o Suborno



Capitulo Onze:
O Suborno

Se Monstro pôde escapar de um lago cheio de inferis, Harry estava confiante que a captura de Mundungo levaria apenas algumas horas no máximo, e ele rondou a casa a manhã toda num estado de muita ansiedade. Porém, Monstro não retornou naquela manhã, nem mesmo na parte da tarde. No começo da noite, Harry se sentiu desesperançado e ansioso, e uma super massa de pão mofado, junto com hermione tentou uma variedade de transfigurações que não deram certo, nada ajudou a aliviar a tensão.
Monstro não voltou no dia seguinte, nem no outro. Porém, dois homens mascarados apareceram na praça na frente do número doze, e eles permaneceram lá a noite toda, olhando na direção da casa que eles não podiam ver.
- Comensais da morte, com certeza - disse Rony, quando ele, Harry e Hermione observavam pelas janelas desenhadas da sala - Acha que eles sabem que estamos aqui?
- Eu não acho que saibam - disse Hermione, enquanto ela olhava apavorada - ou eles não teriam mandado Snape em nossa procura, teriam?
- Você acha que ele esteve aqui e teve a língua presa pelo discurso do Moody? - perguntou Rony
- Sim - disse Hermione - Ou então ele foi capaz de contar como entrar, não foi? Mas eles provavelmente estão vigiando para ver o que fazemos. Eles sabem que a casa é de Harry, afinal de contas!
- Como eles? começou Harry - Testamentos bruxos são abalizados pelo ministério, lembra? Eles iriam saber que Sirius deixou a casa para você!
A presença dos comensais da morte do lado de fora aumentou o medo do lado de dentro no número doze. Eles não tinham ouvido uma palavra de ninguém que estivesse fora do largo Grimmauld. Desde o patrono do Sr. Weasley, e o nervosismo estava à flor da pele. Impaciente e irritadiço, Rony desenvolveu o incômodo hábito de brincar com o apagueiro em seu bolso. Isso irritou particularmente Hermione, que estava matando o tempo da espera pelo Monstro estudando "Os contos de Beedle o bardo" e não gostou do modo como às luzes ficavam acendendo e apagando.
- Pare com isso! - ela choramingou na trigésima noite dês de a partida de Monstro, quando toda a luz foi sugada da sala novamente.
- Desculpe, desculpe! - disse Rony, acionando o apagueiro e restaurando as luzes - Eu não percebo quê estou fazendo isso!
- Bom você não poderia achar algo útil para fazer?
- Como o que, ler histórias para crianças?
- Dumbledore me deixou esse livro, Rony!
- E ele me deixou o apagueiro, então talvez eu devesse usá-lo!
Sem vontade de presenciar a briga, Harry saiu da sala sem ser notado por nenhum dos dois. Ele desceu as escadas até a cozinha, que ele continuava visitando porque era lá que Monstro mais gostava de aparatar.
No meio do caminho perto do hall, porém, ele ouviu uma batida na porta da frente, e então clicks metálicos e o tilintar da corrente. Cada um dos nervos de seu corpo pareceu ficar alerta: Ele puxou sua varinha, e se escondeu nas sombras junto às cabeças decapitadas dos elfos, e esperou. A porta se abriu: Ele viu um relance da praça lá fora e um homem mascarado entrou no hall e fechou a porta atrás de si. O intruso deu um passo a frente, e a voz de Moody perguntou:
- Severo Snape?
Então a figura de pó se ergueu no final do corredor e correu em direção a ele, brandindo sua mão morta.
- Não fui eu quem te matou, Alvo - disse uma voz baixa.
A maldição se quebrou: a figura de pó explodiu de novo, e era impossível enxergar o visitante através da intensa nuvem de cinzas que ele deixou para trás.
Harry apontou a varinha para o meio dela.
- Não se mova!
Ele tinha se esquecido do retrato da Sra. Black: Ao som do grito dele, as cortinas que escondiam seu quadro se abriram, e ela começou a gritar.
- Mestiços imundos infectando minha casa!
Rony e Hermione vieram tropeçando pelas escadas atrás de Harry, varinhas apontadas, como a dele, para o homem desconhecido de braços levantados no hall barulhento.
- Cessar fogo, sou eu, Remo!
- Oh graças à Deus - disse Hermione fracamente, apontando a sua varinha para a Sra. Black no mesmo instante; com um baque, as cortinas se fecharam e o silencio reinou.
Rony também abaixou sua varinha, mas Harry não.
- Mostre-se! - ele ordenou de volta.
