Uma Trégua
Os pés de Rony batiam incessantemente no chão. Estava nervoso, e o ambiente não o relaxava muito pelo contrário...
Rony inspecionou a sala DCAT, com curiosidade, nas prateleiras havia vários frascos de cores transparentes colocados de acordo com o tamanho, da esquerda para a direita, sempre do maior para o menor. Em cada um deles possuía algo diferente do frasco interior. Rony estreitou os olhos, mas a penumbra não o deixou identificar o quê havia dentro deles, mas alguma coisa lhe dizia que coisa boa não era.
Quadros de cidades fantasmas ou criaturas feiosas estavam pendurados na parede adjacente. E bem no canto, uma réplica, pensou Rony, de elfo-Doméstico.
- A arte de empalhar é magnífica, não acha Sr. Weasley?
Um arrepio levantou os pelos da nuca do ruivo, seus olhos arregalaram-se de chofre. Todavia, tomado por um lampejo de coragem disso:
- É doentio.
- Mesmo? Hum, vejamos... sr Weasley fazia fora da cama à essa hora?
- Nada!
“Droga”, pensou. Rony tinha respondido rápido demais, ele sabia disso... suas mãos que descansavam em suas pernas agitadas. Ficou naquela posição por alguns segundos, então, de relance, viu Newsttat pegar a varinha e sacudi-la suavemente.
Na mesa surgiu um serviço de chá de porcelana branca. Newsttat segurou na asa do bule e serviu chá em ambas as xícaras, e estendeu uma a Rony.
- Um pouco de chá talvez lhe refresque a memória, sr Weasley.
Rony pegou a xícara com as mãos trêmulas, foi por pouco que o conteúdo não derramou na mesa de carvalho professora. Newsttat estudava cada movimento de seu aluno, e sorriu ao vê-lo agir como esperava.
- Não vai beber? - indagou divertida.
- A senhora não vai beber do seu?
- E não deixar meu convidado fazer a honras? Imagine só.
Passou pela gárgula da Mulher Gorda (que a cada vez que o via, lhe dirigia meia dúzia de insultos).
Entrou arfando e com o coração saltando-lhe do peito. Tentou acalmar-se. Sabia que era só uma questão de tempo para que McGonagall irrompesse pela passagem com Newsttat em seu encalço e puni-lo por tenta escapar de uma punição.
Pros diabos tudo isso!, pensou ele, nunca poderia ter ficado lá e ter provado o chá batizado com veritaserum, não mesmo.
- Capaz daquela louca passar um outro trabalho.
- Bem capaz – Céus, havia procurado por ela o dia todo e nada, e agora estava lá e falando com ele.
- Mione – a voz de Rony soou não mais que um sussurro.
- Oi – respondeu nervosa.
- Procurei por você o dia inteirinho! – passou a mão nos cabelos enquanto falava.
Hermione parecia tensa e preocupada, sua aparência estava deplorável, o cabelo desalinhado, e olhos inchados. Havia chorado a cântoros.
E Rony perguntava-se por quê.
– Arrume suas coisas, vamos sair – falou displicente.
- Pra onde? O que há com você?
- Harry... ele foi atrás delas.
Pelo tom e discrição de sua voz Rony compreendeu a que Hermione se referia. As Horcruxes. E então, uma vez mais o ruivo sentiu-se infeliz e abatido.
Se Newsttat o reportou para Mcgonagall, Rony não saberia dizer. Estava a quilômetros de Hogwarts. Num pub em Londres, onde tomaram duas xícaras de um delicioso cappuccino.
- Vai ficar me olhando? – impacientou-se Hermione.
- Desculpe, eu não... Oh, Hermione – Rony colocou a mão na de Hermione e apertou-a. O toque durou apenas alguns segundos, pois a morena recolheu sua mão, constrangida. – que bom que está falando comigo.
- Parece que não tenho alternativa.
- É – foi a única coisa que conseguiu dizer. Sorveu mais um gole da bebida quente e completou: - eu mereço tudo isso! A sua frieza e distanciam...
Calou-se ao ver cair uma lágrima solitária do olho da garota. Mais uma vez a magoara. Sem pretender, mas tinha feito novamente.
Esticou as mãos de dedos largos e secou a lágrima com o polegar, como se aquilo fosse aliviar a dor que havia em seu peito por tê-la feito sofrer.
- Ron...
- Sim?
- Vamos esquecer o que houve da última vez que conversamos – falou baixinho – nós brigarmos é uma coisa, mas você e Harry...
- Entendi.
Pagaram pelas bebidas e deixaram o estabelecimento à procura de um abrigo para pernoitar.
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