A volta à toca
NO ST MUNGUS
Gina acabou de deixar os gêmeos na escola e entra no quarto onde Harry está. Rony permanece ao lado do amigo.
Gina – Como ele está?
Rony – Dormindo profundamente. Às vezes fala alguma coisa sem sentido
Gina – O medi-bruxo veio vê-lo?
Rony – Sim. Disse para chamá-lo assim que o Harry acordasse
Gina – Se você quiser ir pra casa...
Rony – Eu vou... Prometi passar na casa da Mione pra contar as últimas novidades. (olha pra Gina e faz um carinho de leve no rosto da irmã) Desculpe a gente ter pisado na bola com você... Eu sei que você não é mais criança. Mas você já sofreu tanto... O impulso de te proteger é mais forte que todos nós.
Gina abraça Rony – Eu sei... Mas agora vai ficar tudo bem. Você pega os meninos na escola pra mim? Não sei que horas o Harry vai acordar
Rony faz que sim com a cabeça e sai do quarto deixando Gina sozinha com Harry.
Ela fica por um bom tempo velando o sono do moreno. Não se contem e passa a mão nos cabelos negros. Harry abre os olhos lentamente.
Harry – Oi ruiva...
Gina não contem uma lágrima
Harry (meio assustado) – O que foi?
Gina – Você me chamava assim... Por um momento pareceu que o tempo não passou... Que tudo seria como antes... (Ela enxuga a lágrima) Como você se sente?
Harry – Não sei direito... Sinto-me meio estranho. É como se abrissem a minha cabeça e enfiassem um bando de informações soltas.
Gina – Vou chamar o medi-bruxo
Harry – Ei! Ruiva...
Gina olha pra ele
Harry continua – Desculpa estar chamando você assim. É que só agora me dei conta que, mesmo tendo a sensação que nos conhecemos, eu não me lembro o seu nome...
Gina – Meu nome é Gina... Mas pode continuar me chamando de ruiva. Eu gosto
Sai deixando Harry sozinho – Gina... Pensa ele
Harry vê a ruiva afastar-se. De repente, como um clarão ele vê uma menininha ruiva caída no chão. Ela está pálida, parece morta. Ele pode pressentir o perigo. – Gina! (As palavras escapam de sua boca. Com a mesma rapidez que a imagem veio, ela some)
Gina entra com o medi-bruxo
Gina – Aconteceu alguma coisa? (ela pergunta ao notar que Harry está pálido)
Harry – Tive uma visão. Mas foi muito rápida. Vi você. Mas você era uma criança. E corria perigo!
Gina – Aconteceu no meu primeiro ano da escola. E você me salvou...
O medi-bruxo interrompe – Isso é normal. Você vai ver vários flashes com episódios da sua vida. É sinal que aos poucos está se lembrando
Harry – Mas eu não sei o que estes flashes significam
Gina – Eu estou aqui pra ajudar. Bem como seus amigos. Eles também ajudarão. (para o medi-bruxo) podemos ir pra casa?
Medi-bruxo – Sim. Ele deve retornar em quinze dias pra tomar outra dose da poção, (para Harry) – Você vai ter sonhos... Visões... Tudo isso faz parte do processo. À medida que você for lembrando não hesite em conversar com as pessoas que conviveram com você. Elas irão te ajudar a recompor o quebra-cabeça da sua memória. (para por um momento e olha pra Gina), mas as lembranças devem partir dele.
Harry e Gina olham-se sem entender, o medi-bruxo continua – Se o Harry se lembrar de algo vocês podem ajudar falando a respeito. Mas nunca devem tentar forçar a lembrança de qualquer coisa que tenha acontecido. Principalmente sobre a guerra. Como já disse, não sabemos o feitiço usado.
Gina segura Harry pelo braço e ambos aparatam
XXXXX
NA TOCA
Harry e Gina entram pela porta da cozinha. Harry olha ao redor, ele sente que o ambiente é familiar.
Uma senhora ruiva o abraça efuzivamente
Molly – Meu filho... Você está tão magrinho. Todos nós sentimos a sua falta... Venha comer alguma coisa
Molly conduz Harry para a mesa e começa a despejar montanhas de comida na sua frente. Como num flash ele vê a senhora fazer a mesma coisa logo após gritar furiosamente com três rapazes ruivos.
Harry (entre uma garfada e outra) – Quantos ruivos moram aqui?
Gina – Agora só meu pai e o Rony, mas eu tenho seis irmãos. Por quê?
