Capitulo 10



Capitulo 10

Era um alívio que Cara não suspeitasse que ela estava sendo vigiada, mas era preocupante que o chefe acreditasse nisso. Brody era um homem muito inteligente e não era fácil enganá-lo. Hermione precisava avisar Harry assim que o visse.

Ele passou na casa dela aquela tarde, taciturno e preocupado.

-Alguma coisa aconteceu – adivinhou, inquieta.

Harry assentiu.

-Tem café?

-Claro.

Harry se sentou em uma cadeira da cozinha e Hermione serviu uma xícara de café recém feito. Ele o provou e ficou olhando-a.

-Kennedy voltou hoje à cidade. Ele é o contato de Cara.

-Minha nossa! - murmurou Hermione pressentindo que algo estava errado.

-Chamei-o no meu escritório e falei que estava despedido. Tenho duas declarações juradas de duas testemunhas que quiseram atestar em troca de que reduzam as penas - suspirou Harry. – Kennedy me falou que sabia que você estava envolvida e que ia contar para Cara se continuássemos com isso.

-Não se preocupe - disse Hermione tentando dissimular o pânico. - Não podia deixar que prosseguisse trabalhando com vocês depois do que tem feito.

Harry a olhou perplexo.

-Você não deixa de me surpreender, Hermione. Como sabia que eu não iria recuar?

Hermione sorriu com afeto.

-Não seria Harry Potter se permitisse uma chantagem.

-Sim, querida. Mas o problema com o Kennedy é que não será apenas uma ameaça.

Surpreendeu-se com seu carinho.

-Então o que fazemos agora? - perguntou ela um tanto desconcertada.

Ele percebeu seu rubor e sorriu com ternura.

-Vai ter que morar com Luna por uns dias, até que tenhamos este caso resolvido. Nossa missão secreta agora foi para o espaço, sem dúvida.

-Luna sabe atirar, mas não é tão boa assim, Harry. – ela salientou.

-Nosso capataz, Chayce, é e o primo Rony também – ele respondeu. – ele foi da segurança nacional assim que saiu da faculdade, trará dois de seus irmãos com ele. – ele deu um risinho. – Engraçado. Não tive muito que dizer ao Rony, somente que talvez você e Luna estivessem em perigo para que aceitasse rapidamente.

-Você não gosta muito dele - recordou-lhe Hermione.

Harry encolheu os ombros.

-Eu não gosto da idéia de que minha irmã se envolva com um primo. Mas Rony parecia saber disso também, e me contou algo que não sabia até telefonar para ele. Na verdade Rony não era filho de meu tio. Sua mãe o teve fora do casamento. Era um segredo de família até ontem de noite. Isso quer dizer – ele acrescentou. – que ele só é nosso parente por via de casamento, não por sangue.

-Ele mesmo contou a você? – ela perguntou.

-Foi ele que me contou. Parece que contou a você também. Mas não a Luna.

-Você contou para ela? – ela quis saber.

-Ele é que deve fazer isso - respondeu Harry. - Eu já interferi bastante entre eles - acrescentou olhando a hora no relógio. - Tenho que ir. Tenho um homem vigiando sua casa, mas amanhã mesmo diga a Brody que você precisa de uns dias livres para cuidar de um parente doente e vá se encontrar com Luna, entendido?

-Não posso deixar o trabalho de qualquer jeito!

-É a sua vida! – ele disparou, com os olhos inflamados. - Isto não é uma brincadeira. Essa gente não é idiota e não hesitaria em matá-la. Não vou vê-la morrer, Hermione, e muito menos por algo que eu a envolvi!

Hermione se deu conta de que aquilo era muito mais sério do que acreditava.

-Já falei que Cara sabe que está trabalhando com o Departamento. Nos descobriu e você tem que se esconder. Não há mais nada que falar. Deixe a cidade. Ponto final.

Ela ficou olhando-o e se deu conta de que tinha sido pega. Jamais pedia dias livres, nem sequer quando estava doente, pois sabia que a política da empresa era extremamente estrita. Estava quase certa de que aquilo ia lhe custar o trabalho.

-Se demitirem você será uma bênção - disse Harry como se lesse seu pensamento. - É boa demais para perder tempo trabalhando ali. Quando tudo isto terminar, vou ajudar você a encontrar algo melhor, deve obter sua certificação como especialista em computação, depois uma agência de empregos encontrará um melhor para você.

