Passando dos limites
Nas semanas seguintes, os avisos sobre a excursão a Hogsmeade foram anexados ao mural de recados. Como era de se esperar, a euforia tomou conta daqueles que visitariam o vilarejo pela primeira vez, mas para Rony, Hermione e Harry e outros veteranos isso não trazia o mesmo sentimento. Para o ruivo, o único sentimento que isso lhe causava era preocupação, já que teria um novo teste de aparatação. Uma nova reprovação seria frustrante, toda vez que se lembrava que não tirou licença de aparatação somente por ter deixado meia sobrancelha para trás, ele ficava decepcionado consigo mesmo. O único incentivo para Rony era que Harry faria o teste também.
- Ansioso?
- Não... – mentiu Rony.
Harry arqueou o cenho. Sabia que o amigo estava mentindo, não de maldade, mas justamente por pura ansiedade. Contudo, continuou com os olhos fixos no amigo, ele estava testando-o.
- Ta, eu confesso! Um pouco e nervoso também.
- Ah! É fácil. Só lembrar dos três D’s .
Rony fez uma careta daquelas que se assemelhavam as que ele fazia quando Hermione dizia algo errado sobre Quadribol. Aquele negócio de três D’s: destinação, determinação e deliberação era uma tremenda besteira na opinião do ruivo.
- Fez seu trabalho sobre Varinhas– perguntou a Rony.
- Nem comecei. – disse indiferente.
- O prazo está acabando, cara...
Rony repreendeu o hermionismo de Harry.
- Hmm... E a...
- Pode parar! Não quero falar sobre ela.
Desde a última briga entre Rony e Hermione, eles nunca mais se falaram. Nem para as costumeiras bicadas que trocavam. Mal se olhavam, fingiam que um não existia para o outro. E, Harry mais uma vez estava no meio de tudo! Toda vez que o moreno tentava uma reconciliação entre eles, tanto Rony quanto Hermione se enfurecia para com Harry.
Hogwarts nunca ficou tão chata como agora, nem mesmo na época em que Umbridge esteve à frente da escola. Esses estavam sendo tempos difíceis, se somados a todas as perdas que Harry tivera desde quando entrou em Hogwarts ao fato de não estar com Gina, a ausência do Quadribol e mais, essa situação sua vida resultava em nada mais que tristeza.
*
Terminaram de tomar o café e saíram. Estava abarrotado de terceiro anistas esperando que Filch olhassem suas autorizações, para daí poderem rumar até Hogsmeade.
Rony e Harry prosseguiram um bom tempo, por vezes paravam para desatolar os pés do chão coberto de neve. Chegaram e tiveram que esperar até que fossem chamados para o teste. Harry foi o primeiro a ser chamado, Rony nem teve tempo de ver o amigo aparatar, ele foi chamado em seguida.
Respirou fundo, tentou se acalmar e pegou-se lembrando dos três D’s.
“ Três D’s , faça-me um favor...”
O nervosismo de Rony parecia agora infundado, já que o ruivo passou com êxito nos testes de Aparatação, assim como Harry. Logo após o teste deram uma passadinha ao Três Vassouras, já que os garotos queriam comemorar a faceta.
O Três Vassouras era o pub mais popular de toda Hogsmeade, sem dúvida era o melhor lugar para quem quisesse degustar uma cerveja amanteigada de primeira qualidade.
- Nem acredito que passei! Finalmente posso aparatar... Agora, Fred e Jorge vão parar de pegar no meu pé...
- É verdade. – disse Harry rindo.
- Duas cervejas, certo? - Indagou a proprietária do pub.
Madame Rosmerta tinha boa aparência e por longos anos Rony tivera uma certa quedinha pela mulher. Chegava ao ponto de tentar agradá-la com piadinhas das quais, ninguém ria de tão fracas que eram. Isso sempre deixou o ruivo frustrado, mas hoje Rony não contaria piadas, Ele sequer notou Rosmerta...
- Uísque de fogo. – pediu a ela.
Harry olhou-o intrigado.
- Ta maluco? Beber e depois sair aparatando por ai até esquecer a cabeça? – brincou Harry.
- É verdade Weasley. – intrometeu-se a mulher, pois esta tinha levado a sério o comentário de Harry.
- Rony, eu sou o Rony! – corrigiu o ruivo.
- Desculpe... É que são tantos Weasley que...
- VAI ME CHAMAR DE POBRE, É ISSO?
