único
Hermione não pôde conter o sorriso ao entrar naquele aposento. Olhou em volta, a decoração era perfeita. Agora não precisava mais negar, havia realizado seu sonho. Estava de volta a Hogwarts.
Em pouco mais de um mês um novo ano letivo se iniciaria, porém esse seria o primeiro sem a ameaça de Voldemort.
Mal as provas dos NIEMs foram encerradas a escola foi atacada pelo Lord e seus Comensais. Graças à verdadeira lealdade de Snape eles souberam antecipadamente de todos os planos. Harry já havia destruído todas as Horcruxes e estava preparado. Já sabendo que sua varinha não funcionaria bem contra a do Bruxo das trevas, ele procurou outra forma de derrotar seu inimigo. Com a ajuda do quadro de Dumbledore, das pesquisas de Hermione e de um conturbado treinamento com Snape o rapaz conseguiu aprender um feitiço que permitiu que ele se aproximasse de Voldemort e atravessasse seu coração com a espada de Godrico Griffyndor. O Lord negro foi consumido em chamas após uma explosão. Harry ficou muito ferido, porém nada que um mês de St Mungus não pudesse resolver.
Hoje Hermione Granger podia se considerar uma mulher feliz. A guerra havia acabado, seus amigos estavam vivos e bem, a maioria dos Comensais da Morte estavam mortos ou presos. Remus havia duelado e matado Bellatrix Lestrange durante essa última batalha.
A ex-grifinória sentiu um aperto no coração ao se lembrar de Tonks. A amiga havia sido morta de forma covarde pela tia cerca de um ano antes. Algumas pessoas poderiam dizer que guerra é guerra, mas mesmo nessas circunstancias há atitudes inadmissíveis.
No último ano de Harry em Hogwarts, Remus foi nomeado Diretor da Grifinória e Hermione ganhou o cargo de Monitora-chefe, dessa forma foi fácil estar sempre por perto sem se tornar invasiva. Ela estava preocupada, pois rapidamente percebeu que Remus tentava bloquear todas as boas lembranças de sua vida com Tonks e colocar como seu objetivo de vida a vingança contra a assassina da ex-namorada.
Durante a última batalha Lupin acuou Bellatrix e lhe deu a opção de se render, mas a Comensal disse que jamais e o atacou. Eles duelaram. Hermione estava próxima e viu toda a cena, porém quando ele desferiu seu derradeiro golpe contra a assassina da ex-namorada a Grifinória surpreendeu-se com o brilho de ódio que viu nos olhos dele. E isto a assustou ainda mais quando se deu conta de que aquele brilho emanava dos olhos do tranqüilo e pacato Remus Lupin.
Nas semanas seguintes a esta batalha, ele visitou a ela e aos outros amigos internados em uma ala especial do St Mungus. Para a maioria das pessoas Remus continuava o mesmo, mas ela notou a sutil diferença.
Hermione sentou-se em uma poltrona aconchegante, olhou pensativa a lareira apagada naquele início de tarde de verão. Ela foi a única a vê-lo logo após a morte da amiga, ela emprestou seu ombro para que aquele homem chorasse a perda de seu amor. Ela estava ao lado dele quando ele fraquejou e pensou que não teria coragem de entrar no apartamento onde viveram felizes.
***************************** Flashback *****************************
Com a traição de Snape, Remus não teria mais a Wolfsbane. Ele decidiu que iria para a floresta, assim não colocaria ninguém em risco. Tonks o convenceu a não se afastar, ainda acreditava que sua presença, mesmo que não fosse ao lado dele, era importante. O casal decidiu encantar um quarto sem janelas onde ela o trancou assim que o pôr-do-sol se iniciou. Aquela era sua noite de folga, ela sempre dava um jeito de trocar seus plantões para estar em casa nas noites de lua cheia. Porém foi chamada de urgência e não pôde deixar de responder. Estavam em guerra e ela era necessária.
Os que viram o combate e sobreviveram para contar disseram que os aurores estavam em desvantagem de três para um. Nimphadora lutou como uma verdadeira Grifinória, mas morreu após receber um “Avada Kedavra” pelas costas de sua tia Bellatrix Lestrange.
No dia seguinte à batalha, quando Remus recobrou a consciência e foi avisado do que havia acontecido ele não pôde acreditar, não quis acreditar. Sentou em sua sala e esperou que ela retornasse. Preparou-se para vê-la entrar pela porta, suja, com suas roupas rasgadas, alguns arranhões, mas sorrindo. Ele esperou, mas Nimphadora nunca voltou.
A realidade o atingiu como um aríete e ele se desesperou, nunca mais veria sua Nym. Naquele instante teve certeza do que deveria fazer. Pegou um dos poucos tesouros que lhe restava, aquele guardado a sete chaves, escondido até mesmo dela, e se escondeu na cozinha do Largo Grimmauld nº 12. Resolveu embriagar-se para não perder a coragem de fazer o que sabia que deveria.
