Vin & Noir
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Capítulo VI
Vin & Noir
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Os dedos dela batiam insistentemente na ponta do sofá numa demonstração discreta de nervosismo.
Embora o semblante calmo se mantivesse no rosto da loira James sabia muito bem que os dedos a dançar na superfície macia indicavam que ela não estava nada à vontade naquele quarto, na casa da irmã.
Em pé, vestida apenas com uma combinação vinho e com os cabelos negros presos em um longo rabo de cavalo, Bellatrix também parecia saber reconhecer essas pequenas dicas corporais de Narcisa.
-Não precisa ficar preocupada, maninha... – disse enquanto esticava à James uma taça de champanhe, abrindo-lhe um sorriso safado. James não pode deixar de notar que o sorriso, embora recheado de sarcasmo, tornava a face dela mais bonita e viva.
-Não estou preocupada. – respondeu a loira quando a irmão voltou a atenção para ela novamente.
Ele bebeu um gole da bebida enquanto assistia a irmã mais velha esticar a mão na direção da mais nova e a puxa-la para junto de si.
-Você pode enganar esses rapazes, Cissy... – sussurrou ela no ouvido da irmã – Mas não a mim... Está morrendo de medo... Confesse.
Devia estar ficando fraco para bebida, começou a sentir um calor enorme, apenas com um pequeno gole... Ou seria apenas ele quem estava ficando mais acesso ao notar a mão da morena deslizando pela perna da sua Blanche?
-Eu te conheço... Esta tudo... Fácil demais... – disse a loira.
Bellatrix acariciou os cabelos da irmã, sorrindo.
-Eles não são nada perto de nós, maninha... – olhou de lado para James – Alguns movimentos e os temos na mão... – levou mais uma vez a boca próximo a orelha da irmã – Vamos mostrar pra esse garotinho quem são as Black.
Narcisa soltou um gemido baixo ao sentir a respiração da irmã rente ao seu pescoço.
Definitivamente quem esta ficando vivo ali era ele...
E mais uma vez a morena pareceu perceber isso também. O olhar malicioso encontrou os olhos castanhos que as mirava fixamente.
-Animado, Potter? – os olhos desceram para a calça do rapaz – Pelo visto você é do tipo que gosta de olhar.
Gostava... E como gostava. Não era a toa que a irmãzinha dela o chamava de [i] voyer [/i], afinal. Adorava olhar e amava imaginar.
As vezes dava graças a Merlin por nem sua [i] Blanche [/i] , nem a ruiva Evans, pudessem ouvir seus pensamentos quando, vez ou outra, as imaginava juntas.
Vulgar, incestuosa, errada, muito errada... É a imagem podia ser tudo aquilo, mas isso não o impedia de estar gostando... Não, nem um pouco. Os lábios vermelhos de Bellatrix roçando a boca macia de sua [i] Blanche [/i] era uma visão magnífica.
E o quarto onde estavam só ajudava a compor a cena. Um confortável sofá de quina que corria toda a extensão de dois lados da parede, a cama logo a frente, grande e redonda; e espelhos, no teto e nas paredes opostas ao sofá o fazia mirar vaias duplas de mulheres lindíssimas trocando caricias afetuosas.
Bruscamente, porém, Bellatrix se separou da irmã, fazendo-o soltar um gemido rouco.
-Sua vez Potter. – Com um empurrão nada sutil ela jogou Narcisa na cama - Quero ver o que pode fazer com ela. - disse enquanto sentava em uma poltrona solitária, mais ao lado.
James hesitou por um momento, mas os olhos de sua [i] Blanche [/i] já ardendo de desejo foram suficientes para que seus hormônios tomassem o comando do seu corpo, fazendo-o levantar do sofá e caminhar até a cama, tomando os lábios de Narcisa em um beijo ardente e apaixonado.
Não porque a outra estava lá, não por que ele queria demonstrar sua virilidade para a morena. Mas por ela, pela boca macia e prazerosa dela, pela pele aveludava que agora tocava com a mesma afobação da primeira vez.
O barulho de um elfo doméstico aparatando os despertou do enlace, porém.
Ele olhou de esgueira para Bellatrix, que escutava um de seus vassalos cochichar-lhe algo. A morena levantou-se, parecendo animada.
-Algum problema, Bella? – perguntou Narcisa, parecendo temerosa.
-Não, nada de grave. Podem continuar... Eu já volto.
Eles observaram a outra se retirar em silencio.
-Ela costuma andar assim por ai? – perguntou James, sorrindo malicioso, ao referir-se aos trajes pouco usuais com os quais Bellatrix deixou o quarto. Um corpete vinho e saltos, apenas.
-O marido está viajando e a casa é dela, não? – deu de ombros - Pelo menos sabemos que não são visitas. Vamos torcer para ela demorar... – gracejou a loira, o puxando novamente para outro beijo.
No andar de baixo, ao contrário do que o casal imaginava, Bellatrix recebia sim, novas visitas, apesar das vestes pouco usuais. Os enredou da mesma forma que fizera com James e Cissy e, em alguns minutos subira com eles, parou no meio da escada, porém, quando seu instinto lhe avisou de algo.
Muito embora tenha ficado apreensiva, não deixou transparecer, guiou seus novos visitantes a um novo quarto e, depois de alguns minutos, voltou a descer as escadas para encontrar o intruso que ousava atrapalhar uma das noites mais bem planejadas de sua vida.
-Muito bem... – rosnou para a penumbra – Trate de aparecer agora se não quiser virar comida para trasgos!
A gargalhada, mais parecida com latido de cachorro, revelou seu dono antes mesmo que Sirius saísse para a parte mais clara da sala.
-Criando trasgos agora, priminha?
-O que você está fazendo aqui, seu moleque desvirtuado?
-Desvirtuado? Eu? – mais uma gargalhada – Essa é boa... Você promove orgias e eu quem sou desvirtuado.
Ela bufou em desagrado.
-O que esta fazendo aqui?! – rosnou novamente, enquanto o primo, outrora pequeno e mirrado, se aproximava.
-Vim participar... – ele respondeu, sussurrando as palavras levemente próximo ao ouvido dela.
-Você não foi convidado...
A língua dele deslizou pela orelha macia e alva da mulher.
-Isso importa? – e sem esperar resposta capturou os lábios dela vorazmente.
Se Bellatrix tentou se afastar, ou lutar contra, Sirius não percebera. E, em poucos segundos ela o estava beijando avidamente também.
Do beijo ele passou para as caricias, com as mãos e os lábios. A fez deitar no sofá sem que a mulher oferecesse qualquer resistência e, MERLIN, ela era realmente tudo aquilo que o cretino do marido contara certa vez.
-Vamos Bellinha... – ele disse, enquanto descia uma das mãos acariciava-lhe a coxa - Tenho certeza que você e seus amiguinhos vão gostar da minha companhia.
Ela sorriu maliciosa.
-Eu tenho certeza que gostaríamos, sim... Mas o problema é que aqueles quatro não estão aqui propriamente para isso... Eu tenho outros planos para eles.
Ele franziu o cenho, estranhando o comentário. E então, a lembrança dos cabelos que vira subindo as escadas, junto com ela, quando chegou fez todo sentido com as palavras que Bellatrix dissera.
-Você não... MERDA! – largou-a no sofá e saiu correndo escada a cima, talvez ainda desse tempo de evitar o pior.
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