A Volta
Tiago estava dormindo profundamente em sua cama. Estava tendo um sonho bom, pois tinha um sorriso bobo estampada na face. E de tão profundo que era seu sono, nem ouvia sua mãe chamá-lo centenas de vezes tentando acordá-lo.
- Filho acorda! – a Sra. Potter batia na porta e chamava alto – Tiago! Vamos filho é hora de acordar!
- Mais 5 minutos, mãe – o garoto responde sonolento, antes de cair no sono novamente.
- Mais 5 minutos nada! Se você demorar mais um pouco vai perder o trem para Hogwarts!
O efeito dessa frase foi surpreendente. Só de ouvir que ia perder o trem, Tiago pulou da cama totalmente desperto. O maroto disse que já ia descer para sua mãe e tratou de ver se não esqueceu de colocar alguma coisa na mala.
Depois desceu para tomar o café da manhã e notou que faltava alguém na mesa.
- Mãe, cadê o meu pai? – questionou Tiago curioso. Seu pai sempre estava na cozinha quando o menino descia para tomar café.
- Seu pai foi trabalhar mais cedo. Ele está tendo muito trabalho no escritório.
- Que estranho – falou o menino fazendo pouco caso.
- E por falar em coisas estranhas – começou a Sra. Potter com um sorriso divertido, que sinalizava aquelas “perguntas de mãe” – Com quem você estava sonhando, demorou muito pra te acordar.
- Não estava sonhando com ninguém – respondeu o menino olhando para seu prato de panquecas – É que eu fui dormir tarde ontem.
Tiago sabia que isso era uma tremenda mentira, pois estava mesmo sonhando com alguém. Para ser mais preciso, o grifinório sonhava com uma certa ruivinha, chamada Lílian Evans. A menina habitava sonhos e pensamentos quase todos os dias de férias e, provavelmente, já estaria acordada.
Lílian acordou com o barulho do seu despertador e desligou-o com um tapa. Virou a cabeça para ver que horas eram e constatou que era muito cedo. Ficou deitada na cama com preguiça para levantar. Então se lembrou que hoje era o dia que finalmente voltaria para Hogwarts: poderia rever seus amigos, aprender coisas novas e livrar-se de sua irmã que a importunou durante suas férias chamando-a de anormal.
Com esses pensamentos agradáveis, Lílian levantou-se e foi tomar um banho rápido, para depois poder tomar café. Chegando à cozinha, cumprimentou seu pai e sua mãe.
- Bom dia, filha! Ansiosa para voltar para a escola? – perguntou uma sorridente Sra. Evans servindo a filha com bacon e ovos fritos.
- Muito! – respondeu a garota antes de tomar um gole de suco – Quem vai me levar para a estação?
- Bom, era eu quem iria levá-la, mas a sua amiga Hilary mandou uma carta dizendo que iria passar aqui para te levar – respondeu o Sr. Evans por de trás do jornal.
- A Hilary? Me levar? Do que? – questionou a menina confusa.
- Não sei. Na carta só estava escrito que ela vinha te buscar – respondeu novamente o Sr. Evans.
“O que a Hill vai aprontar agora” pensou Lily, desconfiando do convite da amiga.
Segundos depois se ouve o som da campainha. Lílian disse um “deixa que eu atendo” e se dirigiu em direção à porta. Quando abriu a porta, a ruiva deparou-se com uma morena de olhos azul-celestes.
- Bom-dia Lily, pronta para ir? – disse Hilary sorridente.
- Prontíssima Hill! Mas porque você veio me buscar se sua casa fica a quilômetros daqui? – perguntou Lily retribuindo o sorriso da amiga.
- Ah! É que o meu pai comprou um carro trouxa e perguntou se eu queria convidar alguma amiga, e como você é a amiga que mora mais perto... – disse a morena apontando para um carro esportivo vermelho estacionado na rua em frente à casa de Lílian – Olá Sr. e Sra. Evans!
- Olá Hilary! – disseram os pais da grifinória ruiva.
Sr. Evans carregou a pesada mala da escola até o carro enquanto a Sra. Evans dava um abraço em Hilary. Lílian se despediu dos pais e entrou no carro de Hill. Finalmente voltaria à Hogwarts.
Uma fumaça branca se dispersava sobre as cabeças das pessoas que estavam na plataforma. A locomotiva vermelha identificada como Expresso de Hogwarts apitava histericamente avisando que logo partiria. Um quarteto de garotos estava parado perto do trem, sendo que um deles estava ajoelhado sobre um malão aberto, cujo conteúdo havia se espalhado no chão.
