Primeiros Amores
– Então foi por isso que a boca do James tava ferida? Você mordeu a boca dele? – pergunta uma Louis surpresa para uma Lily já cansada. As três tinham voltado da festa a mais ou menos uma hora, já estavam prontas para dormir, mas nem Louis nem Roberta deixariam Lily dormir sem contar todos os detalhes do beijo dela com James.
– Claro! Quem ele pensa que é pra me agarrar daquele jeito? – defendeu-se Lilian. Às vezes pensava se aquelas duas a sua frente eram mesmo suas irmãs, ou suas inimigas.
– Por quê? Ele beija mal? – perguntou Roberta, rindo. Lilian joga um travesseiro na cara dela, de cara fechada, e Louis ri.
– Eu não gosto dele! Qual parte do “eu não gosto de James Potter” vocês ainda não entenderam? – pergunta Lilian, gesticulando – Ele é um metido arrogante que acha que pode fazer o que quiser com quem quiser, mas está muito enganado! – bufa de raiva.
– Basicamente a parte do “não”. – responde Louis, ignorando a raiva da irmã.
– Ele roubou o meu primeiro beijo! Poxa, eu achava que teria um primeiro beijo especial, como a Rob teve! Mas não! Aquele imbecil estragou até isso! – diz Lilian, triste. As irmãs param de rir. O quarto fica pesadamente silencioso.
– Bem... Eu vou dormir. Boa noite, meus amores – diz Roberta, levantando-se, dando um beijo na testa das duas e indo para o quarto dela.
Louis lança um olhar de consolo pra irmã, e passa a mão no seu cabelo.
– Você mesma disse que não o beijou... Então, ele não estragou totalmente o seu primeiro beijo – pisca um olho pra ela – Vá dormir, e não pense mais nessa bobagem... Em breve voltamos pra Hogwarts! – sorri, e deita na própria cama. – Boa noite, Lily.
– Boa noite, Lou – responde a ruiva. Por um lado, a gêmea estava certa. Talvez ele não tivesse estragado totalmente o seu primeiro beijo.
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Volta às aulas, enfim. Todos voltavam à rotina de freqüentar aulas, fazer deveres, alguns jogavam quadribol e outros cumpriam detenções... Os dois últimos cumpridos especialmente pelas mesmas pessoas: James Potter e Sirius Black.
Lilian andava evitando qualquer tipo de contato com James, e o garoto parecia ter “esquecido” ela também, o que a deixava até aliviada. Detestava ser perseguida pelo garoto.
Já sua gêmea se dava bem na companhia dele. Eles conversavam bastante, e ela até o acompanhou em uma de suas travessuras com Sirius e Pedro. Ao contrário deles, não pegava tantas detenções porque conseguia se esconder nos locais mais próximos e voltar para a Torre da Grifinória.
Era sexta-feira a noite, e praticamente todos os alunos de Hogwarts já haviam jantado. Lilian e Remus voltavam para a Torre da Grifinória, já que a ruiva queria tirar algumas dúvidas de feitiços com o rapaz. Louis, James, Sirius e Pedro saíram juntos da mesa, prontos para aprontar mais uma em algum canto do castelo.
Roberta andava pelos jardins, com as mãos nos bolsos da calça. Já era outono, e fazia um pouco de frio do lado de fora. Ela esperava por Igor, que disse que desejava falar com ela após o jantar. A ruiva olhava pros lados, mas nem sinal do moreno. Esperando não levar um “bolo”, sentou-se perto do lago e ficou olhando para a lula-gigante. Alguém chegou e se sentou ao seu lado.
– Pensativa? – uma voz sussurra próxima do ouvido da ruiva. Ela sorri.
– Estava esperando você, Igor – sorri e dá um selinho nele. – E então? O que você queria falar comigo? – pergunta. A curiosidade Evans já começava a se manifestar.
– Ahn, bem... – gagueja ele. Não esperava a pergunta dela tão cedo. – É que eu queria te perguntar uma coisa...
– Pode perguntar! – responde, sorrindo – Mas se for alguma coisa maldosa, eu não vou responder! – completa.
– Claro que não! – exclama, nervoso. – É que... A gente meio que está junto, certo? – a ruiva o encara, interrogativamente.
– Sim, estamos juntos. – disse, como se aquilo fosse tão óbvio que não merecia ser perguntado.