Lupin se moveu para de baixo da luz, mãos na cabeça em sinal de rendição.
- Eu sou Remo Lupin, lobisomem, algumas vezes chamado de aluado, um dos quatro criadores do Mapa do Maroto, casado com Ninfadora, conhecida também como Tonks, e eu te ensinei como produzir um patrono, Harry, que toma a forma de um veado!
- Oh, tudo bem - disse Harry abaixando a varinha, - Mas eu tinha que checar não tinha?
- Falando como o seu ex-professor de defesa contra as artes das trevas, e eu concordo que você tinha que checar. Rony, Hermione, vocês não deveriam abaixar suas varinhas tão rápido!
Eles desceram as escadas seguindo-o. Embrulhado em uma grossa capa de viagem preta, eles os mirou exausto, porém feliz em vê-los.
- Nem sinal de Severo, ainda? - ele perguntou.
- Não - disse Harry - O que está havendo? Estão todos bem?
- Sim - disse Lupin - Mas estamos todos sendo vigiados. Há uma dupla de Comensais da Morte na praça em frente!
- Nós sabemos!
- Eu tive que aparatar bem colado à porta para que eles não me vissem. Tenho certeza de que eles não sabem que você está aqui, ou teriam enviado mais gente; Eles estão espalhados por todos os lugares que possam ter alguma ligação com você, Harry. Vamos descer as escadas, Tenho muitas coisas para lhe contar, e eu quero saber o que aconteceu quando você deixou a rua dos alfeneiros!
Eles adentraram a cozinha, onde Hermione apontou sua varinha para a lareira. Um fogo começou a crepitar instantaneamente. Isso gerou a sensação de aconchego nas paredes de pedra escura, e se refletiu na grande mesa de madeira. Lupin puxou algumas cervejas amanteigadas de dentro de sua capa de viagem, e eles se sentaram.
- Eu estive aqui há três dias, mas eu tinha que checar o que o Comensal da Morte me disse - disse Lupin - Então, vocês vieram para cá depois do casamento?
- Não - disse Harry - Só depois que nós fugimos de uma dupla de Comensais da Morte num café em uma estrada Totenham Court.
- O QUE?
Eles explicaram o que tinha acontecido. Quando terminaram, Lupin olhou perplexo.
- Mas como eles te encontraram tão rápido? É impossível seguir alguém que desaparata, a menos que você agarre a pessoa na hora que ela desaparatar!
- E não parece que eles estavam apenas passeando pela estrada Totenham Court para matar o tempo, parece?
- Nós estávamos pensando. - disse Hermione vagarosamente - Harry poderia ainda ter o trace nele?
- Impossível - disse Lupin. Rony sorriu convencido, e Harry se sentiu muito aliviado - Além de tudo, eles saberiam que o Harry está aqui se ele ainda tivesse o trace nele, não saberiam? Mas eu não consigo entender como eles rastrearam você na estrada Totenham Court, isso é preocupante, realmente preocupante...
Ele pareceu transtornado, mas como Harry estava muito preocupado, aquilo podia esperar.
- Diga-nos o que aconteceu depois que partimos, nós não tivemos notícias desde que o pai de Rony disse que a família estava a salvo!
- Bom Kim nos salvou - disse Lupin - Agradeço a preocupação dele que os convidados do casamento pudessem desaparatar antes dele chegar!
- Eles eram Comensais da Morte ou funcionários do ministério?
- Uma mistura, mas devemos confederá-los a mesma coisa agora - Disse Lupin - Haviam dezenas deles, mas eles não sabiam que você estava Harry. Arthur ouviu um rumor de que eles tentaram torturar Scrimgeour para falar de você, antes de matá-lo; se for verdade, ele não te entregou!
Harry olhou para Rony e Hermione; suas expressões refletiam a mesma mistura de choque e gratidão que ele sentia. Ele nunca gostou muito de Scrimgeour, mas se o que Lupin dizia era verdade, a última coisa que ele fez foi tentar proteger Harry.
- Os Comensais da Morte procuraram Burrow de cima a baixo - Lupin comentou - Eles acharam o fantasma , mas não quiseram chegar perto e então eles interrogaram os que restavam de nós por horas. Eles estavam tentando conseguir informações de você, Harry, mas é claro que ninguém de fora da Ordem sabe que você está aqui! Ao mesmo tempo em que eles estavam acabando com a cerimônia, mais Comensais da Morte estavam arrombando todas as casas de membros da Ordem no país. Sem mortes - acrescentou ele rápido, esclarecendo a questão - mas como você sabe, ele não estava lá, e eles usaram a maldição Cruciatus na família de Tonks. De novo, tentando arrancar onde você estava depois que esteve lá. Eles estão bem, balados, obviamente, mas bem.
