Capítulo 14: Agitação em Hogwa

O dia amanheceu cinzento e com cara de chuva,que só veio próximo ao horário do almoço. Uma certa ruiva caminhava apressada para o salão principal,quando trombou em alguém.
- Ai!
- Desculpa,eu...- Mas parou ao constatar em quem havia esbarrado. – Ah,você.
- Não olha por anda,pobretona?
- Cala a boca,Malfoy!
- Tsc,tsc,tsc...mandando um Malfoy calar a boca! Que feio,Weasley. Será que sua família não conseguiu nem mesmo te dar educação?
Gina estava da cor dos cabelos,tamanha sua raiva.
- Você não tem nada a ver com a minha família,Malfoy!
- Ah. Mas é lógico que não! Imagina o que iam falar de mim se me vissem com uma...
- Uma o que,hein?
- Uma sem classe,como você. Sabe,minha imagem estaria seriamente com...- Mas o loiro não chegou a completar a frase,pois Gina deu-lhe um tapa no rosto,deixando a marca perfeita de seus cinco dedos.
- Vou ensiná-la a não “brincar” com um Malfoy! – Draco segurou a ruiva pelo braço,pois ela já havia retomado seu caminho.
- Me solta,Malfoy!
- Espere um momento,Weasley.
O loiro foi até uma sala de aula vazia,ouvindo os gritos de Gina, abriu a porta,entrou e a trancou.
- Cala a boca,Weasley! Ninguém vai te ouvir!
A ruiva cansara de lutar para que o loiro a soltasse e perguntou :
- O que quer, Malfoy?
Sua resposta veio com uma azaração. A menina levitou até o teto,com roupas de palhaço e depois caiu no chão,com baque surdo.(n.a.: Gente as únicas azarações que conheço são: aquela de sair sabão da boca da pessoa e a que a Mione faz no quinto livro.Existe mais alguma? )
- Isso, sua pobretona, é pra não aprender a mexer mais com um Malfoy. – Dizendo isso o loiro saiu da sala.
Mesa da grifinória,no almoço...
- Gente,alguém viu a Gina?
- Não,mas acho que ela deve ter se atrasado com alguma coisa. Você sabe como a Gina é,Juh.
- É,Mione.Mas ela ta demorando demais.
Harry,que estava ao lado de Rony e de frente para Pâmela,encarou a garota,que devorava um livro,apoiado na jarra de suco de abóbora. Logo,a loira notou e o fitou,ficando levemente corada.
Julyanna já fazia um discurso dramático de como algum sonserino havia azarado sua amiga,ou talvez a seqüestrado ou talvez...
- Gente,vou subir.Preciso terminar de ler esse capítulo. – A morena disse,no intuito de se “livrar” de Harry,mas...
- Eu vou com você. Er...eu tenho que terminar uns deveres também.
A morena levantou e passou perto da mesa da Lufa-Lufa,e pôde notar um olhar nada bom vindo de lá. Abaixou a cabeça. Assim que saíram do salão principal,e estavam longe dos murmúrios, Pâmela parou de andar,fazendo com que Harry parasse na sua frente.
- Harry,dá pra parar com isso?
- Isso o que?
- Você ta me paquerando ou o que?
- Pâmela,eu só...bem,eu não a estou paquerando. “Não,ainda.” Pensou o moreno.
- Não. – Respondeu a outra com ironia.
- Pâmela,eu só queria conversar a sós com você.
Entraram na comunal,praticamente vazia aquela hora,mas os poucos alunos nem prestaram atenção ao casal,que acabara de chegar. Pâmela sentou-se onde sempre sentava,num sofá,próximo a lareira e Harry fez o mesmo,sentando-se ao seu lado. A morena o encarou :
- Harry, eu tenho namorado,sabe?
Harry deu uma risada irônica.
- Eu sei,Pâmela. Mas eu só quero conversar.
- Eu já sei a resposta,mas não custa nada. Você quer conversar sobre o que?
