu vou tomar banho, se você por acaso se atrever a aparecer ali e dar uma de –inspirou fundo – adolescente infantil e idiota que não sabe controlar seus impulsos ao saber que existe uma mulher nua numa banheira, pode ter certeza que eu não vou ter medo de me levantar dali e meter-lhe um ótimo chute nisso ai que você chama de -.






_Certo, ruiva. – interrompeu-a, soltando um sorriso leve, fazendo a expressão de Gina suavizar-se. – Eu não vou aparecer por lá, mas se você continuar me tentando desse jeito, tentando me assustar, não vou tardar a aparecer. E acho que nenhum dos dois vai se arrepender. – completou, num sorriso maldoso muito bem posto nos lábios firmes.






Ela apenas retribuiu num sorriso amargo, dando meia volta nos calcanhares
e se dirigindo ao banheiro enquanto ele novamente, a acompanhava com o olhar como de um lobo faminto.






_Mas ela é um pecado! – murmurou a si mesmo, soltando um leve riso malicioso, tamborilando os dedos no parapeito da sacada.






***






Sentiu os músculos de seu corpo derem uma pequena relaxada quando a água quente tocou-lhe os pés.






Suspirou fundo, sentindo a cabeça latejar e a garganta ressecar e doer.
Encostou as costas, deixando o corpo relaxar na enorme banheira do Hotel, cheia de espuma e água.






Deixou inclinar a cabeça e ficar quase deitada, tentando aliviar a horrível dor que sentia nas costas, percorrendo-lhe desde a espinha.






Aquilo tudo não podia ser sinônimo de gripe, podia? Ora, ela já estava muito grandinha para passar mal.






Observou o abafado do banheiro. Soltou um leve suspiro, enquanto pressionava uma mão nas costas tentando aliviar a dor.






Jogou uma mecha molhada atrás da orelha, soltando ar com dificuldade pela boca. Seus pulmões pareciam mais lentos assim como os batimentos do seu coração.






_Mas que – tentou dizer em voz alta, mas ela não saiu pouco menos que um leve sussurro. Assim foi quando no momento, sua cabeça começou a girar levemente e os olhos a teimarem a cair.






Tentou esticar a mão para se levantar, mas ela não sustentar o próprio peso, enquanto sentia a boca ficar seca e a pele ir clareando. Agora ela tinha noção do que estava acontecendo. O abafado... Sua pressão!






O vapor já ofuscava tudo, desde a luz até sua visão. Aquilo estava fazendo sua mente entrar em perca de sanidade.






Virou a cabeça em direção a porta entreaberta, com os olhos embargados.






Odiava quando isso acontecia, quando sua pressão caia e ela desmaiava.






_Harry! –chamou com a voz sufocada. Não ia conseguir daquele jeito, não conseguia nem ao menos falar, quem diria chamar alguém, ainda mais aquele surdo!






Olhou para o outro lado, vendo a quantidade de aromatizantes e perfumes.






Sorriu fracamente, pousando a mão contra um deles e derrubando de uma forma que, vários deles caíssem no chão e começasse a fazer um barulho horrível de vidro se quebrando.






Torcia para que isso, pelo menos, chamasse sua atenção.






Girando os olhos, tentou pegar o único frasco que ainda estava em cima e jogou-o contra a porta, que, batera e quebrara com toda a força na testa de um moreno que cambaleara para trás tamanha a força não medida.






A ultima coisa que ouvira foi um alto xingo dele com a mão na testa e correndo com um semblante não dos melhores em sua direção.






***






_Ela ta meio pálida, não acha?






_O que você queria Potter? Que ela estivesse rosa? Ela acabou de desmaiar e teve queda na pressão! Aliás, acho que ela ta com começo de febre também. Era só o que faltava.






Uma pequena brisa percorreu seu corpo, fazendo-a estremecer. Fora a primeira coisa que escutara quando despertara: Harry num tom de voz preocupado e uma nervosa Cecília. Sentiu algo prensar contra seu pulso, erguendo-o um pouco, enquanto algo quente pousava contra seu corpo, deixando-a aquecida.