Deu um sorriso amargo, precisava de coragem! Ele era um Grifinório, mas nunca teve coragem para fazer o que deveria. Era um covarde, sabia desde sempre que não deveria existir naquele mundo, ele era amaldiçoado, era perigoso, mas nunca teve coragem para por fim em tudo.
Ele já estava ali há várias horas e naquele instante percebeu que a garrafa em suas mãos continha pouco mais de um quarto de Whisky. Sorriu ao pensar que estava chegando o momento. Ele sabia que não a reencontraria, ela era um anjo e ele amaldiçoado. Se realmente existia algum lugar para ir depois da morte o lugar dele não seria o mesmo de Nimphadora.
Estava novamente levando a garrafa à boca quando ouviu a porta da cozinha se abrindo. Naquele momento percebeu o quanto estava bêbado, demorou mais de um minuto para reconhecer quem entrava.
Era Hermione Granger. “Claro” pensou “quem mais seria capaz de deduzir onde eu me esconderia”. Ela falou com ele, e Remus teve que se esforçar para entender e ainda mais para conseguir dizer algo coerente.
-- Professor Lupin! Ah, que bom que o encontrei... – parou assustada.
Remus percebeu que os olhos dela recaíram no revolver largado sobre a mesa. Ele tentou alcançá-lo, mas seus reflexos estavam lentificados pelo excesso de álcool. Hermione sacou a varinha e com um gesto rápido o revolver estava em suas mãos. Antes que ele pudesse protestar ela já abria a arma e retirava a única bala de seu interior, uma bala de prata. Examinou-a e retornou com ela ao lugar. Em um minuto de delirante esperança, Remus achou que ela lhe devolveria o revolver e iria embora, mas ela apenas bateu com a varinha na arma e esta desapareceu. Ele precisou se concentrar para protestar.
-- Hermione, você não tem este direito! Me devolva, agora!
Usou sua voz mais dura, até mesmo grosseira. Queria que ela sentisse medo dele, mas a ação do álcool não permitiu esse efeito. Ela entrou, sentou-se ao lado dele. Remus percebeu que os olhos dela estavam inchados e vermelhos, mas sua expressão era séria.
-- Não vou dizer que sei o que está sentindo. Não sei! O senhor a amava. Mas Tonks era minha amiga e todos estamos sofrendo. Esta não é a solução.
Ele viu que lágrimas corriam pelo rosto dela, Remus não conteve as dele. Ficaram calados por um tempo, ela quebrou o silêncio.
-- Remus – Ele a olhou diretamente, ela esboçou um sorriso triste, apenas para lhe transmitir um pouco de segurança – Tonks não iria querer que você fizesse nenhuma besteira. Ela amava a vida e amava você, não iria querer ver você desistir de tudo. Ela iria querer que você reconstruísse sua vida.
Ele sabia disto, sabia que Nimphadora não iria querer que ele morresse, mas ele estava sofrendo tanto, achava que morreria de tanta dor. Da dor que a falta dela lhe causava. Hermione o abraçou e ele chorou em seu ombro até adormecer.
No dia seguinte quando acordou a primeira coisa que Remus Lupin pensou foi que nunca mais tomaria uma gota sequer de Whisky de fogo. A dor de cabeça era algo de insuportável. A segunda coisa foi que estava em seu quarto na sede da Ordem da Fênix, vestido com as roupas de sair, sem sapatos e não tinha a menor idéia de como havia parado lá.
Em um segundo as lembranças o atropelaram e ele sentiu aquele aperto no coração, seus olhos encheram-se de lágrimas, algumas rolaram por sua face. Mas ele precisava se controlar, precisava sobreviver, nem que fosse apenas para encontrar Bellatrix, devia isto a Nimphadora. Respirou profundamente tentando ser racional. Após um banho rápido desceu para tentar comer algo e pensar no que faria. Não queria voltar para o apartamento em que vivera com ela, sabia que não suportaria ficar lá apenas com suas lembranças. Mas também não tinha para onde ir.
Ao abrir a porta da cozinha foi surpreendido pelo delicioso cheiro de café fresco e ovos mexidos. Olhou para próximo do fogão e Hermione o cumprimentou:
-- Bom dia, Professor – tentou sorrir um pouco, mas seu cansaço era visível. Ele tentou lhe devolver o sorriso apesar de achar que nunca mais conseguiria sorrir novamente.
-- Bom dia. Você parece que não dormiu muito esta noite.
-- É verdade, devo estar com uma cara horrível – Riu. Ele sentou-se e ela trouxe o café, os ovos e umas torradas. – Não tínhamos muitas opções, mas acho que dá para não morrer de fome. – ficaram em silencio, ele o quebrou.
-- Como fui parar no quarto?
-- Oh! – Ela corou levemente. – O senhor dormiu enquanto estávamos aqui na cozinha, achei que deixá-lo aqui seria uma crueldade, então o levei para seu quarto – deu de ombros, como se cuidar de ex-professores bêbados e com tendências suicidas fosse algo que fazia toda semana. Ele sentiu-se muito constrangido, ela continuou a título de explicação – retirei seus sapatos por que não consigo imaginar alguém descansando de sapatos.