Isso a decepcionou um pouco. Obviamente ele não pensava em um futuro com ela ou não estaria interessado em encontrar-lhe um emprego.

Ele recostou-se na cadeira, bebericando o café.

-Embora – acrescentou de repente, com o olhar decidido. – Talvez haja uma alternativa.

-Alternativa? Qual?

-Falaremos disso outro dia. – ele disse.

Hermione o acompanhou à porta.

-Tenha cuidado também – ela ralhou com ele.

Harry abriu a jaqueta e indicou sua pistola automática calibre quarenta e cinco.

-Ela não atira sozinha – ela lembrou-lhe insolentemente.

Ele deu um risinho, tomou-a em seus braços e beijou-a até que o jovem corpo dela ardesse de desejos profundos e secretos.

Ele finalmente levantou a cabeça e não estava respirando normalmente. Ela sentiu a intensidade do seu olhar até os dedos dos pés.

-Todos estes anos - ele murmurou. – e eu os desperdicei criticando você duramente.

-Parecia que você gostava na época – ela observou displicentemente, observando sua boca pairando sobre a dela.

-Não queria um casamento como o de meus pais e por isso mantinha às mulheres a distância - confessou Harry, beijando-a. - Principalmente você –acrescentou asperamente. – Ninguém me ameaçava tanto quanto você, autêntica e antiquada, não podia deixar você perceber e vejo que fiz um bom trabalho. E, então, você tomou champanhe demais e fez o que eu temia que fizesse desde que terminou o colégio.

-Você teve medo...?

-Sabia que se você um dia chegasse perto, nunca conseguiria te largar – ele sussurrou sensualmente. – O que eu falei para Luna cheio de pompa foi o resultado de um ataque de nervos pelo que tínhamos acabado de fazer. Ardia de desejo dos pés à cabeça. Queria tanto você, querida. Aquela noite não preguei o olho pensando em como teria sido fácil.

-Não dormi pensando que você me odiava – ela confessou.

Harry suspirou.

-Não sabia que estava escutando, mas me senti horrivelmente mal quando vi você na manhã seguinte. Parecia envergonhada e humilhada e tudo era por minha culpa. Queria falar com você... para pedir desculpas, mas você começou a se distanciar. Então, dei-me conta do terrível engano que tinha cometido.

Hermione brincou com um dos botões de sua camisa.

-E, então, precisou de minha ajuda para apanhar um traficante de drogas. – ela refletiu.

Houve uma pausa longa o bastante para fazê-la olhar para cima.

-Você é boa, Hermione,e eu realmente precisava de alguém de fora da agência para cavar esta informação para mim. Mas...

-Mas?

Ele sorriu acanhado.

-A polícia do Texas me deve um favor. A Polícia Montada do Texas também, ou o xerife do condado.

-Então por que me pediu? – ela exclamou.

As mãos dele enquadraram o rosto dela. Elas estavam quentes e fortes contra a sua pele macia.

-Estava te perdendo – confessou sussurrando, ao se curvar para beijá-la com ternura. - Era a única maneira de me aproximar de você.

A boca dele a amolecia. Ela o abraçou mais.

-Mas havia Rebeca...

-Figuração. Nunca gostei dela, desde minha festa de aniversário, não quero nem vê-la. Infernizei Luna depois, ela não contou isso?

Hermione negou com a cabeça, atordoada.

Eles aproximaram-se mais...

-Quando Luna me contou que você ouviu nossa conversa, embebedei-me. Bastaram-me dois whiskies para ligar para você e pedir perdão. E, francamente, querida, você sabe que não estou acostumado a fazer isso.

Hermione se derreteu em seus braços.

-Estava tão envergonhada do que tinha feito...

-Eu adorei sua sedução – ele disse com a voz áspera. – Não estava brincando quando te disse isso. Podia sentir o seu gosto muito tempo depois de ir deitar. Sonhei com isso, na verdade, toda a noite.

-Eu também - murmurou ela.

-Acreditei que você gostava do maldito Brody - murmurou ele. - Até que você se atirou com o carro naquele homem. Rezei até chegar a você e ver que estava bem. E pensar que poderia ter perdido você para sempre! Isso me apavora!

