O Castigo do Lord





A noite estava fria e absolutamente silenciosa, não se ouvia nem sequer o ruído de ratos que poderiam estar ali rondando. Era uma área enorme, a grama era muito verde, mas nenhum sinal de seres humanos.

Um estalo cortou a noite e o vulto de um homem veio correndo pela área gramada. Pouco depois, vários outros estalos romperam o silêncio absoluto da noite e vultos velozes correram. Um deles carregava outro de sombra menor, que parecia relutante em continuar a corrida. Se dirigiam ninguém sabia para onde.

De repente, um deles parou. Os outros que corriam atrás pararam logo atrás dele, esperando que ele fizesse algo. Ele pronunciou algumas palavras e uma gigantesca casa se materializou do nada na grama verde, um casarão de madeira grossa e escura, de janelas quebradas. O grupo entrou pelas portas de maçaneta dourada em forma de serpente e fecharam a casa, que desapareceu no mesmo momento.

O mesmo que pronunciara as palavras entrou cauteloso, olhando para todos os lados. Subiu as escadas para o primeiro andar, onde viu um longo corredor escuro.

- Milorde? - chamou, sua voz rouca como a de um cachorro.

Um jato de luz verde saiu da porta ao fundo do corredor, explodindo um lustre que pendia do teto. Todos se encolheram, com medo de serem acertados pelo jato. Caminharam silenciosamente e com cuidado, para evitar outro raio, que era muito provável de vir à tona. Entraram pelo portal e encontraram uma poltrona negra e demasiadamente desbotada.

- O serviço está feito, milorde. Dumbledore está morto.

A poltrona permaneceu quieta e o único som ouvido por todos era o do crepitar das chamas defronte à poltrona. Então uma voz fria e cortante falou com delicadeza:

- Parabéns, meus fiéis companheiros. No entanto, deixem-me saber de uma coisa que está me matando, apesar de que não posso morrer. O serviço foi feito da maneira que planejei?

- Sim, milorde, Dumbledore está morto. - respondeu Lobo.

- Ah. Pensei que alguma alteração havia acontecido para que eu visse vocês correndo feito loucos e o sr. Malfoy esteja tão chocado. Pensei que outra pessoa tivesse feito este serviço, entende, Lobo?

- Bem...

- Estou captando uma mentira no ar? - interrompeu Voldemort, com sua voz cortante, ainda imóvel na poltrona.

- Milorde... - começou uma voz feminina atrás de Lobo.

- Sim, Bela?

- Milorde... Bem, Draco não conseguiu, o senhor sabe como aquele paspalho do Dumbledore sabe como enrolar alguém, Draco não conseguiu executar... Snape o matou.

- Severo? - e pela primeira vez a poltrona se mexeu, para trás, empurrada por Voldemort, que se levantou, mostrando-se um ser alto, branquíssimo, magro, com fendas no lugar do nariz, pupilas verticais e olhos vermelhos.

- Milorde... - agora foi a vez do que carregava o menino que relutava em ir se curvar ao bruxo. - O garoto é jovem, não conseguiu executar... Perdoe-o...

- Meu amigo Severo, sabe muito bem o que acontece com os que perdôo - começou Voldemort, e um soluço se fez escutar ao lado de Snape, vindo do menino - Eles acabam achando que o Lord sempre os perdoará. Que podem passar suas tarefas a outros. O Lord perdoa quando pode, o Lord dá quando se merece e o Lord castiga quando é preciso e tira quando necessário.

- NÃO! - uma voz feminina surgiu entre os do grupo e uma mulher loura tirou sua máscara e baixou o capuz. - Por favor, milorde, me castigue no lugar dele...

- Minha cara Narcisa - ele voltou a sua voz gentil - Ele precisa aprender nossas leis, fiel amiga. Ele terá de ser sujeito a todos os castigos dos Comensais da Morte. Eu o encarreguei de uma tarefa das mais gloriosas, ele seria o mais importante dos Comensais, Aquele-Que-Matou-Dumbledore, e não o matou quando pôde.