Rony perdeu a cabeça, estourou na frente de todos os que estavam frequentando o Três Vassouras naquele momento.
- Calma, Rony. – interveio Harry.
- Eu não... – Madame Rosmerta se desesperou, olhava para Rony e depois para Harry e em seguida para os ali presentes. Ela não sabia o que fazer e sentia um certo arrependimento quanto ao comentário que fez ao garoto. Afinal, ela não pretendia aborrecê-lo.
- TÃO OLHANDO O QUÊ? Vamos! BEBAM...seus futriqueiros.
Rony estava trêmulo, suas orelhas e faces escarlates como sangue, parecia que toda a raiva que acumulara durante anos, principalmente nos últimos meses e dias veio à tona.
- Vamos embora...
- Não! Eu sou cliente eu tenho dinheiro. EU TENHO COMO PAGAR... OLHEM – disse tirando algumas moedas do bolso e as depositou em cima da mesa em que estavam, depois disso sentou-se todo marrento. Rosmerta assustada saiu para pegar as bebidas. A coitada estava trêmula. Não entendia o que acabara de acontecer.
Harry balançou a cabeça reprovando a atitude do ruivo.
- O que é você também?
- Nada... Não falo nada para você. Já é adulto deve saber o que faz...
- Sei sim.
- Certo.
Nada estava certo! A espera das bebidas pareceu ter durado séculos. O silêncio ainda reinava no estabelecimento. Os consumidores do local olhavam Rony com certa cautela. Não era de se estranhar. Afinal, Rony tinha um ar insano, uma loucura em seus olhos. Harry também se assustou com a reação do amigo. E o pior que Rony não enxergava que tinha passado dos limites.
- Você foi grosso... – Harry tentou quebrar o silêncio, mas desistiu de continuar a frase. Rony o fuzilava com o olhar.
Depois de algum tempo, Madame Rosmerta apareceu trazendo as bebidas em uma bandeja. Os olhos dela estavam vermelhos, indício de que teria chorado e muito.
Harry sentiu pena dela, a mulher provavelmente já se sentia culpada pela morte de Dumbledore. Tudo bem que ela estava sobre o feitiço imperius, mesmo sendo manipulada por tal feitiço a culpa não a deixava em paz. O moreno se solidarizou. Rony definitivamente tinha pisado na goles.
Harry olhava como se esperasse o amigo dizer alguma coisa sobre o que tinha feito, mas Rony nada disse.
Rony virou o copo de uma só vez! A bebida o invadiu deixando-o mais aquecido. O uísque passou feito um balaço em sua corrente sanguínea e chegou com tanta rapidez que nem mesmo colocara o copo na mesa se sentiu tonto. Não feliz com o resultado pediu uma outra dose.
- Vamos voltar...
- Não! – disse a gargalhadas. – Eu tenho muito que comemorar...
Harry aproximou-se mais de Rony olhou em volta e disse entre os dentes:
- Você está sendo ridículo. – Harry cansou daquela situação, aquela tarde nada parecia com uma comemoração, a realidade estava bem longe disso. O ambiente estava pesado e bem constrangedor.
O semblante do ruivo mudou de imediato, olhava o amigo com certa raiva.
- Ridículo? EU? – fez uma pausa e logo continuou: - Você que é ridículo. Gina lhe ama e você não ta nem aí. Deve ser porque ela é uma Weasley, uma pobre... Não serve para o Menino Que Sobreviveu! O famoso Harry Potter.
Rony não percebeu que o seu tom de voz ultrapassou o limite da discrição. Todos ali tinham ouvido tudo que ele dissera.
Todos o olhavam surpresos, enquanto Harry fervia por inteiro, sentia vontade de bater, descontar os insultos em Rony, nunca pensou que o ruivo falaria tal coisa a ele.
Os segundos pareciam ter sido congelados. Harry tinha o punho cerrado e Rony o enfrentava com o olhar. O moreno fez menção de desferir um soco contra Rony, mas conteve-se, respirou fundo, abaixou o punho e saiu do Três vassouras deixando sua bebida ali, deixando Rony para trás.
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N/A:
Carlam,
Querida fico feliz que gostou^^
Medo da briga? Bom, ta ai alguns resultados nem foram tão ruins assim :p
Bom, acontecerá muitas coisas, algumas que ficaram faltando ai na história mas que trarei antes do fim da fic^^
Bjos!
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