Remus estava envergonhado por ter perdido o controle daquela forma. Se ela não tivesse chegado provavelmente ele teria cometido àquela loucura. Descansou a xícara e falou ainda sem encará-la.
-- Me desculpe, Hermione. Não queria que tivesse me visto daquele jeito e também não queria lhe dar trabalho.
-- O que é isso, Professor! – ele olhou e ela sorria sinceramente, sorriso que não alcançava seus olhos tristes – Trabalho nenhum. Amigos são para todas as horas. O senhor precisava de um ombro amigo e aqui estava ele – falou apontando os ombros dela, onde ele havia adormecido na véspera.
-- Bom, se fui elevado ao status de amigo – Tentou sorrir um pouco, ainda sem sucesso – que tal acabarmos com o “Professor” e o “senhor”? – Hermione corou novamente e concordou. – Mais uma coisa, sobre, bem, sobre a arma – ela ficou séria, mas aguardou o que ele queria dizer. – Obrigado por não me deixar.... – ela sorriu.
-- Sem problemas. Ela está bem guardada – ele a olhou um pouco confuso – não vou devolvê-la, mas também não farei nada com ela, ficará comigo até que você decida se desfazer dela – Ele concordou. Seria melhor assim.
Logo após o café, McGonagal apareceu na lareira e convidou Remus para voltar a lecionar DCAT em Hogwarts. Ele aceitou, seria bom voltar à escola e poderia tomar conta de Harry.
Voltou ao apartamento de Nimphadora pela última vez, precisava pegar suas coisas. Ele fraquejou, achou que não teria coragem de entrar novamente naquele lugar que trazia de volta as memórias dos momentos mais felizes de sua vida e também a certeza de que nunca mais a veria.
Hermione estava ao seu lado.
-- Você não está sozinho, Remus. Eu estou com você! – disse segurando uma das mãos dele.
Não ficaram mais do que o tempo necessário para arrumar as malas. Hermione aproveitou e pegou duas fotos da amiga, naquele momento tão doloroso ele não quis guardar essas lembranças, mas ela acreditava que ele se arrependeria.
************************** Fim do Flashback **************************
Após ser liberada do St Mungus Hermione conversou com a Diretora e esta sugeriu que ela acompanhasse alguns professores em suas aulas, ela aceitou imediatamente. DCAT não era uma de suas matérias favoritas, mas Minerva permitiu que ela escolhesse três. Sendo professora auxiliar de Remus ela poderia continuar próxima a ele.
A partir de hoje ela seria estagiária de Hogwarts. Ela suspirou olhando a decoração em vermelho e dourado de seu quarto. Estava feliz em retornar, a escola havia sido sua casa durante sete anos. Aquele era seu lar. No momento, porém, ela tinha algo maior a fazer. Olhou para o alto e disse para o nada.
-- Eu prometi a você amiga! E eu vou cuidar dele!
******************************** Flashback**************************
Poucos dias após a morte do Diretor, houve uma reunião na sede da Ordem da Fênix. Sem Dumbledore tudo estava muito mais complicado. Logo que os membros foram dispensados Hermione, Gina e Tonks subiram para o segundo andar da mansão Black. Remus ficou na cozinha conversando com Arthur e Kingsley. As garotas não deixaram de perceber o breve sorriso trocado pelo casal antes delas subirem. Desde aquela noite na Ala hospitalar de Hogwarts que andavam curiosas sobre esse “envolvimento” entre a auror e o ex-professor.
Assim que fecharam a porta do quarto Gina não conseguiu mais refrear a curiosidade e perguntou:
-- Então Tonks! Conta pra gente desde quando você e o professor estão juntos!
-- Gina! – Hermione a censurou – Que pergunta mais indiscreta!
A auror riu, mas ambas as garotas perceberam que algo a preocupava.
-- É indiscreta mesmo Gina – disse tentando disfarçar – mas não me importo de responder. Nós começamos a namorar alguns meses antes da reconvocação da Ordem da Fênix, e nos separamos pouco depois daquela luta no Departamento de Mistérios.
-- Peraí!! Vocês namoraram enquanto estávamos todos aqui?! – Gina estava muito surpresa. Tonks concordou com um aceno sorrindo – e porque esconderam que estavam juntos?!
-- Só vocês não sabiam. Sua mãe achou que poderíamos ser uma má influência!
-- Como se o Professor Lupin pudesse ser uma má influência para alguém – concluiu Hermione arrumando tranquilamente sua pilha de livros sobre a mesa de estudo.
-- Você diz isso porque não tem idéia de como ele é quando estamos sozinhos! – sorriu fazendo uma cara endiabrada.
-- Tonks! – Hermione deixou cair vários livros no chão com a surpresa do comentário. Gina riu da amiga.