- Os Comensais da morte passaram por todas aquelas armadilhas de segurança? - perguntou Harry, se lembrando de como elas foram efetivas quando ele bateu no jardim dos pais de Tonks.
- O que você tem que entender Harry, é que os Comensais da Morte agora têm toda a força do ministério ao lado deles - disse Lupin - Eles conseguiram o poder de agir de forma brutal sem medo de serem identificados como fugitivos. Eles planejaram superar cada mágica de defesa que colocamos contra eles, e uma vez dentro da casa, eles estavam completamente certos do motivo por terem vindo
E eles tem uma desculpa por estarem tentando arrancar notícias sobre o paradeiro de Harry das pessoas? - perguntou Hermione, com uma voz fina.
- Bem - disse Lupin. Ele hesitou, então tirou uma edição do Profeta Diário.
- Aqui- ele disse, estendendo ela sobre a mesa para Harry - Você iria saber mais cedo ou mais tarde de qualquer forma. Esse é o pretexto deles por estarem atrás de você!
Harry desdobrou o papel. Uma imensa fotografia dele cobria toda a primeira página. Ele leu a linha em baixo dela:

Procurado para interrogatório sobre a morte de Alvo Dumbledore
Rony e Hermione deram urros de raiva, mas Harry não disse nada. Ele jogou o jornal fora; ele não queria ler mais: Ele sabia o que iriam dizer. Ninguém além daqueles que estavam no topo da torre no dia em que Dumbledore morreu sabia quem havia realmente o matado, como Rita Skeeter já havia dito para todo o mundo bruxo. Harry havia sido visto fugindo do lugar momentos depois de Dumbledore ter caído.
- Sinto muito Harry - Lupin disse.
- Então os Comensais da Morte tomaram o profeta diário também? perguntou Hermione furiosamente.
Lupin acenou com a cabeça.
- Mas certamente as pessoas percebem o que está havendo?
- A carruagem deslizou silenciosamente - disse Lupin- A versão oficial do assassinato de Scrimgeour é o que ele designou; ele foi re-designado por Pius Thicknesse, que está sob a maldição Imperius.
- Por que Voldemort não se declara ministro da magia? - perguntou Rony.
Lupin riu.
- Ele não precisa. Rony, efetivamente ele é o ministro, mas por que ele se sentaria atrás de uma mesa de ministério? A marionete dele, Thicknesse, esta tomando conta dos negócios do dia-a-dia, deixando Voldemort livre para estender seus poderes para além do ministério. Naturalmente muitas pessoas deduziram o que está havendo: foi uma mudança muito dramática na guarda do ministério nos últimos dias, e muitos estão suspeitando que Voldemort deve estar por trás disso. De qualquer forma, esse é o ponto: eles suspeitam. Eles não confiam uns nos outros, sem saber em quem confiar; eles têm medo de falar, no caso de suas suspeitas serem verdade e suas famílias poderem ser atacadas. Sim, Voldemort está fazendo um jogo muito bom. Declarando ele mesmo como ministro talvez provocasse uma rebelião; Permanecendo mascarado ele gera confusão, incerteza, e medo!
- E essa mudança dramática na guarda do ministério - disse Harry - Envolve colocar o mundo bruxo atrás de mim, ao invés de Voldemort?
- Essa é certamente uma parte disso - disse Lupin - e esse é um truque de mestre. Agora que Dumbledore está morto, você – o garoto que sobreviveu – com certeza seria um símbolo de resistência a Voldemort. Mas sugerindo que você teve culpa na morte de um antigo herói, Voldemort não apenas jogou uma recompensa por sua cabeça, mas também plantou dúvida e medo naqueles muitos que protegeriam você!
- Enquanto isso, o ministério começou a caçar bruxos nascidos trouxa - Lupin apontou para o Profeta Diário - Olhe na página dois!
Hermione virou as páginas com a mesma expressão de desgosto que ela usou quando estavam limpando a sala das artes das trevas.
- Registro de nascidos trouxas! - ela leu revoltada - O ministro da magia está exigindo um exame dos chamados “Nascidos trouxas” para saber como eles vieram a adquirir os poderes mágicos.