_A pressão dela já está quase no normal – a morena constatou. – Só que agora você vai ter cuidar dela até essa febre passar.






Ela foi abrindo os olhos lentamente. Primeiro, viu tudo embaçado até que, aos poucos, pudesse ir distinguindo a imagem de Harry e Cecília.






A morena estava numa pose de quem parecia uma verdadeira curandeira, só que com um olhar de quem ia matar Harry. Ele por sua vez, estava sentado na beira da cama com um saco de gelo na testa.






Soltou um leve sorriso quando os dois a encararam se remexer. Ambos demonstrando puro alívio.






_O que passou por aqui? – indagou inocentemente vendo o saco de gelo na cabeça do moreno. – Passou algum tipo de terremoto e você bateu a cabeça e eu desmaiei?






Ele perdeu o olhar de preocupação, encarando a ruiva, exasperado.






_Ah sim claro. O Terremoto era 9.9 e se chamava Virginia. –bufou. – Ai minha cabeça. – gemeu, pressionando o saco contra a testa.






_O que aconteceu com a sua testa? –indagou num tom baixo, cansado. Parecia agora que as fortes pontadas de febre começavam a voltar com força em si.






Harry resmungou algo, virando o rosto para o lado oposto, enquanto Cecília abafava uma risada.






_Você não se lembra? –indagou a morena, enquanto a ruiva negava vagarosamente. – Você numa tentativa de auto-salvamento, jogou um frasco de perfume na porta, e acabou quebrando em cima da testa do Harry.






_Só espero que eu não ganhe outra cicatriz com isso. –ironizou enquanto ela forçava um sorriso em meio as caretas de dor a febre.






_Não foi um corte que você ganhou Potter. – disse uma exasperada Cecília. – Foi só um galo.






_Quem você pensa que é? Médica?






A morena soltou um leve sorriso enquanto a ruiva prontificava-se a falar com dificuldade:






_Cecilia fez um curso de enfermagem uma vez.






O moreno apenas deu os ombros.






_Mas não é médica.






_Mas sei mais do que você. – revidou voraz. – Então acho bom obedecer ao que disse e medicar a Gina certinho hoje para amanhã ela estar bem melhor, ouviu amorzinho? – ironizou, indo a direção à porta. – Gi - suspirou com um sorriso maldoso posto nos lábios. – sobreviva ao lado desse ser. – e fechou a porta atrás de si.






Ela sentou-se, enquanto as costas pareciam mais doloridas que tudo e a cabeça fervia.






_Nada disso! – Harry a censurou numa voz preocupada – fazendo-a solta um leve sorriso por causa daquilo. – ao ver seu ato de tentar se sentar. – Você tem que descansar.






_E quer que eu vegete o dia todo deitada? Não mesmo, eu preciso sentar um pouco.






Ela viu que ele ia reclamar, ao comprimir os lábios, fazendo-a lançar um olhar de censura.






_Você quer se recuperar logo ou não?






_Quero, mas não vai ser ficar deitada o dia todo que vai me ajudar. – fechou os olhos e respirou fundo, sentindo a garganta arder. – Eu quero água. – pediu.






Ela achou que ele ia reclamar, mas estava enganada. Prontamente, Harry se levantou com o saco de gelo na testa e caminhou até o frigobar e pegou uma garrafinha de água, levando até ela.






Agradeceu com um leve aceno com a cabeça, dando um leve gole, sentindo o liquido gelado descer cortando a garganta seca. Suspirou, sentindo uma gota de suor percorrer-lhe a face. Ela sabia que o ambiente estava agradavelmente fresco, mas seu corpo não parecia confirmar, já que graças à febre queimava como brasa pura.






_Droga. – resmungou, fazendo a atenção do moreno cair sobre si. – Eu não devia ter ficado doente. A gente tem muito que trabalhar amanhã. Sinceramente, se você acha que uma “febrinha” vai-me -.






