Aonde você foi?



- Aonde você foi? Sinto tanto a sua falta, parece que você se foi pra sempre – disse Gina ao telefone

Harry pensou consigo o quanto Gina sempre estava preocupada, sempre querendo notícias, Harry a ligava todo o dia, avisando como andavam os negócios, como ia a vida, e era sempre ela que parecia sem assunto.

- As vezes eu me sinto um lixo, as vezes eu quero me demitir e ser normal só por um tempinho... – respondeu ele triste, querendo convencê-la que ele não achava encantador ter de deixa-la só por tanto tempo.

- Eu não entendo porque você tem sempre que ir.

- Eu tenho que prosperar. – disse Harry com ar de cansado – Mas as viagens parecem sempre não ter fim.

- E eu me vejo parada ao lado do telefone, porque sua voz sempre me ajuda a não me sentir tão sozinha. – disse Gina com sua suave voz melancólica, enquanto sentia as lágrimas escorrerem silenciosas por seu rosto.

Ela pensou consigo mesma: “Mas eu me sinto como uma idiota, guiando meu dia em torno de uma ligação, mas quando eu atendo não tenho muito a dizer...”. Gina queria dizer para ele que essa situação era um tanto quanto enervante, pois ela estava lá grudada, esperando, enquanto o tempo passava. Contando a Harry o que ela tinha tido com ele e sua carreira, e o resto da família sempre se perguntando: ‘Aonde ele foi?’

- Sinto a sua falta, parece que você se foi para sempre. Aonde você foi? Por favor volte pra casa. – disse Gina prestes a chorar – Você sabe, o lugar que você costumava morar. Costumava ter churrascos de hamburgers e costelas – Gina soltou um soluço, e tomou forças para continuar – Costumava ter uma pequena festa de Halloween com pilhas de doces. Mas agora você só pára de vez em nunca. Droga! – Gina parou de falar, apenas ouvindo o silêncio do outro lado da linha.

Agora era usual ela se deparar preenchendo o tempo com qualquer coisa que mantesse Harry longe de seus pensamentos. Não era nem um pouco agradável morar na casa em que todas as lembranças felizes do casal viviam, e ela lá, entocada nessa casa, tentando não pensar em nada que ela estava perdendo com tantas viagens.

- Eu estou indo bem, eu planejo seguir desse jeito. – disse Harry de forma simplista, mas com um tom de preocupação pelo estado de Gina.

Gina conseguiu controlar um soluço forte, e era provável que Harry não tenha ouvido nada.

- Você sempre pode me ligar se tiver algo para me dizer. E eu te digo, que eu só queria que você soubesse que é um pouco enervante, eu estou aqui plantada esperando enquanto o tempo passa. Eu e o resto de sua família perguntamos: ‘Aonde você foi?’.

O silêncio do outro lado foi o suficiente para ela saber que nada jamais voltaria a ser como antes, ela sentia tanta falta dele, parecia que ele havia ido embora pra sempre. Aonde ele tinha ido?

- Por favor, volte pra casa. – disse ela em sua última tentativa.

Lá estava ela novamente plantada, não ia deixar nada mais passar, estava cansada de sentar e odiar, e inventar desculpas. Enquanto ele não estava por perto ela se sentia inútil. Mas parece que uma coisa sempre tinha sido verdade:

- Você não sabe de verdade o que tinha, até que isso tenha-se ido. Creio que tive isso com você e sua carreira. Quando você voltar eu não vou estar aqui, e então é você que vai poder se perguntar: ‘Aonde você foi? Sinto tanto a sua falta, parece que você se foi para sempre. Aonde você foi, sinto tanto a sua falta. Por favor, volte pra casa!’ Mas aí já terá sido tarde de mais, e de fato eu terei ido pra sempre. – dito isso Gina desligou o telefone, não esperando ao menos uma resposta de Harry. Estava cheia dessa repetição quase diária de questionamentos e de sentimentos de abandono. Harry estava apaixonado por sua carreira e isso era fato, uma família parecia não ter mais espaço nessa nova vida dele.

Gina olhou para suas duas filhas que observavam-na por toda a conversa ao telefone.

- Aonde papai foi? – perguntou a mais velha

- Agora não importa mais. – disse Gina sorrindo por debaixo de algumas poucas lágrimas – Estamos indo, pegue sua mochila, ele já deve estar chegando.

A jovem ruiva pegou o carrinho de bebê aonde sua filha mais nova estava adormecida, Abaixando-se levantou uma grande mala, aonde havia guardado os pertences de uma vida, e foi andando para a porta. No exato mo mento que a campainha tocou. Gina abriu a porta, encontrando um homem que sorriu ao vê-la.

- Vamos? – perguntou ele

- Tio Draco! – gritou a menina mais velha correndo para o colo do jovem à porta. Ele a pegou no braço e a menina permaneceu grudada a seu pescoço

- Vejo que já está tudo certo. – disse ele olhando para as malas na mão de Gina

Ela confirmou com um aceno de cabeça. Draco retirou a malona da mão de Gina e ainda com a garotinha pendurada em seu pescoço ele voltou a se dirigir para fora do prédio.

Gina deu uma última olhada para dentro da casa onde antes tanto amor reinava, e fechou a porta ao passar, trancando a casa, para nunca mais voltar. Nunca mais.




N/A: Fanfic baseada na música Where'd go da banda Fort Minor, não é uma songfic, só foi inspirada na música. Na verdade, eu diria que essa fic é quase uma novelização da música x} Eua doro fazer isso :X
Bom, se você achou ruim, bom, legal, chato, deixe um comentário falando :) Prometo não morder :B

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