Parte V
“ Só pode ser ela, é impossível eu ter me confundido... “ Zell pensava angustiado e preocupado enquanto andava por uma rua não tão bem iluminada, num bairro trouxa de Londres.
Andando por mais alguns metros, avistou o que procurava, a casa de Naoku. Viu a luz por uma janela no segundo andar, achou que viu também um garoto, alguém que ele não reconheceu de longe. Mas isso não o deteve, precisava ver Naoku e tinha certeza que ela viera até sua casa.
Passou a passos largos por entre a entrada e por uma árvore que havia perto do caminho de pedra no jardim, e teria posto o pé no primeiro dos cinco degraus que há ali, se não tivesse escutado seu nome dito por uma voz muito baixa e chorosa, quase antes mesmo de conseguir se virar, sentiu alguém o abraçar com tanto desespero e força que ele quase caiu sobre os degraus.
“ Naoku... “ foi só o que conseguiu dizer.
Percebendo que ela chorava copiosamente, com a cabeça encostada em seu peito, a abraçou o mais forte que podia, mostrando que estava ali, que iria protegê-la.
“ Zell... eu... meu pai, eles... “ ela tentou dizer entre o choro.
“ Eu sei, eu sei... “ disse mostrando que ela não precisa falar agora.
“ O Zell tá aqui! “ diz Lana, que observava o jardim pela janela e via Naoku e Zell sentarem-se abraçados e se encostaram na grande árvore que ali existia.
“Acho que ele vai conseguir acalmá-la um pouco “ diz Karolin, lançando um meio sorriso para a amiga que saia da janela, para dar privacidade aos dois ‘seja lá o que forem conversar ou fazer’ pensou ela sem muita, mas inevitavelmente com um pouco de malícia.
“ Vocês podem me ajudar? “ pergunta Hermione, olhando para Harry e Rony.
“ Em quê? “ diz Rony já se levantando, queria fazer algo para distrair-se.
“ Vamos procurar alguma pista do paradeiro da mãe da Naoku, foi isso que viemos fazer aqui! “ responde ela.
Harry a olhou por um instante, estava sentado no chão, tinha um olhar estranho e vazio.
“ Tá tudo bem Harry? “ Hermione perguntou se aproximando e abaixando perto dele.
“ Tá sim... “ responde não tão convincente quanto esperava. Hermione o olhou, descrente.
“ Então, vamos? “ ele perguntou, se levantando.
“ Vamos! “ e Harry estendeu sua mão a Hermione.
Naoku tirava proveito da proteção que os braços de Zell lhe transmitiam e chorava, chorava toda a tristeza pela perda do pai, e toda a preocupação com a mãe.
Depois de alguns instantes, o silêncio se instalou entre os dois, e Zell, que afagava os cabelos dela, percebe que ela já não chorava, e estava mais calma.
“ Quando soube do que aconteceu, quis ir falar com você, mas no começo a enfermeira não deixou, no dia seguinte, ou no próximo, acho que eu sempre chegava lá quando você tava dormindo. Durante o enterro do seu pai, não pude falar direito com você. E pouco depois disso, tive que vir pra casa, meu irmão mais novo sofreu um acidente... “
“ Espero que não seja nada grave... “ diz Naoku, sua voz muito baixa.
“ Não, não foi. Um acidente com uma das vassouras de Hogwarts, você sabe como a maioria é horrível. E como meus pais não podiam ir pegá-lo, eu tive de acompanhá-lo até aqui. “
Naoku não disse nada. ‘ acho que eu tô falando demais... ‘ pensa Zell, inseguro.
Eles continuam sem dizer nada. Zell, que está encostado na árvore, coloca também a cabeça contra o tronco desta, e observa o céu silenciosamente. Naoku tinha um braço em volta dele, e a cabeça encostada em seu ombro, mais ou menos como se ele a tivesse carregando no colo, mas ela estava sentada na grama, logo ao lado dele. Zell tinha os braços em volta dela, a mão direita, ainda mexendo nos cabelos dela.
O silêncio dura alguns minutos, até que cansado de olhar o vazio de um céu nublado, Zell volta seu olhar para a menina em seus braços. Ele sempre a admirou de várias formas possíveis, sua determinação, sua coragem, sua inteligência, o modo como se vestia, já a vira muito fora de Hogwarts, a forma como jogava Quadribol... ele poderia ficar, a noite inteira, a observando e enumerando o quanto ele a admirava... sabia que isso não podia ser só uma amizade, mas nunca disse nada, nem mesmo a si próprio, preferia não pensar no assunto e deixar tudo acontecer como sempre. Era mais fácil.
