Voltando a antiga casa dos Pot




Quem diria? O mundo com certeza dá voltas e voltas. Depois de tantos acontecimentos... De tantos conflitos e de tantas mortes, lá estava eu no lugar onde tudo começou. A casa cheia de poeira e de retratos me trazia varias lembranças... Lembranças de tempos felizes que não voltariam mais, lembranças de pessoas inesquecíveis que eu jamais voltaria a ver, lembranças de uma vida que tinha tudo para ser perfeita e que se tornou um inferno. Não sei se essas lembranças são reais... Mas acredito que sim. É difícil você lembrar com clareza de algo acontecido há muito tempo. Lá estava eu novamente na casa de Thiago e Lilian Potter... Meus falecidos pais.

- Não deve ser fácil pra você voltar aqui...

Virei-me para a porta e sorri. Ela veio em minha direção e me abraçou. Apesar de saber de todos os riscos que correria vindo comigo, ela estava ali, pra me apoiar e ajudar e eu de certa forma me sentia feliz por isso. Parte de mim receava pelo pior, mas sabia que acontecesse o que fosse nós estaríamos juntos e assim de certa forma felizes. Por mais que a presença dela me trouxesse alegria, isso não diminuía a enorme preocupação que sentia.

- Realmente não é fácil... Principalmente nas circunstancias atuais. Mas a saudade é a menor das minhas preocupações no momento. Temo por você, temo por meus amigos e por todo o mundo bruxo. Depende de mim o futuro de milhares de pessoas.

- Eu sei... Mas acredite... Nós vamos ganhar essa. Ahh Harry um dia estaremos livres dele pra sempre... Poderemos ser só eu e você sem absolutamente nada entre nós.

- Eu tenho sonhado com esse dia todas as noites Gina... Mas cada dia fica mais difícil ver um final feliz nessa história.

- Temos que ser confiantes... Tudo vai dar certo temos muitas pessoas do nosso lado. Pessoas que confiam em nós e que se juntaram a nós por livre e espontânea vontade e não por uma maldição.

- Tomara que tenha razão...

- Vai ver que eu tenho... Bom, parece que preciso dar um jeito nessa casa.

Gina tirou a varinha do bolso e começou seu trabalho... Eu me sentei em frente à lareira observando o fogo atentamente. As chamas dançavam a minha frente me fazendo viajar em pensamentos. Pensamentos bons, pensamentos ruins, coisas que aconteceram e algumas que podem acontecer.

Tirei do meu bolso uma caixinha com um anel. A abri e fiquei observando a jóia por alguns instantes. Estava determinado a pedir Ginny em casamento. Só não sabia ao certo se era melhor esperar ate que terminasse a guerra. Tinha medo que ela corresse ainda mais risco com isso.

- Senhor Potter o que tem aí? – Perguntou-me adentrando a sala.

- Er... Nada... – Respondi sem jeito – Mas agora é Sr Potter é? Sabe que não gosto quando usa formalidades comigo.

- Me desculpe... HARRY! Agora será que você poderia ir para um outro cômodo para eu limpar aí?

- Ah Claro. Eu acho que vou dar uma volta...

Ela me deu um casaco e me abraçou.

- Se agasalhe bem. Está um tanto frio lá fora.

Eu sorri

- Pode deixar. Não se preocupe.

Beijei seus lábios e sai.

O dia estava úmido e gelado. Como da ultima vez que ele retornou. Na rua não se via uma pessoa sequer, todos estavam em suas casas onde se sentiam mais protegidos. Quanta responsabilidade... Assustava-me a perspectiva de perder... De decepcionar todos, de morrer como um fracassado.

Caminhava a passos largos no anoitecer daquela tarde onde tudo parecia calmo e sereno. Fui abordado por um menininho. Ele sorria abertamente para mim. Entregou-me um exemplar do profeta diário e uma pena.

-É uma noticia sobre você. Saiu semana passada e eu guardei – disse-me animado. - Assina pra mim?

- Claro! – Respondi sorrindo de volta para o garotinho. – Qual é seu nome?

- Harry. Minha mãe confia muito em você... Todos nós confiamos. Ela deu meu nome de Harry como homenagem.

Fiquei sem jeito com a informação... Então aquele simpático menino levava o meu nome? Eu não era Digno dessa homenagem.

- Para... Meu amigo... E Xará... Harry. Com muito carinho... Harry Potter. – Entreguei o exemplar para ele e ia seguir meu passeio quando sua mãe apareceu.

- Eu mal posso acreditar que seja você. – Ela me abraçou emocionada. – Eu e toda a minha família confiamos na sua competência... Sabemos que em breve estaremos livres pra sempre de Você-sabe-quem. Meu filho de quatro anos é a prova disso. Poderia tirar uma foto com ele?

-Er... Claro – Respondi sem jeito... Aquelas pessoas confiavam em mim... Não podia desapontá-las.

Posei para a foto e em seguida assinei-a. Despedi-me e continuei meu passeio. Caminhei por meio de uma praça, respirando o ar puro do fim da tarde. A imagem do pequeno Harry e de sua mãe não saiam de minha cabeça. Cada segundo que passava ficava mais evidente que eu não poderia perder, não poderia deixar todas aquelas pessoas que depositaram todas as suas esperanças em mim nas mãos de Voldemort. Eu teria de vencer a qualquer custo.

Olhei para o céu... Estava escuro. Já havia demorado demais nesse passeio. Gina estava sozinha em casa e nas atuais circunstancias era perigoso demais. Apressei meus passos tentando chegar o mais rápido possível.

Entrei em casa e levei um susto. Estava tudo revirado. Meu amado Merlin o que havia acontecido ali. Revirei ainda mais a casa atrás de Gina, procurei em cada canto, mas foi inútil. A haviam levado.

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