“Uma pesquisa recente pesquise feita pelo departamento de mistérios revela que a mágica só pode ser passada de pessoa para pessoa quando os bruxos se reproduzem. Não existem provas de que ancestrais bruxos tenham existido, consequentemente, os nascidos trouxas só podem ter adquirido esse poder por roubo ou força bruta.”
“O ministério está determinado a acabar com os usurpadores de poder mágico, e para esse fim enviou uma convocação para todo nascido trouxa se apresentar parar a recém criada Comissão de Registros de Nascidos Trouxas”.
- As pessoas não deixariam isso acontecer - disse Rony
- Está acontecendo Rony - disse Lupin – “Nascidos trouxas” estão sendo caçados enquanto falamos!
- Mas como eles acham que se poderia “roubar” mágica? - disse Rony - É mental, se houvesse como roubar mágica não haveriam fogos de artifício, haveriam?
- Eu sei - disse Lupin - Mas de qualquer forma, a menos que você possa provar que tem um parente bruxo na família, será considerado como tendo poderes mágicos ilegais e terá que ser punido.
Rony olhou para Hermione, então disse
- E se puros-sangues e mestiços quiserem um nascido trouxa na família? Eu vou dizer a todos que Hermione é minha prima!
Hermione pegou as mãos dele com as suas e segurou-as
- Obrigada Rony, mas eu não poderia deixar você....
- Você não tem escolha - disse Rony firmemente, segurando as mãos dela - Eu vou te ensinar a árvore genealógica da minha família, então você pode responder todas as perguntas sobre ela!
Hermione teve um acesso de risos.
- Rony, enquanto estivermos com Harry Potter, a pessoa mais procurada do país, eu não acho que isso vá importar. Se eu estivesse voltando para a escola isso faria diferença. Quais os planos de Voldemort para Hogwarts? - ela perguntou a Lupin.
- A seleção agora é compulsória por bruxos e bruxas mais novos - ele respondeu - Isso foi anunciado ontem. È uma mudança porque nunca foi obrigatório antes. Claro, todos os bruxos e bruxas na Inglaterra tem sido educados dês de cedo em Hogwarts, mas seus pais tinham o direito de escolher ensina-los em casa ou envia-los para outra escola, se preferirem. Desse jeito, Voldemort vai ter a população bruxa sob sua vigilância dês de tenra idade. E esse é um outro modo de manter longe os nascidos trouxas, porque os estudantes devem ter Status de Sangue – Significa que eles têm que provar ao ministério que eles são descendentes de bruxos – antes que eles sejam autorizados a entrar.
Harry se sentiu enojado e zangado; naquele momento, crianças ansiosas de onze anos de idade estariam comprando montes de livros de magia sem saber que talvez nunca chegassem a ver a escola, talvez eles nunca mais vissem suas famílias novamente.
- Isso é... Isso é... - Ele gaguejou, tentando achar palavras que descrevessem o horror desses pensamentos, mas Lupin disse calmamente:
- Eu sei - Lupin hesitou - Eu vou entender se você não puder confirmar isso Harry, mas a Ordem acredita que Dumbledore te deixou uma missão!
- Ele deixou - Harry respondeu - E Rony e Hermione estão nela comigo e vão vir comigo
- Posso saber que missão é essa?
Harry olhou para aquele rosto prematuramente envelhecido e desejou que pudesse dar uma resposta diferente.
- Eu não posso, Remo, Me desculpe. Se Dumbledore não contou a você, não acho que eu possa
- Eu achei que fosse dizer isso - disse Lupin, olhando desapontado - Mas talvez eu pudesse ser de alguma serventia para você. Você sabe o que eu sou e o que eu posso fazer. Eu poderia ir com você para lhe dar proteção. Não haveria necessidade de me dizer exatamente o que vai acontecer!
Harry hesitou, era uma oferta tentadora, porém como poderiam manter a missão deles em segredo de Lupin se ele estivesse com eles todo o tempo ele não era capaz de imaginar. Hermione, porém, Pareceu bestificada.
- Mas e quanto à Tonks? - ela perguntou.
- O que tem ela? - disse Lupin.
- Bem - disse Hermione franzindo as sobrancelhas - Vocês estão casados! Como ela se sentiria se você fosse embora conosco?
- Tonks estará perfeitamente segura - disse Lupin. -Ela estará na casa dos pais dela!
Havia algo de estranho no fato de Tonks permanecer escondida na casa dos pais, ela era, ainda, um membro da Ordem e pelo que Harry sabia, gostava de se manter em ação.
- Remo - disse Hermione vagarosamente - Está tudo bem... você sabe... entre você e...