“ Sabe... “ ele começou, vendo que ela tinha uma das mãos segurando firmemente o pingente do colar que ele lhe dera. “ tem uma coisa sobre esse colar que eu não te contei... “ ele parou, esperando a reação dela.
Naoku não disse nada, apenas o olhou interrogativa.
“ Ele é enfeitiçado... tem sintonia com esse anel. “ continuou mostrando um anel que lhe assentava o polegar esquerdo.
Agora mais calma, essa conversa estava agitando a curiosidade de Naoku, que levantou-se poucos centímetros e colocou seus olhos no nível dos de Zell, para depois perguntar.
“ Como assim... sintonia? “
“ Eu sei, mais ou menos, o que você tá sentindo, pelo anel, e pelo colar... “
Naoku só o observava.
“ Sei que agora você tá um pouco melhor, já não tá mais desesperada, ou...ah... e sei também que algumas horas atrás, você queria me ver...“
“ Por que você... “ ela tentou dizer.
“ Espero que não tenha ficado brava... eu só queria que... se quiser não precisa usar, é só que... “ ele já se desesperava pelo silêncio dela.
“Por que você parece tão nervoso? Se tem o anel deva saber o que tô sentindo agora...“
“ Na verdade não... são só os sentimentos muito fortes. Se você tá... bem, se você ficou feliz, não é muito forte, ou se ficou decepcionada comigo agora, também não é muito... o que na verdade é até bom... “ respondeu, um pouco confuso. Sua voz foi diminuindo enquanto tentava decifrar a expressão dela e acabou por descobrir que ela ainda parecia pensar, sobre o que achava daquilo tudo.
“ Por que, exatamente, você quer saber o que eu sinto ? “ perguntou ela.
“ Por que... “ Zell se espantou com a pergunta, desviou o olhar, envergonhado, mas resolveu olhá-la nos olhos para que acreditasse no que diria a seguir. “ Por que eu me preocupo com você. “ falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo “ E se eu sentisse que precisava de ajuda, eu iria tentar ajudar... como eu estou fazendo agora... " respondeu com a voz muito baixa, mas alta e determinada o suficiente para convencer a si mesmo, e a Naoku, ele esperava.
Depois de alguns segundos de silêncio, Zell percebeu o que ela sentia. De algum modo, ela aprendeu a ‘usar’ o colar, e deixou aberto a ele, tudo o que sentia. Ele soube o que ela sentia sobre esse momento, sobre seu pai, sua mãe, a raiva contra Voldemort e, também o que sentia em relação a ele. Um sorriso se instalou em seu rosto e seus olhos perguntavam a ela, se aquilo era verdade.
Com o constrangimento estampado no rosto Naoku se aproximou dele, era estranho como agora ela parecia realmente melhor, mais confiante, iria encontrar as pista que precisava, iria salvar sua mãe, e de um jeito ou de outro, vingar a morte de seu pai, mas antes, queria resolver um ‘certo assunto’.
Aproximando-se mais e mais dele, sussurrou. “ Obrigada! ”
“ E então? O que achamos? “ Hermione perguntava a todos.
“ Nada... na verdade... “ responde Yuna.
Eles vasculharam a casa de cima a baixo e nada encontraram. Procuraram em todos os lugares, quartos, banheiros, a sala, cozinha, até no armário embaixo da escada, e nada.
“ Talvez devêssemos chamar a Naoku... ela com certeza conhece melhor o local. “ arrisca Rony.
“ Mas já procuramos em tudo quanto é lugar! “ diz Amy se sentando cansada sobre o sofá.
“ Mas com certeza deixamos passar algo. “ Karolin, sentada ao chão, tinha um expressão pensativa enquanto falava. “ Naoku diz ter certeza de que a mãe dela deixou alguma pista. Não acho que isso seja só otimismo. “
“ Como assim? “ pergunta Rony.
“ Ela nunca foi muito otimista... “ diz Lana.
