Capitulo 26 – Uma visita para
Capitulo 26 – Uma visita para Sirius.
Sirius acordou sonolento, e sentindo uma estranha sensação de desconforto. Era algo que ele não conseguia explicar para si mesmo. Apenas uma leve agonia que lhe apertava o coração.
Olhou para o relógio e viu que não passava das dez da manhã, há esta hora Hermione deveria estar indo para sua primeira aula.
Ele se levantou ainda com a cabeça zunindo com uma estranha dor.
E notou que bicuço também dava voltas pelo local inquieto.
Colocou a comida para ele que o ignorou.
- pelo visto não sou apenas eu que esta sem fome e inquieto hoje não é amigo?
Bicuço o olhou com os olhos tristes. Sirius achando que ele estava doente se aproximou mais ainda. E o viu encostar sua cabeça em seu ombro como que o consolando.
Foi quando Sirius compreendeu o que ele sentia...
Não era a primeira vez...
Que essa estranha dor se apoderava de seu coração...
O coração dele parou...
_***Antes do Véu***_
Ele tentou sair do refugio, ele tinha que acha-la, mas seus passos foram interrompidos.
Os olhos azuis de Sirius se espelharam por um momento nos verdes dela.
Aqueles olhos que ele achava que jamais o veria novamente.
Que o trazia lembranças doces e terríveis.
Ele ficou ali paralisado olhando para ela, vendo como que os anos haviam sido gentis para com a mulher que parada a sua frente lhe sorria.
Nada mais havia na mente dele, apenas a pergunta, o que ela fazia ali?
Seu cérebro voltou a funcionar quando a voz límpida e musical dela rompeu o espaço entre eles.
- não vai me convidar para entrar, Joshua?
Sirius estremeceu.
Ela não esperou pela resposta de Sirius, ela nunca esperara antes e não começaria agora, ele pensou. Sirius observou ela passar ao seu lado o perfume de água de chuva e rosas que ele sempre adorara. Ele não sabia como e nem imaginava o porquê dela estar ali.
Ela se sentou na poltrona e como que esperando que Sirius fizesse o mesmo fechou os olhos.
Sirius ainda sentia seu coração apertar e olhou para a porta.
Mas outra vez a voz dela o atraiu.
- não ouse sair por está porta Sirius Black, não gastei horas para encontrá-lo para você não me ouvir.
E ao ver que Sirius ainda estava dividido ela selou a porta com um feitiço.
- agora você terá que conversar comigo, meu caro, ou não está também com saudades?
Sirius andou até a bruxa e se sentou na poltrona a sua frente, os olhares se perdendo um no outro.
- o que você deseja depois de tantos anos Miranda?
Ela sorriu.
Miranda McRiller Hale olhava para o outrora melhor amigo, os anos haviam sidos duros e generosos ao mesmo tempo com Sirius, ele não possuía a outrora beleza estonteante e perfeita, mas ainda havia algo nele que atrai os olhares como sempre, talvez fosse o magnetismo pessoal dele, mas ele ainda era belo e atraente aos olhares mais atentos como antes, ela talvez arriscasse que agora ele era realmente um homem cativante e belo, sem mais o ar de superioridade que tinha, e sim o brilho do amadurecimento que os anos difíceis haviam deixado nele, como que o coroando por sobreviver.
Ele no fim das contas era como Bellatrix.
Ela tentou afastar os pensamentos da terceira parte do seu coração, sua outra melhor amiga, por quem tinha cometido imensos erros e não se arrependia.
Agora ao reencontrar Sirius após mais de quinze anos. Ela sabia.
Tempo demais... Tempo de menos... Havia se passado.
- eu passei os últimos anos tentando imaginar como seria lhe reencontrar, em todas as vezes que eu percorria os corredores frios e desolados de Azkaban eu deseja percorrer mais uma quadra e lhe ver, confesso que entristecida descobri que minha visita havia sido proibida por você...
- aquele lugar, não foi feito para você... – Sirius disse baixinho.
- mas eu sempre estava lá Sirius, mesmo que não estivesse presa fisicamente você deveria saber que ali estava um pedaço meu, aliais dois pedaços meus. Se acha que eu deixaria de ir vê-la você não conhece o significado de uma amizade verdadeira, eu iria até o inferno se isso pudesse aliviar o sofrimento dela...
Sirius abaixou a cabeça sentindo seus olhos queimar de lagrimas não derramadas.