- Tudo está perfeitamente bem, obrigado - disse Lupin prontamente.
Hermione ficou rosa. Houve uma outra pausa desconfortável e embaraçosa, e Lupin disse com um tom de quem está se forçando a admitir algo desagradável.
- Tonks está grávida!
- Oh. Que maravilha - Esganiçou-se Hermione.
- Excelente - disse Rony entusiasticamente.
- Parabéns - disse Harry.
Lupin deu um sorriso artificial que pareceu mais uma careta, e então disse:
- Então, aceita minha oferta? Vão três se tornar quatro? Eu não acho que isso desagradaria Dumbledore, ele me nomeou seu professor de Defesa Contra as Artes da Trevas, além de tudo. E eu preciso te dizer que eu acho que nós estamos encarando mágicas que muitos de nós nunca vimos ou imaginamos...
Rony e Hermione olharam juntos para Harry.
- Só... Só para ficar claro - ele disse - Você quer deixar Tonks na casa dos pais dela e ir embora conosco?
- Ela ficará perfeitamente segura lá, eles tomarão conta dela - disse Lupin. Ele disse isso com um ar de maçante monotonia - Harry eu estou certo de que Tiago iria querer que eu ficasse junto você!
- Bem - disse Harry vagarosamente - Eu não estou eu tenho certeza que meu pai iria querer saber por que você não está com o seu próprio filho, na verdade!
O rosto de Lupin perdeu a cor. A temperatura na cozinha deve ter subido uns 10 graus. Rony começou a andar de um lado para o outro da sala como se estivesse tentando se lembrar de algo, enquanto os olhos de Hermione alternavam entre Harry e Lupin.
- Você não entende - disse Lupin finalmente.
- Me explique então disse Harry.
Lupin engoliu em seco.
- Eu... Eu cometi um grave erro ao me casar com Tonks. Eu fiz isso fora de juízo perfeito, e eu tenho lamentado desde então...
- Entendo - disse Harry - Então você vai apenas abandona-la e fugir conosco?
Lupin encarou seus próprios pés; se balançou na cadeira para frente e para trás, e ele os encarou de um modo tão violento que Harry viu, pela primeira vez, a sombra do lobo no rosto humano.
- Você não entende o que eu fiz para a minha mulher e para meu filho? Eu nunca deveria ter me casado com ela, eu fiz dela uma excluída!
Lupin voltou a cadeira para o chão com um baque.
- Você só me viu entre os membros da ordem, ou sob a proteção de Dumbledore em Hogwarts! Você não sabe como o mundo bruxo vê criaturas como eu! Quando eles descobrem o meu problema, eles ficam apavorados e não falam mais comigo! Não vê o que eu fiz? Mesmo a própria família dela está descontente com o nosso casamento, que pais iriam querer que sua única filha casasse com um lobisomem? E a criança... a criança...
Lupin passou as mãos pelos cabelos, e olhou desolado.
- Minha raça não costuma se reproduzir! Ele vai ser como eu, eu estou certo disso... Como eu poderia me perdoar, quando eu posso ter passado o vírus da minha doença para uma criança inocente? E se, por algum milagre, a criança não for como eu, então ela estará melhor, mil vezes melhor, sem um pai que a deixe sempre envergonhada!
- Remo - Sussurrou Hermione, com lágrimas nos olhos - Não diga isso... Como poderia qualquer criança ter vergonha de você?
- Oh, não sei Hermione - disse Harry - Eu estaria com muita vergonha dele!
Harry não sabia de onde a sua raiva estava vindo, mas ela tinha o colocado de pé também. Lupin o encarava como se Harry tivesse batido nele.
- Se o novo ministério acha que nascidos trouxas são ruins - disse Harry - O que irão fazer para um lobisomem mestiço que tem um pai que trabalha para a Ordem? Meu pai morreu tentando proteger minha mãe e a mim, e você acha que ele concordaria com você abandonar seu filho e sair para uma aventura conosco?
- Como... Como você se atreve? - disse Lupin - Isso não é uma questão de desejo por… por perigo ou glória pessoal… como você se atreve a dizer uma coisa assim...
- Eu acho que você está querendo ser um homem corajoso - Harry disse - Está seguindo os passos de Sirius...
- Harry, não! - Hermione choramingou, mas ele continua encarando o rosto branco de Lupin
- Eu não consigo acreditar nisso - disse Harry - O homem que me ensinou a luta contra dementadores... um covarde
Lupin levantou a mão tão rápido que Harry não conseguiu se defender; ele ouviu um soco barulhento e se sentiu voando para trás com a pancada, então bateu contra a parede da cozinha e escorregou para o chão. Ele viu de relance a capa de Lupin desaparecendo pela porta.
