Capítulo ùnico
Sobre quem sou e quem quero ser
Draco estava cada vez mais confuso, cursava o seu quinto ano em Hogwarts, e não sabia o que realmente queria. Por hora se lembrava da tradição de sua família: o sangue puro e à tendência às artes das trevas. Mas de um tempo pra cá, ele ficava a se perguntar se era isso que ele realmente queria.
Naquele momento, Draco caminhava pelos arredores da escola, tentando distrair-se. Ele olhava para o céu, buscando algo que não sabia o que era, queria coisas que ainda não tinha descoberto, tinha ambições que antes nunca imaginara ter. Estava se sentindo cada vez mais sozinho, na solidão ficava pairando, sem saber o que pensar e em que acreditar. Perguntava a si próprio se algum dia seria feliz. Seus passos lentos e bem compassados eram a única coisa que se ouvia além do cantar dos pássaros, certamente o frio que estava fazendo não tinha dado vontade a ninguém de sair do aconchego do castelo.
Subia um pequeno morro, queria logo chegar ao topo para descansar sob a paisagem que estava a sua espera. As pedras dificultavam o seu trajeto, tornando-o um pouco árduo e lento. Aos poucos, ele conseguiu chegar lá em cima, mas ao mirar o que lá estava, logo teve um desagrado: Hermione, a sangue-ruim estava sentada apreciando a paisagem, e por milagre, estava sozinha! Draco a enfrentou com os olhos, e a garota nada se intimidou, continuou no mesmo lugar sem mexer um dedo sequer. O garoto, foi para o lado oposto do que Hermione se encontrava, sentou-se a beira de uma árvore, e parou a observar o céu. Estava cheio de nuvens que encobriam o Sol, fazendo daquele dia ainda mais frio. As árvores que avistava pouco se mexiam, não ventava muito. Mas de repente seu olhar pousou sobre algo inesperado, ele estava a observar a garota, que enrolava a ponta dos cabelos. Malfoy, acreditou estar ficando doente, pela primeira vez tinha reparado no quanto a menina era atraente, ela estava usando uma blusa rosa que a beneficiava no decote, e uma calça jeans não muito larga que lhe caia graciosamente. O garoto mandava a si próprio parar de pensar nela, ela não tinha o sangue puro, ele não podia se aproximar! Mas ele andava tão carente, tão perdido, não conseguia parar de mirar a garota, e involuntariamente desejá-la.
Reparou que Hermione estava pensativa, parecia confusa. E por várias vezes o pensamento de se aproximar dela o invadiu, mas conteu-se, e tentou em vão afastar aqueles pensamentos de sua cabeça. Sentia-se tão só, olhava para o nada, enchia-se do nada, vivia só por viver. Mergulhado na solidão, não se conteve olhou novamente para a garota, se levantou e lentamente foi se aproximando...
- Oi, eu errr... podia me sentar aí? – perguntou Draco encabulado.
- Amm, bem, claro. – respondeu a garota ainda mais confusa.
O garoto sentou-se ao lado de Hermione que não estava nada à vontade Eles olhavam na mesma direção, observavam o lindo Sol se pondo. Draco, que não agüentava mais aquela solidão, olhou mais intensamente para a garota e disse:
- Sabe, eu nunca tinha reparado direito em você, acho que pelo fato de não ser de família bruxa e... – e num súbito foi interrompido pela garota.
- É? E eu nunca tinha me dado ao trabalho de reparar em você. Que é um nojento, que só liga se a pessoa tem o “sangue puro”. – falou irritada.
- Bom, eu não quis, ofender – disse se levantando – eu quis dizer que... bem, você está muito bonita hoje.
Hermione se levantou, ajeitou-se, e muito desconfiada tornou a retrucar:
- Err.. Obrigada. Assim você me deixa sem graça....
Draco se levantou, assim como a menina, e ficou a olhar fixamente nos olhos brilhantes dela. Não sabia o que fazer, pela primeira vez tinha se sentido atraído por ela, e talvez isso fosse obra do período sombrio e solitário que estava vivendo. Sem pensar novamente, agarrou-a pela cintura e beijou-a intensamente. Com as bocas unidas, e os corações distante, sentiam apenas atração, mas aproveitavam o momento. Draco a abraçava, e sentia o doce cheiro dela. A garota, que não sabia o que fazer, acariciava os cabelos louros do garoto. Mas quando parou em si, e se deu por conta que tinha se deixado envolver, logo se afastou, e assustada falou:
- Draco, não devíamos ter feito isso, pertencemos a mundos diferentes!- disse encabulada.
- Pra que guardar aqueles ressentimentos antigos? – disse o garoto, não se reconhecendo mais.
- Draco você sabe, é difícil...
Hermione virou-lhe as costas, e se pôs a descer o pequeno morro o mais rápido que pode. Enquanto isso, Draco tocando com a mão seus lábios, ainda intrigado com o que tinha feito e com o que tinha dito, olhava fixamente para o céu, sem acreditar no acontecido. Sua cabeça estava voando, não sabia como tinha sentido aquilo pela garota, tinha desejo de beijá-la novamente, de tê-la em seus braços. Mas logo afastou esses pensamentos de sua mente, tendo consciência de que não se concretizariam. Seu peito, agora um pouco mais feliz e realizado, encheu-se mais ainda de dúvidas, dúvidas sobre quem fora, sobre quem era, quem seria, e principalmente: sobre quem queria ser.
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