- Sobre a Gina. – Pâmela o encarou,incrédula. Ouvira mesmo aquilo? Oh,céus! Por que sua intuição lhe dizia que essa conversa ia tomar outro rumo? Justamente aquele que não queria.
- Vocês brigaram?
- Não. Na verdade,fizemos as pazes.
- Que bom,Harry. – A morena voltou os olhos para seu livro de runas antigas.
- Mas o problema é que eu...bem,eu não a amo realmente,sabe? Não estou apaixonado por ela.Gosto dela sim,gosto muito. Mas acho que isso ta mais pra amizade. Acho que foi até por isso que fiquei com a Natalie.
Pâmela mal podia acreditar em seus ouvidos e pôde se ouvir perguntando :
- Você fez o que?
- Ah,Pam,vai dizer que não sabia que eu havia “traído” a Gina.
- Sabia sim,mas com a Natalie?
- É.Eu sei. Ela é uma sonserina,mas é que na hora eu não pen...
- Ela é uma serpente,isso sim! Mas a cada dia que passa,você me surpreende mais,Harry Potter. – A loira disse o encarando.
- Eu? Mas por que? – Harry foi se aproximando novamente de Pâmela. A morena o encarou :
- Harry,primeiro você e a Gina,que por sinal é minha amiga,ficam,depois você fica com a Natalie e agora...- Ela parou de falar,percebendo a situação em se colocara. E se Gina chegasse? E se ela visse? E se Michael descobrisse? Demorou tanto para conseguir namorá-lo,não podia simplesmente por tudo a perder por conta do...Potter. Porém,quando se deu conta,já estava beijando-o ardentemente. Por que não sentia essa sensação ao beijar Michael? Por que quando estava a sós com o Potter,sentia bem, sentia-se protegida? Milhões de perguntas passaram por sua cabeça durante aquele beijo. Abriu os olhos.
- Que foi?
- Eu,eu...ah,deixa pra lá.
- Tem certeza de que não quer me contar o que aconteceu?
- Eu...tenho. Olha Harry,eu tenho um namorado que...
- Não ama.
- Como é que é?
- Se você realmente o amasse não teria permitido que eu a beijasse,teria? – Harry a fitava de uma maneira que a morena passou a achar que era extremamente incômoda,mas não podia negar que ele tinha razão. Não amava realmente Michael.Se apaixonara por ele e agora...agora,ela não sabia o que fazer.
- É Harry,você tem razão. Mas e a Gina? O que vai ser dela se começarmos a namorar?
Harry deu um sorriso sincero e feliz.
- Bom,ela vai ter que aceitar a situação,porque eu to..
- Não é tão fácil quanto parece,Potter. – Pâmela voltou os olhos para seu livro,mas um pensamento a incomodou. – Você não poderia estar apaixonado por mim,poderia Potter?
- É,Pâmela,eu...bem,sim.Eu poderia,mas na verdade,eu estou apaixonado por você.
- E a Gina?
- Bem,eu...
- Você se apaixonou por ela e agora me diz que está na mesma situação,só que a pessoa dessa vez,sou eu.
- Com você é diferente,Pâmela.Eu te amo.
A morena o encarou,piscando algumas vezes.
- Potter,amor é um sentimento muito profundo e bonito pra ser dito assim,sem mais nem menos,sabe?
- Sei. E eu descobri isso,porque eu nunca senti isso por garota alguma,como sinto por você. – A menina ficou pasma. E notou que o moreno falava a verdade. O conhecia bem,já descobrira que expressão ele fazia ao mentir.
- Uau! Você me deixou sem fala,Potter.
- Me chama de Harry,por favor. Somos amigos,não somos?
- Acho que somos mais que isso,mas não tenho certeza,Harry. Tem a Gina e além dela,tem o Michael. Não sei como falar pra ele que eu...- O encarou.Realmente amava Harry Potter ou estaria apenas apaixonada por ele? E se seu coração estivesse apenas lhe pregando uma peça? Se bem,que não parecia bem isso.
