Enfrentando Velhos Pesadelos



CAPÍTULO 11 – ENFRENTANDO VELHOS PESADELOS





Sirius e Harry chegaram no endereço do bilhete de Serena. Pela fachada parecia um grande prédio abandonado, uma espécie de depósito. Haviam algumas luzes acesas, mas fora isso, nada denunciava que houvesse pessoas lá dentro.

É claro que Sirius havia estranhado aquele bilhete. Serena havia sido tão eloqüente quando disse que era pra ele pensar na segurança de Harry e que ela não o chamaria a não ser que realmente precisasse de ajuda... mas se os Aurores estavam vindo porque ela precisava dele? Contudo ela havia-o chamado e no fundo ele não poderia deixar de sentir-se feliz, finalmente ele pegaria aquele homem...

Com a varinha em punho, Sirius empurrou a grande porta lateral do prédio e entrou, seguido de perto por Harry. Ali suas suspeitas foram confirmadas, realmente o lugar era um depósito. Haviam muitas caixas, algumas empilhadeiras e pequenos caminhões. Mas estava muito silencioso e eles não haviam visto nada nem ninguém.

- O.K. Serena... acabou a brincadeira! – gritou Sirius- Onde você está?

- Ora, ora, ora... – disse uma voz surgida do nada – Achei que você fosse mais esperto filho. Estou muito decepcionado!!!

Nesse momento um vulto surgiu sobre um pilha de caixas. Estava extremamente bem vestido... trajava roupas pretas e estava coberto por uma belíssima capa negra de seda presa por um broche em forma de dragão. Era o pai de Sirius... era uma armadilha e eles haviam caído...

- Você – berrou Sirius com horror – O que você fez com Serena?

O homem de cabelos já grisalhos virou seus olhos negros na direção de Sirius e riu como se alguém houvesse acabado de contar uma piada.

- Nada... ainda, mas acredito que agora ela deva estar indo até a sua casa... onde ela encontrará uma bela surpresa.

- Acho que ainda não será dessa vez, Sr. Gustave Black - disse Serena que acabara de entrar acompanhada de Lupin. Serena colocou-se ao lado de Sirius e Lupin ao lado de Harry.

Gustave deu outra gargalhada...

- Pelo visto 15 anos não a fizerem perder seus “dons” de investigadora. Devo lhe perguntar: como você me achou?

- Fácil! Você falhou de novo “Gustave” – disse Serena enquanto analisava o local – Escreveu o bilhete ao Sirius... usando minha caligrafia... sobre um bloco de pergaminhos, usaste uma pena que soltava muita tinta... na folha de baixo ficou impresso o que você havia escrito...

- Os mesmos “olhos de águia” de sempre – debochou Gustave – mas tanto faz... até acho melhor assim, pois terei o prazer de acabar com você pessoalmente... venho planejando isso há anos... meu filho e a mulher que acabou com meus planos... acabarei com os dois...

Enquanto conversavam, Lupin indicou a Harry, discretamente um local próximo a porta que era muito protegido por caixas e outros objetos. Também os quatro haviam notado que não eram os únicos ali... haviam mais bruxos escondidos pelo local.

- Como assim há anos... se fazem apenas alguns dias que você fugiu de Askaban? – perguntou Sirius tentando pensar em algo.

- Digamos que eu e os dementadores tenhamos uma boa relação... Quando o Lord voltou eles sabiam que seriam chamados novamente, eles e todos os servos do Lord das Trevas... eles não manteriam o servo mais fiel dele sobre seus “cuidados”...

- E como ninguém notou que você havia fugido antes?

- Eu não fugi... apenas ganhei muitas regalias... estava esperando o momento perfeito para me vingar... estudando, analisando e guardando tudo que encontrava sobre vocês...e recentemente o Lord me procurou para provar fidelidade... vi que esse era o momento certo... terei tudo que quiser assim que entregar ao Lord o que ele mais deseja...

- Você não encostará em Harry... – Disse Sirius puxando sua varinha acompanhado por Serena e Lupin

- Quem disse que eu estou a trás desse garoto... ele será apenas mas um presente ao Lord... ele no momento tem interesses em outra pessoa...