“ Não. E é exatamente por isso que eu acho que deixamos passar algo. Acho que toda essa certeza dela pode vir da Legimencia que a mãe tá praticando contra ela. “
“ Acha que a mãe dela tá, de certo modo, colocando ela no caminho certo? “ pergunta Harry, para alívio de Rony, que tinha medo de ser, novamente, o único perdido na história.
“ Mais ou menos isso... “ responde Karolin.
“ Você acha que como a mãe dela tem que a Legimenciar, mostrar o que foi mandada mostrar pela Maldição Imperius e não dizer onde está, ela tá se aproveitando de uma ordem mal dada, a adicionando mais coisas ao Legimenciar a Naoku, certo? “ diz Hermione, obviamente já sabendo a resposta.
“ Certo! “ diz Karolin, aliviada por não ter que explicar, já que não tinha a mínima idéia de como fazê-lo.
“ Mas... você acha que ela, a Naoku quero dizer, sabe sobre isso? “ pergunta Harry.
“ Não tenho a mínima idéia... “ responde Karolin sinceramente.
“ Ainda acho estranho essa história da mãe dela a legimentar. Claro que não há outra explicação, mas... é difícil acreditar que, mesmo sob o efeito da Maldição Imperius, ela faria isso... “ diz Amy.
E antes que qualquer um pudesse dizer algo, Rony levantou-se dizendo “ Vou chamar ela... “ e depois que abriu a porta “ Naoku! Precisamos de você! “
“ Aquele é Ronald Weasley? “ pergunta Zell olhando a sombra da forma alta e desengonçada de Rony através da luz da porta.
“ É... bem, como você sabe Harry... o Potter, tem muitos ‘problemas’ com Voldemort... então ele e os amigos, que estavam perto no dia em que... a Comensal estava na escola, resolverem me ajudar a procurar minha mãe... “ respondeu, agora sentindo uma pontada de remorso por ter esquecido, mesmo que por pouco tempo, a mãe.
“ Foi uma coisa muito estranha, sabe? Nós nunca tínhamos nos falado e depois que eu e Hermione enfrentamos Bellatrix, “ o nome da Comensal foi dito com imensa raiva “ já estávamos planejando como sair da escola e irmos juntos atrás da minha mãe... “
Dito isso, os dois levantaram-se e andaram na direção de Rony que parecia discutir com uma Hermione muito nervosa e sarcástica.
“ Oi... “ disse Zell, mas poucos ouviram. Mesmo todos estando ali na varanda, Rony e Hermione discutiam quase aos berros.
“ Francamente Rony, será que você não tem senso não? “ ela perguntava exasperada.
“ Ah! Lá vem! O que eu fiz de errado dessa vez!? “ o outro já fazia cara de aborrecido.
“ Nem a capacidade pra reconhecer o próprio erro você tem! Será que...“ ela continuaria, mas o ruivo a interrompeu. “ Ah! Me desculpe Senhorita Sabe-Tudo, me desculpe por não ter um cérebro tão grande quanto o seu! “
Naoku tentava dizer a eles para não brigarem, que não havia problema nenhum. Aliás, todos tentavam pedir para que não brigassem, menos Harry, que tinha uma expressão um tanto cética no rosto.
“ Não! “ ela começou, e em seguida arranhou o nome do amigo “ Ronald, uma terrível colocação você fez, eu não tenho um cérebro maior do que o seu. Eu simplesmente uso o que tenho! “
“ Nem vem, você se acha muito importante, mas não é não! Só é uma Sabe-Tudo sem vida social que não uma biblioteca e notas escolares... “ Rony logo que terminou, arrependeu-se, mas já era tarde, Hermione entrou batendo os pés.
“ Rony! Como você... “ Harry começou a ralhar com o amigo.
“ Eu sei! Eu sei! Mas foi ela quem começou... “ defendeu-se o ruivo.
Os dois sabiam que esse era o ‘ ponto fraco ’ de Hermione, vida social. Não que ela não tivesse uma, até tinha, e muito mais badalada, principalmente no mundo trouxa, nas férias, do que Rony imaginaria, mas ainda sim, todos não acreditavam que seria tão popular se não andasse com Harry.
Um ficou olhando para o outro e decidiram entrar. Hermione veio conversar com Naoku, como se nada tivesse acontecido, mas simplesmente não olhou para Rony, e não pretendia fazê-lo, pelo menos não pelas próximas horas.
