Um Dia Ensolarado - One Shot

Um Dia Ensolarado - One Shot



Autor*: Luna Black
E-mail*: [email protected]
Título*: Um Dia Ensolarado
Capa: [img]http://i126.photobucket.com/albums/p85/ladylunablack/umdiaensolarado.jpg[/img]
Sinopse*: Brigas geram términos, términos geram choros, choros geram passeios, passeios geram encontros. O que ela mais queria, estava para acontecer quando menos esperasse.
Shipper: Sirius/Marlene
Classificação*: PG-13
Gênero*: Romance
Spoilers*: 5 – Harry Potter e a Ordem da Fênix
Status*: Completa
Idioma*: Português
Observação: Minha primeira Sirius/Marlene!



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Um Dia Ensolarado



Poderia dizer que a chuva que caia depois da janela de seu quarto, retratava complemente seu humor, seu estado de espírito.

Não era nem muito forte, nem muito fraca. Não se mostrava suficiente intensa a ponto de derrubar alguma casa, mas era o bastante para estragar o dia e a impedir de sair de casa sem guarda-chuva.

A garoa que escorria pelas vidraças, a fazia ficar hipnotizada por segundos; Para depois voltar a fitar, com amargor e dor, a caixa em cima de suas coxas. Lágrimas escorriam por seus olhos, os quais estavam completamente vermelhos e inchados.

Suas pernas estavam cruzadas em cima da cama. Se fosse uma outra hora, as estampas de flores e fadas a faria sorrir. Mas neste momento, tudo que queria era afogar as lágrimas em seu travesseiro, jogar aquela caixa no fogo e ter todas as lembranças apagadas.

Contudo, ela sabia que sobrariam as cinzas, que inevitavelmente iriam fazer ela se lembrar dos tempos bons, e de nada adiantaria aquele gesto. O quarto estava visivelmente desarrumado, e em outro momento isso a irritaria, mas agora não fazia diferença.

As batidas insistentes na porta de carvalho a despertaram dos devaneios. Olhou por algum tempo, suspirando profundamente; Até voltar a ouvir as batidas. Engoliu o choro, arrumando a postura.

- Sim? – perguntou.

- Abra a porta, trouxe seu café. – respondeu uma voz masculina, visivelmente entediada.

- Deixe aí, eu já pego. – respondeu fracamente.

Escutou os passos duros de seu irmão ecoar pelo corredor, levantou-se, deixando a caixa de veludo vermelho em cima da penteadeira e destrancou a porta, pegou a bandeja e fechou novamente.

Largou em cima de sua cômoda, sentando-se na cadeira a frente da penteadeira. Abriu-a cuidadosamente, pegou uma foto e deixou as lágrimas rolarem livremente.

- Estúpida. – disse com a voz embargada.

Ao pensar que o término do namoro fora por causa da idiota cena de ciúmes, ficava nauseada. Talvez a causa das náuseas não fosse exatamente à cena que passava como um filme em sua mente, mas sim o cheiro de café forte vindo da bandeja.

Marlene afastou rapidamente a cadeira, correndo para o banheiro. Mais uma vez naquela semana, sentia ânsias de vomito e enjôos a qualquer cheiro forte demais.

Saiu do banheiro, extremamente pálida. Caminhou até a janela, abriu-a, deixando uma leve brisa adentrar o local. Aspirou o ar, como se aquilo fosse necessário para voltar à vida. Talvez fosse.

E mais uma vez, aquela cena repetia-se em sua mente. Como um filme que começava a rebobinar toda vez que chegava ao fim.

Flashback

Uma Grifinória andava de um lado para o outro no Salão Comunal, seus dedos formigavam e a espera era sua pior inimiga. Sirius deveria estar ali a mais de cinco minutos, e o atraso do namorado a estava irritando profundamente.

Aquilo se repetia mais uma vez. Black havia-lhe prometido não se atrasar mais, e com certeza brigariam de novo. Alguns alunos observavam-na, outros estavam atentos ao buraco do retrato. De certo, logo Sirius entraria por aquela porta e o barraco estaria armado.

Logo passaram pelo retrato, James e Lilly de mãos dadas. Ambos tinham se entendido há pouco tempo. Já estavam nas últimas semanas de aulas e logo estariam formados.

- De novo? – indagou Lilly Evans ao aproximar-se da morena. Marlene limitou-se a mover a cabeça, confirmando. Lilly exclamou em sinal de entendimento, no que James virou-se para a outra.

- Sirius estava na biblioteca conversando com Narcissa e... – o nome da Black mais nova fora o suficiente para Marlene sair correndo em direção a biblioteca.

James recebeu um tapa no braço por ser tão inconveniente.