- Ele não teve oportunidade! - gritou ela, e Voldemort virou seus olhos vermelhos para Draco Malfoy, que choramingava baixinho ao lado de Snape. Ele perfurou os olhos do menino com seu olhar malicioso e voltou:

- Oh, ele teve. Tempo suficiente que daria para vocês voltarem sem parecerem um bando de cachorros que fogem de um fazendeiro.

- Por favor, me castigue, milorde... POR FAVOR! - suplicava a mulher. Os outros a olhavam com piedade.

- Narcisa Malfoy. - Voldemort tomou um tom de voz mas agressivo - Pare de ser a mãe choramingona; qual de vocês não queria que, caso tivessem filhos, estes trabalhassem pros comensais? - ele olhou para todos. Levantaram suas mãos. - Vê? Ele merece ser castigado.

- POR FAVOR, NÃO!

- CRUCIO! - berrou ele, apontando a varinha para Narcisa. Esta caiu no chão e começou a se contorcer, berrando de dor. Os outros se afastaram, a não ser Draco, que pela primeira vez no casarão falou alguma coisa:

- PARE! - gritou ele.

Voldemort fez um gesto com a varinha que parou o feitiço.

- Vê, Narcisa? O menino se acha responsável pelos seus atos e já é um adulto. É merecido que ele receba um castigo por sua falha. CRUCIO! - berrou Voldemort. Draco Malfoy caiu no chão, suplicando para que ele parasse, gritando de dor, se contorcendo, chorando. Narcisa se jogou em cima do filho, tentando fazer a dor parar.

- ELE JÁ FOI CASTIGADO O SUFICIENTE! PARE! PARE! PARE!! - gritava ela, em vão. Dois minutos de grito e Voldemort mais uma vez fez aquele gesto com a varinha que fez o feitiço parar.

- Ele irá passar oito dias no Aperto. Se sobreviver, continuará entre nós, senão, meus pêsames.

- NÃO! NÃO NO APERTO! POR FAVOR, MILORDE... EU VOU NO LUGAR DELE...

- Isso será uma lição para você e para ele, Narcisa. Não quero mais falhas. Belatriz, quero que coloque seu querido sobrinho no Aperto. Agora.

Narcisa tentou segurar o menino, mas Voldemort lhe lançou um feitiço que a fez soltar o garoto. Belatriz, uma mulher de rosto macilento, o levou, receosa, para fora do cômodo.

- Quero que todos saiam. - todos se encaminharam pela porta - Menos você, Severo.

Todos abandonaram a sala e Snape sobrou sozinho no lugar. Voldemort olhou-se no espelho, acariciou seu rosto com sua mão de dedos enormes e muito brancos e olhou Snape pelo reflexo no espelho.

- Estou feliz que tenha provado sua lealdade, Snape, assassinando meu maior rival. Agradeço. No entanto, não entendo o porquê de você ter ajudado o filho de Lúcio... É curioso o seu comportamento...

- Milorde... Vi que o garoto não iria criar coragem para matar quem o ensinou durante anos, quem o estava enrolando numa conversa fiada. Vi que acabaríamos perdendo a oportunidade, Hogwarts estava infestada de bruxos da Ordem, que iriam muito provavelmente subir à torre para combater os comensais. Então amaldiçoei logo o bruxo para que todo aquele ataque muitíssimo bem bolado pelo senhor não falhasse por completo...

- Entendo... Muito bem, você sabe que dou honrarias para todos aqueles que me fazem os maiores serviços. Você fez o maior deles e ainda provou sua fidelidade a mim, Severo, merece um bom prêmio. - O que deseja?

- Milorde, só de saber que agora confia inteiramente em mim já é o suficiente...

- Não seja medroso, você não costumava ser assim. Peça!

- Hm... Rabicho fora de minha casa.

- Isto eu já fiz, removi Rabicho de lá há alguns minutos, pouco antes de chegarem.

- Muito obrigado, milorde, aquele verme inútil só fazia atrapalhar todos os planos que tínhamos. Então, milorde, no momento não desejo nada.

- Não quero ficar endividado com você, Severo.

- Desejo continuar trabalhando para os Comensais.

- Como assim?