“ Sabe, nós procuramos em toda casa, menos naquele quarto que você disse pra não entrarmos, algum indício de onde sua mãe possa estar “ e disse isso o mais delicadamente possível, pois sabia que Naoku sofria pela mãe “ mas não encontramos nada. Será que você não sabe de nada que possa nos ajudar, afinal mora aqui. “ ela falou tudo muito rápido, e isso, Harry e Rony sabiam, era sinal de que ela estava nervosa.
“ Bem... sabe, eu estive pensando em algo, é meio idiota, mas tem algo que minha mãe fazia... “ Naoku dizia enquanto se afastava do grupo pela sala, e parando em frente a parede oposta ao armário debaixo da escada, onde não havia nada, só a parede branca. “ Quando ela tinha que sair, e não tinha tempo pra escrever um bilhete, ela usava magia e escrevia aqui, pra mim e pro meu pai. “ a voz dela sumiu, mas logo ela disse “ Como ele não é... era... bruxo, só precisava passar a mão sobre a parede, mas eu tinha... “ e sem dizer mais nada ela passou a varinha pela parede, formando, todos perceberam, o formato de lua minguante de cor cinza, quase prateada e logo apareceram letras de cor negra e bem nítida ali.
“ Do lado do cipreste branco “
“ Á esquerda da entrada do inferno “
“ Alguém entendeu alguma coisa? “ perguntou Rony
“ Sinceramente, não! “ reponde Lana.
“ Também não “ diz Amy e Yuna concordou.
“ Você entendeu alguma coisa? “ pergunta Karolin para Naoku.
“ Acho que não... não sei! “ respondeu ela, e ficou pensativa.
Hermione murmurava sozinha até que Harry, percebendo, perguntou. “ O que você acha Mione? “
“ Ãh? Ah! É, bem... cipreste é um nome comum dado a várias árvores da família das cupressáceas com a folhagem e cume oblongos... mas são geralmente castanho-avermelhadas, e não brancas... “ dizia ainda pensativa, quando percebeu todos olhando para ela.
“ É um certo tipo de árvore que parece redonda em cima... “ traduziu “ mas não são brancas. “
“ Árvores, certo? “ pergunta Naoku, e de repente sai apressadamente escada acima, e todos a seguem.
Eles a encontram parada em frente a um quadro no corredor.
“ Tipo essa aqui Hermione? “ pergunta apontando para um árvore coberta de neve no quadro.
“ É! Por isso diz branco, tá coberta de neve! “ responde a outra, fascinada.
“ Do lado o cipreste branco. Á esquerda da entrada do inferno... “ ecoava Zell “ por que sua mãe acha que atrás dessa porta está o inferno? “ pergunta a Naoku.
“ Ah... aí é o ‘escritório’ do... meu pai, ela dizia que era um quarto de bagunça, ‘um inferno de se entrar’ dizia também. “ com um sorriso triste completou.
“ Então o lugar certo é a porta á direita do quadro? “ pergunta Yuna.
“ É, só pode ser. “ responde Lana.
Naoku abre a porta da direita já sabendo o que iria achar, era um armário em que sua família guardava coisas que geralmente não usavam muito, mais nas férias, ou simplesmente não usavam mesmo, haviam esquis, pranchas de surf, guardas-sol, trenós, e havia também um baú, que ela sabia ter sido de sua mãe, enquanto estudava em Hogwarts. O lugar não parecia muito revirado, mas tinha muitas coisa fora do lugar.
Não cabiam todos lá dentro, então Naoku entrou e começou a procurar por algum indício, enquanto os outros observavam do lado de fora, ás vezes dando palpites.
Quanto Naoku abriu o baú, letras dourados e brilhantes se formaram no ar.
“ Eu sei que você sabe “
“ Quase sem querer “
“ Que eu quero o mesmo que você “
“ Nossa! “diz Rony levantando as mão. “ Sua mãe adora enigmas!!! “
“ Não tanto quanto você pode imaginar, mas sim gostava... “ responde a Corvinal sentando-se em frente ao baú, pensando sobre a mensagem.
“ O que pode ser? Se ela quer o mesmo que eu... “ refletia em voz alta.
“ Talvez seja resgatá-la, você que resgatá-la e ela quer ser resgatada. “ arrisca Amy.
“ Na verdade, acho que não... “ diz Karolin.
“ Por que não? “ pergunta Yuna, que concordava com a outra.
“ Por que não é bem a mesma coisa... “ responde.