-Sou mais dura que velhas botas de cowboy! - brincou Hermione.

-E mais macia que seda. Venha aqui. – ele colocou-a contra a parede. O corpo dele comprimia-se suavemente nela enquanto beijava com todo o desejo reprimido. Quando ela gemeu, ele quase ardeu de desejo.

-Você está me matando. – ele disse com a voz áspera.

-O... quê?

-Você não tem idéia – ele murmurou. – Não se dá conta quando um homem está morrendo de desejo?

Surpreendeu-se quando ele demonstrou o que sentia, enfaticamente.

Ela engoliu em seco.

-Harry, a camisola transparente e a caixa de preservativos era uma brincadeira...

Aquilo fez Harry cair na gargalhada.

-É única pessoa que me faz rir dessa maneira, sabia? – suspirou - Em qualquer caso, tenha certeza que daria um braço meu para poder fazer amor com você agora mesmo nesse carpete.

Hermione ficou completamente vermelha, mais de prazer que de vergonha.

-Suponho que um de nós poderia descer até a farmácia mais próxima -murmurou.

-Agora não – ele sussurrou de maneira perversa. - Mas guarde esse pensamento até eu terminar esse caso.

Ela riu.

-Tudo bem.

-Passarei amanhã pela manhã para buscá-la no trabalho por volta das nove -murmurou Harry beijando-a. - Vou levar você pessoalmente para Jacobsville.

-Está realmente preocupado, não é? – ela percebeu.

-Sim, Hermione, estou realmente preocupado. Não abra a porta para ninguém e não atenda o telefone.

-E se for você? – ela preocupou-se.

-Você ainda tem o celular que eu te dei?

-Sim.

-Fiquei com ele ligado para o caso de precisarmos nos falar. Não hesite em me chamar se tiver medo.

-Tudo bem.

Harry a beijou pela última vez e se foi. Hermione se apoiou contra a porta enjoada por tudo o que estava acontecendo em sua vida. Harry estava tentando lhe dizer algo, mas não sabia o que era. Ficou se perguntando durante a noite inteira e quando amanheceu ainda não tinha encontrado uma resposta.

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-Como que você vai me deixar sozinho três dias, assim de repente? - explodiu Brody na manhã seguinte. - O que vou fazer sem secretária? Não querer que eu escreva as cartas!

Hermione se tocou de repente de que aquele era o verdadeiro Brody. Jamais tinha visto ele tão furioso.

-Não sou apenas uma secretária - recordou-lhe.

-É a mesma coisa, você sempre cuidou do correio e todo o resto. Chame seu cargo como quiser, mas é uma porcaria de trabalho – seus olhos se estreitaram. - É por causa de Cara? Tem medo e vai fugir, verdade?

Hermione o olhou nos olhos, ficou de pé e se aproximou dele com cara de poucos amigos.

-Você ficaria na cidade se estivessem o procurando para matá-lo? Ouça-me, Brody, os narcotraficantes não são tolos. Já mataram bebês que não tinham feito nada mais que viver na casa do lado. Cara pertence a esse mundo tão asqueroso e se você a defende acaba virando seu cúmplice!

Brody ficou assustado. Em todo o tempo que trabalhavam juntos, Hermione jamais havia falado com ele daquela maneira.

Ela pendurou a bolsa no ombro e terminou de recolher suas coisas.

-Não se incomode de reservar meu lugar nesta empresa. Estou me demitindo! – disse cortante. - Não estou disposta a passar a vida elevando o ego de um homem que acredita que meu trabalho é uma porcaria. Mais uma coisa, Brody, você e sua noiva narcotraficante podem ir para o inferno!

Falando aquilo, Hermione virou-se e saiu do escritório. Harry tinha razão, aquele trabalho era uma perda de tempo. Logo encontraria algo melhor, com certeza que sim.

No caminho para saída, esteve a ponto de chocar-se com Phillip Hunter, o guarda de segurança que tinha ajudado o Departamento.

-Vai sair daqui, senhorita Granger?

-Vou, Hunter - respondeu Hermione.

-Maravilhoso, venha comigo.

Hermione o seguiu surpresa pois jamais tinha falado com ele.

O guarda de segurança a acompanhou até uma sala e fechou a porta. Dentro se encontravam Colby Lane, outro amigo de Harry, e o Eugene Ritter, o presidente da companhia.

