Um encontro sob a lua

Os dias passam e é como se Harry nunca tivesse tomado a poção no que se refere à noite em que você sabe quem foi derrotado. Ele aguarda ansioso a volta de Rony e Hermione, ele aguarda ansioso a oportunidade de ir novamente ao local onde tudo aconteceu. É a minha última chance pensa ele. Só assim vou poder sair com a cabeça erguida

Ele sabe que pra Gina e as crianças não faria diferença. Mas mesmo assim quero continuar. Muitos trouxas morreram e eu preciso esclarecer o que realmente aconteceu. É evidente que minha memória está bloqueando as lembranças. Será que eu tenho ligação direta com estas mortes? Ele para por um momento. Será que eu fui culpado e é por isso que eu não me lembro?

Só mais um pouquinho, Harry. Só mais um pouco e você vai saber realmente o que aconteceu...

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No domingo Rony e Hermione, que chegaram há dois dias, aparecem para almoçar.

Eles estão conversando na cozinha enquanto Molly lava a louça e Arthur encanta-se com a parafernalha eletrônica que o casal trouxe pra ele. Não que ele vá usar alguma coisa é claro, mesmo assim ele parece uma criança a quem disseram que agora tem natal uma vez por mês.

Eles ouvem vozes acaloradas dos gêmeos no jardim, Gina levanta-se e vai até lá pra por fim a discussão. Harry, Rony e Hermione entreolham-se e sobem

Harry – Não temos muito tempo. Eu pensei em fazermos da seguinte forma, a Gina volta a trabalhar na semana que vem. Então poderemos ir sem que ela desconfie

Rony – Isso não vai dar certo. Ela vai nos matar

Harry – Eu sei, mas tenho que tentar. Estou disposto a correr o risco

Hermione – Não seria melhor se ela fosse conosco?

Harry – Não! Eu não suportaria encará-la se não der certo e eu não me lembrar. Não quero que ela se decepcione

Hermione – A decisão é sua. Nós levaremos você até lá e contaremos o que aconteceu com a gente, tudo bem?

Antes que Harry possa responder, Gina chega

Gina – Eu posso saber o que o trio de ouro está aprontando?

Os três entreolham-se, a ruiva não nota que o irmão fica levemente corado e Harry e Hermione não a encaram

Harry – Estamos conversando sobre a guerra. Sobre o que eu não consigo me lembrar...

Gina senta-se na cama ao lado de Harry. Ele deita a cabeça no seu colo e ela fica acariciando os cabelos tão iguais aos do filho – Não pense nisso agora. Os medi-bruxos estão preparando uma poção mais potente. Vai dar tudo certo (olha pra ele) eu estava pensando... Desde que você chegou, a única coisa que fazemos é tentar recuperar as suas lembranças... O que você acha da gente sair? Só nós dois... Esquecer um pouco tudo isso.

Ela e Harry entreolham-se e sorriem

Rony – Ei, vocês dois... Os recém casados aqui somos nós!

Gina – É, mas você não ficou sete anos longe dela. Preciso recuperar o tempo perdido.

Hermione – Se você quiser a gente fica com as crianças hoje à noite

Rony sorri – Assim você vai treinando

Gina – Mione! Não me diga que você...

Hermione – Ainda não. Não que esse ruivo aqui não tenha tentado!

As orelhas de Rony ficam vermelhas e ele abaixa os olhos um pouco desconcertado

Gina – Agora fora vocês dois! Vou acertar uns detalhezinhos com a Hermione

Harry sorri – Não... Eu escolho o lugar! Quero fazer uma surpresa

Os rapazes descem deixando Gina a sós com Hermione

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Harry e Rony caminham pelo jardim. As crianças brincam não muito longe.

Rony – Então fica combinado assim. Na semana que vem a Gina sai cedo pra trabalhar. Assim que ela sair a gente vai, com sorte conseguiremos voltar antes que ela descubra

Harry – Vou passar no hospital uns dois dias antes. O medi-bruxo está preparando um outro tipo de poção. Se eu tomar antes pode ser que ajude, vou pedir pra ele dobrar a dose

Rony – Pode ser perigoso

Harry – Eu sei, mas mesmo assim quero arriscar.

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À noite

Harry e Gina chegam com as crianças na casa de Rony e Hermione. As crianças estão entusiasmadas de passar a noite fora

Camy – Tia mione você comprou sorvete?

Gina – Camy!

Hermione sorri – Claro! E bolo de chocolate também. Vamos fazer uma festa do pijama!

Gina – Vocês têm certeza que agüentam?

Hermione – É lógico! Não se atrevam a voltar antes do café da manhã; (olha pra Gina) e você nada de aparecer na lareira querendo saber como eles estão.

Harry sorri – Pode deixar que ela vai estar ocupada com outras coisas

Gina – Harry! Não na frente das crianças

O casal se despede dos filhos e aparata

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Mais tarde

Rony e Hermione acabaram de encerrar a "festa do pijama" e colocar os gêmeos pra dormir. E estão na cozinha tomando chá

Rony – Pensei que a gente não fosse conseguir, esses dois dão trabalho!