“ Faz sentido mas... “ começa Hermione, mas é Harry quem termina.
“ Será que ela ia levar isso em conta? E não faz ‘tanto’ sentido assim. “ completa para a amiga.
“ Então talvez seja alguma coisa que ela goste muito... e a pessoa que ache isso também... no caso, você Naoku. “ diz Yuna.
“ ‘No caso’ eu não, só pode ser pra mim! “ diz Naoku, fazendo menção ao pai morto, com um olhar vago, quase inexpressivo.
“ Então... “ Hermione diz, procurando confirmação no olhar de Naoku, mas a outra não lhe devolveu o olhar. “ Só pode ser um lugar aqui dentro, sua mãe não ia ter motivos pra estender as pistas pra fora da casa. “ isso era uma afirmação.
Rony abriu a boca para dizer algo na linha de ‘ela poderia ter posto no quintal.’, mas resolveu não contrariar a amiga, devido ao último atrito dos dois.
Depois de pensar sobre isso ele quase não entendeu nada, e viu todos seguindo Naoku corredor a dentro, quase ficando para trás.
Enquanto andava, Naoku pensava em voz alta. “ Se fosse um lugar... e se fosse pro meu pai encontrá-lo, seria o quarto deles, se não estavam no trabalho e estavam juntos, estava lá... mas se fosse um lugar que eu gostasse... “
Seguida por todos, chegou aonde queria, dizendo. “ Segunda o meu raciocínio, só pode ser aqui... minha mãe e eu adoramos esse lugar... “
“ E eu concordo com vocês... “ diz Hermione passando os olhos pelo local.
Era o lugar que Hermione e qualquer pessoa que gostasse de ler adoraria.
Este parecia o lugar menos revirado da casa, já que não existia muito. Haviam duas poltronas entre duas estantes enormes, com livros bruxos e trouxas, havia também uma escrivaninha, fora isso, nada mais. Não havia muito espaço, mas isso não era necessário.
Naoku sentou numa das poltronas observando atentamente o local. Hermione passava os olhos por muitos títulos, soltando pequenos suspiros quando passava por alguns, de reconhecimento ou de interesse.
Harry olhava para a escrivaninha, mais precisamente para um pergaminho em branco no centro desta, um pouco curioso, com uma idéia na cabeça.
Se aproximando dele, o tocou com a mão... nada aconteceu. Ainda mais confuso, passou sua varinha por ele, novamente nada aconteceu. Sem nem mesmo pensar direito sobre isso, chamou. “ Naoku, vem aqui! “ quando esta se aproximou, ele perguntou “ Você pode pegar esse pergaminho ? “
Ela o olhou um pouco descrente. “ Posso, mas realmente não vejo por que você não pode fazer isso... “ quando terminou a frase, já tinha mão no pergaminho, e nele apareceram letras, que Harry chamou a atenção de todos, ao ler em voz alta.
“ Quem está agora a teu lado? “
“ Quem para sempre está? “
“ Quem para sempre estará? “
“ Ah! Mais um enigma! O que quer dizer dessa vez? “ pergunta Lana, um pouco irônica.
Naoku que começava, como ela mesmo pensou, a ‘pegar o ritmo da coisa’, pensava alto, sendo ajudada por Hermione.
“’Quem está agora a teu lado?’ e ‘Quem para sempre está?’, são, eu acho, frases só pra fazer menção, ou de certo modo explicar a última, que é mais importante. Mas mesmo assim, a resposta pra primeira é... “ dizia Naoku e Hermione completava.
“ Nós três, eu, Harry e Rony. “
“ É “ Naoku nem notou isso, e continuou “ ‘Quem para sempre está?’ devem ser, minha família, minhas amigas, Karolin, Lana, Amy e Yuna, e Zell “
“ E o que ela quis dizer com ‘Quem para sempre estará?’ “ perguntou Harry.
“ Talvez, se ela fez isso depois que meu pai... morreu, talvez o ‘para sempre estará’ seja ele... “
“ Não há outra hipótese. “ diz Hermione. “ Então... “ Naoku novamente dispara, seguida por todos para onde Hermione já esperava, o ‘escritório’ do pai dela.
Entrando no lugar, que estava todo bagunçado, todos eles procuram em todos os cantos e em qualquer objeto, algo com alguma nova mensagem.