Passaram alguns minutos nos quais Hermione rearrumava sua pilha de livros tentando disfarçar o constrangimento e Gina foi em direção ao banheiro ainda rindo. Tonks assumiu novamente seu ar preocupado e pensativo. Quase não percebeu quando Hermione sentou-se ao seu lado e segurou uma de suas mãos.
-- O que a está acontecendo, Tonks? – perguntou olhando-a um pouco preocupada.
A auror permaneceu calada por mais algum tempo, Hermione apenas aguardou. Gina retornou ao quarto e sentou-se na cama em frente das duas.
-- Tenho medo do que possa acontecer a Remus se algo acontecer a mim – falou de repente, como se temesse perder a coragem de dizer aquelas palavras. Suspirou.
-- Nada vai acontecer a você, Tonks! – Retrucou Gina rapidamente como se aquela frase já tivesse sido repetida tantas vezes que nem precisasse pensar nela para falar.
Hermione, porém, permaneceu quieta. Eles queriam acreditar que a guerra chegaria ao fim e todos ficariam bem. Mas a realidade era que não estavam vivendo um conto-de-fadas, a morte os espreitava em cada esquina, em cada curva, em cada batalha. Era tolo, era infantil acreditar que todos sobreviveriam.
Ela entendia o temor de Tonks, ela mesmo pensava assim. Sabia que ainda tinha muito que viver, muito que aprender. Claro que não queria morrer! Mas não tinha medo da morte, tinha muito mais medo da perda de seus amigos.
Viu algumas lágrimas rolarem pelo rosto da amiga, olhou para Gina que lhe dizia com os olhos que ela devia dizer algo confortador, antes disso, porém, Tonks falou de novo.
-- Remus perdeu todos os seus amigos. Quando nos separamos no ano passado foi porque ele tinha medo que algo acontecesse a mim – as lágrimas correram pela face dela – Tenho medo que ele faça uma besteira caso o pior aconteça comigo.
E pela primeira vez desde que começaram aquela conversa ela olhou para Hermione, segurou a outra mão dela entre as suas.
-- Eu quero muito que essa guerra acabe para que possamos viver felizes, formar uma família, fazer planos para daqui a dez anos, e não para os próximos dois dias, ou duas semanas. – ela suspirou – Mas se algo acontecer a mim gostaria que Remus continuasse a viver e a procurar sua felicidade.
Gina ia novamente dizer que nada iria acontecer a nenhum deles, mas parou ao perceber a intensidade do olhar daquelas duas mulheres.
-- Nós temos que acreditar que tudo dará certo, Tonks. – Hermione falou com uma voz muito séria – Mas se algo acontecer a você, nós cuidaremos de Remus! – Hermione enxugou algumas lágrimas que correram pelo rosto da auror – Não se preocupe, nós nunca o deixaremos só.
Não havia varinhas erguidas, não havia sido dito qualquer feitiço, mas era possível sentir a aura de magia que se formava em torno delas.
Aquilo era uma promessa!
************************** Fim do Flashback **************************
Apenas algumas semanas após aquela conversa Tonks foi assassinada por Bellatrix. Hermione cumpriu sua primeira parte na promessa impedindo que Remus cometesse aquele ato desesperado. Ela passou aquele seu último ano em Hogwarts esperando que ele tivesse uma recaída. Ele não teve, porém ela nunca mais o viu chorando, ou falando sobre Tonks. Remus visitou o túmulo dela algumas vezes, mas sempre para lhe prometer que encontraria sua algoz.
Agora ela voltava a ficar preocupada, ele parecia acreditar que havia atingido seu objetivo. O revolver e a bala de prata ainda estavam com ela. Mas quem garantia que ele não havia adquirido outro? Ela queria muito acreditar que ele tivesse readquirido o gosto pela vida, mas não podia se enganar, o olhar dele após a última batalha era vazio, ele não tinha mais pelo que viver.
Pulou de sua poltrona e decidiu que era hora de procurá-lo, saiu de seu quarto e seguiu pelos corredores tão conhecidos, os aposentos do Diretor da Grifinória ficavam apenas um pouco a frente.
Bateu na porta e após autorização entrou.
-- Boa tarde, Professor!
-- Hermione?! – falou levantando a cabeça para confirmar – Que agradável surpresa! O que a trás de volta a Hogwarts?
Ela o olhou um pouco confusa, mas a curiosidade dele era genuína, assim como a alegria em vê-la.
-- Achei que só a veria na festa surpresa de Harry amanhã! – disse sorrindo e levantando-se deu a volta na mesa indo na direção dela.
-- Remus, Minerva não lhe falou que esse ano você teria um professor auxiliar o acompanhando?!
Ela estava intrigada, havia combinado com a Diretora que os professores que ela iria acompanhar seriam avisados de sua presença antes dela chegar. Não que ela se preocupasse com a recepção de Remus, tinha certeza de que ele a aceitaria sem problemas. Sua preocupação era Snape.