- Remo, Remo, volte! - Hermione choramingou, mas Lupin não respondeu. Um Segundo depois eles ouviram a porta da frente bater.
- Harry! - ralhou Hermione - Como você pôde?
- Foi fácil - disse Harry. Ele se levantou, podia sentir uma lâmpada brilhando na cabeça dele onde ela tinha atingido a parede. Ele continuava com tanta raiva que estava tremendo - Não olhe para mim desse jeito! - ele gritou para Hermione...
- Não grite com ela! - gritou Rony.
- Não... não... Nós não devemos brigar! - disse Hermione se colocando entre eles.
- Você não deveria ter dito aquelas basbaquices para o Lupin - disse Rony a Harry.
- Ele mereceu ouvir - disse Harry. Fragmentos de imagens apostavam corrida em sua mente: Sirius caindo pelo véu, Dumbledore caindo da torre, no meio do ar, um flash de luz verde e a voz de sua mãe gritando, implorando misericórdia...
- Pais - disse Harry - Não deveriam nunca deixar seus filhos a menos... a menos que eles sejam obrigados!
- Harry… - disse Hermione, estendendo a mão para consolá-lo, mas ele empurrou a mão dela e saiu, com os olhos no fogo que Hermione havia conjurado. Ele uma vez tinha falado com Lupin de dentro daquela lareira, decepcionado com as ações de seu pai, e Lupin o consolara. Agora o rosto branco e magoado de Lupin pairava no ar em frente a ele. Ele sentiu uma pontada de remorso. Nem Rony nem Hermione estavam falando, mas ele podia senti-los se entreolhando atrás dele, e se comunicando silenciosamente.Ele se virou e os flagrou se afastando rapidamente um do outro:
- Eu sei que não deveria ter o chamado de covarde!
- Não, não devia - disse Rony secamente.
- Mas ele está se comportando como um!
- Mesmo assim... - começou Hermione
- Eu sei - disse Harry - Mas se isso o fazer voltar para Tonks, será melhor, não será? -Ele não podia deixar a súplica fora de sua voz.
Hermione olhou para ele compreensivamente, Rony incerto.Harry olhou para os próprios pés pensando em seu pai. Ele apoiaria Harry no que ele disse a Lupin, ou ficaria bravo pelo como seu filho tratou seu velho amigo?
A cozinha silenciosa parecia vibrar com o choque da cena que abara de se suceder, e com as críticas subentendidas de Rony e Hermione. O profeta Diário que Lupin trouxe continuava sobre a mesa. O próprio rosto de Harry o encarava da primeira página. Ele deu a volta e se sentou, abriu o jornal na mesa, e fingiu lê-lo. Ele não conseguia se concentrar nas palavras; sua mente estava muito cheia por causa do encontro com Lupin. Ele tinha certeza que Rony e Hermione haviam voltado à comunicação silenciosa do outro lado do aposento. Ele virou a página devagar, e o nome de Dumbledore chamou a atenção dele. Foram um ou dois segundos até ele entender o significado da fotografia, que mostrava uma família agrupada.Em baixo da fotografia havia a frase:

A família de Dumbledore, da direita para a esquerda: Alvos, Percival, segurando a recém nascida Ariana, Kendra e Alberfoth.

Aquilo chamou sua atenção, Harry examinou a foto com mais cuidado. O pai de Dumbledore, Percival, era um homem de boa aparência com olhos que pareciam brilhar, mesmo nessa velha fotografia. O bebe, Ariana, era pouco maior que um saco de pão e não muito diferente. A mãe, Kendra, tinha cabelos muito pretos, presos num coque apertado. O rosto dela tinha um olhar fixo.

Harry pensou em fotos de nativo americanos que ele havia visto enquanto ele observava os olhos negros dela, rosto cheio, o nariz reto, formalmente completos com uma gola de seda. Alvo e Aberfoth estavam vestindo casacos de gola de renda e tinham cortes de cabelo idênticos... Alvo parecia alguns anos mais velho, mas fora isso, os dois garotos se pareciam muito, mas isso foi antes de Alvo ter o nariz quebrado, e antes que ele precisasse de óculos. A família parecia feliz, normal, sorrindo serenamente para os leitores do jornal. Os braços pequenos da bebe Ariana se movendo vagamente fora de sua manta. Harry olhou para o título acima da foto:

Fragmento exclusivo da futura biografia de Alvo Dumbledore
Por Rita Skeeter

Pensando que isso talvez o fizesse se sentir pior do que estava, Harry começou a ler:

Orgulhosa e arrogante, Kendra Dumbledore não poderia continuar em Mould-on-the-Wold depois que eu marido Percival foi detido em Azkaban. Por isso ela decidiu mover a família, e se mudar para “Godric’s Hollow, o vilarejo que alguns anos depois seria famoso pelo estranha escapatória de Harry Potter d’Aquele que não deve ser nomeado.