-Sente-se, senhorita Granger - indicou-lhe Ritter sorridente.

Hermione se sentou e tentou desculpar-se.

-Senhor Ritter, posso explicar...

-Não precisa - disse o homem de cabelo grisalho e olhos azuis. - Já sei de tudo. Quando este caso estiver concluído, e segundo o que me falou o senhor Potter vai ser logo, que tal trabalhar em um departamento onde seus conhecimentos serão melhor aproveitados?

Ela ficou sem palavras.

-Philip quer trabalhar na nossa filial do Arizona e Lane vai substituí-lo. Todos sabemos que você é ótima com computadores e programas e Lane quer que trabalhe com ele. Gostaria que a contratássemos como assessora de segurança? Com certeza você receberá um ótimo salário e teria toda a autonomia dentro da empresa. O ruim é que teria que viajar de vez em quando para visitar nossas filiais. Você vê isso como um problema?

Hermione negou com a cabeça.

-Ótimo! - exclamou o senhor Ritter esfregando as mãos. - Então, vou fazer que redijam um contrato para que seu advogado o leia e você firme quando estiver pronta para voltar. Quando você voltar vai encontrar muitas mudanças por aqui. Estava muito ocupado em nossa filial do Oklahoma e não estava a parte de nada que acontecia por aqui. Se Harry Potter não tivesse alertado Hunter do que estava ocorrendo no armazém, poderiam ter nos denunciado por delitos federais, mesmo que não tivéssemos nada haver com aquilo. Diga ao Potter que devemos uma a ele.

Hermione sorriu.

-Direi - respondeu. - Muito obrigado, senhor Ritter. Prometo que não o decepcionarei.

-Sei disso, senhorita Granger - sorriu o homem. - Hunter a acompanhará, embora não acredito que você necessite muito amparo depois do que me contaram que fez outro dia.

-Não me fará mal companhia até que chegue meu táxi - respondeu Hermione. - Obrigado.

-Estaremos em contato - despediu-se o senhor Ritter.
Hunter a acompanhou até o táxi.

-Se acontecer alguma coisa, não se meta em problemas. Deixe que a polícia que a está protegendo se encarregue de tudo - aconselhou-lhe.

-Muito bem, mas não acredito que acontecesse alguma coisa.

-Depois de ver o que fez na outra noite, eu tampouco acredito, mas de todas maneiras tome cuidado.

-Terei cuidado, obrigado.

Hunter fechou a porta do táxi e observou enquanto o carro escuro que tinha estacionado em frente da empresa o seguia.
Enquanto isso, no interior do táxi, Hermione desejou que Cara e seu grupo fossem presos, afinal era o lugar aonde mereciam estar.

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Quando chegou em casa, Harry a estava esperando. Recolheram sua bagagem e seguiram rumo Jacobsville. Ela não teve tempo de contar a Harry todas as mudanças que se operaram em sua vida, assim decidiu aguardar para mais adiante e fazer uma surpresa.

Sentia-se orgulhosa de si mesmo e a nova confiança em si, devia estar em seu semblante, porque percebeu a surpresa de Luna.

-Está diferente - disse abraçando-a.

-É que tenho me exercitado - brincou Hermione.

-Claro que tem – Harry deu um risinho. – Mirando carros em homens com armas automáticas.

-O que? - exclamou Luna, ofegante.

-Aquele homem ia atirar contra o Harry, assim, o que mais poderia fazer? -explicou Hermione.

Luna e seu irmão trocaram um longo e sério olhar. Ele assentiu lentamente com a cabeça e depois sorriu. Luna ficou radiante

-Que foi? - quis saber Hermione.

-Contatos telepáticos - respondeu Luna com os olhos travessos. – Deixa para lá. Chegou bem a tempo de provar o vestido que fiz para você para a festa de Halloween.

-A festa de Halloween? – perguntou Hermione.

-Sim, é na sábado - respondeu Luna. - Você se esqueceu ou o que?

-Nossa, as semanas passaram voando! - respondeu Hermione. - Suponho que tenha sido culpa das minhas ocupações.

-Escrevendo poesia sobre mim? - brincou Harry subindo a escada com as malas.

-Eu não escrevo poesia sobre você! - protestou Hermione atrás dele.
Harry se limitou a sorrir.