_Gina. – interrompeu-a, num gesto nervoso e descuidado, fazendo-a corar. Aquilo fez seu corpo se aproximar ao máximo do da ruiva, de modo que ficassem quase colados. Ele se afastou, tentando ignorar o formigamento que sentia no estomago. –Se você não estiver bem amanhã, você vai ficar aqui e eu vou cuidar de você, enquanto a Cecília procura o que Duarte mandou-a procurar e o Rony marca nosso lugar.






_Negativo! –exclamou, colocando delicadamente a mão em uma das têmporas. – Isso foi enviado a mim e a você de cumprir, não a meu irmão. Eu posso estar queimando a quarenta graus se quiser, mas eu vou naquela droga.






Tudo o que ele fez foi tirar a garrafa das mãos dela e bufar.






_Criatura teimosa.






_Sou mesmo. – revidou, enquanto esticava as pernas e afogava a cabeça no travesseiro, fechando os olhos sentindo a dor desde a planta dos pés.






Sentiu o cansaço invadir-lhe, e deixou se levar sem lutar. Estava cansada demais para brigar com o moreno ou só para ficar ali deitada morrendo de febre e vegetando.






Estava quase dormindo quando a voz do moreno invadiu-lhe os ouvidos:






_Você não quer um comprimido?






Ela resmungou baixinho, gesticulando.






_Tudo o que eu preciso pelo amor de Deus - inspirou fundo. – É de um bom sono!






_Tá, ta bom! – Harry ergueu uma das mãos, pronto para não discutir com a ruiva. – Então tenta descansar um pouco pra ver se essa febre abaixa um pouco.






Depois disso só podia se ouvir a respiração amena.






Caminhou até a sala, jogando-se no belo sofá vermelho sangue, que estranhamente o fez lembrar dos tempos de colégio. A cor era idêntica a da casa dos leões, onde ele se jogara por sete anos como havia feito àquela hora.






_Eu quero te proteger todos os dias da minha vida. –sussurrou ao lado do ouvido da garota, fazendo-a estremecer levemente, enquanto passava delicadamente a mão pelas suas madeixas ruivas.


Ela deixou apoiar a cabeça no ombro dele, depositando seu peso sobre aqueles braços fortes, que a davam segurança.


_Como eu te amo. –murmurou, fechando os olhos levemente, tentando gravar em sua memória o cheiro daquele perfume em que ele usava.


Ele suspirou, descendo a mão dos cabelos pouco embaraçados da ruiva até parar no meio das costas, fazendo ligeiras caricias.


_Eu te amo em dobro. –sussurrou. – Não agüento ficar um dia sem você. Sem seu toque.


_Eu morro se você se afastar de mim. –ela disse, olhando-o nos olhos.


Ele a abraçou ternamente, gravando aquelas palavras.


_Eu também morro. -disse, encostando-a contra o belo sofá grifinório.







***







Era incrível como não conseguia relaxar.






Já havia tomado um belo banho, havia colocado a leve camisola de seda, já havia tentado ler um livro, mas nada a fazia relaxar e esquecer os problemas.






“Acho que Ivon está envolvido com os comensais. Sem o Ministério.”






Aquilo não saia de sua mente. Se o filha da mãe do seu irmão estivesse envolvido com aqueles ratos de esgoto, ela jurava pela memória de sua mãe que sentiria o enorme prazer em mandá-lo direto para Azkaban sofrer o que Lucas sofreu.






Aquilo apertou seu coração. Ela devia ter se colocado a frente quando o irmão mandou-o para Azkaban.






_Senhor, ele disse que é um auror infiltrado entre os comensais. – Mathias, um colega de trabalho segurava um moreno com força por um braço, enquanto um outro auror o segurava pelo outro. Mas ele parecia que não iria se defender, por que nem ao menos se debatia.