Mexendo em toda e qualquer coisa que poderia conter um segredo, quem achou algo suspeito foi Zell, e mostrou a Naoku, já que todos agora sabiam que só ela poderia ativar a mensagem, um troféu de primeiro lugar num campeonato de beisebol(?) que o pai dela ganhou quando era mais jovem. O objeto era uma estatueta média que representava um batedor na posição exata após bater uma bola, ela brilhou ao ser tocada por ela, e projetou as seguintes palavras.
“ Quando o sol bater na janela do seu quarto “
“ Lembra e vê... “
“ Que o caminho é um só. “
“ Ah! Peraí, essa eu sei... você tem que ir pro seu quarto! “ diz Rony, confiante.
Hermione que estava um pouco esquecida do último desentendimento dos dois, devido ao estranho quebra-cabeças que a mãe de Naoku os propôs, diz hesitante. “ Ãh, sou... sou fatalmente obrigada a concordar com Rony! “
Todos, rindo-se um pouco do espanto de Hermione, seguem Naoku até seu quarto.
Lá chegando, a Corvinal para á porta, meditando os pormenores da frase da mãe.
Observa a janela e lembra-se da primeira da primeira frase, ‘ Quando o sol bater na janela do seu quarto’, ‘será que vamos ter que esperar amanhecer?’ pensa, com pouca vontade de fazê-lo.
Todos ficaram olhando um para o outro, sem saber que tinham a mesma dúvida, por alguns instantes.
O que ninguém percebeu é que, tendo eles chagado de madrugada na casa e tendo também eles, ficado um bom tempo discutindo o que fazer e agora outro bom tempo desvendando as frases, o amanhecer não ia longe, e o sol, só não despontava na janela do quarto, devido a uma elevação que formava uma quase-colina no quarteirão em frente a casa.
Harry se prostrou em frente da janela e notou isso, como ninguém disse nada, ali ele ficou com sues próprios pensamentos, tantos que nem mesmo ele os entendia direito.
Seus pais que nunca lhe saiam da cabeça, é incrível como eles tinham uma grande presença nos pensamentos, na vida de Harry, mesmo ele nunca os tendo conhecido,mesmo em situações como essa. Isso o fazia pensar em Voldemort, o mundo bruxo, que entrou do nada na vida dele quando tinha onze anos, mas que agora, era impossível se imaginar longe de tudo o que era de lá, do mundo mágico, o mundo de seus amigos, todos os Weasley´s, de Hermione.
Tinha muito medo de perder seus amigos, sua nova família, e agora os estava levando direto para o perigo. Direto para Voldemort. Nem ele mesmo tinha certeza do por que dele estar ajudando Naoku, até o momento, resolvera não pensar muito sobre isso, só parecia a coisa certa a se fazer, então, ele continuou.
Muitos, não só Hermione e Naoku, diriam que é ‘ Mania de Herói ’. Rony, Harry sabia, não saberia explicar, mas o seguiria aonde quer que fosse, mesmo que ás vezes com medo. Mas Hermione, ele também sabia, e gostava de poder ter esse certeza, diria que ele queria ajudá-la para que Naoku não passasse por tudo que ele passa. Ele não tem certeza do que é pior, nunca conhecer os pais, ou de repente perdê-los. Mas o que ele sabe, é que não deseja a ninguém nenhum tipo de sentimento, nem mesmo um pouco parecido com o que ele sente ao pensar em seus pais...
Agora ao menos, pensava ele agradecendo a quem quer que fosse, sabia o que era ser amado, depois que entrara em Hogwarts, conhecera muitas pessoas, sabia o que era amar, ter amigos, um padrinho, sabia também que Molly e Arthur Weasley, até mesmo Dumbledore, nutriam por ele sentimentos paternos, e isso é ótimo.
Mas ao mesmo tempo em que agradecia por poder sentir tudo isso, um enorme medo o invadia, medo de perder tudo o que mais amava.
O que faria sem a certa proteção de Dumbledore, Hagrid e a família Weasley lhe proporcionavam?
O que faria sem Rony, seu amigo fiel como quase ninguém, que é o irmão que ele nunca teve?
Mas, o que faria sem Hermione, ela que sempre esteve ao seu lado, mesmo quando Rony num acesso de criancice lhe dera as costas no quarto ano? O que faria sem ela que era seu raciocínio? Parte da sua confiança. Aquela que sempre o mantém na linha, que é também grande parte da sua consciência, que é grande parte do seu consolo. O que faria sem ela que, inconscientemente, é sua muralha, seu porto seguro?