Como Mould-on-the-Wold, Godric’s Hollow era o lar de inúmeras famílias de bruxos, mas como Kendra não conhecia nenhuma delas, ela manteria afastada a curiosidade de outros sobre o crime de seu marido, que ela teria enfrentado no seu vilarejo original. Depois de inúmeras recusas de amizade com seus novos vizinhos, ela logo assegurou que sua família estivesse completamente sozinha.
“Bateu a porta na minha cara quando eu fui até sua casa dar boas vindas com uma forma de bolinhos”, disse Bathilda Bagshot. “O primeiro ano em que eles estiveram lá eu só vi os dois garotos. Não saberia que havia uma menina se não estivesse colhendo Plangetines à luz do luar no inverno em que eles se mudaram, e não tivesse visto Kendra levando Ariana para os jardins de trás. Passeou com ela pela vizinhança, segurando-a firmemente, e então a levou de volta para dentro. Não sabia o que fazer com isso.”
Parece que Kendra pensou que se mudar para Godric’s Hollow era a perfeita oportunidade de esconder Ariana de uma vez por todas, algo que ela provavelmente planejou por anos. O tempo era insignificante. Ariana tinha apenas sete anos de idade quando ela sumiu de vista, e sete é A idade que os bruxos mais inteligente acham que a mágica vai se revelar se existente. Ninguém ainda se lembra de Ariana ter dado algum mísero sinal de possuir poderes mágicos. Parece claro, então, que Kendra decidiu manter em segredo a existência da filha do que admitir que ela houvesse produzido um aborto. Se mudando para longe dos amigos e vizinhos que conheciam Ariana e, é claro, aprisionando ela em casa. O pequeno número de pessoas que sabia da existência de Ariana era confiável para manter o segredo, inclusive os dois irmãos dela, que fugiam de perguntas relativas à irmã com a resposta ensinada pela mãe: “Minha irmã é muito nova para escola”.

Semana que vem: Dumbledore em Hogwarts – Prêmios e Recompensas

Harry estava errado: o que ele leu realmente fez ele se sentir pior. Ele olhou de novo para a fotografia da família aparentemente feliz. Isso poderia ser verdade? Como ele poderia descobrir? Ele queria ir para Godric’s Hollow, mesmo que Bathilda não estivesse em perfeito estado para conversar com ele; ele queria visitar o lugar onde Dumbledore perdera entes queridos. Ele estava pegando o jornal, para perguntar a opinião de Rony e Hermione, quando um ruído barulhento ecoou pela cozinha.
Pela primeira vez em três dias Harry havia se esquecido de Monstro. Seu primeiro pensamento foi de que Lupin havia voltado, e por um segundo, ele não acreditou na massa de trapos amassados que apareceu bem ao lado de sua cadeira. Ele afastou seus pés quando Monstro se revelou e, fazendo uma reverencia para Harry, crocitou:
- Monstro retornou com o ladrão do Mundungo Fletcher, mestre!
Mundungo cambaleou e puxou sua varinha; Hermione, porém, era rápida de mais para ele:
- Expelliarmus!
A varinha de Mundungo foi arremessada no ar, e Hermione a pegou. De olhos arregalados, Mundungo tentou fugir pelas escadas. Rony o agarrou e ele atingiu o chão de pedra com um baque seco.
- O que? - ele questionou, lutando para se livrar de Rony - O que eu fiz? Mandando um maldito elfo doméstico atrás de mim; o que você acha que eu fiz? Deixe me ir! Deixe me ir ou...
- Você não está em posição de fazer ameaças - disse Harry.
Ele jogou o jornal de lado, cruzou a cozinha em poucos passos e se ajoelhou em frente à Mundungo, que parou de lutar e pareceu apavorado. Rony se levantou cambaleando e observou Harry apontar sua varinha diretamente para o nariz de Mundungo. Mundungo e suas vestes estavam fedendo a suor e cigarro, seu cabelo estava embaraçado e suas vestes estavam manchadas.