- Anda logo Almofadinhas! – Tiago disse apressando o amigo, enquanto também se abaixava para ajudá-lo.
- Calma Pontas! O que eu posso fazer se o malão se abriu sozinho?! – retrucou Sirius jogando suas coisas no malão de qualquer jeito, fazendo com que tudo ficasse amarrotado.
- Devia ter fechado ele melhor antes de sair! – repreendeu Remo, que observava a locomotiva torcendo para que ela não partisse antes que eles entrassem.
- Pronto, terminei. Vamos para o trem logo! – disse Sirius se levantando.
Os quatro grifinórios pegaram seus malões, entraram no trem e foram caminhando pelo longo corredor à procura de uma cabine, enquanto a locomotiva começava a se mover.
Quase já no meio do trem, eles começavam achar que as cabines vazias tinham acabado, até que Tiago viu dentro de uma delas quatro garotas que conversavam animadas, sendo duas delas morenas, uma loira e a outra ruiva.
- Sirius, olha que eu achei – disse o garoto sorrindo para o amigo.
- Ah, finalmente uma cabine! – exclamou Sirius abrindo a porta da cabine com um estrondo, fazendo as ocupantes se assustaram – Oi garotas!
- Será que você não sabe ser mais educado? – perguntou Lílian. Ela se assustou tanto que quase caiu do banco.
- Saber eu sei, a questão é que eu não quero – retrucou o garoto com um sorriso.
- E então, o que vocês querem aqui? – perguntou Abigail olhando para os marotos parados na porta.
- E eu é que sou mal educado – resmungou Sirius.
- Queremos saber se podemos ficar nessa cabine com vocês, porque já andamos quase o trem inteiro e não achamos nenhuma cabine vazia – explicou Remo antes que seus amigos dissessem alguma besteira.
- Por mim, tudo bem – disse Jennifer sorrindo.
- Por mim também – falou Hilary despreocupada.
- O que você acha Lily? – perguntou Abigail para a amiga, sabendo que ela provavelmente iria discordar.
- Mesmo que eu dissesse não seria três contra uma – disse Lílian pegando um livro em sua mala.
- Ótimo! – exclamou Sirius entrando na cabine e guardando seu malão no bagageiro, gesto repetido pelos seus amigos.
Depois de todos estarem devidamente acomodados, o silencio recaiu no compartimento. A única que parecia não ligar para isso era Lílian. A menina estava fazendo de tudo para evitar Tiago, que propositalmente se sentara do seu lado.
- E então garotas, como foram as férias? – Sirius resolveu puxar um assunto, já que esse silêncio era insuportável para ele.
- Monótonas – responderam Lily, Hill e Aby ao mesmo tempo.
- As minhas foram super-legais – respondeu Jenny contente. Dentre suas amigas, ela foi a que mais se divertiu nas férias, pois como sempre tinha viajado para outro país.
- E para onde você foi? Para França visitar seus primos? – perguntou Tiago irônico, pois sabia que a menina havia viajado para algum lugar.
- Não. Eu fui para o Brasil – respondeu Jenny fazendo uma careta para o rapaz.
Jennifer e Tiago eram amigos desde o segundo ano, quando descobriram que eram visinhos. Nas férias, quando Jenny não estiva viajando, os dois sempre estavam juntos explorando os arredores do bairro em que moravam.
Depois disso, os oito grifinórios engataram em uma conversa animada sobre o Brasil, os lugares que gostariam de visitar e outros assuntos banais. Após um tempo Pedro resolveu ir procurar a mulher que vendia doces pelo trem e os outros acabaram adormecendo.
[...]
Pedro entrou na cabine trazendo milhares de doces. Por estar sobrecarregado, acabou tropeçando no pé de alguém e caindo, fazendo com que todos acordassem.
Aos poucos, todos foram vestir o uniforme e um tempo depois o trem começou a diminuir o movimento até parar.
Um a um, os alunos foram saindo do trem e caminhando em direção as carruagens.
Jenny, Tiago e Sirius estavam conversando e quando iam entrar na carruagem já ocupada pelos seus amigos, a menina parou bruscamente e começou a vasculhar a bolsa que carregava.
- Algum problema, Jenny? – perguntou Sirius curioso, ao ver a menina retirar da bolsa algo embrulhado num pano.