- Que você...- Harry a incentivou a continuar.
- Olha,eu não tenho certeza dos meus sentimentos,assim como você,Harry. Eu to confusa. Confesso que não esperava por essa declaração,mas eu vou pensar sobre essa nova situação e a gente conversa depois,tudo bem?
- Claro.
- E,Potter..er..Harry,será que poderia me fazer um favor?
- O que você quiser,Pâm.
- Se você realmente me ama como diz e me quer ao seu lado,termina com a Gina.
- Mas isso não é fácil.
- Ninguém disse que seria,Potter.
O sinal para o início das aulas da tarde tocou e os dois saíram da comunal.
Caminhava para a comunal,quando o encontrou,sentado no chão,olhando para uma carta. Ao se aproximar,notou que havia chorado,pois havia manchas no papel em que o garoto segurava. Pareceu não ter notado sua presença.
- Oi. – Disse a menina se sentando ao lado dele,que finalmente pareceu ter notado sua presença ali.
- Oi. – Respondeu,dando um sorriso amarelo,um sorriso falso. Ela notou.
- O que aconteceu?
- O pior que poderia ter acontecido desde que a mamãe morreu. – Respondeu o garoto de maneira sombria.
- O.k.,você ta me assustando. O que realmente aconteceu?
A encarou. Não conseguiu evitar que uma lágrima escorresse por seu rosto.
- Eu recebi uma carta daquele idiota que se autodenomina pai. – Abaixou o olhar para o papel em sua mão.
A menina o chamou pelo nome.
- Você sabe muito bem o que penso dele.
- O diz a carta,maninho? – O garoto a encarou.
- Ele quer que passemos o Natal com ele. Mas eu não to com vontade de fazer isso.
- Mas,se ele pediu é porque quer nos ver.
- Só se for você,porque eu não vou.
- Ele é nosso pai. Por mais que vocês tenham suas desavenças,ele ainda se preocupa conosco.
- Desavenças? – Repetiu ele irônico.
- É,desavenças sim.
- Você ainda é muito ingênua,maninha. Como acha que arrumo esses machucados?
- Eu sei que acha que ele é um monstro,mas poxa,tem gente aqui que não tem nem pai nem mãe. E pior : não tem ninguém que se preocupe com eles.
- Pois que queria ser uma dessas pessoas.
- Não diga besteiras. – A garota parou de falar ao notar que seu irmão chorava desesperadamente. O abraçou e o confortou. – Quer que eu responda a carta?
Ele a encarou.
- Quer?
- Tudo bem.
- Então,eu vou dizer que estaremos lá no Natal,o.k.?
- Você estará,maninha. Eu vou passar o Natal por aqui mesmo.
- Ficou maluco?
- Não. Mas não vou aturar mais esse filho da puta que diz ser nosso pai!
- Eu sei que você tem um ódio enorme dele,mas ele continua sendo nosso pai,sabe?
- Nunca senti tanta falta da mamãe como agora.
- Eu também,mas ele é bom pra nós. – O menino a encarou. Ela resolveu mudar de assunto. – Posso ler a carta?
- Claro. Se você quiser ir,tudo bem também.
- Eu não vou.
- Não precisa se prender a mim.
- Não to me prendendo.
- Não. – Ele respondeu com ironia.
Depois do jantar,enquanto faziam os deveres,um certo alguém disse,ou melhor uma certa ruiva :
- O Snap é um ditador!!!
- Um...o que?
- D-I-T-A-D-O-R,Pâmela!
- E por quê?
- Porque,Mione querida do meu coração,ele me deu detenção!!!
- Só por isso ele é ditador?
- Não,né,Harry. Ele deu detenção a mim,porque...
- Você e a Gina estavam conversando o tempo todo durante a aula e quando ele chamou sua atenção,você o chamou de Bush,dizendo que a semelhança entre os dois era incrível. E mais umas coisinhas também.