Ela arqueou uma sobrancelha. O que diabos ele estava fazendo ali? Auror infiltrado?


Parou com as atividades de treino, caminhando até o local do acontecimento.


_O que está acontecendo aqui? – indagou de supetão. Ivon apenas a lançou um olhar gélido.


_Saia daqui.


_Eu perguntei o que está acontecendo aqui. –a morena sustentou o olhar do irmão quando notou que os aurores seguravam Lucas pelos braços. – E não penso em sair até saber o que está acontecendo.


_Vamos mandar esse sujeito para Azkaban, Lia. – Mathias murmurou, atraindo a atenção dela.


Seu olhar paralisou no irmão. Ela havia sido salva por aquele homem, entregava-lhe toda sua confiança nele e, o irmão pensava em prendê-lo?


_Mas ele é um auror. – disse confusa. Lucas havia lhe dito duas noites antes de Voldemort dizer que podiam matá-la. Foi então que ele disse que faria isso, e a tirou dali. – Ele... Salvou-me.


_Ele fez isso para ganhar piedade.


_Lowdarsky, seu ser repugnante e imundo. – murmurou o homem com um tom de voz letal. – Essas horas em que eu gostaria de ser Comensal de verdade. Quem sabe eu tivesse coragem de matar uma pessoa? Pode apostar que depois disso -.


_Cale a boca. – o irmão ordenou, fazendo a morena ficar estática.


_Mas, Ivon -.


_Já disse para ficar fora disso, Cecília. –cortou-a grosseiramente.


_Ele é auror! – ignorou o irmão, elevando o tom de voz. Lucas soltou um leve sorriso ao ver a cara da morena fechar em pura raiva. – VOCÊ o mandou como auror infiltrado, tanto que era para ninguém saber da existência dele como auror! Você sabe disso!


_É verdade senhor? – indagou Mathias, confuso.


Todos olhavam para ele. Mas limitou-se a fazer uma pose teatral que ela tanto sabia que era fingida.


_Eu nunca o vi na minha vida. Prendam-no.







Respirou profundamente inúmeras vezes, procurando se acalmar. O vaso, em cima do criado mudo rodara algumas vezes na mesa, mas ela não estava preocupada se alguma hora sua raiva causasse a explosão do objeto.


Ivon, um grande babaca, cretino e falso.






Bufou, jogando o fofo travesseiro de plumas na parede quando o interfone começou a tocar loucamente. Resmungou, andando em passos pesados e nervosos.






_Alô!






_Desculpe senhorita Renard, mas a senhorita Laport diz que a senhorita esta a sua espera.






A morena suspirou. Thamires parecia que tinha o dom em aparecer na hora menos indesejada.






_Mande-a subir. –resmungou, mas a recepcionista soltou um leve risinho.






_Ela já subiu, parece que ela tem o dom de contrariar os seguranças e subiu antes que eu pudesse avisar.






Aquilo não pode de deixar Cecília soltar um sorrisinho leve. A melhor amiga era realmente impertinente quando queria.






Ouviu o som oco de três batidas na porta, e antes que ela pudesse abrir a porta, Thamires já estava adentrando, com um enorme sorriso no rosto.






Aquele devia ser um ótimo dia, já que a loira não sorria por qualquer motivo. Geralmente ela estava nervosa, reclamando ou se estressando.






_LIA! – Ela podia ter dito um “Oi, Ta! Há quanto tempo” , mas foi prensada contra a loira, que a abraçava calorosamente. – Você não sabe o quanto me deixou feliz ao saber que você ia vir aqui para os Estados Unidos! Quando você chegou? O ministério que te enviou? E Ivon? Ele continua aquele safado, cachorro e idiota? E-.






_Thamires. – ela começou a rir, vendo a morena encara-la meio tonta com tantas perguntas sobre si. – Se acalma o.k?






_Eu estou calma, Cecília. – a loira suspirou. – Nunca estive tão bem.






_Ótimo. Agora tente não desabar em cima de mim com varias perguntas.






