Eu Também
Romance/Humor
Classificação: K
Fiction por: FrancisHHr
Título orginal: Yo también
(traduzido por: Mione_Potter_love)
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Sinopse: ‘O sorriso segue aí’ Às vezes, necessitamos só um sussurro para alvoroçar tudo nosso mundo. Ou, ao menos, foi o que Hermione Granger necessitou para notar o que seu coração realmente queria dizer a gritos... ‘Eu também’.
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Eu Também
Olhou a ardósia sem poder ler absolutamente nada nela. Observou a McGonagall falar e nem sequer pôde ouvi-la. Anotou as coisas automaticamente sem analisar ou sequer saber de onde o havia tirado. Não posso conseguir o que quero, estou flutuando no mesmo lugar sem entender.
Há uma primeira vez para tudo.
Esta é a primeira vez que não posso concentrar-me em nada. Do que sim estou consciente é que ele não está ao meu lado, não me estranha, depois do que acaba de me dizer, não o culpo. Posso notar que está tenso e nervoso, só pela posição encurvada de sua espalda e a mão que alcanço ver quando se remove em seu assento enquanto escreve com a mão apertando a pluma até que as articulações estarem brancas.
Meus olhos deambulam pela sala tratando de encontrar respostas, chego a janela para ficar algo do exterior que possa distrair-me ou enfocar-me. Mas o único que consigo é vazio e a repetição dessas palavras, uma e outra vez. Essas palavras que saíram gaguejadas, nervosas e numa maneira pouco convencional.
Não as esperava, e por isso estou completamente confusa. É verdade o que ele me disse? Queimaria viva por ele, se fosse necessário, e a forma em que se encontrar enterrado em sua mesa me dá cabimento para crer que o é, que sim é verdade, mas... É verdade para mim?
É meu melhor amigo, sempre o foi, o garoto que voltou com onze anos a resgatar-me de um trol de três metros, com ele viajei as infinidades do mundo em busca de uns quantos pedaços da alma de uma das pessoas mais asquerosamente malvadas que tivera oportunidade de pisar a Terra.
Faz uns quantos meses que pude estar pensando o mesmo de outra pessoa, mas agora nem sequer sei o que pensar, minha mente gira e gira nessas mesmas palavras... Fecho os olhos tratando desesperadamente de reiniciar meu sistema para poder me concentrar. Mas é impossível! Neste jogo não só estamos nós dois! Aqui está Ron, e está Ginny e esta... agr... Não, não tenho que procurar desculpas na situação, só estamos nós dois, não importa nada mais, nós seriamos os que nos lançaríamos ao vazio.
Fecho os olhos qualquer coisa mais desesperada e milhões de momentos e imagens me atacam sem descanso. A proximidade no último tempo é mais que evidente, inclusive para mim mesma. Roces por aqui, tomadas de mão por lá, um beijo na bochecha que se alarga por uns quantos segundos. E sei que era iminente.
Já o havia previsto anteriormente, seus olhos delatavam demasiado e eu só preferi ignorar, só quis me fazer a louca para não arruinar uma das relações mais belas que tive até o momento. Mas era inevitável que isto ocorresse e se estudo meu interior com minúcia posso notar a esperança e desejo que meu coração sentia por ouvi-las.
Quando esses lábios se aproximaram a meu ouvido antes de começar as aulas e murmuraram essas duas palavras congelei no lugar. Girei de imediato para ver a pessoa que conhecia há anos rapidamente escapar e entrar na sala para tomar assento em outro lugar e não no dele. Não teria sequer precisado girar para conhecer o autor dessa declaração, essa voz me acompanha desde muito tempo.
Olho sua nunca e o vejo remexer-se nervoso.
Será que não o vê?
Será que não o vejo?
Sempre o sentimento tem estado dentro de mim, Essa necessidade abrumadora de querer protegê-lo e que seja feliz, essa preocupação inata que jamais havia demonstrado por outra pessoa nesse mundo. Esse carinho que muitos poderiam tomar como fraternal, mas que escondia um amor muito mais profundo no fundo de meu ser, e que se escondia inclusive de mim.
Sorrio de repente na aula fitando sua cabeça e qualquer um haveria pensando que estava louca por estar sorrindo quando McGonagall ao que parece dá um ensaio de quatro metros para daqui a dois dias. Meus ouvidos nem sequer registram os grunhidos de desacordo do resto da classe, minha boca só sorri tontamente, como qualquer garota de dezoito anos apaixonada por seu melhor amigo.