- O chamou de que?
- Bush. Ele é o presidente dos Estados Unidos,Rony. O nome dele é George W.Bush.
- Não acredito que fez isso,Juh.
- Pode acreditar,Mione. Da Gina ele só descontou os pontos,que é o normal vindo dele e a Julyanna ganhou uma detenção.
- Gente,é muito
- Idiota,isso sim! Ele não passa de um ditador sanguinário sedento por vingança ou morte ou...
- Cala a boca,Julyanna! – Os amigos gritaram em coro.
- Não vou fazer detenção. Eu não posso fazer detenção!!!
- Claro que pode!
- Você mereceu.
No meio da “confusão”,Gina aproveitou o momento e perguntou pra Pâmela :
- Você e Harry tem alguma coisa?
A morena encarou a amiga.
- Não,Gina. Porque?
- Pode falar a verdade,Pâm,não vou ficar chateada.
- Ai,Gina. Promete?
- Prometo.
- Ele me beijou. Duas vezes.Mas eu disse que não quero saber,porque vocês estão juntos,mas mesmo assim ele insistiu.E tem o Michael também,né?
- Hum. Eu sabia.
- Como?!
- É,eu desconfiava,sabe? O Harry não era mais o mesmo.
- Ai,Gina. Não sei nem o que te falar. Eu...
- Ta apaixonada por ele. Tudo bem,Pâmela. Eu entendo.
- Mas nossa relação muda,isso é óbvio. Eu não posso simplesmente ficar com o Harry,porque ele é...
- Ele ficou com a Natalie. Olha Pâm,a gente tentou,sabe? Mas não deu certo.- Disse a ruiva já com os olhos marejados.
- Mas você queria que desse, não queria?
- É claro,né Pâm! Eu sou apaixonada por ele desde o primeiro ano! – Gina falou com a voz embargada,juntou suas coisas e saiu exasperada da mesa em que os amigos estudavam.
Os olhares de Pâmela e Harry cruzaram.A morena voltou sua atenção para os deveres.
- Ta vendo,Mione? Até a Gina ficou rancorosa com o Snap! – Julyanna provou risos entre os amigos ao dizer aquilo. Olhou para Pâmela,que terminava o dever de transfiguração.Olhou para Harry que a fitava apaixonadamente. Até babava por ela.
- Vou atrás dela.
- Deixa,Mione.
- Pâmela!!! Ela ta mal e eu quero...
- Te conto depois,pode ser?
- Pode.
A ruiva J entendeu a situação na hora,mas ao invés de dizer algo que somente os dois entendessem,disse:
- Vamos fazer uma manifestação!
- Uma o que?! – Perguntaram Mione e Pâmela em coro.
- Manifestação.Passeata. Contra as aulas do Snap.Contra ele.Ah,gente qual é? Ninguém aqui vai me ajudar nisso?
- Eu ajudo. – Rony foi o primeiro a aderir ao movimento.
- Eu também.
- Mione?
- Tudo bem,vai.
- Pâm?
- Não. Nem pensar! Eu sou monitora e não vou participar disso.
- O Rony e a Mione também são.
Pâmela fuzilou Harry com o olhar. O moreno ficou sem-graça.
- Ah,Pâm. O Harry tem razão,sabia? Os dois monitores do grupo estão participando! Por favor,Pâm...- Julyanna foi até a amiga e ajoelhou.
- Juh, pára. Tem gente olhando. – Disse Pâmela,tentando levantar a amiga.
- Diz que você ta dentro,please.
- Não. Não estou dentro.
- Você é obstáculo a liberdade de expressão!
- Mas eu não vou fazer isso! Desiste!
- Você é um obstáculo á liberdade de expressão,Pâmela Smith! – Julyanna encarou a amiga e sibilou : “Eu sei de você e do Harry.”
- Ta bom, ta bom. Eu participo.
- êêê!!! Eu te amo Pâmela!

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