- Bem, agora toda a Ordem saberá que eu não estava do lado deles, então, não me aceitaram ao seu lado.Então, agora estou sem serviço. Eu gostaria de continuar trabalhando aqui.

- Hm... Muito bem, está dentro.

- Muito obrigado, Milorde!

- O Lord perdoa quando pode, o Lord dá quando se merece e o Lord castiga quando é preciso e tira quando necessário. Pode ir, Severo - e voltou-se para o espelho.

Snape saiu do cômodo e foi em direção aos outros, que estavam no primeiro andar, vendo Belatriz colocar Draco no Aperto. Draco relutava em entrar.

- Malfoy, entre logo! Não vê que seu castigo será pior se não entrar? - alertou Snape.

- Não! Não! Por favor! - pediam ele e a mãe, chorando.

Snape lançou um feitiço que derrubou e empurrou Malfoy para dentro do Aperto. Belatriz o fechou e trancou.

O Aperto era o pior lugar onde se podia ficar no mundo. Era um quartinho demasiado baixo, obrigando a pessoa a nunca se levantar, e demasiado apertado, o que não a permitia a se deitar, ficando sempre sentado encolhido contra os joelhos. O lugar tinha ratos, fedia a mofo antigo, e possuia um feitiço nas paredes que, ao se encostar, tomaria um choque. Além de tudo, era escuridão absoluta, mesmo de dia. Era difícil respirar, se mover, qualquer coisa. E o pior: não se podia escapar.

Snape amparou Narcisa nos ombros e a carregou até a sala de visitas do casarão. Ela não conseguia parar de pensar em seu filho torturado.

- Ele errou, Narcisa.

- O que o Lord queria contigo?

- Me retribuir o serviço.

- POR QUE VOCÊ NÃO PEDIU POR MALFOY?

- Acalme-se, Narcisa - sussurrou Snape - Você não acha que ele teria desconfiado se eu o pedisse? - sibilou.

- Mesmo assim - ela soluçou - Não importava, desde que você o tirasse daquele lugar terrível.

Nesse instante, um gritou se ouviu vindo do corredor ao lado deles. A voz era de Draco e, ao seu grito, uma risada fria e cortante se ouviu lá de cima e o grito de Narcisa se fez ouvir por todo o casarão. Muito provavelmente Draco descobrira que não podia tocar nas paredes do Aperto.

- Severo... Você devia ter pedido... Não vê o que ele está passando agora? - soluçava ela, desesperada.

- Narcisa, se eu o pedisse, ele descobriria sobre o Voto! Morreríamos nós dois! Pelo menos nele há chance de sobrevivência...

- Eu morreria por ele!

Snape pareceu mergulhar em pensamentos, escolhendo com cuidado as palavras a serem utilizadas.

- Como eu disse, Narcisa - disse ele devagar - Nele, há chances de sobrevivência. Para quê duas mortes em troca de uma sobrevivência sadia ao invés de duas sobrevivências e uma machucada que poderá se recuperar?

Outro grito de Malfoy foi ouvido por todos de dentro do Aperto. Narcisa contorceu o rosto ao ouvir a voz do filho sendo torturado.

- Entenda... Malfoy é forte. Ele sobreviverá ao Aperto.

- E se ele morrer?

- Ele não vai.

- Oh, Snape... - ela abraçou o amigo e deixou lágrimas caírem sobre seu ombro esquerdo.

Outros Comensais começavam a entrar na sala de visitas. Era um cômodo escuro, as paredes de madeira velha e empoeirada, uma mesinha também de madeira sustentava um vaso oco, e três sofás no centro da sala sobre um tapete horrivelmente sujo ficavam de frente para a lareira apagada. A Comensal Belatriz apontou a varinha para as toras da lareira e tocou fogo nelas, iluminando a sala. Ela sentou-se no sofá à esquerda da lareira e olhou piedosa para a irmã que chorava.

- Ele vai ficar bem, irmã...

