Reflexos no Espelho



Nome da SongFic: Reflexos no Espelho Música utilizada: Esquilo Não Samba – Móveis Coloniais de Acaju Autora: Viviane Azevedo Casal: Nenhum Spoilers: Informações do 6° livro da série Sinopse: Após fugir de Hogwarts Snape reflete sobre seus últimos atos. Agradecimentos: Obrigada a J.K.Rowling pelos personagens maravilhosos, a Carol por ter me apresentado essa banda que virou um novo vício meu, e ao meu querido Luís que betou a songfic e tem muita paciência comigo.
Disclaimer: Os personagens são da maravilhosa J.K.Rowling,eu não quero e nem vou ganhar nenhum dinheiro com essa fic.A música é da banda Móveis Coloniais de Acaju.

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REFLEXOS NO ESPELHO

Ainda podia sentir o gosto de sangue em sua boca. As pernas trêmulas por causa da adrenalina que corria em suas veias. Certificou-se que ninguém havia os seguido e trancou a porta. Não tinha outro lugar para ir, então pensou em ir para o lugar mais óbvio, sua própria casa.
Olhou pela janela embaçada, a rua parecia calma, como se nada tivesse acontecido. Lavou bem o rosto e limpou os pequenos cortes, nada de grave, apenas alguns arranhões. No meio da confusão só tinha conseguido apanhar Draco pelo colarinho, que agora descansava serenamente em seu sofá.

Snape olhou-se fixamente no espelho, esperando achar respostas para o crime que tinha acabado de cometer. Estava perdido em seu próprio jogo de espião duplo. Fixou os olhos em suas próprias pupilas refletidas, e por instantes teve a impressão de ver um lampejo dourado percorrendo seus próprios olhos. Mas devia ser o cansaço de uma batalha que independente de seus resultados já considerava perdida.
Muito prazer
Eu sou você amanhã
Só não me apresentei antes
Por medo de te desmotivar


A sombra daqueles olhos azuis penetrantes ainda estava na sua cabeça. Tinha acabado de assassinar a sangue frio a única pessoa que talvez ainda se importasse com sua vida. ”Ninguém pode servir a dois senhores.” Essa frase não parava de martelar em sua mente, vez após vez.

Eu sei que é triste
Mas não se deixe abalar
Terás dias bons
Cujo número eu posso contar


Não se arrependia do que tinha feito, apenas agiu como homem e cumpriu seu destino. Não era primeira vez que tirava uma vida, e tampouco seria a última vez, aquela maldita guerra estava apenas começando. Por fim teve que escolher seu lado. Não o lado que gostaria, mas o lado que precisou escolher.


Sentiu a marca queimando forte em seu braço esquerdo, mais nítida do que nunca. Receberia todas as glórias pelo seu feito, mas não desejava ser festejado de forma alguma. Não por aquele ato. Aquele não.

Não vou mentir
Na sua média você será
Medíocre
Não vou mentir
Não sua média você será...


Sentiu uma lágrima tentando sair do olho esquerdo. ”Homem não chora”. Os baques dos socos do pai nunca o fizeram esquecer disso. O som daquela voz ainda era bastante nítida e dolorosa de se ouvir. Ouviu um breve suspiro. Draco se mexia inquieto no sofá, talvez tendo algum pesadelo.


Mediocridade
Eu sei o quanto eu sinto saudade
Mediocridade
Eu sei o quanto eu sinto saudade

Do tempo em que eu me achava esperto
do tempo em que eu esperava dar certo
Do tempo em que eu me achava



Mil explicações se passaram na sua cabeça, justificativas para si mesmo. Dumbledore era um grande homem, isso ninguém poderia negar nunca. Não havia gloria nenhuma em aparecer nos livros como o homem que matou o maior bruxo de todos os tempos. Até porque tinha certeza que nunca veria tal fato, ninguém o perdoaria e ele seria caçado impiedosamente.


Não quero te iludir
Não quero te enganar
Não quero te iludir

Você está
Desperdiçando o que era pouco
Muito pouco, quase nada
E está para acabar
Acabar.


Fechou os olhos e engoliu seco. O importante é que Draco estava a salvo e devia protegê-lo da ordem e dos próprios Comensais, ele tinha falhado e sofreria as conseqüências por isso. Precisava mandar uma carta para Narcissa,ela também corria perigo.


Teve a impressão de ver o reflexo no espelho lhe sorrir e ouvir a voz suave de Dumbledore. ”Ficará tudo bem”.

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