- e como você bem sabe apenas o meu bom nome, quer dizer o nome de meu marido impediu que eu fosse acusada de ser uma comensal da morte afinal, quem seria capaz de chegar em frente a Yago Hale e ousar dizer que sua esposa era uma comensal da morte...
A voz de Miranda tão desprovida de emoção partiu o coração de Sirius.
- era muito mais do que isso Miranda, todos sabiam que você havia sido usado por...
- deixe de ser tolo Sirius! – Miranda olhou para o amigo por um instante antes de completar sua frase. – acha mesmo que Bella me obrigou a fazer algo? Acha mesmo por um momento que Bella conduziu-me pela estrada que eu escolhi?
Sirius olhou pela primeira vez e notou que naqueles olhos verdes fascinantes havia muito mais do que ele imaginava.
- então por quê? Você tinha tudo Miranda!
- é verdade, eu tinha... – Ela suspirou por um momento. Uma mecha de seus cabelos loiros se desprendeu caindo em seu rosto, fazendo uma moldura para a sua pele alva e seus olhos verdes. – eu tinha uma ótima vida, todos caiam aos meus pés, eu era inteligente, vinha de uma família puro sangue, meu melhor amigo não falava mais comigo e minha melhor amiga estava morrendo... – ela tirou a mecha do rosto e observou suas palavras entrarem na mente de Sirius. – mas acho que você se esqueceu de que material eu sou feita, sou feita de trevas assim como você também o é, apenas o que nos difere é que nas trevas habita quem eu amo...
- como assim morrendo? – a mente de Sirius fervilhava, ela estava se referindo a Bella?
- há tantas coisas que você não sabe Sirius, quando você conheceu James e Remus tudo mudou, você agora tinha novos amigos, mais parecidos com você, bons, gentis e grifinórios, e eu já não mais lhe importava não é mesmo, tudo havia mudado.
Sirius piscava e tentava entender o que estava ouvindo.
- isso não é verdade Miranda, você sempre foi querida para mim, jamais esqueci o fato de ter crescido ao seu lado, mas... – Sirius sorriu tristemente. – creio que nos tornamos muito diferentes: você era uma sonserina e eu um grifinório, a vida nos afastou...
- é verdade...
Miranda olhou ao redor e gostou do que viu.
- creio que não foi você que decorou isto aqui, afinal você nunca foi muito bom nisso. – Miranda sorriu um sorriso que parecia nostálgico a Sirius. – sabe ontem eu me lembrei de um dia anos atrás, quando descobri que você estava tendo um caso amoroso com Cissy...
Sirius a olhou sem entender aonde Miranda queria chegar com aquela estranha conversa.
- eu me recordo plenamente que fui imediatamente até Bella e falei sob vocês dois. – Miranda tinha um brilho vago no olhar. – eu disse que possivelmente Cissy conseguiria o que nem eu nem ela havíamos feito, trazer você de volta para o nosso lado, mas ela apenas me olhou e disse que o mal estava feito e que você não voltaria jamais. – ela olhou para Sirius. – e ela se mostrou certa mais uma vez.
Sirius se recostou na poltrona e suspirou pesadamente, ao ler nas entrelinhas o que a antiga amiga de infância havia dito, o desespero que sentia em seu coração aumentava a cada segundo.
- não foi para falar do passado que você veio até aqui não é? – foi apenas neste momento que Sirius percebeu o perigo iminente quem mais saberia e como? E mais uma vez como no passado ela parecia ler sua mente.
- não, não foi meu caro e não se preocupe ninguém que possa lhe ferir sabe deste lugar, eu confesso que ao lhe ver aquele dia na sorveteria eu achei que meus olhos estavam me pregando uma peça, neste ultimo ano eu sempre achei que lhe encontraria um dia por acaso pela rua, mas devo lhe dizer que varias aparências se passaram por minha mente, menos a do jovem Sirius que eu adorava, e mesmo a distancia enquanto você trocava um olhar com a sua ‘namorada’ – ela fez questão de frisar o ‘namorada’. – eu podia notar o sentimento que vocês compartilhavam, e quando você se virou para olhar para minha filha eu vi seus olhos e tive certeza. Eu fiquei ali paralisada e apenas um pensamento se passava em minha mente, “eu preciso falar com ele”, confesso que tentei durante o feriado mil feitiços de busca, e não lhe encontrei, subitamente compreendi que você estava muito bem protegido ou fora do meu alcance. – ela suspirou como se estivesse se recordando de algo. – eu esperei por vocês, minha filha havia dito que ela estudava em hogwarts, eu os vi a noite e lancei um feitiço.