-- Sim Minerva me falou do professor auxiliar que viria, mas... – sorriu surpreso – ela não me disse que seria você! Após a última reunião ela informou a mim, Severo e Vector que esse ano teríamos uma jovem professora que acompanharia nossas aulas, numa espécie de treinamento.
-- Bom isso me deixa um pouco mais tranqüila – sorriu – mas ainda assim é melhor me apresentar ao Professor Snape durante o almoço. Acredito que na frente de todos ele não terá coragem de me azarar. – completou pensativa.
-- Acredito que não! – riu – mas você não deveria se preocupar com ele, Hermione. Severo te deve uma. Se não fosse por sua interferência Harry nunca teria acreditado que ele era um aliado nosso infiltrado entre os comensais.
Ela balançou a mão dizendo que isso era passado e aproximou-se da mesa onde ele estava sentado minutos antes. Apesar da conversa leve e dos sorrisos, ela não havia deixado de perceber que o olhar dele continuava vazio, ele ainda não havia encontrado um novo objetivo para sua vida. E naquele momento isso era o que mais a preocupava. Desviou o olhar para os pergaminhos sobre a mesa.
-- Preparando algo para as aulas? – Perguntou sorrindo.
-- Não!
Hermione arrependeu-se desta indiscrição assim que leu o nome de Nimphadora Tonks escrito nele. E ao mesmo tempo o tom de voz dele a surpreendeu. Ela desviou rapidamente o olhar e viu que ele havia deixado cair sua máscara e assumia um ar triste.
-- Oh! Desculpe Remus! – “sua idiota porque tinha que ser tão bisbilhoteira” recriminou-se mentalmente.
-- Não precisa se desculpar – suspirou fitando a bela tarde ensolarada que entrava pela janela, dando a cena um ar melancólico. Hermione sentiu um aperto no peito. – É que depois de amanhã faz um ano... que ela se foi. – Ela percebeu que ele tentava conter seus sentimentos, impedi-los de vir a tona.
Os olhos dela se encheram de lágrimas, mas ela recusou-se a deixá-las correr.
-- Eu vou levar umas flores... – Ele finalmente olhou-a e ela pode ver sem dúvidas que ele não tinha mais pelo que lutar ou pelo que viver. – e estava escrevendo uma carta. – e aquelas últimas palavras se pareceram muito com uma despedida.
Hermione não se conteve mais, se aproximou e o abraçou. E mais uma vez ela esperou que ele chorasse, mas isto não aconteceu. Pouco depois ele se afastou.
-- Leve as flores Remus, visite Tonks como você tem feito nesse último ano. Conte a ela o que aconteceu. Se você quiser eu irei com você – ele baixou os olhos e balançou a cabeça em uma negação – Mas não leve a carta – ele a olhou com um breve sorriso nos lábios.
-- Eu já cumpri meu objetivo Hermione – falou afastando-se mais dela – Durante esse último ano eu só tive um pensamento: Matar Bellatrix Lestrange. Agora não me importo com mais nada.
Ela arregalou os olhos em grande surpresa. Certo; Ela sabia que ele não estava bem, mas ouvi-lo dizer tão conformado que aquele era o seu destino a fez sentir medo.
-- A carta não é para Tonks! – falou para si.
Ele confirmou a afirmação dela com um breve balançar da cabeça ainda sem olhá-la.
Naquele instante Hermione percebeu o quanto ele havia se afastado, ele estava ali ao alcance de suas mãos, mas nunca esteve tão longe dela e tão próximo do precipício. Alguém teria que agir rápido, segurá-lo arrastá-lo para longe daquele objetivo mórbido. Ela já havia feito isto antes, mas naquele dia, há um ano, ele estava bêbado e desesperado. Havia tomado uma atitude impulsiva. Hoje ele estava sóbrio e resoluto, sua ação era planejada. Ela sabia que um embate com esse Remus não seria fácil. Mas ela tinha que tentar, por ele, pelos amigos que sinceramente amavam Remus e principalmente pela promessa que fizera a Tonks!
-- Isso é muito triste, Remus! – e a voz dela era dura, ele a olhou surpreso, Hermione nunca havia falado assim com ele. – Eu nunca pensei que diria isto a alguém, mas sinto muita pena de você. – os olhos dela brilharam, mas não havia lágrimas.
Ele não queria a pena de ninguém, nunca quis que o considerassem um pobre, um coitado, um infeliz. Aquelas palavras o feriram. E era isto que Hermione queria, ela queria que ele reagisse! Que gritasse com ela. Aquele Remus apático a estava deixando assustada!
-- Eu vou lhe dizer uma coisa – se aproximou dele falando com irritação – A maior preocupação de Tonks era como você ficaria se algo acontecesse a ela.
Ele suspirou e fechou os olhos por alguns segundos, porque Hermione? Porque ela? A ex-aluna sabia fazer as perguntas certas, dar as informações corretas, colocar dúvidas em suas decisões. Porque logo ela tinha que aparecer, ele não queria que nada o desviasse de seu último objetivo.