-E os lê no palco de um café retrô - disse a sua irmã.

-Hei, verdade? - perguntou Luna. - Hermione, quando for na sua casa em Houston quero que me leve a esse lugar. Eu adoro os cafés e a poesia! Não posso imaginar você lendo em um palco ou conduzindo um carro contra um homem disparando - acrescentou sua amiga sacudindo a cabeça. - Hermione, você realmente está mudada.

Hermione assentiu.

-Eu acho o mesmo.

Luna a abraçou de repente.

-Continuamos sendo amigas? – ela quis saber. - Já sei que não me comportei muito bem no passado, mas eu também mudei, de verdade. Agora, sei fazer canapés! Fiz um curso de culinária, assim de agora em diante, mesmo que Jessie não esteja, jamais farei com que você se encarregue da cozinha.

-Tenho que ver para acreditar! - sorriu Hermione.

-Já o verá. Vou me encarregar de tudo. Rony diz que estou melhorando muito - disse Luna ruborizando-se levemente.

-O primo Rony já chegou? - perguntou Hermione.

-Na verdade não é meu primo, acabo de saber - respondeu Luna. - Acredito que o primo Rony quer ser muito mais que meu primo.

-Já estava na hora de você perceber - sorriu Hermione. - É seu tipo de homem.

-Vamos para cozinha ver o que tem para comer. Não sei quanto a você, mas eu estou morta de fome - disse Luna avançando pelo corredor. - Não me leve a mal, mas, por que vieram os dois irmãos do Rony e o que fazem Harry e você aqui de repente?

-Bem, na verdade o que ocorre é que alguém pode tentar me matar -respondeu Hermione muito séria. - Mas seu irmão vai impedir com ajuda do primo Rony e de seus dois irmãos.

-Claro, estão tentando matá-la, sim - disse Luna.

-Não é uma brincadeira - disse Harry aproximando-se de Hermione e beijando-a com ternura – Tenho que ir. Rony já está aqui e seus irmãos chegarão em poucas horas. Não têm que se preocupar com nada.

-Exceto que atirem em você - respondeu Hermione com preocupação.

Harry abriu a jaqueta e mostrou a pistola.

-Sim, já sei que é indestrutível, mas agradeceria muito se voltar inteiro, sem nenhum furo, de acordo? – ela pediu suavemente.

Harry a olhou nos olhos e sorriu com doçura.

-Trato feito. Até mais tarde - respondeu despedindo-se também de sua irmã. Deu uma última olhada em Hermione antes de sair.

-É incrível como as pessoas mudam - comentou Luna enquanto Hermione via como Harry desaparecia pelo corredor.

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Naquela tarde, Harry se reuniu com seu grupo para trocar dados e estabelecer um plano. Não sabiam onde estava Cara Domínguez nem quais eram seus homens. Tampouco até que ponto Brody Vance estava comprometido, mas sim, sabiam que o guarda de segurança do estacionamento do armazém estava comprometido. De propósito, o Departamento Antidrogas não o deteve mas se limitaram a espionar.

Por esse método, inteiraram-se de que no armazém ainda havia um importante contrabando de cocaína. O Departamento tinha que apanhá-los com as mãos na massa para ter provas sólidas para que pudessem mandá-los para cadeia, especialmente Cara. Mas Cara Domínguez tinha desaparecido da face da terra. Apressaram-se em deter o guarda de segurança, mas não disse nada.

Entraram no armazém e só encontraram caixas com equipes de perfuração petroleira. Nem sequer os cães adestrados encontraram rastro da droga. Para cúmulo, todos os que conheciam Cara Domínguez tinham amnésia de repente e nem sequer a recordavam.

O único lado bom de tudo aquilo era que a operação os tinha descontrolado e tinham tido que esconder-se. Obviamente, Hermione já não estava em perigo. Harry estava seguro de que Kennedy tinha tido algo a ver no desaparecimento de Cara e do contrabando de cocaína, mas não tinham provas que o demonstrasse. A única coisa que puderam fazer foi prendê-lo com a acusação de proporcionar informação a um narcotraficante.

Harry voltou para Jacobsville na sexta-feira e encontrou Luna e Hermione na cozinha fazendo canapés enquanto o primo Rony e seus dois irmãos estavam sentados à mesa.