Dizendo isso Miranda foi até o balcão e pegou o casaco que Sirius usara e tirando um minúsculo floco de neve o desintegrou, Sirius reconheceu o feitiço de rastreamento que Bellatrix havia criado, e se sentiu culpado por não ter notado.
- tenho que lhe confessar que apesar de eu já imaginar que era o feitiço Fidelis eu jamais imaginei que Hermione Granger fosse uma bruxa tão formidável, mesmo com o meu feitiço apenas pude descobrir que estava na casa dos gritos, fiquei esperando por uma longa noite até você abrir aquela porta encerrando o feitiço e esperei que você me convidasse, ela se mostrou realmente uma adversária poderosa, Bella gostaria de conhecê-la.
- não se eu puder evitar...
- e chegamos ao real ponto de minha visita.
- você não tem nada a ver com Hermione.
A voz de Sirius sou baixa e Miranda reconheceu o perigo.
- é verdade, mas tenho a ver com você Sirius Black e com tudo o que você esta arriscando, eu quero que você se afaste de Hogwarts, eu desejo que você pare de colocar em risco a vida dessa garota e conseqüentemente de minha filha.
- o que você esta dizendo? – Sirius não conseguia entender a ligação das palavras da bruxa a sua frente.
- acho que os anos na prisão destruíram sua memória. O Lord está vivo Sirius, e enquanto ele viver ele fará tudo para lhe destruir, e se acha que por um momento ele pensaria duas vezes em invadir a escola para pegar a garota você ama, esta sendo tolo, ele pode está fraco, porém já há evidencias da vida dele, e se houver uma batalha ela, minha filha, estará em risco e eu jamais deixarei você arriscar a vida dela, eu lutei muito por ela, para...
Sirius não conseguia desprender o olhar da amiga.
- eu passei meus últimos anos no inferno na terra, e agora você me pede que eu me afaste de tudo o que eu amo?
- você acha que pode protegê-la?
- sim. – Sirius somente naquele instante percebeu que chorava.
Miranda parecia ponderar observando atentamente a face de Sirius, vendo as lágrimas banharem aquele rosto marcado por tantas batalhas e desgraças.
Vendo o mesmo garoto que era apenas um ano mais novo que ela, que corria atrás dela, enquanto ela seguia Bellatrix pelos corredores das mansões Blacks e McRiller, e aquilo partiu algo dentro de seu coração já endurecido pelos longos anos de solidão. Ele ainda era o mesmo homem que ferira sem pensar no passado, e que talvez ferisse novamente naquele futuro...
- faça como quiser Black. – Miranda se levantou. – eu decidi vir até aqui para lhe alertar sob o perigo de suas loucuras, mas você não mudou nada, se afaste de minha filha, se possível nem fale com ela...
Miranda parou na porta e voltou a olhar pela ultima vez o amigo.
- houve uma época em que eu sonhava que pudéssemos voltar a ser o trio de ouro, mas você escolheu o seu caminho eu escolhi o meu...
- que foi seguir com lealdade as trevas e ao seu lord não é?
Sirius sentiu a raiva domina-lo naquele momento. Ele queria dizer tantas coisas a ela, tantas verdades que durante anos ele esperara poder dizer a ela, mas a dor em seu coração e tudo o que ela lhe dizia o deixava sem palavras...
Miranda apenas o ignorou.
- sei que a próxima vez que nos veremos será em um campo de batalha, e saiba que não vacilarei, pois a questão é como você mesmo disse minha lealdade é incondicional, você apenas não percebe á quem ela é devotada.
Miranda fechou a porta e Sirius pode ouvir o barulho suave da aparatação.
Ele ficou olhando para o vazio que ela ocupava por alguns segundo antes de sair correndo.
Seu coração ainda doía...
E se o que ele temia fosse verdade, não haveria por que se preocupar com todas as palavras não ditas...
Ele não teria mais vida para se importar.
_***Antes do Véu***_
E quando ele tentou entrar em Hogwarts pela passagem um grito ecoou por todo o lugar...
A entrada estava bloqueada.
- Hermione!! – Sirius gritou para ninguém ouvi-lo.
Ele tentava pensar desesperadamente, tentando achar um meio de procurá-la. Quando a sensação terminou.
Ele só não conseguia descobrir se era bom ou mal a ausência da sensação...
Fim do capitulo Vinte e Seis.
Vivian Drecco® - Antes do Véu. © 2007
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