Thamires soltou um leve sorriso, mesmo notando que era sarcástico.






Os olhos verdes estavam bem destacados graças à pele bronzeada adquirida pelos maravilhosos dias de sol em Miami, pelo que Cecília lembrou, a amiga viajaria com o melhor amigo e mais uns dois amigos. Os cabelos loiros estavam um pouco mais curtos, já que antes era na altura da cintura e agora estava pouco acima do ombro. Mas o velho sorrisinho irônico continuava firme nos lábios bem desenhados.






_E então, o que me conta de bom? – jogou-se na cama, pegando uma revista que há poucos minutos atrás Cecília estava tentando se distrair. – Achou algum moreno irresistível por ai?






_Pode se dizer que sim. –ela sorriu. – Mas ele já tem dona – riu ao ver a cara de decepção da amiga. Sempre lembrava de quando eram menores e viviam dizendo que iriam casar com um moreno e um ruivo. - Só falta que eles se notem, mas por enquanto estão os dois sozinhos.






_E não você pode tirar uma única casquinha? –lamentou.






_Não, eu não sou traira. Gina é minha melhor amiga, assim como você.






_Bom, você que sabe solteirona. – dizendo isso, piscou a amiga antes de começar a rir.






_Você não muda.






_Não posso. É assim que gostam de mim, e se não gostasse que se danasse também.






Cecília balançou a cabeça negativamente, sentando-se ao lado da amiga.






Ela suspirou, procurando coragem a pedir ajuda a velha amiga. Seria complicado, mas, ela sabia que Thamires iria ajudá-la em qualquer coisa.






_Sabe, eu te liguei por que eu preciso de uma ajuda sua. – a loira pareceu meio tonta já que a amiga dissera tudo tão rápido, mas deu tempo suficiente para cruzar os braços.






_Sabia que você não ia me chamar à toa. Se não, não tinha se lembrado de mim.






A vontade de Cecília era de dar um tapa na testa. Esquecera que a amiga podia ser muito sentimentalista quando queria.






_Não é isso. É assunto do Ministério. E eu posso tirar o Lucas da prisão. Mas eu vou precisar da ajuda da minha grande amiga que lida com tribunais para desvendar um pequeno mistério.






***






_Não!






O grunhido o fez despertar do cochilo, olhando meio avoado para os lados.






Bocejou, esfregando os olhos inchados com as mãos, enquanto sua testa dava incríveis pontadas de dor. Maldito galo.






_NÃO!






Era uma voz feminina. E parecia bem assustada, já que aquele grito aterrorizado ainda parecia inundar os seus ouvidos. Logo, foi seguido por choramingo altos e pedidos de ajuda.






Levantou-se do sofá, ainda desnorteado. Não parecia assimilar muito bem as coisas. Sua cabeça rodava, tentando lembrar como caíra naquele sofá e dormira por –olhou para o relógio de pulso- duas horas e meia. Bocejou, tentando falar alguma coisa como “droga”, enquanto ouvia novamente mais gritos que agora pediam um socorro assustado.






Caminhou em passos lentos até o quarto, não notando quem gritava.






Estava cansado, precisava dormir e aquele galo horrível na sua testa não ia parecer sumir tão cedo, já que a queria amiga da Gina disse que precisava esperar diminuir o inchaço para poder medicar com poção.






Gina. Aquele nome o fez despertar num toque de varinha. Arregalou os olhos, ao ouvir mais alguns choramingos e correr em direção ao quarto, onde a primeira coisa que notou fora ver se a porta já estava aberta.






Abriu a porta com cuidado, vendo os belos lençóis de cor salmão jogados amarrotados no chão, enquanto o travesseiro estava agarrado a ruiva, que chorava compulsivamente, pedindo ajuda. Mas ele notou seus olhos fechados; estava sonhando.






Caminhou preocupado até ela, erguendo-a nos braços enquanto ela se debatia.