-Desapareceu - anunciou Harry. – Tomou chá de sumiço. Não a encontramos por nenhum lugar e o contrabando de drogas também desapareceu. Me alegro porque você já não está em perigo, mas não era assim como eu queria que esse caso se resolvesse.

-Isso quer dizer que podemos voltar para casa? - perguntou um dos irmãos de Rony.

-Não vão ficar para a festa? - protestou Luna.

-Não, sinto muito - desculparam-se os dois saindo pela porta.

-Parece-me que isso quer dizer que o único representante de minha família vou ser eu - sorriu Rony.

Enquanto Luna e Rony paqueravam, Harry tomou Hermione pela mão e saíram pela porta traseira.

-Onde vamos? - quis saber ela.

-Agora que ninguém vai atirar em nenhum de nós, eu gostaria de dar um passeio com você - respondeu Harry entrelaçando os dedos com os dela.

Rodearam a casa e avançaram pelo atalho que passava junto aos currais.

-Quando terá que voltar para trabalho? – ele perguntou a Hermione relutantemente.

-Não sei exatamente, mas suponho que na semana que vem - sorriu Hermione enigmática.

-Sigo acreditando que seu chefe tem algo que ver em tudo isto. Não posso provar, mas estou certo de que não é tão inocente como quer nos fazer acreditar.

-É exatamente o que eu penso - disse Hermione surpreendendo-o. - Fiz certo em pedir demissão antes de vir para cá.

-Jura? Fico contente! - exclamou Harry abraçando-a apertado. - Estou muito orgulhoso de você, Hermione!

-Não esteja muito, porque vou continuar trabalhando para o senhor Ritter -riu ela. - Mas vai ser numa função completamente diferente.

-Do que se trata? – perguntou ele sem rodeios.

-Vou trabalhar com Colby Lane no departamento de segurança, como consultora - respondeu Hermione. - O senhor Ritter me falou que terei que viajar de vez em quando, mas não vai ser muito freqüentemente.

Harry ficou olhando-a intensamente com olhos meigos e tranqüilos.

-Sendo somente de vez em quando, tudo bem. Com certeza será um gênio nesse trabalho.

-Sim, acredito que o senhor Ritter está realmente chateado pelo fato de Cara conseguir entrar no estacionamento.

-Sim, mas poderia ter acontecido a qualquer um. Agora, vamos vigiar Brody de perto e não, não vai ser você. Quem vai fazer é o Lane. Me prometa que não vai correr riscos.

-Prometo - respondeu Hermione. - E quem foi que me induziu a correr riscos pondo um microfone de baixo de uma mesa do café?

-O fez maravilhosamente - respondeu Harry olhando-a nos olhos. - Estou muito orgulhoso de você. Fizemos um maravilhoso trabalho em equipe.

-Verdade mesmo?

Harry a tomou entre os braços.

-Acabo de me lembrar outra coisa em que poderíamos formar também uma maravilhosa equipe - murmurou beijando-a.

-No que está pensando? - murmurou Hermione procurando seus lábios.
- Tem algo haver com pistolas e investigações?

Harry sorriu lentamente.

-Estava pensando em algo mais ligado a preservativos...

Enquanto Hermione tentava assimilar aquela frase e decidir se batia nele ou se retribuía o beijo, chegou até eles uma voz penetrante.

-Hermione! - gritou Luna. - Onde está?

Harry levantou a cabeça. Parecia tão aborrecido como Hermione.

-Hermione! - insistiu Luna.

-Já vou! – Hermione gritou de volta.

-Irmãs realmente são um pé no saco e ,completamente, intrometidas - suspirou Harry.

-Com certeza ocorreu algum desastre que somente eu possa resolver -comentou Hermione sorridente.

-Muito bem, mas esta noite é minha - respondeu Harry com voz rouca.

Hermione se ruborizou lembrando do que haviam dito, deu a volta e correu para casa.



Obs:Finalmente o capitulo 10!!!!Espero que tenham curtido!!!!Esse é o penúltimo, o que sinceramente é uma pena... Bom, o último capitulo só lá na quinta ou sexta. Já "Perseguição", eu atualizo na segunda!!!!Ah, antes que me esqueça, eu já tenho uma nova adaptação para fazer, mas só vou postar quando acabar "O Senhor da Paixão"... Bjux!!!!!!

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