Capítulo 3



I SO know what’s going to happen now.

Dad will kil me.


~x~


- Muito obrigada, James, por cuidar de nossa filha. Nós apreciamos isso. – mamãe terminou de sacudir a mão de James, e entrou no carro, ao lado de papai.

Eu me virei pra ele. Aqueles perfeitos olhos castanho-esverdeados me estudavam de um jeito engraçado. Certo, eu não consigo olhar pra ele sem dizer “MEU DEUS, COMO ELE É G...”—

- Tchau, Lily. – James acenou pra mim, e entrou em sua casa. Eu murmurei alguma coisa, e virei as costas.

Quando entrei no carro, já sabia o que ia acontecer. Ia ficar de castigo pro resto da minha vida, até apodrecer e virar um monte de osso. Eu sabia. Eu TOTALMENTE sabia.

Mas não foi o que aconteceu.

MIL VEZES AMÉM.

- Você nos preocupou. – disse papai, sério. Eu não consegui encará-lo. – Você teve muita sorte de ter encontrado uma pessoa boa.

Fiquei tão aliviada que meu coração voltou ao lugar de sempre, sabe, o lugar do coração, meio que do lado esquerdo do peito. SEM BRONCA! AHÁ! CAVALGA ESSA, ZORRO!

Certo, eu paro.

- Eu tive mesmo. – sorri. Porque eu estava feliz.

EU ENCONTREI UM JAMES POTTER, VOCÊ NÃO, ENTÃO FIQUE SENTADA AÍ, MORRENDO DE INVEJA E TOMANDO TODOS OS POTES DE SORVETE QUE ACHAR PELA FRENTE. Quero dizer. Eu REALMENTE ESTAVA FELIZ.

E muito possivelmente, hm... apaixonada.



When It Rains
Capítulo 3




Não é impossível se apaixonar por alguém que você conheceu há três dias. NÃO É. Se você se apaixona quando OLHA uma pessoa, por que não quando se perde e encontra alguém no meio da chuva? É totalmente possível. E todo mundo sabe disso. Ou seja, pegue essa bosta de telefone e LIGUE pra ele.

PENSE EM MIM, CHORE POR MIM, LIGA PRA MIM, NÃO, NÃO LIGA PRA ELE! PRA ELE! NÃO CHORE POR EEEEEEELE...

Parei.

Mas me diga. Que dia é hoje? De que mês? E que casa toda arrumada é essa? ALÔ, BROTHA, EU SIMPLESMENTE ACORDEI DEPOIS DE TRÊS DIAS SÓ PENSANDO EM LIGAR OU NÃO LIGAR PELO CARA POR QUEM EU ADMITO ESTAR PERDIDAMENTE APAIXONADA!

Onze de agosto. Quinta-feira. Estou sozinha em casa de novo, pelo que posso ouvir... Finalmente tirei o CD do McFly do som, mas só porque o som fica perto do telefone.

E eu não saio de perto do telefone desde aquele dia.

Merda!

Eu estou paranóica. Não ligo mais pro meu bichinho de estimação, não tenho amigos e não pára de chover. Ahn, esquece a última coisa... Eu gosto da chuva, porque ela me lembra James.

Mas, pensando bem, o que NÃO me lembra James desde segunda? Eu olho pra minha tesoura e lembro dele!

E sabe aquela música, When It Rains? Do Paramore? Acho que ela é nossa trilha sonora. A letra não tem muito a ver, mas, sabe... Chuva, James... James, chuva... Parece que a chuva é o que mais me lembra dele. Acho que é porque eu o encontrei na chuva e...

CANSEI DE FICAR PENSANDO NELE.

Eu vou ligar.

Não, eu não vou ligar.

Aaaahh, mas eu tenho que ligar!

Mas eu NÃO vou ligar.

Tá, eu vou.

Disquei os números. Oh meu DEUS.

- Alô? – a voz dele era meio sonolenta, mas, mesmo assim, era como música. Não estou brincando. Viu como eu estou realmente apaixonada por esse estranho?

- James, é a Lily. Tudo bem? – eu disse, nervosa, torcendo pra que ele ficasse feliz com a ligação.

- Tudo, e você? – respondi que sim. - Hm, algum motivo pra você me ligar?

Ops.