_Gi. –sacudiu-a levemente. Ela agonizou alto, dando um tabefe no ombro dele. – Gina. – Virou a cabeça para o lado, para não ser atingido com um murro que, com certeza doeria mais tarde. – Gina!






Ela parou, soltando um longo suspiro, enquanto a respiração parecia acelerar.






Os olhos amêndoas estavam incrivelmente arregalados, e, enquanto arfava, olhava para os lados até parar novamente na face do moreno.






_Gina, você ta bem?






Foi inesperada a atitude. Ela se aproximou mais, deixando a cabeça encostar-se ao peito do moreno, enquanto tentava se acalmar, aconchegando-se mais perto dele, evitando não chorar.






_Estava tudo escuro, ele... Ele queria que você me visse morrer. Ele queria ver eu e você sofrer. E cortou meu pescoço, eu estava fraca. Sabia que ia morrer. Aí eu vi seu corpo no chão, onde jorrava sangue. Oh Deus, ele ria feito o demônio.






_Gi - estava bom demais para ser verdade. Ela estava ali, assustada como uma criança que precisava de colo e carinho, enquanto era para ele que recorria. –Foi só um sonho. Está... –ele suspirou, encostando o queixo no topo da cabeça dela - está tudo bem agora. Eu estou aqui. Foi só um sonho.






_Era muito real. –sussurrou, levando a ponta dos dedos a acariciar levemente o peito nu e definido do moreno, tentando se acalmar. Talvez ela nem tivesse notado que ele havia estremecido àquele toque.






_Você caiu um pouco fora de si. A febre auxiliou nisso. Então pareceu real - ela estava se sentindo muito bem com aquele comportamento confortador dele. Era reconfortante a maneira como ele se preocupava com ela quando ela recuava. – Não acha melhor tentar descansar para amanhã? –notou ao ver alguns pingos de suor brotar na testa dela. – Afinal, você quer estar na inauguração não?!






Ela não disse, mas concordou levemente com a cabeça quando se afastou dele e o observou nos olhos. Há quanto tempo não o encarava daquela maneira, carinhosa?






O toque quente dele sobre sua pele macia, o jeito preocupado e o olhar carinhoso. Como ela morria de saudade daquilo tudo. De tê-lo por perto, poder ter um abraço, poder sentir seu toque.






Lembrou-se das noites em Paris, quando desligava as luzes e ficava sozinha.






Era quase impossível não lamentar e chorar por tudo que acontecera em sua vida.
Agora parecia que aquilo tudo nunca acontecera. Ele estava ali, dando uma de “super-homem” tentando cuidar dela com o máximo de atenção. Parecia que pouco se preocupava com os problemas que os cercavam, muito menos com o galo na sua testa, e sim, com ela; somente ela.






_Eu vou para sala então para você poder -.






_Não! –ele arregalou os olhos ao ver a atitude assustada dela. Mas o que diabos estavam acontecendo? Ela pareceu se envergonhar com a própria atitude. – E-eu... Eu não quero ficar sozinha. – Abaixou a cabeça, xingando-se por aquele momento de fraqueza, por mais que precisasse dele ali naquele momento, estava mais parecendo uma criança indefesa do que outra coisa. – Fica comigo aqui até eu dormir – ele fez uma careta descrente. – Por favor. – suplicou baixinho.






Ele também não estava muito feliz com sua própria atitude, mesmo que o coração negasse aquilo. Não hesitou um minuto sequer desde que ela pedira aquilo.






Aconchegou as costas num travesseiro, enquanto deixava o corpo delicado da ruiva cair levemente contra o seu, enquanto ela apoiava a cabeça em seu peito e ele a enlaçava pelos ombros.






Aquela sensação não era nova para os dois, mas era como se fosse a primeira vez que se abraçavam, que ficavam juntos. O calor que emanava aqueles dois corpos era de enlouquecer. O cheiro que cada um exalava procurava emitir loucuras em ambos, mesmo que tentassem se controlar.






