Pensamentos de uma Noiva

Nervosa. Era assim que eu, Gina Wesley, me sentia. Afinal, era o dia do meu casamento! Eu ando de um lado para outro pensando onde estaria Hermione que nunca chegava com as flores.
Havia dispensado minha mãe e todas aquelas tias chatas que insistiam em me arrumar, afinal, todas queriam ajudar a noiva daquele que derrotou você-sabe-quem. Mas não, deixei bem claro que só Hermione poderia me ajudar, ela saberia como me maquiar e arrumar meus cabelos. Mesmo vendo a tristeza de minha mãe fiquei irredutível, afinal, nada poderia estragar a noite que eu me tornaria a Senhora Potter.
Sentei sem paciência na cama... Hermione disse que só ia pegar as flores que ia colocar em meu cabelo... E isso já fazia mais de 10 minutos! Garanto que encontrou Rony pelo caminho.
Distrai-me olhando a lingerie que iria colocar por baixo do vestido... Branca com rendas, comprada especialmente pelo Harry, dizendo que ele mesmo queria escolher a peça que iria tirar de mim depois.
Ri pensando nessa frase saindo dos lábios dele. Todos o tinham como um Auror em ascensão e nunca como um homem. Essa parte de Harry só eu conhecia.
Eu mesma pensei durante muito tempo que todo mundo era mais importante para ele do que a mim, principalmente logo depois da queda de você-sabe-quem, porque ele andou semanas sem ser visto por ninguém aqui da Toca. Ele, Rony e Hermione! Ficaram fugindo de tudo que é maneira do Profeta, do Ministério... De tudo. Tudo que eles queriam era sossego e paz. Papai assumiu a responsabilidade de contar a comunidade bruxa da derrota de Voldemort, e outros membros da Ordem ficaram encarregados dos corpos tanto dos Amigos quanto dos Comensais. Foram semanas complicadas... O Trio se sumiu no mundo e Papai, um dos únicos que sabia onde eles estavam, não contou a ninguém, dizia que “Depois de uma tarefa Árdua nada melhor que ninguém na cola deles. Eles merecem descanso...”
E eu? Logo depois de ser insultada por praticamente de toda família por não ter ficado em casa, ou até mesmo na Sala Precisa, fazendo questão de me lembrar todo dia que eu podia ter tido um destino igual de Fred, não tive tempo para pensar. Dezenas de enterros, despedidas... Minha casa não para mais quieta. Quando pensei ter um minuto de sossego, lá vinha alguém me dizer que tínhamos alguma “tarefa do lar”...
Flash Back

-Não devia ficar com essa cara! A guerra finalmente acabou e não teremos mais que nos preocuparmos se vamos ser assassinados amanhã! Além do mais...
_ Obrigado mãe.
Ela olhou para mim com uma cara de admiração e ao mesmo tempo surpresa.
_Gina?
_Oh mamãe... Você... Você... Aquela Bellatrix...
Senti-me uma estúpida. Não sabia mais como falar com minha mãe direito. Muito menos como agradecer...
_Oh Gin...Gina! – Ela veio e me abraçou – Nunca deixaria aquela... Aquela mulher encostar um dedo em você! Nunca vou cometer o mesmo erro que fiz com Fred... – naquele momento ela já chorava. Senti que ela se sentia culpada pela morte dele e não deixaria nada de mal acontecer a nenhum mais de seus filhos.

**

Voltei à realidade. Olhei e relógio e vi que Hermione já havia se ausentado havia 20 minutos. Levantei-me impaciente e comecei a andar de um lado pra outro no quarto novamente. Estranhei um pouco quando a porta rangeu, então me lembrei que não estava na toca, e sim no Largo, a casa que Harry estava morando atualmente.
_Cheguei! – falou Hermione entrando porta adentro com cara de ter corrido uma maratona.
_Tava na hora né! O que houve? Encontrou meu irmão pelo caminho?
_Na verdade encontrei o Harry! Estava querendo saber como você estava... Pediu até para te ver! Vê se pode... Tive que fugir para apartar da Toca até aqui!
Olhei para Hermione e nós duas rimos juntas.
_Vamos Gina! Já tomou seu banho certo? Vamos arrumar esse cabelo então!
Sentei na cadeira e nem senti direito Hermione começar a lançar feitiços e a movimentar meu cabelo. Estava tão perdida nos meus pensamentos... Sempre sobre ele.
Harry. Como ele, aquele que matou você-sabe-quem, tinha se demonstrado uma pessoa tão afetuosa, mesmo depois daquele ano em que Dumbledore morreu e depois ter finalmente destruído qualquer resto de Voldemort. Eu pensando que ele ia se tornar uma pessoa amarga, sem nem ao menos se lembrar de mim. Mas, depois daquele beijo no seu aniversário, eu tive a certeza que ele não tinha me esquecido! Isso que talvez tenha me feito esperar tanto tempo... E até ter aquele quase ataque de ciúmes com a Cho Chorona. Ri novamente, dessa vez me lembrando quando tempo tive que esperar Harry vir falar comigo...

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