- Erm, na—quero dizer, eu fiquei com vontade de ligar e—ah, não sei, eu achei que... – comecei a embaralhar com as palavras. Isso acontece pra caramba, principalmente quando estou fazendo MERDA.

Eu sabia que não deveria ter ligado. Maldito ditado que diz que é melhor se arrepender do que foi feito do que se amargurar pelo que não foi feito!

- Não, tudo bem, é legal você ter me ligado! Quer vir aqui hoje?

Meu coração começou a sair lentamente pela minha garganta.

JAMES ESTAVA ME CONVIDANDO PARA ALGO!!!!!!!!!

- Claro! Que horas?

- Se você quiser, agora. É só vir pra cá! - James deu risada. - Vou ficar esperando. Até mais!

E desligou o telefone. Na minha cara. Mas quem liga? QUEM LIGA, se ele acabou de ME CONVIDAR PRA IR A CASA DELE e me dizer que ADOROU MINHA LIGAÇÃO?

Acho que vou pegar o guarda-chuva pink da minha mãe, colocar uma roupa bem quentinha e sair de casa, apesar do chuvaréu.

Quem liga pro Ben, se é que esse é o nome dele? Aliás, eu tenho um bichinho?

Adoraria dar uma risada do mal agora.




Então eu cheguei na casa de James. Certo, só quando eu cheguei lá foi que percebi que minha capacidade de pensar se esvaiu de mim assim que saí da casa dele na segunda-feira. Porque eu nem liguei pra estar com os tênis alagados, a mochila embaixo do casaco e o guarda-chuva pink. Eu só queria VÊ-LO. Se eu o visse, ali na minha frente, estaria tudo bem.

Aí ele abriu a porta. E eu o vi, bem de perto.

E tudo ficou bem.

- Oi, Lily! – fechei meu guarda-chuva, o coloquei num canto e entrei. Tirei a mochila de baixo do casaco, e a coloquei no sofá.

- Oi, James! – cumprimentei-o com um beijo na bochecha. E ele estava com uma roupa que parecia pijama (?). – Eu te acordei?

Apontei pro pijama. Ele passou as mãos no cabelo, e sorriu.

- Mais ou menos, porque os caras estavam aqui. – James respondeu, alegre. – Então, o que quer fazer?

Ele se jogou no sofá, e fez sinal para que eu me sentasse ao lado dele. Eu o fiz, puxando minha mochila comigo.

- Acho que podemos ver filmes, fazer pipoca... Algo assim. – tirei um DVD da mochila. – Eu trouxe Mentes Diabólicas, quer ver?

- Lógico que eu quero. Deixe tudo aí – ele pegou minha mochila e o DVD e jogou tudo no outro sofá. – e vamos fazer pipoca, baby!

Foi o que fizemos. Dois GRANDES baldes de pipoca com manteiga e muito refrigerante. Ligamos o filme e, mesmo com o gostoso do Tom Sturridge na tela, não consegui desviar a atenção do James. Sério. Parecia tão surreal o fato de ele estar ali perto!

Quando os créditos começaram a aparecer, ele desligou o DVD e se espreguiçou no sofá, jogando o balde de pipoca bem longe. Eu comecei a rir, e ele me acompanhou, voltando à posição normal. Seus olhos eram fascinantes, acreditem. Por que outra razão eu não conseguia parar de encará-los?

- Lily, você gosta de The Used, não gosta? – perguntou ele, de repente.

- Sim. – respondi, surpresa. – Por que?

- Porque hoje eu estive ensaiando uma música deles na guitarra... Quer ver?

Fiz que sim, e, pra minha surpresa, ele segurou meu pulso e começou a correr escada acima. Eu tive que me concentrar TOTALMENTE em pisar nos degraus porque, se dependesse da minha coordenação motora, eu cairia no mesmo instante em que pensasse na mão de James segurando meu pulso. Paramos na frente da maior porta de todas, no fim do corredor, que tinha vários adesivos de todos os tipos, como “DANGER”, “BACK OFF” e “IDIOT”, coisas muito amigáveis, claro.

Entramos no quarto dele. Tinha paredes num azul claro, e uma mais escura, quase toda coberta pela cama IMENSA dele e várias fotos e pôsteres, de todos os tamanhos. Um guarda-roupa duas vezes maior que o meu, a porta pro banheiro, um baú gigante e uma bancada ENORME, onde havia um computador dez vezes melhor que o meu, celular, CD’s, alguns livros, mais DVD’s, um iPod, meias, alguns pacotes de doces e uma guitarra preta e branca, da Fender.