Hermione sorri – Pensa que é fácil tomar conta de duas crianças? (Olha pra ele e fica séria). Eu estava pensando... Não sei se concordo com o Harry esconder da Gina que nós vamos voltar onde tudo aconteceu... Que mal há se ela nos acompanhar? Ela não é mais criança.

Rony – Não sei... Mas não tiro a razão do Harry. Se foi terrível pra nós, imagine pra ele. E depois... Se ele quer recriar a situação a Gina realmente não pode ir. Éramos apenas nós três.

Hermione levanta-se e pega um livro grosso e muito antigo. Mostra ao marido – Recebi ainda há pouco, de Hogwarts

Rony olha o livro – Maldições antigas e proibidas...

Hermione – É... Nele existem maldições que são proibidas há vários séculos. Nunca mais foram usadas. Ou pelo menos não deveriam ter sido

Rony – E porque nós não as estudamos?

Hermione – Coisas do ministério. A McGonagall falou que essa foi uma das maiores brigas do Dumbledore. Mas mesmo ele não conseguiu nada... Vou dar uma olhada pra ver se acho alguma coisa antes da gente ir com o Harry

Rony (olhando o livro de cima a baixo) – Você vai ler isso tudo?

Hermione sorri – Até parece que você não me conhece. Mas primeiro vou dar uma olhada nas crianças

Rony – E aqueles dois. Como será que estão?

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Voltando algumas horas...

Gina e Harry saem de mãos dadas da casa de Rony e Hermione

Gina – Será que as crianças vão ficar bem? (a ruiva pergunta pela oitava ou décima vez)

Harry – Claro que vão! Nem parece que você deixou os dois quando foi atrás de mim

Gina – É verdade, mas naquele dia não parei pra pensar nisso. Era uma emergência!

Harry – Relaxe ruiva. Deixa seu irmão ir treinando.

Gina – Aonde a gente vai?

Harry – É surpresa (tira uma venda do bolso e coloca nela)

Gina – O que está fazendo?

Harry – Estou garantindo que você só vai ver quando a gente chegar lá. E não adianta tentar tirar, eu coloquei um feitiço. Agora se segure em mim. Vamos aparatar

Poucos segundos depois eles chegam ao local escolhido por Harry

Gina – Já posso tirar a venda?

Harry – Não... Só mais alguns minutos (ergue-a nos braços)

Gina – Ei! O que você está fazendo?

Harry – Assim fica mais fácil. Só mais um pouquinho...

Harry começa a andar com a ruiva no colo, Gina usa todos os seus sentidos pra tentar adivinhar o que está acontecendo. Ela sente o vento bater em seu rosto. Sente seus cabelos voarem. Uma brisa agradável pensa e esse barulho... ondas? Ela pensa ao mesmo tempo em que sente o cheiro do mar

Harry a coloca em pé e pronuncia algumas palavras para tirar o feitiço que prendia a venda nos olhos da ruiva

Gina termina de tirar a venda e vê o mar a sua frente. – Harry! (diz extasiada)

Harry – Ainda tem muito mais...

Eles vão andando de mãos dadas, sentindo a brisa marítima batendo em seus corpos. No céu, a lua cheia observa a cena. Seu reflexo no mar faz com que este se torne levemente prateado

Gina – Essa é a ilha onde você vivia?

Harry – Não... A ilha que eu vivia é aquela ali (aponta para um pedaço de terra não muito longe) esta ilha é desabitada, aqui nós passávamos à noite quando a gente saia pra pescar (beija Gina). Mas não se preocupe. Ninguém sai pra pescar no primeiro dia de lua cheia do mês. É um costume deles, temos a ilha só pra gente.

Gina olha embasbacada – Harry! É lindo!

Harry – Eu pensei em levar você pra jantar, mas por causa da repercussão da entrevista com a Luna a gente não ia ter sossego e nem privacidade. Aí eu fiquei pensando... E lembrei dessa praia. (ele segura a mão de Gina) Vamos?

Eles continuam andando até um pequeno trecho da praia que está iluminado com tochas enfeitiçadas pra levitarem. Em frente a uma cabana uma pequena mesa posta para um jantar pra dois

Gina – Essa cabana...

Harry – Já estava aí. Eu só dei uma melhoradinha

Eles entram

A cabana é bem pequena. Na sala uma mesinha redonda com uma toalha branca rendada e um vaso de flores, encostado na parede há um sofá de três lugares. No único quarto uma cama de casal com uma colcha de retalhos em cada lado um criado mudo à frente um guarda roupa de duas portas

Harry – Abra (aponta o guarda roupa)

Gina abre o guarda roupas e vê um vestido leve, em um tom azul suave, juntamente com um par de sandálias baixas de amarrar.

Harry – Não que você já não esteja linda. Mas assim você vai ficar mais confortável na praia...

Gina sorri e o beija. – Vou trocar de roupa. Me espera lá fora?

Harry (sorrindo) – Vou perder a melhor parte?