Umas ganas terríveis de lhe segurar o pescoço e girá-lo e beijá-lo se apoderam de mim e tenho que me reter a estirar-me e pôr uma mão sobre sua espalda para me assegurar que é real e está aí. Volto a sorrir e por pouco uma risada me escapa. Saco um pedaço de pergaminho e pego minha pluma pela primeira vez em quarenta minutos de aula que levo pensando sobre o que acabam de me dizer faz quarenta e cinco.
Unto a pluma com um pouco de tinta e anoto duas palavras mais para depois com a varinha fazer o pedaço de papel levitar e depositar-se enfrente a ele. Duas palavras, oito letras, nada mais que isso e uma grande resposta. O vejo pegar o papel e acercá-lo a seu rosto como se não acreditasse no que está lendo. Sorrio amplamente e ruborizo quando antecipo que girara.
Seus verdes olhos se conectam com os meus e sua expressão é de incredulidade absoluta, a boca está levemente aberta e a cor vermelha inunda ainda mais minhas bochechas. Baixo a vista por só uns segundos para encontrá-lo ainda olhando-me quando a levanto. Seus olhos me pediam a gritos para afirmar o que havia anotado e lhe assenti vagamente com um sorriso.
E aí veio.
Seu sorriso.
Como era que jamais havia notado os efeitos que esse sorriso tinha sobre mim? Como meu peito se inflama e meu coração bate um pouco mais rápido. Como um sentimento de paz e alegria me inflava por completo e imagens de cada um desses sorrisos me acompanhavam de imediato. Como nunca notei meu próprio sorriso estúpido de resposta ao dele?
Esses lábios, uma esquina ligeiramente mais levantada que outra. Esse sorriso, era o que fazia que o amasse tanto, era impossível não fazê-lo se o visse. Era um sorriso de felicidade e tranqüilidade absoluta. Não escuto um pigarro à frente da sala e com seus olhos ainda enfrentando os meus, chego a saltar quando escuto meu nome.
-Senhorita Granger!
-Sim?! – salto assustada, despregando meu olhar do dele.
-Poderia me responder a pergunta? – McGonagall me olhava entre curiosa e divertida.
Por que me da a impressão que ela já sabia de meus largos minutos de divagações no vazio? Coro ainda mais e por um lado o vejo também completamente vermelho e enterrando-se em seu lugar. O resto da classe nos encara divertidos e pigarreio acomodando-me na cadeira.
-Lamento, professora. Poderia repetir a pergunta?
A mulher agora sim que sorria.
-Para a próxima preste atenção e evite mandar bilhetinhos a Potter, estou segura que pode esperar uns minutos mais – me enterro querendo que a terra me trague agora mesmo ante a clara risada de todos Grifinórios e Corvinais do sétimo ano – E sobre a pergunta, a transformação em objetos inanimados a seres vivos não os classifica como tal, só são...
E assim a classe continuou, já todos mais calmos, mas uns quantos ainda roubavam olhares a meu vermelho rosto. Harry gira levemente e lhe modo o perfil. Me da um último olhar antes de guardar o pergaminho no bolso da camisa. As palavras ‘Eu também’ nitidamente escritas dento desse papel.
E essas palavras em resposta ao sussurro de ‘Te amo’ que recebi por parte dele há cinqüenta minutos. Sorri outra vez mais tranqüila sobre toda a situação, e sinceramente, esta primeira vez de desconcentração total, não me afeta no mais mínimo.
Alguém neste mundo me ama e eu o amo também. A risada nervosa que me escapa chama atenção de toda a classe a exceção da dele que, dou por seguro, deve estar ruborizando ao Maximo, igualmente a eu. Murmuro um ‘sinto muito’ e me enterro em minha cadeira sem prestar atenção ao olhar que me dá a professora.
Não me importa o que o resto faça, o sorriso segue aí e só estamos ele e eu neste lugar.
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N.T.: Amo muito este short. É tão gracioso... *-*
Espero que curtam! E que me desculpem os erros, claro.
Obrigada pelos comentários! Logo, logo, estou aqui novamente^^.
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Comentários (1)
muito linda essa short! acho que é aquele tipo de situação em que a gente fica se imaginando... enfim, perfeita!
2011-05-15