Mais um Fugitivo de Azkaban
CAPÍTULO 6 - MAIS UM FUGITIVO DE AZKABAN
Harry chegou em casa completamente arrasado. Entrou, batendo a porta atrás de si e mal vendo Sirius por perto começou a despejar seus problemas.
- Eu não acredito!!! O que ela estava fazendo com aquele idiota do Malfoy!!! Como pode? Depois de tudo que ele lhe fez? Depois de tudo que nós passamos? Eu chego lá e ela está nos braços daquele imbecil!!! E ainda me pergunta o que eu fazia ali!!! O que EU fazia? O que aquele babaca fazia? Eu não acredito que a Juliah fez isso comigo!!! Será que eu não passei de uma brincadeira pra ela e o Malfoy rirem!!! É os dois devem estar se divertindo com a minha cara agora...
Finalmente Harry olhou para seu padrinho que estava sentado no sofá notando que aparentemente ele não havia escutado uma palavra do desabafo do garoto. Sirius estava branco como uma folha de papel, tinha na mão um pedaço de pergaminho e seu olhar estava perdido.
- Sirius, você escutou o que eu disse? – Sirius nem se mexeu. – Aconteceu alguma coisa? – Harry perguntou agora começando a se preocupar – Sirius, você tá me ouvindo? Padrinho... padrinho... PADRINHO!!!
Harry deu um berro e finalmente Sirius olhou em sua direção, mas não falou nada por algum tempo, então abriu a boca e começou a falar baixinho.
- Ele fugiu... ele conseguiu fugir...ele fugiu... ele virá me procurar...
- De quem você está falando? – perguntou Harry ao padrinho, nesse momento a campainha toca.
- Ela chegou!!! Pra completar terei de agüenta-la!!!
- Quem? – falou Harry e a campainha tocou novamente, como Sirius não fez menção de falar-lhe, nem de ir abrir, e aparentemente Dobby não estava, Harry pôs-se de pé e foi abrir a porta.
Harry foi para a porta e abriu-a levando um susto. Ali parada estava uma figura completamente coberta por uma capa preta, com um capuz cobrindo o rosto. O garoto ficou parado esperando que ela falasse, como ela não disse nada o garoto perguntou:
- O que você quer?
- Sabe... – uma voz suave saiu debaixo de todo aquele pano preto – esperava que seu padrinho viesse abrir a porta pra me receber, afinal faz 15 anos que não nos vemos e achei que ele sentiria saudades...
Harry não estava entendendo nada! Afinal, quem era essa pessoa? E se ela conhecia Sirius porque o disfarce? Ou não era um disfarce? Será que Sirius sabia que ela viria? E porque não quis abrir a porta? Ele não sabia o que fazer, parecendo notar sua indecisão o visitante começou a falar...
- Olha... eu acho melhor você me deixar entrar... afinal, alguns trouxas poderão se assustar com meu traje... deixe-me entrar e eu lhe explico tudo!
O garoto ainda hesitou, mas resolveu, por fim, deixar o visitante, ou melhor, pela voz era a visitante, entrar e assim que ela o fez, e Harry fechou a porta, ela descobriu sua cabeça e finalmente mostrou o rosto. Harry esperava ver uma figura terrível, mas para sua surpresa, viu uma das mulheres mais lindas da sua vida. Ela tinha longos cabelos ondulados e muito pretos que caiam até a cintura, uma pele muito branca com lábios grandes e vermelhos e os olhos claros, mas num tom que Harry não conseguia definir. Aparentava ter cerca de trinta anos e sorria enquanto o garoto ainda desconfiado e um pouco admirado, a olhava.
- Acho que você já deve ter notado que eu não sou um mostro!- ela disse e Harry corou- Na realidade só estava vestida daquela maneira porque meu trabalho exige. Agora eu posso tirar isso aqui! – ela disse isso enquanto tirava a capa negra, ela vestia um longo vestido lilás que era justo até a cintura e depois se soltava em leves pregas, estava também com sapatos lilás e tinha um lindo colar no pescoço, seguindo o olhar de Harry ela comentou.
- Isso... – ela disse segurando o colar- eu ganhei de sua mãe em Hogwarts!!!
- O quê? Você conheceu minha mãe? Quem é você?
- Pelo visto você já teve o desprazer de conhecer Serena Bauer, Harry!- Disse Sirius se aproximando da porta.