Gina – Fora! (diz sem deixar de sorrir)

Harry vai para fora da cabana. Parece um sonho pensa ele. Olha para o céu. E pensar que eu já olhei tantas vezes para essas estrelas aqui neste mesmo lugar tentando descobrir quem eu era...

Agora só falta um pouquinho. Só a última parte da guerra... Assim que eu lembrar vou tocar a minha vida pra frente. Assim que eu souber o que aconteceu na destruição de Voldemort

Ele vê Gina saindo da cabana. Chega até ela e a segura pela cintura levantando-a e beija seus lábios suavemente – Linda...

Ela a enlaça pelo pescoço e aprofunda o beijo. Então se solta e corre em direção ao mar

O que essa ruiva louca vai fazer? Pensa

Gina para por alguns instantes, apenas o tempo de tirar as sandálias e atira-se ao mar. Ela olha pra Harry e faz sinal com a mão chamando-o.

Não falei que é louca pensa sorrindo

Vem logo – Ele ouve Gina gritar

Não precisa falar de novo ruiva. Harry sorri, tira a camisa e entra.

Gina está com água pela cintura. Seus cabelos molhados refletem sob a luz da lua. O vestido se cola a seu corpo. Ela lança a Harry um olhar que dispensa palavras.

Harry a enlaça pela cintura e beija os lábios rubros suavemente – Você é louca, ruiva. Entrar no mar com roupa e tudo...

Ela passa os braços em volta do pescoço e aprofunda o beijo – Ele estava nos chamando... Você não ouviu?

Ambos permanecem em silêncio por um momento ouvindo o murmúrio do mar. Permanecem abraçados, os corpos colados.

Gina – Ouviu...

Harry – E agora ele ta dizendo que eu devo beijar você...

Gina sorri – Aprendeu direitinho...

Beijam se

Eles saem do mar. Harry carrega Gina nos braços. Um pescador e sua sereia...

Ele a deita sobre a areia fina e passa a mão em seus cabelos molhados – Eu te amo... Aconteça o que acontecer nunca se esqueça disso...

Harry beija os lábios de Gina. Ela corresponde apaixonadamente. Os lábios do moreno percorrem seu colo saboreando o gosto doce da ruiva misturado ao sabor salgado do mar. Gina passa as mãos pelas costas do menino que sobreviveu intensificando o contato. Ela aperta as nádegas de Harry com vontade. Ele sufoca um gemido enquanto procura seus seios

Harry – Você está vestida demais... (Fala enquanto desabotoa o vestido botão por botão)

Ele coloca-se sobre ela. Gina sente a excitação do seu amado. Com a língua procura o seu pescoço com leves chupões.

Harry afasta-se um pouco e olha nos olha da ruiva. Ele beija toda a extensão de seu pescoço... Seus seios... Sua barriga. Gina não contem um gemido – Estou começando a achar que você também esta vestido demais – diz enquanto o ajuda com as calças

Harry – A gente resolve isso rapidinho...

Harry termina despi-la do vestido. Seus dedos penetram na única peça restante. Ele busca a feminilidade daquela que ama, sorri ao vê-la estremecer. Como pude ficar tanto tempo longe dela... Eu preciso dela como preciso respirar. Meu corpo precisa do dela... É como se faltasse um pedaço de mim

O mar presencia a união de dois corpos apaixonados e ardentes. Eles se amam sob um cobertor de estrelas ao som do barulho das ondas...

Suados e satisfeitos, beijam-se apaixonadamente.

Gina – O que foi... (Pergunta ao notar que Harry está pensativo)

Harry – Estava pensando...

Gina olha pra ele, Harry continua – Pensava nas noites que olhei esse mesmo céu pensando em quem eu era realmente... Agora eu sei...

Gina sorri – E eu acabei de descobrir que fazer amor na praia deixa a gente morrendo de fome...

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Mais tarde...

Harry olha Gina que dorme em seus braços com um sorriso nos lábios. Essa noite está sendo memorável pensa ele. Com toda essa confusão de perda de memória eu acabei me esquecendo como era ficar sozinho com ela sem ter que lembrar que duas crianças com certeza irão invadir o quarto pela manhã. Eu adoro os pequenos, mas às vezes é bom deixar de ser pai e ser só namorado... Na verdade não tivemos muito tempo pra namorar.

Ele olha para o mar onde no horizonte formam-se as primeiras cores da manhã. Daqui a pouco temos que ir pensa. Na ilha onde vivia ele pode notar os barcos saindo para a pescaria. Incrível. É como se eu nunca tivesse pertencido àquela vida

Ele nota Gina se mexendo a ruiva espreguiça-se languidamente – Bom dia

Harry a beija – Bom dia... Eu estava com saudades de te beijar

Gina – Mas faz poucas horas que você me beijou

Harry sorri – Poucas horas que você me beijou. Eu te beijei há cinco minutos, ou seja, um tempão!

Beijam-se

Gina – Você reparou que mal entramos na cabana?

Harry – Ainda temos tempo. A Mione falou que não é pra gente chegar antes do café

Ele a pega no colo e entram na cabana. Com certeza não chegarão antes do café...

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