O medalhão



NO TRÊS VASSOURAS

Harry Rony e Hermione olham um para o outro. Ninguém se atreve a falar nada, Harry espera que eles contem o que aconteceu e eles esperam que Harry comece... Eu sei que vai ser difícil pra eles também pensa enquanto olha concentradamente para a sua cerveja amanteigada.

Hermione quebra o silêncio – Depois que saímos de Hogwarts, você lembra?

Harry balança a cabeça afirmativamente – Eu me lembro Mione. Você aproveitou nosso tempo na escola pra pesquisar quem seria RAB e acabou chegando no nome do irmão do Sirius... Aí nós fomos para a casa da família dele procurar o medalhão...

XXXXX

As cenas a seguir são baseadas nas lembranças dos três amigos

Eles acabaram de entrar na mansão Black. O quadro da mãe de Sirius olha para os invasores e grita a plenos pulmões – MORTE AOS AMIGOS DOS TROUXAS. VAMOS ACABAR COM OS SANGUES RUINS!!!!

Hermione – Eu ainda destruo esse quadro! (ela fala irritada)

Rony – A ordem já tentou. Ninguém conseguiu achar uma magia que o destrua

Hermione. – E quem falou que eu estou pensando em magia? Eu faço ele em picadinho com minhas próprias mãos!

Harry – Deixa isso pra outro dia, temos muito a fazer. Isso se RAB for realmente o irmão do Sirius e se ele houver escondido o medalhão aqui.

Hermione – Só tem um jeito de saber. Vamos procurar!

Os três vasculham a casa por dois dias. Nem sinal do medalhão, o que desanima bastante o trio.

Rony desaba em uma cadeira – Se ao menos houvesse mais gente pra procurar... O pessoal da ordem poderia vir, essa casa é enorme e nós temos pouco tempo. Ele está cada vez mais forte

Harry – Não! Não posso arriscar tantas vidas. Eu nem sei como aceitei que vocês dois viessem

Hermione interrompe – Digamos que você não teve escolha. (olha pra ele) É sério Harry, nós precisamos de ajuda. Não sei mais onde procurar.

Harry – Se Regulus é realmente RAB, ele deve ter sido morto pouco tempo após pegar o medalhão. Não deve ter dado tempo dele colocar em outro lugar, mas pode ser também que Voldemort o tenha recuperado... Em todo caso se ele estiver aqui a gente acha. Nem que eu tenha que desmontar essa espelunca.

Hermione ilumina-se – Espere aí...

Harry e Rony olham com cara de quem não está entendendo. – O que foi? (Perguntam quase ao mesmo tempo)

Hermione continua. Parece falar consigo mesmo. – Eu sou uma idiota. É claro que algo assim não ia estar embaixo da cama! (Olha pra eles). Vocês ainda não perceberam?

Silêncio.

Hermione – Algum objeto... Alguma coisa deve ter sido modificada magicamente pra guardar o medalhão. Ou talvez uma passagem secreta tenha sido criada, ele deve ter usado alguma forma de magia pra escondê-lo.

Harry – Vamos procurar novamente... (Para por um momento)

O que foi? – Rony e Hermione perguntam quase ao mesmo tempo

Harry – Talvez a gente realmente precise de ajuda...

Rony – Vamos entrar em contato com a ordem?

Harry – Não... Vamos contar com o que temos aqui. Eu tive uma idéia.

Harry dirige-se pra sala. Hermione e Rony o seguem ainda tentando entender as palavras do amigo

Assim que entram na sala o velho quadro da mãe de Sirius começa a berrar – CORJA DE TRAIDORES! AMANTES DE TROUXAS! FORA DA MINHA CASA!

Harry respira fundo e se dirige ao quadro num tom irônico – Sua casa? Por que sua casa? Você é apenas um quadro! Você não tem nada!

O quadro silencia-se. Eles podem notar que a velha senhora está ficando extremamente vermelha, sua boca se abre e fecha sem parar e ela não consegue falar nada.

Harry continua – Onde está a família Black? A poderosa família Black? Não há mais ninguém!