- Sirius, então você estava aí! Porque não veio me receber? Você não recebeu a mensagem?
- Sim, Serena! Recebi! Mas queria aproveitar ainda alguns minutos antes de ver sua cara!!!
- Pelo visto o mesmo humor de sempre... também notei que você não contou ao Harry sobre mim...- disse Serena.
- Por que deveria... achei que nunca mais a encontraria... mas parece que esse últimos anos não tem sido os melhores!
- Olha aqui Sirius, você até pode tentar, mas não me fará sair do sério!!!
- Ãhhh!!! ...er... desculpe interromper, mas alguém pode me explicar o que está acontecendo? – perguntou Harry.
- Oh, Harry!!! Claro!!! – disse Serena se aproximando do garoto- Meu nome é Serena Bauer, eu trabalho com os Aurores, mas não sou uma deles, eu sou uma investigadora, e estou aqui para ajudar a encontrar um prisioneiro que fugiu de Askaban...
- E como você me conhece? Como conhece Sirius? E como conheceu minha mãe?
- Ah! Claro! Desculpe! Bom... eu lhe disse que era amiga de Lilian, nós éramos amigas e colegas em Hogwarts, foi lá também que eu conheci o Sr. Black- disse Serena num tom de deboche- digamos que nunca nos demos bem, embora até hoje eu não saiba o motivo de sua implicância!!! E conheço você, Harry, desde que nasceu, sabe era para eu ser sua madrinha... ,mas algumas coisas aconteceram nesse dia...
- Eu ainda não acredito que você não me chamou naquele dia!!! – Disse Sirius zangado.
- Sim, e o que você queria que eu fizesse, deixasse o menino sem nenhum padrinho!!! E Sirius você sabe que isso era melhor pra você, afinal você não queria vê-lo preso...
- Pois eu mesmo queria tê-lo prendido...
- Er... desculpe novamente, mas de quem vocês estão falando?- perguntou Harry.
- Do meu pai... – respondeu Sirius abaixando a cabeça.- Ele ajudava Voldemort...
- Seu pai era um Comensal da Morte? – falou Harry surpreso.
- Não!!! Muito pior... ele era o braço direito dele... um de seus melhores homens... uma pessoa que queria o mal tanto quanto ele... – Sirius não falou mais nada, se dirigiu ao sofá e sentou-se apoiando a cabeça nas mãos. Serena sentou-se em outra poltrona e indicou outro assento ao Harry.
- Há muito tempo... – começou Serena- descobrimos que alguém de nós estava passando informações ao “Lord das Trevas”, e começamos a investigar cada pessoa que participava da Ordem da Fênix, bem eu comecei a investigar... e acabei descobrindo que não era um de nós, mas um parente... o pai de Sirius... ele havia se unido ao Voldemort, sem que ninguém soubesse disso e estava usando o filho como espião sem que esse suspeitasse... quando descoberto ele fugiu e se voltou de vez para o lado das trevas, ele queria poder tanto quanto Voldemort e era quase tão esperto como ele... Infelizmente não era o único traidor... você deve ter ouvido falar de Rabicho, não é? – Harry afirmou- bom... só que esse só foi a pouco descoberto... como fui tola...
- E ME DEIXOU PASSAR 12 ANOS NAQUELE INFERNO!!! – Berrou Sirius- QUE BELA INVESTIGADORA, VOCÊ FAZ IDÉIA DO QUE EU PASSEI?
- Não Sirius, eu não faço... sei que não adianta dizer que lamento... era meu trabalho e eu falhei..., mas entenda... depois que seu pai foi capturado e as informações continuaram chegando a Voldemort a primeira pessoa que todos suspeitaram foi você... e depois do que aconteceu... com os trouxas e com Pettigrew...
- EU NÃO QUERO OUVIR SUAS DESCULPAS!!! – gritou Sirius se levantando e indo para garagem, ligando sua moto e saindo cantando pneu...
Serena ficou um tempo parada e Harry não fazia idéia do que fazer, ele não sabia o que estava acontecendo, nem o que havia acontecido, nem como ajudar o padrinho...