Com passos ferozes e a expressão nervosa no rosto, McKinnon entrou na biblioteca. Vasculhou quase todas as estantes, encontrando Sirius no fundo, em uma conversa muito pacífica com a prima. Parou de andar, recostando-se em uma prateleira e roendo a unha do dedo indicador.

Ao olhar para o lado, Sirius Black viu a cara quase assassina da namorada e tratou logo de dispensar a outra Black. Viu Marlene parada próxima a estante de livros sobre História da Magia, estava com a face irritantemente nervosa.

Narcissa Black passou por ela e desdenhou um sorriso sarcástico e frio, fazendo a ira da morena aumentar gradativamente.

O outro vinha a passos calmos, a fim de adiar a discussão, as quais eram tão freqüentes quanto os beijos que dava na namorada. Olhou-a com a face totalmente sossegada e serena, sabendo que logo estariam de bem e preparados para uma nova briga.

- Você tem alguma coisa para me dizer? – indagou calma até demais. Sirius começou a preocupar-se; encarou-a firmemente, refletindo em seus orbes azuis noite a inquietação.

- Não. – respondeu com convicção, não entendendo onde a morena queria chegar.

- Eu vou perguntar apenas mais uma vez, tem algo para me contar? – olhou confuso, balançando a cabeça negativamente.

O que veio a seguir o deixou completamente estático. Marlene levou a mão até seu rosto, em um forte tapa; Fazendo a face de Sirius latejar. Ele olhou-a completamente assustado.

- Eu cansei. – disse, bocejando e virando-se. Saiu da biblioteca sob os olhares curiosos dos alunos e o olhar de águia da bibliotecária.

Ao chegar ao Salão Comunal, Lilly estava aparentemente preocupada, sentada em uma poltrona ao lado de James, levantou-se rapidamente, correndo até a amiga.

- Acabou. – disse somente, deixando uma ruiva alarmada. Subiu vagarosamente para o dormitório, mas antes pode ouvir a outra gritando com Potter.


Fim do Flashback!

Aquilo poderia ter se resolvido, mas ela não queria uma relação daquela maneira. Era como seus pais, viviam brigando. As discussões eram tantas que seu irmão e ela não agüentavam mais. Seu pai e sua mãe dormiam separados e ainda continuavam com a mesma desculpa de que não se separavam por causa dos filhos. Pra ela era bobagem, os dois irmãos eram os que mais queriam aquela separação.

Nas férias, Sirius nunca lhe escrevera carta alguma, nunca lhe contara nada sobre si e por vezes ela lhe perguntara sobre sua vida, a qual ele preferia manter em um completo mistério. Sendo assim, o pagava na mesma moeda. O moreno não tinha sequer seu endereço.

Não o faria mudar, ele era assim e ponto. Mudanças sempre eram bem-vindas, mas era uma coisa que deveria partir de cada um. Não como uma obrigação, mas uma maneira de evoluir.

A dor era tanta, que acabava se perguntando se algum dia iria passar. E naquelas fotos encontrava mais aflição, pois eles sorriam, e ela queria que ele estivesse ali do seu lado.

Por segundos, continuou olhando a chuva cair. Então andou até seu guarda-roupa, buscando um traje, foi ao banheiro tomar um banho.

A água quente caindo sobre seu corpo á acalmava. Mas não desejava se acalmar e por isso precisava sair, precisava se sentir livre, liberta.

Algum tempo depois ela abriu a porta, alcançando uma torrada, saiu do quarto. O vestido vermelho contrastava com seus cabelos pretos, seus olhos estavam mais azuis que o normal e a bota que usava fazia um barulho chato ecoar pelo assoalho.

Pôde escutar gritos histéricos de sua mãe, vindo da cozinha. Onde normalmente seus pais brigavam mais uma vez. Ignorou-os totalmente, pegou atrás da porta um guarda-chuva preto e saiu da casa, abrindo-o ao chegar aos degraus de pedra.

Começou a andar pela calçada, soltando alguns suspiros entediados.

Sempre comentara com quem quisesse ouvir que seu lugar preferido era um parque próximo a sua casa, ele era único.

Era trouxa, pequeno e vazio. Poucas pessoas iam até lá, talvez porque os brinquedos estavam quebrados, ou porque não era muito bem cuidado. Mas ela o julgava seu. Seu por ser particularmente especial, ter uma vivacidade longe do alcance de outros.

Caminhava a passos lentos, quando escutou um breve estalo. Parou de andar e virou-se, dando de cara com aquele que julgara nunca mais encontrar.

Sirius Black estava parado agora a sua frente, encarando-a. Com uma jaqueta de couro preta, uma calça jeans gasta e os cabelos mais estáticos do que nunca, devido a grande umidade do ar. Ele passou as mãos entre os cabelos, num gesto já conhecido por ela.