- Mas se ele não que o Harry... – disse Serena- então... Oh não! Juliah...

- Hahahahaa!!!! O Lord quer apenas sua filhinha de volta... já tenho alguns homens providenciando isso...

- NÃO!!! – Harry deu um berro, e segurando sua varinha correu e atirou-se no local indicado por Lupin.

Sirius, Serena e Lupin separaram-se enquanto lançavam feitiços nos bruxos que começavam a sair de seus “esconderijos”. Gustave também protegeu-se atrás de caixas enquanto gritava ordens aos seus homens.

Harry aproveitando a confusão correu para a porta... Um bruxo ainda tentou impedi-lo, nada que o feitiço estuporante de Harry não desse um jeito...

- O garoto fugiu, seus idiotas! – gritou Gustave – Deixem- no ir agora... se foi atrás da garota também será capturado... mas agora tranquem tudo com feitiços... ninguém mais entrará ou sairá até que eu ordene...



*



Harry chegou na rua... seu coração batendo descompassado... um único pensamento em sua cabeça: Juliah... Como ele chegaria até lá?. “ Deixe de ser estúpido Harry e pense...- ele se viu dizendo de repente uma lembrança passou pela sua cabeça: o torneio tribruxo - é claro- disse por fim” e em seguida ele gritou accio firebolt concentrando todos os seus pensamentos, toda a sua vontade em sua vassoura... Depois de algum tempo ele a viu no céu estrelado...

Harry agarrou sua Firebolt, passou uma perna por cima, impulsionou-se e alcançou o céu gelado da noite. “A casa de Juliah está protegida... Dumbledore falou que eles fariam algo para protege-la.” – pensava Harry tentando se acalmar, mas a lembrança da noite que ele levou Serena até lá e a mãe da garota não fez objeção nenhuma a entrada de um estranho não saía da sua mente. Então ele colocou toda velocidade que podia na sua vassoura e voou o mais depressa possível até a casa dos Settlers.

O garoto tocou a campainha e uma sonhadora e despreocupada Sra. Settlers veio abrir.

- Oh, olá Potter!

- Olá Sra. Settlers... er... a Juliah está?

- Não... ela atrasou-se hoje e saiu agora a pouco para passar com o hipógrifo.

- Ela tá sozinha? – perguntou Harry preocupado.

- Sim... – respondeu Lola.

- Droga... – disse Harry já montando na vassoura e indo em direção ao parque...



*



- Anda Sirius, desaparate daqui, vá atrás do Harry! Eu e Remo daremos conta deles e daqui a pouco esse lugar estará cheio de aurores. – gritou Serena, atrás de uma caixa, depois de Estuporar um dos homens de Gustave.

- E você acha que eu já não tentei? – respondeu Sirius. – Não sei o que eles fizeram, mas não dá pra aparatar ou desaparatar daqui...



*



Juliah estava passeando tranqüilamente no parque com Bicuço, haviam poucas pessoas ali aquela hora. “Ah Bicuço, que saudade do Harry” – dizia ela ao hipógrifo enquanto lhe acariciava as penas. “O que será que ele está fazendo agora? Você sabe Bicuço?... O que foi Bicuço? O que está acontecendo?” o hipógrifo começou a ficar agitado ,de repente empinou seu corpo apoiando-se nas patas traseiras enquanto mostrava suas poderosas garras. Parecia muito com um imponente cavalo.

- Não adianta tentar protegê-la animal idiota! – disse um homem que estava na frente de Juliah.

Ela rapidamente compreendeu o que se passava ali. Haviam seis homens encapuzados fechando um circulo a sua volta. Ela pôs a mão no bolso, mas sua varinha não estava ali. Antes que ela tentasse fazer qualquer coisa, Bicuço já estava voando em direção ao bruxo que lhe ofendera. Ele agarrou o homem com sua garras, enquanto ele berrava de dor. Bicuço, sem larga-lo, subiu novamente e voou até que todos o perdessem de vista.

Por um instante todos ficaram chocados com a visão. Logo Bicuço estava de volta. Tinha sangue em suas garras, suas penas e seu bico. Não havia nem sinal do homem.