– Então... Eu estava pensando se... A gente não podia ficar mais junto, sabe? – ele sentia suas faces queimando, mas não dava pra desistir.
– Como assim “mais junto”? – pergunta a ruiva, começando a ficar com medo das intenções do garoto. – Igor, fale logo!
– É que... Você quer namorar comigo?! – pergunta ele, rápido. A ruiva entende e esboça um meio sorriso, achando a situação divertida.
– Não entendi nada que você falou, Igor... Dá pra repetir? – fala a garota, reprimindo o riso.
– Você. Quer. Namorar. Comigo? – pergunta ele novamente, já rubro. Roberta olha docemente, se aproxima e o beija.
– Sim – responde entre o beijo. – É claro que sim – e o beija.
Aquela noite nunca pareceu para eles tão bonita e estrelada. Em lugares distantes do castelo, as outras Evans sorriam, sem saber por quê.
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Roberta e Igor, agora namorados oficialmente, não desgrudavam um do outro. A melhor amiga de Rob, Mih, era a única pessoa que parecia suportar a “melosidade” dos dois. Louis voltou a andar mais com Pietra e a conversar mais com Oliver. Lilian passou a andar sempre com Amy, e vendo pouco as próprias irmãs.
Um dia, no corredor, a loira estava com sua amiga e Oliver passa pelas duas.
– Oi meninas! – diz ele, sorrindo, e recebendo sorrisos amigáveis das duas. Ele olha pra Louis.
– Ló, o que você acha de nós dois fazermos algo nas férias? – pergunta ele. A garota sente os dedos esbranquiçarem e ficarem frios – Somos vizinhos e mal nos vimos nas férias passadas! E quando eu ia na sua casa, você nunca estava... – ele completa. Ela lembra de uns dias que Lilian a carregou para fazer compras com a mãe. Malditas.
– Ahn... Claro que sim, Oliver! – responde a garota, sorrindo e ignorando os olhares e os sorrisinhos de Pietra.
– Então tá certo! Eu passo por lá, e você também pode passar em casa. – sorri, e pisca um olho, o que deixa a garota rubra. – Até mais – ainda sorrindo, segue pelo corredor.
Quando ele já está longe o suficiente, Pietra olha pra amiga e pula nos seus ombros.
– Lou e Oli!! Ai que lindinho!!! – pulando e fazendo Louis pular junto.
– Pietra! Pare com isso! – responde a loira, rindo – Nunca imaginei que ele fosse me chamar pra ir na casa dele! – começa a sorrir largamente, e segurando as mãos de Pietra, começa a dar pulinhos.
– É a sua chance! Veja se dessa vez você faz direito, viu moça?! – retruca Pìetra, risonha.
– Pode deixar! – Louis faz uma continência e pisca um olho. As duas saem, sorridentes, para a Grifinória, passando por James, Sirius, Pedro e Remus.
Os meninos andavam mais uns com os outros, e agora eram mais do que “colegas de Hogsmeade”, eram amigos. Mas algo andava intrigando eles bastante: os sumiços de Remus. Desde o primeiro ano isso acontecia, mas ninguém parecia se importar muito durante isso. A preocupação surgia nas suas voltas: ele voltava cheio de feridas, com aparência doentia e mais frágil do que o comum. Suas desculpas eram bastante esquisitas, que iam desde uma visita a sua mãe até caminhadas na orla da Floresta Proibida.
Lilian era a que achava aquilo ainda mais esquisito, e sempre tentava arrancar alguma confissão dele, mas ele, esperto, nada lhe dizia. Mas ela não iria desistir tão fácil. Passou a observar seu comportamento, estudá-lo de longe. Iria descobrir o que acontecia com seu amigo e, quem sabe, ajudá-lo de alguma maneira.
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Lilian Evans estava na biblioteca, sozinha, rodeada de livros de medicina bruxa. Depois de alguns dias, começou a desconfiar de uma coisa, e à medida que pesquisava, tinha mais certeza. Mas, ainda assim, esperava estar errada... Não por medo dela, mas por causa dele mesmo. Fechou um pesado livro e voltou à torre, pensativa. Olhou por uma janela, segurando o crucifixo que carregava sempre no bolso. O céu estava praticamente sem nuvens e estrelado. Mas a ruiva fitava a lua, que estava bastante bonita, e cheia.
– Meu Deus... Permita que eu esteja errada.
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