A irmã ignorou a outra. Lembrava-se de quando Belatriz comentava "Se eu tivesse tido filhos, daria todos para servirem ao Lord das Trevas". Aí, chorava mais ainda. Outro grito de Malfoy e novamente Narcisa contorceu o rosto. Cravou as unhas no ombro de Snape, que deu palmadas nas costas da amiga.

- Greyback, suba. - a voz fria de Voldemort cortou o ar. Lobo Greyback se dirigiu às escadas e foi até o quarto em que Voldemort estava. Ao entrar no cômodo, fez uma reverência, que se igualaria a de um elfo doméstico à um bruxo, e perguntou:

- Sim, milorde?

- Lobo, tenho um serviço para você.

Greyback, levando em conta que Voldemort encontrava-se costas, fez uma cara de cansaço, pois já tinha duelado em Hogwarts e esperava descansar o resto desta noite. Voldemort parecia ter lido seus pensamentos, o que era muito provável, apesar de não estar olhando, pois lhe disse:

- Está cansadinho? Quer dizer que o trabalho que lhe proporciono é cansativo para você? Eu lhe dou proteção, não ataco próximos a você, realizo seus desejos, e você está achando que é cansativo o trabalho que lhe passo?

- Não, milorde, eu...

- Crucio! - Voldemort virou em alta velocidade, enfeitiçando Greyback, que se contorceu no chão, berrando de dor. Voldemort gesticulou com a varinha pela terceira vez na noite e desfez a maldição.

- Milorde... - murmurou Greyback, sua voz quase um latido.

- Quero que leve alguns de seus para Chelsea e vigie a casa dos Mockridge. Espere que Cutberto saia de casa e mate todos os que estão dentro. - Ele foi até o espelho - Não existirão sobreviventes. Entendeu?

- Sim, milorde, convocarei os mais aptos. Devemos matar o Cutberto Mockridge também ou apenas sua família?

- No momento, apenas a família. Quero assustá-lo, quero que desista de seu emprego no Ministério da Magia. E, se conseguir, poremos algum dos nossos para trabalhar no lugar dele, assim muito provavelmente será possível uma ligação com os duendes. Eles estão muito relutantes a se unirem a nós.

- Certo, senhor. Mais alguma coisa?

- Sim, mande Amico subir. E sigilo.

- Sim, milorde. Com licença - fez outra reverência e saiu.

Desceu as escadas de madeira, seus passos fazendo barulho, e ouviu o choro de Draco de dentro do Aperto, sentindo um pingo de piedade. Foi até a cozinha e encontrou a maioria dos Comensais sentados lá, conversando, todos sem as máscaras. Não era comum tirarem as máscaras, não confiavam muito uns nos outros, pois, como da última vez, poderiam ser entregues em troca da liberação de outros. Mas hoje o fizeram, talvez em protesto particular pela crueldade contra Malfoy.

- Amico, Ele pede que suba.

- O que ele queria, Lobo? - perguntou uma Comensal muito parecida com Amico.

- Pediu sigilo, Aleto. - respondeu Greyback. Ele pôs sua máscara (seus pêlos escapavam pelos orifícios da máscara e pelas bordas dela. Saiu da cozinha pela porta dos fundos e foi se reunir a outros Comensais lobisomens.

Amico entrou no cômodo que estava Voldemort, que desta vez não estava sentado na poltrona, mas ainda se olhando no espelho.

- Amico, quero que fique de vigia na casa dos Diggory. Tenho desconfiança que estejam trabalhando para a Ordem.

- Isso significa que devo matá-los, milorde?

- Não, não quero que mate nenhum deles. Siga-os, como uma cobra, discreta e silenciosamente. Não quero que saibam que está na espreita deles. Se eles realmente pertencerem à Ordem, poderemos descobrir onde estão os participantes e preparar um ataque em massa.

- Milorde, às vezes me impressiono como o senhor pode ser tão... tão... inteligente...

Voldemort soltou um riso baixo.

- Deixe de bajulação, Amico. Vá logo. Eles podem estar se reunindo agora depois da morte de Dumbledore. E não quero ficar sabendo que contou isso a ninguém. Quero silêncio absoluto sobre isso.

- Sim, milorde... - e se retirou.

Mais um grito de Malfoy encheu a casa, aumentando a tensão ali dominante.