- Monstro pede desculpas pela demora mestre - crocitou o elfo - Monstro sabe como foi difícil, teve que procurar em todos os buracos e esconderijos, mas capturou-o por fim!
- Você fez muito bem, Monstro. - disse Harry, e o elfo se curvou - Certo, nós temos algumas perguntas para você - Disse Harry a Mundungo, que começou a gritar.
- Eu entrei em pânico, ok? Eu nunca quis seguir em frente. Sem ofensas cara, mas eu nunca me fui voluntário para morrer por você. E ele estava sangrando, Você-sabe-quem veio voando até mim, qualquer um teria dado o fora de lá. Eu disse o tempo todo que não queria fazer isso...
- Para a sua informação, nenhum dos outros desaparatou - Disse Hermione.
- Bem, vocês são um bando de Heróis então, não são?Mas eu nunca fingi que estava disposto a me sacrificar...
- Nós não estamos interessados na razão de você ter fugido de Olho-Tonto - disse Harry, colocando sua varinha um pouco mais perto dos olhos injetados de Mondongos - Nós sempre soubemos que você era um irrecuperável monte de merda!
- Bem, então por que diabos eu estou sendo interrogado por vocês? Ou isso é por causa daqueles cálices de novo? Eu na sei como você poderia reavê-los...
- Isso não é por causa dos cálices também, você está me irritando - disse Harry - Cale a boca e escute!
Era maravilhoso ter alguma coisa para fazer, alguém de quem eles pudessem extrair num pouco de verdade. A varinha de Harry estava tão perto do nariz de Mundungo que ele tinha ficado vesgo tentando mantê-la em vista.
- Quando você limpou essa casa de tudo o que pudesse ser valioso - Harry começou, mas Mundungo interrompeu de novo.
- Sirius nunca ligou para nada daquele lixo...
Ouviram o som de pés se movendo rápido, um barulho de metal tinindo, um baque seco e um grito de agonia; Monstro havia corrido até Mundungo e bateu na cabeça dele com uma caçarola.
- Diga para ele parar! Diga para ele parar! Ele deveria ser trancado!
Monstro levantou a panela de ferro de novo.
- Monstro, não! - gritou Harry.
Os braços magros de Monstro tremiam com o peso da panela, que ele mantinha levantada.
- Só mais uma mestre Harry, pra finalizar?
Rony riu.
- Nós precisamos dele consciente, Monstro, mas se precisarmos persuadi-lo você pode fazer as honras - disse Harry.
- Muito obrigada mestre - Disse Monstro com uma reverencia, e se colocou a pouca distancia, com seus olhos de bola de golfe fixos em Mundungo com repulsão.
- Quando você limpou essa casa de tudo de valor que você pode pegar - Harry começou de novo - Você pegou um monte de coisas que estavam guardadas na despensa. Havia um medalhão entre elas - A boca de Harry ficou repentinamente seca; ele podia sentir a tensão e excitação de Rony e Hermione também - O que você fez com ele?
- Por que? - perguntou Mundungus - É valioso?
- Você ainda o tem! - choramingou Hermione.
- Não, ele não tem - disse Rony secamente - Ele está se perguntando se poderia ter pedido mais dinheiro por ele.
- Mais? - disse Mundungus - Isso não seria realmente difícil... Eu dei embora não foi? Não tive escolha.
- O que quer dizer?
- Eu estava vendendo no Beco Diagonal ela veio até mim e me perguntou se eu tinha uma licença para vender artefatos mágicos. Maldita fiscal. Ela ia me prender, mas ela me deu um galeão pelo medalhão e disse que ia me deixar ir aquele dia, e para eu me considerar com sorte.
- Quem era essa mulher? - perguntou Harry.
- Eu acho que alguma funcionária do ministério!
Mundungus pensou por um momento, de testa franzida. -
Mulher baixa. Laço no alto do cabelo. Ele franziu testa de novo e acrescentou - parecia um sapo!
Harry abaixou a varinha, ela bateu no nariz de Mundungus e lançou faíscas vermelhas nas sobrancelhas dele, que começaram a queimar.
- Aguamenti! - gritou Hermione, e um jato de água saiu de sua varinha, engolindo, embarcando e afogando Mundungus.
Harry olhou e viu seu próprio choque refletido nos rostos de Rony e Hermione. As cicatrizes nas costas de sua mão direita pareceram estar formigando novamente.

Traducao: Mafia dos Livros
Revisao: Felipe






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