Eram perguntas que ele preferia não responder, que eram fáceis e difíceis ao mesmo tempo...
Rony sentou ao chão junto com Yuna. Amy, Lana e Karolin aguardavam em pé, todos a par do acordo mudo de esperar pelo sol.
Zell e Naoku sentaram-se encostados na cama quebrada, ela parecia muito pensativa, mas além disso, nada mais o seu rosto denunciava. Tinha o seu pingente entre os dedos da mão direita. Zell ao seu lado, tinha o próprio anel que passa de uma mão a outra de tempos em tempos. Vez ou outra dizia frases que só Naoku podia ouvir e que de um modo ou de outro surtiam algum efeito sobre ela.
Hermione observava quase no centro da sala, de um a outro, até que reparou Harry. Se aproximando da janela, enlaçou sua mão na dele, pedindo atenção para si. Antes que Harry pudesse dizer algo, Hermione já lhe confidenciava.
“ Ás vezes... pode não parecer, mas estamos todos aqui. E não pense que, seja o que for, o problema é só seu. “
Ponderando sobre o que ouviu, Harry abre um meio sorriso e tenta.
“ Como você... ? “
“ É fácil ler seu rosto... “ ela responde simplesmente e ficam em silêncio, observando o nascer do sol.
Passado vários minutos, o sol finalmente adentrou no quarto, deixando a silhueta de Harry e Hermione na parede oposta, iluminando o local destruído e deixando nos cabelos espetados e desalinhados de Harry e nos cabelos ondulados e um pouco lanzudos de Hermione mechas amarelo-alaranjadas.
Quando os dois saíram da linha da janela, a luz bateu diretamente na parede oposta revelando algo que nem mesmo Naoku tinha conhecimento.
Na parede branca apareceu algo como um quadrado, formados por linha finas e negras, aproximando-se, a dona do quarto percebeu que era na verdade uma pequena porta de aproximadamente cinqüenta centímetros de cada lado, tocando-a, ela se abriu, revelando a penseira.
“ Será que isso vai lhe explicar tudo o que você quer saber? “ pergunta Karolin para Naoku.
“ Tomara... “ simplifica a outra, olhando ao redor para os outros, diz mais confiante do que estava. “ Agora que vocês estão todos aqui, estão tão atolados nisso quanto eu, acho melhor todos verem o que há na penseira junto comigo, não quero ter de ficar explicando tudo depois. “ todos a olham, consentindo a idéia.
Zell e Rony pegaram cuidadosamente a penseira e colocaram no chão, todos sentam a sua volta. A penseira era uma espécie de caldeirão médio, provavelmente de prata, pelo menos, brilhava tanto quanto a mais pura prata. Tinha desenhos entalhados, formas de árvores e plantas de todos os tipos, uma verdadeira floresta bem desenhada e detalhada, de um lado, bem no centro, havia o brasão da Corvinal, com as grandes asas do corvo negro, entrelaçadas por entre os galhos da maior e mais bonita árvore que lá existia.
Naoku colocou sua varinha na substância líquido-gasosa que existia dentro, e foi logo seguida por todos.
“Ãh... é... “
“ Você... “ Amy também não termina a frase.
“ O que elas estão dizendo é... “ Hermione é interrompida por Harry e Zell que dizem ao mesmo tempo.
“ Você tem certeza disso? “
Harry se encontrava bem a frente de Naoku, e Zell ao seu lado. Ela só confirmou com a cabeça e quando se prepararam para ver logo o que havia ali, ela procurou a mão de Zell, e a apertou contra a sua.
N da A: Ah! Qual eh? NINGUÉM comenta! ta certo... nem tem tanta gente assim lendo... mas, VAMOS GENTE COMENTA!!!!!!!!!
Olha soh, PRECISO saber a opinião de vcs! manda, nem que for um comentariozinho de uma linha! OK?
E, podem dizer o q quizerem, elogios, críticas, o q ta faltando, o q não tinha necessedade... qualquer COISA!
Mas, vamos lá, ainda assim MUITO OBRIGADO, pra quem ta lendo e espero que vcs estejam c divertindo, tanto quanto eu ao escrever, blz?
Ateh o próximo cap....^^^Aline
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