- Severo! - choramingou Narcisa.

- Acalme-se, Narcisa... - consolou Severo.

- Como posso? Draco está... LÁ! - berrou ela e derramou suas lágrimas no ombro largo de Snape.

- Snape! - a voz cortante de Lord Voldemort chamou pelo homem. Este soltou Narcisa do próprio corpo e subiu as escadas até o quarto de Voldemort. Quando abriu a porta, Voldemort olhava para ele.

- Meu fiel amigo Snape...

- Diga, milorde - disse Snape, se curvando.

- Snape, ainda há pouco, você pediu para continuar servindo a mim. Estou certo? - perguntou, mesmo sabendo que estava.

- Sim, senhor.

- Tenho uma missão para você, então, Snape. - começou ele calmamente, se virando para a lareira.

- Pode dizer, milorde, qualquer coisa pelo senhor...

- É uma missão especial, entenda, e realmente difícil de ser cumprida com êxito. No entanto, se falhar, porá tudo a perder.

- Sem querer me gabar, milorde, mas, veja bem: eu fui quem enganou Alvo Dumbledore durante todos esses anos e quem o matou esta noite.

- É ótimo que se lembre disso, porque a missão é bem parecida.

- Como assim, senhor?

- Meu caro Snape... Sei que será difícil conseguir fazer isso mas, quero que você volte a Hogwarts.

- Como? - perguntou Snape, perplexo, esquecendo-se de chamar Voldemort por milorde.

- Exatamente. Quero que você finja que a morte foi planejada. Sinceramente, nem sei como poderia ter sido, mas quero que você invente uma desculpa muito bem feita para que eles acreditem.

- Mas para quê o senhor quer que eu volte e engane todos?

- Além de conseguir informações da Ordem, é claro... Quero que me traga Harry Potter.

Um silêncio absoluto tomou conta do quarto. Snape estava irresoluto, não sabia o que dizer. Preferiu manter-se calado. Pelo visto, foi uma decisão errada.

- Qual o problema, Snape?

- Nenhum, milorde... - respondeu Snape, sua expressão dura indefinível. - Exatamente para onde o senhor quer que eu o leve? E para quê?

- Quero que o traga aqui em sete meses no máximo. Daqui o levarei para o local do duelo. Quero matá-lo num lugar especial.

- Qual, senhor?

- Ainda estou a decidir. Então, Snape?

- Irei, senhor.

- Porém, Snape, eu não posso deixar que ultrapasse esse prazo.

- Não ultrapassarei, senhor.

- Sei que não. Mas, para que nenhuma haja dúvida alguma, quero que você faça um Voto Perpétuo comigo.

- Um...

- Voto Perpétuo. Quero garantir que o prazo seja cumprido, Snape.

Snape hesitou.

- Está bem. Eu faço o Voto.

- BELATRIZ! - chamou Voldemort, um tanto entusiasmado.

- Sim, milorde? - uma voz ofegante feminina que chegava pela porta.

- Quero que seja nossa Avalista.

- Avalista...? Vocês...?

- Venha logo, imprestável. - chamou Voldemort, irritado.

Belatriz pareceu ofendida com o xingamento de Voldemort, mas se aproximou e puxou a varinha. Snape e Voldemort derão-se as mãos como se estivessem num jogo de queda de braços.

- Você, Severo Snape, trará para mim, Lord Voldemort, Harry Potter vivo?

- Trarei.

Uma fina língua de fogo saiu da ponta da varinha escura de Belatriz e iluminou o rosto dos presentes, envolvendo as mãos unidas.

- Dentro de sete meses?

- Sim.

Outra língua envolveu as mãos unidas.

- Para que eu possa matá-lo?

Snape virou os olhos para Voldemort. O silêncio fez Voldemort também virar o rosto para Snape que, ao sentir o olhar penetrante do bruxo, virou-se e pronunciou:

- Para que o senhor mate-o.

Outra língua de fogo surgiu da varinha e se enroscou com as outras, que se fecharam sobre as mãos unidas dos bruxos, como fosse uma serpente.

[continua]

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