Harry abaixou um pouco o rosto, permitindo beijar levemente a face corada da ruiva, fazendo-a suspirar levemente enquanto fechava os olhos. Em pouco tempo, ela estava em um sono agora calmo, tranqüilo.






Não entedia o que estava acontecendo. Parecia que o passado não queria mais se interferir no presente para nenhum dos dois. Por mais que doesse, aquelas sensações, por mais simples, conseguiam ultrapassar qualquer barreira de raiva, rancor ou ódio que existia entre eles.






Quando ele havia olhado para aqueles olhos amêndoas, não via mais aquela nevoa que ela parecia guardar para ele, e sim uma mulher madura mas que precisava de um ombro naquele momento. Alguém que a entendesse.






Suspirou, e, imitando o gesto da ruiva fechou os olhos.






Sentiu o corpo dela virar-se, ficando mais colado contra o seu, fazendo-o ficar com os lábios secos.






_O que está acontecendo? –murmurou, sentindo o perfume de rosas que ela tinha. Aquele cheiro gostoso e adociado. – Não era para ficarmos assim. Você errou... –ele abriu os olhos a, admirando enquanto dormia. – Se acontecer algo Gi, só, por favor, não esmague meu coração de novo.






“Eu sinto mais do que ódio por você”., aquelas palavras vieram diretamente em sua mente, fazendo-o soltar um sorriso pequeno, mesclando triste e confuso.






_Eu sinto mais do que ódio por você. – murmurou. – Sinto saudades do nosso passado juntos. E talvez não tenha esquecido do meu amor por você.












Continua...












Notas da Autora: *Se esconde debaixo da escrivaninha do computador ao ver os leitores furiosos com espingardas e varinhas na mão*
Eu sei, eu si... eu atrasei MAIS do que eu disse que ia atrasar.


Mas logo que eu voltei de viagem eu fiquei com uma febre danada... não conseguia nem levantar da cama (Taí a idéia da Gina ficar dodói) então não deu. E depois foi carnaval e eu fui viajar de novo xDD (Certo certo... me chamem de rueira mesmo xD)


Mas é que as coisas vão complicar pra mim um pouco... eu vou ter que estudar MTO MESMO esse ano, já que eu vo tentar a ETE G.V... e vou prestar simulados e tudo o mais. E é meu ultimo ano com meus amigos que eu amo tanto e sei que a maioria naum vai estudar comigo, coisa que eu vou morrer de saudades. Então tenho que aproveitar o maximo.


Antes de mais nada, queria pedir desculpas por esse capitulo escroto, pq ficou meio apressado, pq eu quis correr com o enredo pra naum demorar mais tempo pra eu publciar, então consequentemente, o capitulo seis vai estar BEMMM recheado, eu acho.


Bom... espero que vocês gostem mesmo assim e continuem comentando. Não sabe a alegria me traz ver que a cada dia varias pessoas já leram.


Amu muito vocês todosssss


E mais uma vez naum vou responder aos comentarios xD A preguiça me bateu d novo... é mtoo comentario gente xD Mas agradeço a todos, inclusive o da Maria... guria, naum tive culpa, quer dizer, em partes eu tive, mas eh que tava complicado esse começo de ano pra mim. Mas obrigada mesmo assim, vc me botou medo e eu apressei a escrita xD. Tudo bem que saiu ruim mais eh um caso a parte.


E eu dedico esse cap a Quel, a Nani, a Karine e a Allis. Pessoas que me apoiam muito e me motivam a escrever cada vez mais. Que naum me fazem desistir, pq, se eu desistir, elas me matam em conjunto. E a karine eh a que me ve todo dia, e do jeito que a Nani é louca, ela pega um busão e me mata. A quel e a
Allis me matam via internet hauhauhaha


Bjundas da preguiçosa e demorada Tammy =D


Ah e eu jah ia me esquecendo... O "B" do meu cadastro não é de Black...u.u' É de "Bárbara". Meu sobrenome.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.