- É que eu lembrei de uma coisa – respondeu a garota abrindo o embrulho e revelando um pedaço de carne crua.
- Eca! Pra que você trousse isso? – perguntou Tiago confuso.
- Olha – disse a menina calmamente, jogando a carne em frente à carruagem. Sirius e Tiago olharam para carne e quase morreram de susto ao vê-la desaparecer do nada.
- Como isso aconteceu? – perguntou Tiago abobalhado, apontando para o lugar onde a carne havia desaparecido.
- Testrálios – respondeu a garota simplesmente, entrando na carruagem.
Os garotos trocaram um olhar intrigado, mas seguiram a amiga. Mais tarde perguntariam ao Remo o que significava Testrálios.
As carruagens começaram a andar, percorrendo a trilha e cruzando os portões de entrada de Hogwarts, que eram ladeados por estátuas de javalis alados, até pararem diante das enormes portas de carvalho, a que se chagavam por um lance de degraus de pedra.
Aos poucos, todos foram adentrando o saguão e indo em direção ao Salão Principal, que, como sempre, estava esplêndido devido a decoração para o banquete de abertura do ano letivo.
Pratos e taças de ouro refulgiam à luz de milhares de velas que flutuavam sobre as quatro longas mesas das Casas. O teto imitava perfeitamente o céu lá fora, como se estivesse simplesmente aberto para o infinito. Os marotos e as meninas logo foram ocupar sues lugares na mesa da Grifinória.
Depois de todos os alunos e professores devidamente acomodados, a Profª McGonagall colocou um banquinho diante dos novos alunos e, em cima, um chapéu bruxo extremamente velho, sujo e remendado. Depois de um instante de silêncio um rasgo junto à aba se escancarou e o chapéu começou a cantar.
Quando o Chapéu Seletor terminou foi aplaudido com entusiasmo, e logo a Profª McGonagall começou a chamar os primeiranistas para serem selecionados.
- Será que essa seleção vai demorar? Eu ‘to faminto! – reclamou Pedro olhando para seu prato vazio.
- Calma Rabicho, só falta mais um – disse Sirius olhando para o Chapéu Seletor, que agora selecionava “Whitby, Dênis!” (Corvinal).
Dumbledore levantou, fazendo com que o salão mergulhasse em silêncio, e falou brevemente.
- Sejam bem-vindos a Hogwarts! – exclamou Dumbledore com um sorriso bondoso e os braços abertos como se quisesse abraçar todo o salão – Há um momento para discurso, mas ainda não é este. Então: bom-apetite!
Passado o maravilhoso banquete e o amistoso discurso de Dumbledore, todos foram liberados para seus respectivos salões comunais. As meninas foram direto para o dormitório feminino, mas os marotos permaneceram no salão comunal.
- Como é bom estar de volta – disse Sirius saudoso, largando-se numa poltrona perto da lareira.
- Aproveitando que estamos sozinhos, eu queria te perguntar uma coisa Aluado: o que são Testrálios? – Tiago perguntou ao amigo, se sentando em uma poltrona.
- São criaturas mágicas, mas onde vocês ouviram falar neles? – perguntou Remo curioso.
- Jennifer falou – respondeu Sirius entrando na conversa – Íamos entrar na carruagem, mais aí ela parou e jogou um pedaço de carne na frente da carruagem e depois a carne sumiu.
- E quando perguntamos como ela sumiu, a Jenny respondeu que foram os Testrálios – completou Tiago – Mas como podia ter um Testrálio ali, se nós não vimos nada?
- É porque apenas as pessoas que já presenciaram a morte de perto podem vê-los – respondeu Remo, recebendo em troca olhares intrigados dos amigos – Amanhã eu explico melhor, agora eu ‘to com muito sono.
Remo levantou da poltrona e começou a subir a escada que levava ao dormitório masculino. Pedro logo seguiu o amigo. Sirius e Tiago novamente trocaram olhares intrigados.
- Amanhã nós perguntamos pra ele – afirmou Sirius com veemência.
Tiago concordou com um aceno de cabeça e ambos se dirigiram para o dormitório. Amanhã as aulas começariam com tudo.
N/A: Olá pessoal!!! Aí está o primeiro capítulo da fic, espero que gostem! Eu sei que demorei para postá-lo, mas é que estive muito ocupada com outras coisas.
Por favor, comentem e mandem sua opinião, ela é muito valiosa!
Milhões de beijos e abraços,
..:: Anna ::..
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