- Você não deveria ter feito isso! – disse outro bruxo, e quando Bicuço ia levantar-se para voar novamente foi acertado por três feitiços Impedimenta ao mesmo tempo.

- Bicuço!!! – gritou Juliah correndo em direção ao animal caído entre as gargalhadas daqueles bruxos.

- Hahahaha... – disse um deles – Agora é sua vez menina...

Juliah estava ofegante... uma raiva muito grande começou a invadi-la... ela sentia suas mão e suas pernas formigarem... seu coração batia rápido... seu olhos estavam se tornando vermelhos... seus pés levantaram-se do chão... ela podia sentir o poder... estava por todo o seu corpo... corria pelas suas veias... ela não precisa de varinha... ela própria era uma arma...

Ela virou-se na direção dos homens, flutuava a uns 30 cm do chão. Eles pararam imediatamente de rir quando a viram. Uma luz azulada emanava dela, um brilho que a tornava tão bela quanto assustadora. Os cinco bruxos restantes olharam-na espantadíssimos, eles haviam recebido ordens para capturar a garota sem feri-la, acharam que seria um trabalho fácil, jamais esperaram por tudo aquilo.

Um deles segurou sua varinha e proferiu o feitiço petrificus totalis. O feitiço ricocheteou em Juliah e voltou na direção dele... por pouco não acertou o homem. A garota virou-se na sua direção, um brilho estranho percorreu seus olhos. Ela levantou sua mão direita na direção dele, seus dedos formigavam, havia uma força que ela nunca havia sentido, ela concentrou-se e uma luz saiu de sua mão como se essa fosse uma varinha. O feitiço acertou o homem no peito fazendo-o cair inconsciente no chão.

Ela conseguira... ela podia controlar o seu poder. Quando outro bruxo fez menção de enfeitiça-la rapidamente outro jorro de luz saiu de sua mão e acertou-o derrubado-o. Os outros, assustados, não sabiam o que fazer. Olharam-se com pavor e desaparataram dali, no mesmo instante que Harry Potter chegava.



Ele olhou-a com uma certa surpresa... esperava encontrá-la em apuros, mas analisando a cena parecia que ela haviam se saído muito bem. Haviam dois homens caídos, Bicuço estava machucado e Juliah estava como naquele dia, da volta do recesso de natal, quando ela brigou com Malfoy, mas havia algo diferente, ela parecia mais... forte... mais intensa...

- Juliah! – Harry gritou- Juliah você está bem?

- Harry – ela disse virando-se para vê-lo... – Eu consegui...

- O que? – ele perguntou, mas ela não disse mais nada... com uma baque caiu inconsciente no chão.



*



- Remo, você viu o Sirius? – perguntou Serena ao conseguir se aproximar do amigo.

- Lá atrás! – disse ele – Lutando com dois desses aí...

Serena prestou vagamente atenção as palavras de Lupin. Ela percebeu um vulto correndo entre as caixas.

- Remo, me dê cobertura...

- O quê?

- Tente me proteger de qualquer feitiço... eu vou sair daqui...

- Aonde você vai?

- Vou pegar o Sr. Black!

Serena saiu escondendo-se entre as caixas sem perder o vulto de vista. Ele lançou um feitiço quase acertando-a, ela parou atrás de uma pilastra. Quando saiu não havia nem sinal do vulto. Ela continuou andando, com os olhos bem abertos e os ouvidos atentos a qualquer sinal... nada... de repente um frio percorreu seu corpo, ela virou-se ao mesmo tempo que proferia a palavra expelliarmus e ouvia o mesmo feitiço ser proferido.

Os feitiços não se encontraram, um passou pelo outro e acertou o oponente em cheio. Tanto a varinha de Gustave quanto de Serena voaram de sua mãos. A varinha de Gustave caiu um pouco mais a frente, entre ele e Serena.

Os dois correram em direção a ela... Gustave estava abaixando-se para pegá-la quando Serena a chutou pra longe.

- Você não deveria ter feito isso- disse ele.

- Por quê? – ela perguntou.