-- Ela mesmo me disse isso. – continuou percebendo que estava conseguindo penetrar as defesas dele. – Eu fui atrás de você há um ano porque você é importante para nós, mas também porque prometi a ela que cuidaria de você!
Estava novamente muito próxima dele, Remus teve alguma dificuldade para desviar o olhar dela.
-- Eu estava ao seu lado quando você matou Bellatrix, ela não te deu opção! Isso poderia ter sido feito por qualquer um de nós – falou um pouco mais controlada, porém ainda muito séria. – Mas eu não quero, não posso acreditar que você foi reduzido a um sentimento tão mesquinho quanto a vingança. – suspirou. Olhou novamente para ele deixando a emoção aflorar um pouco. – Desistindo de tudo você estará dando vitória para eles, será a prova de que os sentimentos ruins são tão fortes que podem acabar até mesmo com o amor, Remus.
-- Do que está falando Hermione! – ele também estava muito sério – Você não tem o direito de por em dúvida...
-- Você me deu esse direito quando me elevou ao status de amiga – interrompeu-o aumentando o tom de voz. – E não estou questionando o amor que você sentia por Tonks! – O “sentia” o feriu mais que qualquer outra palavra que ela havia dito. – Mas se você ainda amasse Tonks como sempre disse não estaria indo contra tudo o que ela sempre acreditou. – e agora ela estava quase aos gritos. Então parou por alguns segundos. Suspirou – Ela queria que você fosse feliz Remus, acima de tudo, apesar de tudo! – falou bem mais baixo, seus olhos lacrimejando.
-- Eu nunca vou conseguir! – aquelas palavras soaram como o uivo de um lobo ferido aos ouvidos de Hermione. Ele deu as costas a ela e escondeu o rosto nas mãos. Ela sabia que ele chorava e achou que isso era bom.
-- Não será fácil! – falou aproximando-se e tocando-lhe o ombro – Ninguém espera que seja. Você tem o direito de chorar a morte de Tonks todos os dias, todos os meses, todos os anos, mas você não tem o direito de abrir mão da sua vida. Você não pode desistir!
Ele finalmente a olhou, olhos úmidos, cheios de dor, mas ela quase sorriu ao perceber a sombra da dúvida por trás dos orbes cor de mel.
-- Tonks se preocupou com a sua felicidade até o fim. Prove ao mundo que o amor é mais forte que tudo. Dê a ela esse presente, viva a vida de verdade até que chegue a hora de ir ao encontro dela.
Ele suspirou, seus ombros caindo como se carregassem toneladas, a sombra da dúvida aumentando a cada palavra.
-- Não sei se consigo. – falou baixo parecendo muito cansado.
E ela notou a mudança do nunca para o talvez.
-- Viva um dia de cada vez meu amigo e nunca se esqueça: sempre que precisar eu estarei por perto. – Ele concordou com um aceno. Ela saiu em seguida.
Parte II
Andou pensativa pelos corredores ela já havia ganho duas batalhas. Achava que agora talvez tivesse conseguido derrubar parte da muralha que o isolava do mundo, mas ainda estava insegura. Mesmo que estivesse sempre por perto tinha medo de um dia não chegar a tempo.
Um barulho chamou sua atenção, somente nesse momento ela percebeu que havia andado tão distraída que estava em frente ao banheiro dos monitores. Antes que pudesse refrear-se assumiu sua postura de Monitora chefe e entrou.
Tudo parecia dentro do normal, porém o silêncio sufocante fazia com que permanecesse em alerta, apanhou sua varinha e andou lentamente, o eco de seus passos só aumentavam a sensação de perigo. Um farfalhar de vestes a suas costas a fez virar rapidamente.
-- Que susto Professor Snape! – falou baixando a varinha rapidamente e trazendo a mão ao peito para acalmar as batidas aceleradas de seu coração. Rapidamente passou pela sua cabeça que ela talvez estivesse ficando paranóica.
-- Srtª Granger! É interessante notar que velhos hábitos nunca morrem. – comentou displicente.
Ela sentiu a alfinetada, ele a estava chamando de bisbilhoteira! Era só o que faltava! Mas ela não queria começar seu estágio batendo de frente com o sarcástico professor de poções. Suspirou, e já se virando em direção a saída disse:
-- Apenas ouvi um barulho e achei que deveria checar, mas já que o senhor está aqui – deu de ombros – Com a sua Licença.
-- Hermione – ela parou surpresa – o que a está preocupando?!
Ela virou-se lentamente. Como em alguns poucos minutos ele poderia ter percebido algo? Será que a sua apreensão quanto à situação do professor de DCAT era tão óbvia?
-- Venha, vamos conversar em outro lugar. – falou desviando rapidamente o olhar de um canto. Ela assentiu e eles saíram juntos.
Já haviam se afastado um pouco do banheiro dos monitores quando ele finalmente quebrou o silêncio.