Bellatrix... (O quadro balbucia)

Harry – Bellatrix? Ela deve estar lambendo as botas do Voldemort, implorando por uma migalha. Você está esperando uma visitinha? Se ela sonhar em aparecer logo um simpático dementador estará esperando pra dar um beijinho... O Sirius, que era o único decente, está morto...

O quadro olha pra Harry com desprezo – Aquele traidor! Ele não pertence à família... Seu nome foi apagado...

Harry – Traidor? O Sirius nunca foi traidor! O que ele traiu? Quem ele traiu? Vamos! Diga! Um louco com sede de poder? Ele nunca pertenceu a Voldemort. Ele não tinha a marca! NUNCA teve!

Rony e Hermione se entreolham estupidificados sem entender aonde Harry quer chegar

O quadro permanece calado, mas todos podem ver que ele está à beira de uma síncope. Se ela não tivesse morta, com certeza enfartaria de raiva. Pensa Harry. Talvez esteja dando certo

Harry continua – Você é apenas um quadro abandonado que arrota arrogância e quer falar em traição! Esquece que o verdadeiro traidor foi seu filhinho Regulus. Ele fez a marca! Ele fugiu! Não que isso seja algo ruim, é claro...

O quadro está cada vez mais exaltado – MENTIRA! (grita a plenos pulmões)

Harry – Vai dizer que ele não se escondeu do Voldemort! Que ele não pegou algo que pertencia a Voldemort e destruiu?

O quadro fica desconcertado – Ele... Ele não destruiu. Meu filho disse que estava guardando para o lorde...

Harry (irônico) – Ah é?! Pois não é isso que todos pensam... Prove!

O quadro fica mudo por um momento. Pensativo, ele murmura quase como se falasse consigo mesmo – Ele falou que ia guardar para o lorde... Eu o vi esconder o amuleto.

Os três jovens entreolham-se. Há um brilho no olhar de Harry, seus lábios se curvam num sorriso de satisfação

O quadro continua – Ele não é um traidor! Ele guardou para o lorde! Eu vi ele fazer isso! Aq... (Para ao perceber que está falando demais).

Hermione – Já sabemos que está nesta sala. Você foi brilhante Harry!

Harry sorri modestamente – Eu achei que provocando o quadro ele poderia deixar escapar alguma coisa. Mas onde estará?

Hermione – Deve estar disfarçado por um feitiço

Rony – Bem. Só tem um jeito

Os três voltam a vasculhar sob os gritos revoltados da senhora Black. Alguns minutos depois e nada do famigerado medalhão

Harry – Tem que estar aqui!

Hermione – E tem que estar no ângulo de visão do quadro. Ele não consegue ver a sala toda

Hermione levanta-se e se coloca ao lado do quadro analisando o que pode enxergar desta posição.

Ela permanece alguns minutos nesta posição até que, numa inspiração súbita dirige-se à tapeçaria.

Hermione olha para a senhora Black com o canto do olho e pode notar que ela está ficando cada vez pálida.

Hermione agacha-se e passa a examinar a tapeçaria cuidadosamente. – Se tivesse alguma coisa escondida sob o nome do Régulos daria pra perceber... Não... O nome dele está intacto...

Harry e Rony olham pra ela. Hermione parece falar consigo mesmo. – É claro! (Diz ela, enquanto um sorriso ilumina seu rosto).

A morena continua analisando a tapeçaria até encontrar o local onde deveria haver o nome do Sirius. Chega bem perto e toca no local com a mão. Ela passa os dedos suavemente por várias vezes até que pega a varinha e pronuncia. - Engordio!!!

O local onde o nome de Sirius deveria estar começa a tomar um volume estranho e em alguns segundos rompe-se. Um pequeno clarão os cega momentaneamente. Os três amigos entreolham-se enquanto o quadro da senhora Black grita mais impropérios que nunca.

Os três aproximam-se lentamente da tapeçaria. No chão um medalhão chamuscado, ao seu lado um bilhete. Harry chega mais perto ainda e pega o bilhete com cuidado. Ele lê em voz alta.

Sirius.

Eu espero que você seja inteligente o bastante para achar isso. Se você não conseguir, eu só vou ter certeza de que além de ser o mais bonito eu sou também o mais esperto. Pelo menos me tornei mais esperto de uns tempos pra cá.