Discretamente ele tirou um punhal de suas vestes.

- Por causa disso! – respondeu Gustave.

Então ele acertou o punhal nela... cravou-o em seu abdômen. Ela olhou-o por um momento como se estivesse assustada e quase instantaneamente começou a rir.

- Não sabia que você gostava desses “brinquedinhos” de trouxas- debochou Serena.

- E não gosto. – disse ele aproximando-se do seu ouvido... o punhal ainda cravado nela. – Isso aqui é uma das minhas armas mágicas preferidas. Ela possui um veneno muito especial em sua lâmina... não se preocupe... você ainda terá tempo de se despedir de seus amigos... leva cerca de 20 minutos pro veneno matá-la, mas daqui a pouco você já começará a sentir seus efeitos... eu quero me sentar e ver muito sofrimento no seu belo rosto ainda...

Gustave riu alto e finalmente tirou o punhal do corpo de Serena. Ela cambaleou, chegou a ajoelhar-se no chão, mas novamente se pôs em pé... e abriu um belo sorriso... que surpreendeu Gustave Black.

- Lamento desapontá-lo de novo, mas não lhe darei esse prazer... – disse Serena.

Ela levantou sua mão, e antes que Gustave pudesse fazer algo, ela apontou sua varinha (que havia recuperado quando ajoelhou-se) e gritou: ESTUPEFAÇA!!! O feitiço acertou-o no peito... ele voou e bateu com a cabeça na parede... desmaiando...





Sirius assustou-se ao ouvir o berro de Serena proclamando o feitiço, acertou o último bruxo e se dirigiu para onde ela estava. A primeira coisa que ele viu foi seu pai caído. Serena ainda segurava sua varinha apontada pra ele. Sirius se aproximou dela sem desviar os olhos do pai.

- Eu não acredito – ele disse – Eu é que queria acabar com ele!

- Oh, Sirius! Fique quieto! E conjure logo cordas para prendê-lo. Onde está o Remo?

- Ele está tentando abrir a porta, parece que ao Aurores também estão tentando o mesmo doutro lado.

Sirius falou isso enquanto fazia o que Serena pediu. Ao acabar olhou com desprezo pro pai e virou-se novamente em direção a ela. Ao fazê-lo, ele a viu ajoelhada no chão, só então ele notou que sua blusa e suas mãos estavam manchadas de sangue.

- Serena! Minha nossa! O que houve? – ele perguntou se atirando ao lado dela. Ela apontou um objeto no piso. Sirius pegou-o.. era um punhal de prata com alguns dizerem em uma língua antiga talhados na lâmina e com preciosos rubis no cabo.

- Eu reconheço esse punhal... – ele disse- Não é nada bom...

Serena riu... e fez sinal para que ele se aproximasse... Ele cuidadosamente sentou-se ao lado dela... e ela apoiou a cabeça em seu peito.

- Alguém precisa ir atrás do Harry... – ela disse – Sirius cuide bem desse menino... quer dizer... continue com o bom trabalho... Tiago ficaria orgulhoso...

- Você realmente está mesmo mal... me elogiando... – disse Sirius forçando um sorriso.

- Eu quero te pedir desculpas... não avisei os aurores que estava aqui no país... nem que estava investigando tudo... – ela disse... ele balançou a cabeça em sinal de que aquilo não era importante – eu preciso te dizer uma coisa antes que seja tarde...

- Não! Eu a proíbo de falar como se estivesse morrendo! – ele disse em tom severo.

- Eu estou morrendo... – disse ela já com alguma dificuldade – E eu preciso te dizer algo...

- Não! – ele disse de novo.- ALUADO! – berrou ele – COMO ESTÁ COM A PORTA?

- ACHO QUE OS AURORES ESTÃO QUASE ABRINDO-A. – respondeu Lupin.

- ANDA LOGO!

- Sirius... – disse Serena, ele apertou ela em seus braços...- eu te a...

- Shiiiiiii! Fique quieta. – ele respondeu.

Finalmente a porta foi aberta e um bando de aurores entrou... no mesmo instante que Serena ficava inconsciente e no mesmo instante que Harry encontrava Juliah.



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