Capitulo nove
- Phill Sthepen pode ser culpado por ter dado uma varinha a ela. – comentou Hermione pousando seu copo de chá delicadamente na mesa após um pequeno gole.
- Vamos com calma, certo? Esse não pode ser o motivo central de todo o enigma. – disse olhando através do vidro do pub bruxo em que estávamos observando o movimento fraco da rua deserta em que nos encontrávamos.
Hermione tomou mais um gole de seu chá me observando calmamente.
- Por que não me disse que sabia ler mentes? – indagou.
Eu sorri achando que aquela pergunta já viera tarde.
Contornei meu dedo indicador na boca do copo em que estava bebendo minha famosa cerveja amanteigada da qual eu nunca abria mão.
- Pode não acreditar, mas, me esqueci completamente de te contar. – disse e ela fez uma careta. – Ok, Mione... É que me preocupava com tantas outras coisas quando estava perto de você que quase sempre me esquecia desse mero detalhe. Não que eu não quisesse te contar, muito pelo contrario. Você sabe que eu sempre te conto tudo, ou quase tudo, mas é que quando estou longe de você eu penso “tenho que contar a ela” e quando me aproximo de você são tantas coisas que acabo esquecendo...
- Tudo bem, Harry. Eu entendi. – ela me cortou. – Toquei no assunto porque queria saber se viu algo de importante na mente dela.
- Entrar na mente dela só me trouxe perguntas e mais perguntas, porém não deixou que anteriores fossem respondidas. – tomei um gole da minha cerveja amanteigada e continuei. – Cristie está lhe dando com um ótimo obliviador, certamente um excepcional. Está uma enorme bagunça, repleta de lembranças incompletas e sonhos literalmente esdrúxulos. Alguém está controlando muito bem a mente dela, pondo e repondo lembranças falsas que ela acredita serem verdadeiras. Intrigante, não acha?
Hermione me olhou por uns segundos e eu deduzi que ela estivesse ponderando.
- Por que um obliviador iria querer mexer com uma garotinha?
- Não faço idéia, mas, creio que alguém a está usando para capturar os elfos.
Ela engasgou com o próprio chá.
- Como? Harry, isso não pode ter nada haver com elfos.
- Pense comigo, Mione. – arqueei pra frente. – Cristie Sthepen é a única bruxa da idade dela, deduzo eu, que tem uma varinha e não sabe usá-la. O Ministério não é capaz de capturar qualquer magia vinda daquela varinha, pois ela ainda não recebeu a carta de Hogwarts, certo? – Hermione assentiu com a cabeça. – Ela seria perfeita.
- Para ser usada?
- Certamente que contra a vontade dela, óbvio. Justamente por isso deve estar sendo refletida no espelho. Está cometendo atrocidades que não se lembra pelo simples fato de sua mente ser alterada toda vez que o obliviador lhe invade a mente.
- Ela tem apenas nove anos. Como seria capaz de cometer atrocidades?
Dei de ombros dando mais um gole em minha cerveja amanteigada, voltando a encarar através do vidro a rua que estaria completamente deserta se não fosse por um grupo de bruxos em um certo canto conversando animadamente.
*-/-*
Por que me importaria com qualquer outra coisa tento a visão ampla do céu estrelado que estava tendo naquele momento?
Podia sentir o perfume de Hermione que o vento leve trazia às minhas narinas. Sentia falta de um momento como aquele. De poder deitar na areia de uma praia com a cabeça recostada no braço observando o céu estrelando. Minha melhor amiga ao meu lado sentada distraída desenhando na areia.
Ir de madrugada à praia é uma ótima idéia quando se quer relaxar, pensar, e principalmente, quando não se tem nada para fazer. E agora você me diz: “As pessoas costumam dormir de madrugada, sabia?”. Pois eu digo, aprendi a ficar acordado de madrugada no meu sétimo ano. É como disse, aqueles sonhos me atormentavam a cada noite, a cada minuto que tirava de descanso, e como quem costumava me amparar nesses momentos era Hermione, ela, de certa forma, aprendeu a ficar acordada de madrugada também.
Parei de observar o céu e virei o rosto focando Hermione que agora olhava para o mar distante. Comecei a observar os cachos de seus cabelos que esvoaçavam com a brisa. Perguntei-me naquele instante quando os cabelos dela tinham ficado tão bonitos. Passei meus olhos pelo corpo dela que estava coberto por um vestido branco de verão, um “como ela cresceu...” passou pela minha mente. Meus olhos pararam em sua perna... Desviei o olhar rapidamente para o céu. O que estava pretendendo pensar? Ela era somente Hermione! Minha amiga, nada mais. Mas eu nunca havia notado que ela crescera e que estava tão bonita quanto antes. O cotidiano havia feito com que eu não notasse que ela estava crescendo. Aos meus olhos ela era sempre a Hermione de onze anos, mas, parar pra olhá-la agora com mais de vinte anos certamente me trouxe pensamentos muito insanos e eu realmente queria ter me batido naquele momento por ter feito aquilo.