Harry – Vi a sua mãe brigar com três rapazes
Gina sorri – Isso acontecia com freqüência. Acontece até hoje
Molly interrompe sorrindo – Deve ter sido na primeira vez que você veio aqui. No dia em que aqueles loucos roubaram o carro do Arthur pra ajudar você a fugir de casa
Harry entendendo cada vez menos – Fugir?
Gina – É... Seus tios não deixaram você vir... (E pacientemente começa a contar a história do carro voador, ocorrida no segundo ano da escola)
Harry – Estranho. Em alguns momentos parece que me lembro. Mas em outros é como se tudo isso tivesse acontecido com outra pessoa.
Gina – É normal, pelo que o medi-bruxo disse.
Levanta-se e pega Harry pela mão. – Já está ficando tarde, você precisa descansar. Vou mostrar seu quarto
Gina o conduz para o terceiro andar da casa – Eu durmo neste andar com as crianças. O Rony, meu irmão que estudou com você fica no outro. Achei que seria melhor você ficar com a gente. Mas se quiser mudar...
Harry – Não... Está perfeito
Ele para e olha pra ela
Gina – O que foi?
Harry – Você falou que temos dois filhos...
Gina – É... Eles já estão dormindo (olha pra Harry. É impressão minha ou ele parece meio decepcionado. Pensa) Eu falei pra eles que você só chegaria amanhã para que você pudesse descansar. Mas se quiser vê-los
Harry faz que sim com a cabeça. Eles entram no quarto dos gêmeos. O moreno observa o local. O quarto é grande com duas camas, uma em cada extremo; no meio um tapete felpudo com vários brinquedos em cima. Uma das paredes é cortada por uma grande janela que atravessa todo seu comprimento.
Gina pega a sua varinha e murmura algumas palavras – Coloquei um feitiço silenciador na gente. Assim podemos ficar a vontade e eles não acordarão.
Harry aproxima-se da cama onde uma garotinha de cabelos ruivos dorme abraçada a um unicórnio.
Gina – Essa é a Camille. Nós a chamamos de Camy...
Harry – Ela se parece com você...
Gina – Mas tem os seus olhos. (sorri) tome cuidado com ela. Quando você menos esperar vai perceber que está fazendo absolutamente tudo que ela quer.
Harry sorri e olha a garotinha que dorme como um anjo, ele fica observando por alguns minutos. Em seguida o casal vai para outra cama onde um menino de cabelos negros dorme
Gina – Esse é o Andy... Andrew...
Harry olha para o garotinho espantado. Ele sente como se tivesse vendo a sua própria imagem
Gina sorri – É... Ele é muito parecido com você... E no gênio também.
Harry – Isso eu não posso dizer. Não me lembro como eu era...
Gina – Você era corajoso. Amigo. Capaz de mover mundos pra fazer o que achava certo.
Harry aproxima-se da ruiva. Segura seu rosto com ambas as mãos e a beija, um beijo suave. Cheio de carinho.
Gina (meio desconcertada) – É melhor a gente sair agora, o feitiço só dura alguns minutos.
O casal deixa o quarto das crianças e cada um vai para seu próprio quarto.
XXXXX
Mais tarde...
Gina está deitada em seu quarto. Foi pela terceira vez ver se os gêmeos estavam dormindo. Ela mesma não consegue pegar no sono. Ele me beijou, pela segunda vez... Mas ele não se lembra. Ele não sabia sequer meu nome. Mas mesmo assim me beijou. Será que tem uma parte dele que não se esqueceu? Será que ainda temos alguma chance?
Harry vira-se na cama novamente. Já é madrugada e ele ainda não conseguiu pegar no sono. Culpa da ruiva. Pensa. Eu estava muito bem lá na ilha. Estava? Não... Admita Harry. Você sempre soube que não era o seu lugar. Que loucura... História maluca. E você acreditou sem pestanejar... Quando viu Gina caminhando pela praia foi como se a tivesse esperado pela vida inteira. E nossos filhos... Gêmeos! Harry não consegue deixar de sorrir nem de ter uma sensação familiar em seu baixo ventre ao pensar no que deveriam ter feito para que as crianças fossem concebidas.
Ele não se lembrou de muita coisa até agora. Mas sabe que a ruiva é importante na sua vida. E o beijo... Mas ela interrompeu. Será que depois de tanto tempo me procurando ela não me quer mais... Será que ela tem medo... Perdido nestes pensamentos ele adormece
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