Teve que abaixar seus olhos, não sabia o que fazer. E de súbito voltou a olhá-lo. Correu até o homem e pulou nos seus braços, sorrindo.

- Eu descobri seu endereço. – murmurou, ao ouvido dela. – Vim te buscar.

- Você... Sirius... Não está bravo comigo? – indagou, afastando-se dele e fitando seus olhos.

- Eu só quero um dia de sol com você. – respondeu, fazendo-a rir gostosamente.

- Hoje não é um dia de sol. – disse muito convicta.

- Pode ser, mas vou te levar pra passear. – a morena assentiu, enquanto Sirius segurava em sua mão e eles começavam a caminhar.

Tomaram o caminho que antes ela iria seguir, chegando até uma pequena estrada de tijolos amarelos; As árvores contornavam toda a estrada, fazendo a umidade aumentar.

- Sabe que dia é hoje? – perguntou o moreno, enquanto caminhavam. Marlene assentiu, sorria.

Era lógico que sabia que dia era, completariam um ano de namoro, e estar agora ao lado dele era como se todo o tempo que eles estiveram separados se apagasse.

Sirius parou de andar, a fazendo virar-se. Estavam em baixo de uma grande árvore, onde ela ainda segurava o guarda-chuva. Ele remexeu no bolso da jaqueta e retirou uma pequena caixa preta.

- Lilly me ajudou a escolher. – informou, esticando a mão. Seu sorriso se alargou e ela largou o guarda-chuva, não se importando com a fina chuva que molhava o seu corpo.

- É lindo. – respondeu ao abrir a caixa e admirar o anel de ônix, virou-o e pode notar que estava escrito em delicada grafia seu nome e o de Sirius, encaixou-o em seu dedo. Uma lágrima rolou por sua bochecha, fazendo-a corar. – Não acredito que você está aqui.

- Nada vai fazer que eu desista de você. – respondeu sorrindo verdadeiramente. – Tudo o que eu quero, eu consigo. – completou, Marlene riu do egocentrismo evidente; E então puxou um galho, fazendo cair muita água em cima do namorado.

Sirius arregalou os olhos e ela saiu correndo, com alguma dificuldade, devido ao alto salto. O outro não deixou por menos e ao alcançá-la, pulou em uma poça de lama, fazendo a outra, sujar-se inteira.

A morena começou a rir. E não se importando mais, iniciou uma divertida guerra de lama. Black estava escondido atrás de uma árvore, mas ao colocar a cabeça para o lado, sentiu uma forte bola de terra molhada acertar seu rosto. Pôs-se a correr atrás da morena, que ria gostosamente.

Marlene estancou, fazendo Sirius cair por cima de si, numa freqüente onda de risadas, as quais eram músicas para seu ouvido. Ele envolveu-a em um abraço, tomando seus lábios em uma carícia terna e fogosa.

O que era pra ser inocente, tornou-se sensual. Os seios dela arfavam, e pediram por mais, quando o moreno parou de beijá-la. Ela então o olhou, instigando a falar o que acontecera.

De uma hora para outra, ficou pálido e assustado.

- O que foi? – perguntou Marlene, preocupada.

- Uma sensação estranha, algo ruim vai acontecer. – disse baixinho. – Não quero te perder novamente... – confessou choroso. Ela sorriu meiga, acariciando a face molhada dele.

- Para que se preocupar com o futuro? Se você pode me ter aqui e agora? – perguntou sorrindo maliciosamente.

Sirius embrenhou suas mãos nos longos cabelos negros dela, admirando a face da sua garota, mas então virou a cabeça rapidamente para o lado, espirrando continuamente. Marlene começou uma série de risos, antes de empurrar o outro para o lado e fazê-lo levantar-se.

- Creio que não poderá ser aqui e nem agora. – disse risonha. – Você precisa de um banho quente e roupas secas. Vamos lá pra casa. – disse autoritária, caminhando até onde estava o guarda-chuva.

- Surpreendo-me com minha sorte. – respondeu carrancudo, cruzando os braços e andando até a mulher.

- Aposto que uma cama quentinha é muito melhor que esse chão duro e molhado. – respondeu, dando uma piscadela. Fazendo-o abrir a boca, mas não emitir qualquer som.

Ela passou uma das mãos por sua cintura e tascou-lhe um beijo no rosto, sem se importar que eles estivessem encharcados e sujos de terra.

- Um dia feliz ás vezes é muito raro. – disse Sirius, envolvendo-a em um abraço.

E um dia de chuva nunca foi tão ensolarado quanto aquele.


Fim

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N.A.: Essa fic foi feito com todo o meu amor pelo Sirius *-*
Espero que gostem :D já que é minha primeira com esse shipper. Ashudiuahsiuda

Beijooo! DEIXEM COMENTÁRIOS! :****

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