-- Não gosto de conversar naquele lugar, lá as paredes tem mais ouvidos do que outras do castelo.
-- Concordo! Vamos aos meus aposentos que estão mais próximos.
Snape concordou com um aceno breve.
-- Bela decoração! – falou assim que entrou, olhando de forma reprovadora as cores vermelha e dourada que predominavam no ambiente.
-- Um presente de boas vindas da Diretora.
Snape bufou em desagrado e ela teve certeza de ouvi-lo dizer “Grifinórios”. Desviou o olhar dele tentando esconder o sorriso.
-- É o Lupin que a preocupa não é? – E ela notou como a voz dele havia tomado uma inflexão de seriedade.
Hermione não tinha idéia de como, mas ele sempre parecia saber de tudo. Aquilo não a surpreendia mais.
-- Sim, é. – olhou para ele, também séria – Achei que depois de um ano Remus estaria mais conformado. Mas como da outra vez, se eu tivesse demorado um pouco mais, talvez fosse tarde. – suspirou olhando pensativa para a lareira apagada.
-- Talvez ele não queira que você chegue a tempo. – ela o olhou surpresa – Você já se perguntou por que quer tanto impedi-lo?
-- Ora Professor! – falou um pouco mais irritada – Posso lhe dar vários motivos... – ele a interrompeu com um gesto.
-- Eu não quero vários, eu quero o verdadeiro!
Ela esperou alguns segundos antes de responder.
-- Porque eu prometi a Tonks! Prometi a ela que cuidaria dele. – respondeu finalmente olhando Snape.
-- Você fez um Voto? – perguntou um tanto surpreso.
-- Não é necessário um Voto. É uma questão de princípios. Eu fiz uma promessa a Tonks e vou cumpri-la!
-- E você acha que está cuidando dele quando o impede de fazer o que ele considera correto? – perguntou calmamente.
-- Claro que sim! – falou surpresa – Eu estou protegendo Remus dele mesmo! – o que Snape estava querendo dizer? Que ela deveria sentar e assistir de camarote, enquanto Remus se matava? – A morte tão cruel de Tonks fez com que ele tentasse esconder os sentimentos bons que sempre existiram nele. Ele passou o último ano tentando não lembrar dos momentos que viveu com ela. Tentando viver apenas com ódio e desejo de vingança. – tentou justificar-se.
-- Mas isto o fez ficar vivo. – deu de ombros.
-- Ele não está vivo! – falou mais alto – Está apenas existindo! Eu vi o vazio nos olhos dele alguns dias depois de matar Bellatrix. Ele acha que o papel dele no mundo está cumprido.
-- E não está?
Aquela frieza dele a estava deixando com raiva, ela queria sacudi-lo, dizer que ele era um crápula. Que ele não tinha o direito de condenar Remus daquela forma.
-- É claro que não! – olhou-o de forma desafiadora – Porque por mais que ele tente negar o coração dele ainda sabe amar! – falou novamente mais alto do que pretendia.
E então ela se ouviu dando a resposta. Parou por alguns segundos pensativa.
-- E eu vi isso hoje – falou para si concluindo o pensamento. – Oh Deus, eu vi a dor no olhar dele. – Ela o fitou, seus olhos cheios de lágrimas.
Snape tinha apenas um discreto elevar de canto de lábio. Com um breve aceno a deixou saber que esse era o motivo certo.
-- Então eu já consegui! – falou sem esconder a alegria.
-- Agora você só precisa mantê-lo próximo daqueles que se importam com ele. Acredite, essa guerra também acabou. – Em um ondular de vestes ele seguiu para o corredor.
-- Obrigada Professor! – disse com sinceridade antes que ele saísse.
-- Pode me chamar de Severo, Hermione. – respondeu com um aceno antes de fechar a porta atrás de si.
A jovem professora sorriu ao perceber que havia conquistado mais um amigo.
Parte III
Remus praticamente não se moveu desde que Hermione deixou sua sala, continuou a olhar pela janela, a tarde ensolarada dando lugar a um lindo pôr-do-sol e agora a uma noite estrelada.
Ele sabia que ela estava certa, Hermione Granger sempre estava certa! Ele estava se achando ridículo, um homem da idade dele sendo chamado à razão por uma garota que não tinha sequer completado vinte anos. Patético! Mas ela não era uma ex-aluna qualquer, era sem favor nenhum a mais brilhante que havia passado por Hogwarts no último século.
Seus pensamentos voaram até a noite seguinte ao enterro de Dumbledore. Ele, apesar dos protestos de Ted Tonks, havia se mudado para a casa da namorada. Ela tentou, mais uma vez, conversar sobre aquele assunto desagradável.
Ele não pôde segurar um sorriso e também mais algumas lágrimas ao se lembrar.
***************************** Flashback *****************************
Tonks estava deitada nos braços dele e acariciava distraidamente seu peito nu. Ele havia acabado de lhe dizer que não iria falar sobre aquele assunto. Havia colocado um braço sobre os olhos e estava decidido a dormir.