GUITARRA PRETA E BRANCA DA FENDER?

- JAMES! – berrei, correndo na direção da guitarra assim que ele ligou a luz. SÉRIO, meus olhos devem ter BRILHADO quando eu segurei aquele objeto imaculado nas minhas mãos impuras.

UMA FENDER!

VOCÊ TEM NOÇÃO DE QUE EU SEMPRE QUIS UMA DESSAS?

- Isso é uma... uma FENDER! – gritei, admirando cada centímetro da guitarra. Ela era MUITO linda.

- Eu sei que é. – James deu um sorrisinho convencido, que mostrou uma covinha no canto direito do queixo. Naquela hora, eu não soube se babava nele ou na guitarra. – Linda, não?

Com cuidado, ele a tirou de minhas mãos, mas eu continuei olhando. UMA FENDER. ALI, BEM NAS MINHAS MÃOS. Quero dizer, naquele momento, nas mãos do James, mas que seja. UMA FENDER!

- Vou tocar uma música pra você. – James passou aquelas cordinhas que seguram o instrumento (??) pelo pescoço e posicionou a Fender. Ele estava a alguns metros de mim, e eu já estava me descontrolando... De modo que sentei-me na bancada, e fiquei esperando. - Wake up my love, never thought you’d make me, break me, now I’m up, from below… Such a brilliant star you are! And will your love keep burning baby? Burn harder through my eyes! You saw the short times feel like no time, I thought you’d oughta know

A música era Lunacy Fringe, do The Used. Céus, como ele tinha a voz perfeita! Deixava o Bert no chinelinho! E o modo como ele tocava guitarra era tão... Tão...

Tão.

- I’m so far gone now, I’ve been running on empty! I’m so far gone now, do you wanna take me on? Do you wanna take me on? - ele parou de cantar, com um sorriso. Comecei a sentir minhas pernas virarem geléia. – O que achou?

- Você é... fantástico. – dei uma risadinha. – Sério. Foi perfeito.

- Obrigado. – mas seu sorriso convencido denunciava que ele já sabia o que eu ia dizer. – Lily. Você toca guitarra, não toca?

Arregalei os olhos.

- Como você sabe?

- O modo como você falou e olhou pra minha Fender. – James levantou as sobrancelhas de um jeito engraçado. – Toca pra mim?

Não.

Ok, como se eu conseguisse dizer isso.

- Ahn, James...

- Vamos lá, uma música que você goste. Você disse que ama Paramore, não é? – ele indagou.

- Sim, eu amo. – e é verdade, eu AMO. – Mas...

- Qual é sua música preferida?

- When It Rains.

Abaixei a cabeça. Desde, bom, alguns dias, eu escutava aquela música só pra lembrar dele. Acho que tem tudo a ver, tirando a parte do “por que você não fica o suficiente pra me explicar?”. Quer dizer, ela é uma música triste. Mas é legal pra lembrar James. Entendeu?

Ahn, nem eu.

- Então vai! – ele me encorajou com um sorriso. Aí tirou a cordinha do pescoço e estendeu a Fender (Reverências!) pra mim.

Eu a peguei, e coloquei no meu colo.

Acho que foi aquilo que me deu coragem pra cantar.

- And when it rains on this side of town it touches everything… Just say it again and mean it. We don’t miss a thing, you made yourself a bed at the bottom of the blackest hole. And convinced yourself that it’s not the reason you don’t see the sun anymore… - minha voz estava meio trêmula, como meus dedos, mas eu continuei, tentando não desafinar. É, chegar no nível da Hayley não é fácil. - And no, oh, how could you do it? Oh, I, I never saw it coming, no oh… I need an ending, so why can’t you stay just long enough to explain?

Tomei coragem pra levantar a cabeça. Coloquei a Fender ao meu lado, na bancada, e joguei a cabeça pra cima.

Adivinhe o que aconteceu.




N/A: eu não vou nem tentar me redimir ._. HHAEUHAUEH só basta dizer que o espírito dos dias quentes e claros de verão na Praia Grande estão me inspirando! até o próximo cap, que não demora, e continuem comentando porque eu NÃO vou abandonar vocês! <3

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