- Imagino que a única coisa que eu posso fazer agora é lhe contar toda a história – disse Serena- Bom... a família Black sempre teve muito dinheiro, e quanto o pai de Sirius decidiu fazer o que fez e abandonou sua casa e sua família, a “herança” ficou aos cuidados de Sirius que ficou tão revoltado com tudo que não quis saber de nada... a única coisa que ele queria era pegar seu pai... apesar de me odiar ele pediu minha ajuda, e eu pedi ajuda de uma amiga aurora... no dia do seu batizado, Harry, eu localizei o Sr. Black, acompanhado por apenas alguns comensais, e mandei chamar minha amiga, mas não avisei Sirius, achei que seria muito duro pra ele e que nós duas daríamos conta, e acho que estava certa... nós os pegamos e eles foram julgados e mandados para Azkaban, eu nunca vi tamanho ódio nos olhos de Sirius como quando ele viu seu pai no julgamento... algum tempo depois, notícias sobre nossas operações continuavam chegando a Voldemort, eu sabia que não podia ser o Sirius, eu vi o quanto ele lutou para prender o pai, eu via o quanto ele lutava contra Voldemort, mas as únicas pessoas que tinham o mesmo pensamento que eu eram, praticamente só minha amiga, Lilian, Tiago e Dumbledore. Quando seus pais foram mortos e Dumbledore disse que o fiel do segredo era Sirius, eu quase enlouqueci. Pensava que ele havia me feito de idiota! E como todas as pistas apontavam para ele, principalmente depois do que aconteceu a Pettigrew, não me aprofundei em minhas investigações e como todos declarei Sirius culpado... – Serena parou de falar, tinha lágrimas nos olhos, mas virou o rosto para que Harry não visse...
Harry estava estupefato com essa história, queria dizer que o pai de seu padrinho ajudava Voldemort? Harry sentiu sua cicatriz doer... isso não era um bom sinal... ele estava enjoado, tudo estava rodando a sua volta...
- Harry, Harry! – disse Serena notando a palidez do garoto- Você está bem?
- Sim! – mentiu Harry- Só estou um pouco surpreso! Mas, afinal o que você faz aqui?
- Esqueci de dizer o mais importante! O pai de Sirius fugiu de Azkaban, ontem... ninguém sabe como... eu cuidei do caso uma vez e me pediram para pegá-lo de novo, mas dessa vez vim pedir ajuda ao Sirius... Voldemort voltou Harry, você mesmo viu com seus próprios olhos... são dois anos sem sinal dele, sem nenhum ataque, ele está tramando alguma coisa grande... e agora tem o seu fiel braço direito de volta... tenho certeza que a fuga do Sr. Black teve o dedo de Voldemort...
- Mas, - interrompeu Harry, tentando ignorar a cicatriz – eu vi ele, esse ano, depois do baile de primavera, ele tentou me matar, tentou pegar sua filha de volta...
- O QUÊ?! – Serena deu um pulo- O que você quer dizer, Voldemort tem uma filha?
- Sim, ninguém lhe disse?
- Não... é que eu estive fora do país nesses últimos anos, e não tem sido fácil conseguir notícias...
- Bem... Antes de sua queda... Voldemort teve uma filha, ele dominou uma Auror com o feitiço Imperius e fez ela cometer coisas terríveis, e com ela ele teve uma filha...
- Angelita Gowdak... ela era essa auror, não?
- Sim... como você sabe?
- Ela era a minha amiga, aquela que lhe falei, sabia que algo errado tinha naquela história que ela contou no seu julgamento... sabia que ela não se juntaria a Voldemort por vontade própria, mas ela me jurou que sim... porque? – perguntou Serena, mas para si mesma do que para Harry, mas ele respondeu.
- Para salvar sua filha! – e Harry lhe contou a história de Juliah, com muita dificuldade, pois doía pensar nela.
- Você sabe onde ela mora? – perguntou Serena assim que ele terminou de falar.
- Sim...
- Me leve até ela! – pediu Serena.
- Não, não me peça para fazer isso... eu não posso voltar lá... olha eu vou lhe dar o endereço e você vai!- disse Harry.
- Olha, Harry eu não sou boba e percebi que você é mais que amigo de Juliah e também que deve ter acontecido algo, desagradável, entre vocês, mas agora eu preciso de sua ajuda, me leve até ela, será mais fácil se você for comigo!
- Tudo bem... mas não me obrigue a falar com ela!- disse Harry resignado.
- O.k.! – disse Serena rindo e pegando sua capa preta.
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