-- Eu sei que nada vai acontecer a nenhum de nós – ela falou se apoiando em um cotovelo e olhando para ele – mas se acontecer...
-- Nym! – Falou com um bufo retirando o braço para olhá-la com reprovação – Você está se contradizendo! Nada vai acontecer então não há sobre o que falar!
Ela sentou-se e mordeu o lábio inferior um pouco insegura, e ela ficava adorável assim. Mas ele não iria ceder e não falaria sobre aquele assunto. Não podia nem imaginar a hipótese de não tê-la ao lado dele. Não agora que havia assumido que ela era essencial.
Apenas alguns minutos se passaram, mas para Remus pareceu a eternidade, então ela sorriu e acariciou o rosto dele.
-- Eu só queria ter certeza de que você vai ficar bem, meu amor!
-- E eu vou ficar Nym. – era hora de tentar uma fuga estratégica – Porque eu só preciso de você para isto! E você vai estar sempre comigo não vai? – perguntou já se aproximando dos lábios dela.
E ele acreditava que ela não iria se importar.
-- Claro que vou! – respondeu ofegante por entre os beijos sedutores – Sempre e Para sempre!
**************************** Fim do Flashback************************
Remus achou que haviam encerrado definitivamente aquele assunto, nunca mais se lembrou dele, até aquela tarde. Ele deveria ter desconfiado que Nym recorreria a alguém próximo a eles. E ela não poderia ter escolhido um “guarda-costas” melhor. Aquela sabe-tudo Grifinória era mesmo impossível! Hermione era muito cheia de princípios, jamais deixaria de cumprir uma promessa. Já o havia puxado da beira do precipício por duas vezes. Mas só depois daquela “amigável conversa” é que ele entendeu o que a movia. E agora mais do que nunca ele tinha a certeza de que ela o faria quantas vezes fossem necessárias.
Ela o feriu, mas era disso que ele precisava, um tapa na cara. Ele chegou perto, muito perto de transformar aquele sentimento tão nobre e puro que tinha por Nimphadora em algo sem sentido. Mas agora ele havia voltado a ser o velho Remus Lupin, aquele que apesar de todas as adversidades nunca permitiu que seu coração parasse de amar. E acreditava que enquanto tivesse essa capacidade ela estaria com ele.
Apesar do calor de verão, uma brisa gelada causou-lhe um arrepio e o retirou de seus pensamentos. O vento leve como um sopro acariciou seu rosto e por um segundo ele pensou tê-lo ouvido sussurrar “sempre e para sempre”, mas em seguida afastou a idéia. Suspirou olhando em torno de seus aposentos fracamente iluminados pela tímida luz da lua crescente, fazia muito tempo que Hermione o deixara, conferiu as horas e concluiu que não era tarde o suficiente para uma visita se tornar inconveniente. Apanhou algo em sua escrivaninha e sorriu ao sair de seus aposentos.
Não deixou de notar como os aposentos dela eram próximos aos seus. O fato de Hermione ter sido uma Grifinória era suficiente para justificar a presença dela naquele andar, porém ele sabia que havia sido proposital. Já que ela havia prometido cuidar dele, nada melhor do que ficar por perto.
Bateu na porta e entrou.
-- Remus! – Sorriu receptiva.
-- Sei que está um pouco tarde, mas queria lhe dar um presente. – Sorriu de volta.
-- Nunca é tarde para um amigo! – disse percebendo rapidamente que havia algo diferente nele.
Viu que ele segurava um pergaminho e reconheceu a carta de despedida que ele estava escrevendo mais cedo. Sem hesitar ele a rasgou e jogou os pedaços na lareira.
-- Eu sei que vou sentir muitas saudades dela – falou observado o pergaminho queimar – mas a outra opção é esquecê-la, e isso eu não quero nunca! – sorriu um pouco triste, mas nada semelhante com o Remus melancólico de horas antes.
-- Você não deve mesmo esquecê-la! – Aproximou-se dele e o abraçou.
-- Se era importante para ela, então eu vou continuar vivendo. – falou ainda abraçado. Então suspirou e falou pensativo – Sabe, eu não guardei nenhuma foto de... dela – Ele jamais conseguiria chamá-la novamente de Tonks. E se reservava o direito de usar o apelido carinhoso que havia dado a ela apenas quando estava sozinho.
Hermione sorriu. Afastou-se rapidamente em direção a sua escrivaninha e voltou trazendo duas fotos bruxas da auror.
-- Quanto às fotos eu sabia que um dia você iria se arrepender de não tê-las guardado, por isso eu as peguei. Tome, são suas. – entregou-lhe ambas.
Ele sorriu em uma alegria genuína, e ela emocionou-se em ver o primeiro sorriso verdadeiro dele em mais de um ano.
-- Obrigado Hermione! – disse também emocionado.
-- Pode contar comigo Remus! Sempre e para sempre! – falou segurando as lágrimas segundos antes de abraçá-lo mais uma vez.
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