- Vai fazer sol amanhã. – a voz dela me assustou me tirando de uma tremenda guerra mental.
- Desculpe o que disse? – indaguei.
- Disse que vai fazer sol amanhã. – repetiu.
Observei o céu mais atentamente. Realmente estava estrelado, muito estrelado.
- Quer vir à praia?
- Não. Creio que temos coisas mais importantes a resolver. – ela disse ainda olhando o mar.
- Estamos hospedados por tempo indeterminado, Hermione.
- Quero voltar pra casa. – murmurou.
Eu arqueei a sobracelha.
- Como disse? – Me sentei.
- Ah, Harry...
- Quer voltar pra casa? Hermione, olhe isso! – apontei com a cabeça o mar. – É lindo! Olhe o hotel em que estamos? É perfeito! Quer mesmo voltar pra casa?
Ela abaixou a cabeça observando a areia.
- Prometi a Luna que iria a ajudar com as coisas do casamento...
- Ainda falta muito para o casamento de Rony e Luna, Mione.
- Você que pensa!
Levantei-me olhando a minha volta pensando o que fazer.
- Quer saber... – olhei para a água calma da praia. – Vou te fazer querer nunca mais sair daqui! – tirei minha blusa e joguei-a na areia ao lado de Hermione, estendi minha mão pra ela.
- O que está pretendendo fazer? – indagou ela estreitando os olhos para a minha mão que continuava estendida.
- Nunca vai saber se não vier! – disse com um sorriso maroto.
- Eu não gosto desse seu sorriso...
- Pare de besteiras, Mione. – A puxei pelo braço e peguei sua mão a conduzindo para frente.
Ela não relutou até certo ponto, e no caso o certo ponto seria quando ela percebeu que estava me dirigindo à água.
- Eu não quero entrar lá! – ela disse em tom de desespero freando os passos.
- Eu não perguntei se quer ou não. – a puxei com mais força.
- Eu estou de roupa!
- Não reclamou sobre isso quando entramos na banheira do hotel!
- A água não estava gelada! – ela quase gritou tentando soltar o punho que estava envolvido com a minha mão.
- Como pode ter tanta certeza de que ela está gelada? – ela realmente iria relutar e eu ia acabar cedendo, e como Harry Potter não costuma perder a puxei pelo punho e a peguei no colo em meio a um berro de protesto dela.
Eu gargalhava enquanto ela tentava se desvencilhar de mim. Corri até a água e quase desisti quando senti a água gelada bater em meu pé.
Ela se agarrou em meu pescoço logo quando entrei na praia, sua respiração se tornou ofegante e seu olhar apreensivo.
- Não ouse me soltar. – sussurrou olhando a água e agarrando meu pescoço cada vez com mais força.
- Pensei que quisesse que eu fizesse isso há alguns segundos atrás. – disse num tom malandro andando mais para o fundo. – Vai me dizer que tem medo de água?
- Está gelada, Harry! – protestou
- Nisso você tem plena razão! – fiz uma careta e ela estremeceu. Eu ri.
- Você é horrível! – resmungou.
- Ah... – murmurei. – Assim você me ofende. Devia estar se redimindo agora, sabia?
- Muito engraçado você! Agora que já me botou medo pode me levar a areia, por favor!
- Não! – simplesmente disse e caminhei mais um pouco.
A água estava em meu quadril e Hermione agarrava com força meu pescoço, como se aquilo a pudesse salvar de uma jaula de leão prestes a engoli-la viva.
- Ótimo! Aqui é o lugar perfeito pra mim te soltar.
Ela arregalou os olhos.
- Não ouse... – vociferou.
- Ah, ouso sim! – exclamei triunfante. – Agora diga que não quer voltar para casa.
- Agora é a base da chantagem, é? – indagou.
- Diga que não quer voltar pra casa. - repeti.
- Não vai me convencer assim!
- Hermione... – adverti. – Estou tentando ser compreensivo. Diga que não quer voltar pra casa!
- Compreensivo? Não vamos chegar a lugar algum dessa for...
- Como você é teimosa! – exclamei. – Apenas diga que não quer voltar pra casa!
Ela soltou meu pescoço num gesto inconsciente pronta para revidar e eu aproveitei e a soltei. Ela soltou um grito que foi abafado pela água. Gargalhei e logo ela emergiu e me jogou um jato d’água produzido pelo próprio movimento das mãos sobre a superfície da água.
Mergulhei, pois ela não parava de jogar aqueles jatos. Logo emergi como ela, sacudi meus cabelos de um lado para o outro e abri os olhos. Encontrei-a com os braços unidos e as mãos laçadas sendo escondidas pela própria garganta, seus lábios roxos e trêmulos. Sorri e caminhei até ela.
- Você é horrível! Horrível! Horrível! Horrível! – disse batendo o queixo.
- Ah, Mi... – murmurei amorosamente. – Ninguém mandou ser teimosa. – Estendi meus braços e a abracei. Talvez ela não quisesse me abraçar, ou ao menos receber um abraço, mas talvez o frio não a deixava se mover. Meu plano era derrubá-la novamente, mas quando senti a respiração quente dela bater em meu peito a vontade foi de abraçá-la mais forte e eu simplesmente não consegui soltá-la.