Agora falando sério. Se você achou isso aqui provavelmente eu estarei morto. Não precisa fingir pesar. Eu sei que nos nunca fomos próximos e não é hora de tentarmos descobrir de quem é a culpa. Provavelmente de nós dois. Ambos fomos intransigentes, nos apegamos as nossas convicções e perdemos a oportunidade de nos conhecermos melhor.

Se te consola, eu vou te dizer que você estava certo o tempo inteiro. Que sua melhor atitude foi ter rompido com a família, foi ter se negado a servir o lorde. Você deve estar se perguntando. O que aconteceu com o meu irmão? Ele foi atingido pela maldição imperius? Onde está toda a sede de poder que ele tinha?

É... Sede de poder... Realmente era a sede de poder que me movia. Mais ainda do que as idéias de pureza do sangue, mais do que a obediência familiar. O que eu sempre quis foi ter poder. O poder sempre foi o que eu almejei e por isso fiz a maldita marca. Não porque compartilhava das idéias (não totalmente pelo menos) ou porque toda a família Black a tinha. Mas unicamente porque eu queria ter poder.

Agora pasme meu irmão. Não existe absolutamente nenhum poder em servir um louco com idéias de grandeza e pureza do sangue. Nenhum poder... Todos nós, comensais somos apenas capachos para servir, ser castigado ou mesmo perder a vida apenas para o prazer do lorde. Agora eu pergunto... Onde está o poder que eu almejava?

A essa altura você deve estar rindo e pensando “eu sabia”... Pois é irmãozinho, você tem razão. Não existe poder nenhum em lamber as botas do lorde das trevas, nós todos não passamos de meros servos. Ou, ainda pior, de meros escravos cuja vida não vale um nuque... Então eu tomei a primeira e provavelmente a única atitude corajosa da minha vida...

Faz algum tempo, eu ouvi milorde conversar com a sua cobra. No início foi sem querer, mas a conversa acabou me interessando. Ele falou algo sobre haver dividido a sua alma e assim se tornar imortal. Falou que escondeu estas partes em locais diferentes, aí eu me lembrei que quando ele guardou uma delas eu o acompanhei.

Passei dias pensando nisso e morrendo de medo de que o lorde lesse a minha mente e me castigasse pela ousadia. Mas por algum motivo ele não descobriu ou então achou que eu era insignificante demais para preocupá-lo.

Até que eu decidi fugir. Não queria ser mais um comensal. Onde estava o poder que eu almejava? Mas isso é complicado. Não se pode simplesmente deixar de ser um comensal. Eu estaria morto antes de conseguir falar estupefata. Milorde acabaria comigo como se esmaga um verme. Então tive uma idéia louca, fui até o local onde estava o medalhão e o trouxe comigo. Não foi fácil, mas na minha mente insana eu cheguei a ter a esperança de que o lorde das trevas me pouparia se soubesse que eu estava de posse de um dos pedaços de sua alma.

A esta altura você deve estar dando risada da minha ingenuidade. É... Eu fui burro, eu sei. Fui extremamente burro. O resultado disso é que estou sendo caçado como a um animal desde que abandonei o lorde. E não sei por quanto tempo estarei seguro aqui. Então tomei uma decisão. Estou destruindo o que há dentro deste medalhão. Não tenho tempo pra dizer como vou fazer isso, mas saiba meu irmão que há muito tempo não me sinto tão bem. Pena que não teremos uma chance...

Regulus

Os três entreolham-se. Ninguém fala nada por um tempo, até o quadro da mãe de Sirius fica em silêncio...

Harry pega o medalhão e o segura com cuidado, a sua cicatriz não se manifesta.

Hermione – O que você acha. É mesmo o medalhão de Salazar? A horcruxe foi realmente destruída?

Harry – É o medalhão sim. Mas não tem mais nada de Voldemort aqui. E pelo teor da carta eu só posso achar que a horcruxe foi realmente destruída. (olha para o quadro desafiadoramente) é senhora Black... Eu estava enganado. Seu filhinho Regulus possuía algo de bom...

Rony – E agora...

Harry – Temos que ir atrás da taça...

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