Passamos certo tempo assim enquanto eu lutava inutilmente contra mim mesmo querendo soltá-la. Um guincho alto e estridente fez meus músculos contraírem. Hermione percebeu e não ousou se mexer.
- O que foi isso? – ela sussurrou ainda com o rosto escondido em meu peito.
*-/-*
- Querem dizer que... estamos a beira de uma crise? – gaguejou Will a nossa frente.
O velho pub bruxo estava vazio àquela hora da manhã. Mas, o que estávamos fazendo às seis da manhã em um pub?
Tínhamos a chave para tudo. Era somente encaixar a última peça do quebra-cabeça e pronto, meu cofre em Gringotes duplicaria sua quantia e de quebra ainda ganharia um sorriso de ponta a ponta de Hermione. O guincho da praia era de um elfo, um elfo tão jovem quando Dobby. Estava sendo capturado pelo próprio dono. Um garotinho de dez anos, que de pijama empunhando uma varinha que ao menos era sua, soltava maldições imperdoáveis aos ventos, deixando o seu elfo se contorcer com a Maldição Cruciatus ao seu lado.
Pegamos o elfo, assim como o menino. Graças a Hermione conseguimos livrar o elfo do feitiço. Elfos são cheios de frescuras e como disse Hermione a Will, “eles não são como nós, são envoltos por magias da própria espécie. É como uma proteção feita para que a magia que envolve os elfos não desgaste com a idade, isso faz com que tanto a aceitação quando a eliminação de um feitiço sobre um elfo seja mais complexa do que com um bruxo.”. Will ficou impressionado com o conhecimento dela sobre os elfos, e eu feliz, sua reputação estava subindo!
- A beira de uma crise estamos, mas podemos evitá-la – disse.
- Se descobrirmos para onde estão levando os elfos e o que estão fazendo com eles podem acabar com tudo isso. – disse Hermione.
- Sabemos que estão usando crianças. Como viu com o garoto que martirizava o próprio elfo, estava sobre a Maldição Império. Algum obliviador anda modificando a mente de cada criança após a captura do elfo e as devolvendo de volta para sua casa. E elas acham que passaram a noite dormindo. – disse.
- Por que não seguiram o garoto para saber até onde ele levava o elfo? – indagou Will aborrecido.
- Nós íamos fazer isso. – Hermione disse.
- Acontece que o garoto não conseguia domar o elfo. Tanto é que foi parar na praia aos olhos de qualquer trouxa. Se esperássemos o garoto deixaria o elfo escapar. Melhor pegarmos o garoto e revermos sua memória do que perdê-lo seguindo-o.
Will pareceu compreender.
- Entendo... E a tal garota, que disseram agora pouco.
- Ela é apenas mais uma vítima. – disse dando de ombros.
- O avô deu uma varinha a ela. Ela pensa que nunca a usou e está sendo refletida por um Espelho Protetor que há na sala de visitas. – disse Hermione.
- O que está pensando em fazer? – perguntou Will a mim depois de prestar bastante atenção em Hermione.
- Segui-la, é mais que óbvio. Secretamente. Devo frisar que a garotinha não tem culpa alguma.
- Mas o avô deu uma varinha a ela! – insistiu Will.
- Por Deus, Will! – revirei os olhos. – Que pai ou responsável não dá uma varinha a uma criança antes de completar onze anos? Pode ser contra a lei, mas ninguém foi punido por isso até hoje. É uma lei tão relevante, é mais uma recomendação do que uma lei.
Will não protestou ou insistiu.
- Tudo bem quanto a garota. – mudou de assunto ele. – Seria uma ótima segui-la. – ele se levantou. – Bem, devo voltar ao Ministério. O ministro quer uma seleção de aurores na sala dele daqui a uma hora e eu estou aqui. Graças a Deus posso aparatar a longa distância. Estou confiando em vocês, sei que é capaz Harry, não deixe essa crise prosseguir.
Eu assenti com a cabeça. Percebi o valor que ele estava dando ao caso só de ter aparatar até Swanage, algo que não acorre em casos insignificantes, o máximo que faz é mandar uma carta pelo correio coruja e isso se não estiver muito ocupado.
Voltei-me para Hermione quando ouvi a silhueta da porta parar de fazer barulho avisando que Will já havia aparatado do lado de fora do pub.
- Ele te acha inteligente. – disse.
Ela riu.
- Como pode ter certeza, ele ao menos comentou contigo? – disse ela.
- Conheço meu chefe. Ele me treinou ok? – Disse me levantando. – Vamos, estou cansado e ainda temos que bolar como vamos conseguir uma forma de seguir Cristie.
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Malz a demora de novo...
entro no pc soh o tempo de olhar piscar!!
nem dava pra mim vir aki...
eu vim rapidim....
postai pro 6
^^
bjão
COMENTEM!!
=**
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