CRIANÇAS E HOMENS
CAPÍTULO 12 CM
No retorno ao hotel, Rony e Harry comentavam o jogo entre Estados Unidos e Austrália em meio a balburdia dos torcedores da casa. Duzentos a trinta a dez para o time local em uma hora e vinte minutos de jogo. Na verdade o time australiano não dera nem para o começo. Tirando a apanhadora Pearce, que parecia ter algum talento, e o goleiro argentino naturalizado, os australianos foram presas fáceis. Aguirre e Agostini, artilheiros americanos deitaram e rolaram, como disse Rony. E Brankovitch apostara uma corrida eletrizante com a apanhadora australiana, ao fim da qual apanhara o pomo, para delírio do estádio.
- Eles estão se achando – falou Gina, apontando para um sujeito gorducho e muito vermelho, que pulava e gritava, vestido dos pés à cabeça com as cores da bandeira dos Estados Unidos.
- Mas o time deles realmente é muito bom – constatou Angelina. A capitã inglesa havia ficado particularmente impressionada com a forma dos artilheiros dos Estados Unidos e com a forma de Max Brankovitch Neto, já veterano, mas que aparentemente havia se preparado como nunca para a Copa Mundial.
Harry havia recebido uma saudação espetacular quando sua presença foi anunciada pelo sistema de som do estádio e sua imagem (bastante encabulada) apareceu no telão de alta definição. Rony, Angelina e Gina, por outro lado, acenaram felizes para o público, que retribuiu com mais aplausos.
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Os treinos na antevéspera da partida foram fechados ao público. Francamente, Harry achava aquilo tudo uma grande perda de tempo. Todo mundo já conhecia quase todo mundo! Nos último ano, olheiros de todas as seleções atravessaram o mundo para observar ao vivo os jogos dos atletas que estariam na Copa, tanto nos jogos dos seus respectivos selecionados quanto das suas respectivas equipes. E as diversas TVs Bruxas pelo mundo a fora transmitiram ao vivo os jogos mais importantes das eliminatórias de todos os continentes.
No quarto do casal Potter, naquela noite, Harry, Gina e mais alguns jogadores acomodaram-se da melhor maneira possível para assistir ao jogo da Espanha contra o Japão, seleções que estavam na chave da Inglaterra. M’Bea, exercendo a função de comentarista da TV Bruxa britânica, vinha sendo classificado como louco, pois negava o favoritismo do selecionado europeu na partida. Os espanhóis, terceiros colocados no último campeonato do seu continente, jogavam com um desfalque terrível: Paredes, um dos melhores apanhadores do mundo, acidentado quando participava de uma corrida, evento promocional das Vassouras Nimbus. Os bruxos de Mérida, sua cidade natal, enraivecidos e acusando a fábrica de sabotagem, atacaram a filial espanhola da fábrica de vassouras, num dos maiores incidentes do mundo bruxo do ano anterior
- As pessoas confundem a Liga Espanhola, realmente muito forte, com o selecionado espanhol que é apenas razoável, talvez menos do que isso sem o Paredes – havia ponderado o batedor dos Cannons, dias atrás.
No dia anterior à estréia dos Estados Unidos, White, treinador inglês pedira para Harry dar um jeito de assistir ao treino dos japoneses, que vinham escondendo seus treinamentos da imprensa bruxa.
- E por que eles me deixariam assistir, se não deixam nenhum jornalista? – questionou o jogador.
- Por que você é Harry Potter, oras! – respondeu o técnico.
Achando que os japoneses o mandariam para o inferno, Harry, acompanhado de Gina, dirigiu-se até o campo de treinos que normalmente era usado pelo selecionado asiático. Para surpresa do rapaz, o próprio treinador da equipe, todo sorridente, conduziu o casal ao ensaio dos arremessos dos artilheiros e das rebatidas dos batedores. Os japoneses, puderam constatar Harry e Gina, possuíam jogadores leves e rápidos. Apenas Mitsumoto, considerado o melhor batedor da Ásia, era alto e encorpado. Até o ótimo goleiro, Furukawa, era bem mais baixo do que a maioria dos goleiros e goleiras que atuavam nos torneios internacionais. Mas os jogadores se moviam com uma rapidez impressionante.
- No mínimo os japoneses vão dar uma canseira nos espanhóis – declarou Gina enquanto distribuía cervejas amanteigadas para os seus companheiros de selecionado antes do início da partida.
- O Toni vem dizendo isso – concordou o batedor titular Aldridge Wilson – E o cara entende pra caramba de quadribol!
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Os fãs de quadribol passariam decididamente a levar as previsões de Toni M’Bea a sério após a partida entre Espanha e Japão. A seleção japonesa não dera nenhuma chance aos espanhóis. Com um jogo de artilheiros assustadoramente rápido e com dois batedores que não brincavam em serviço, além de um goleiro dos bons, fato amplamente conhecido pelos britânicos, pois Massao Furukawa, assim como sua irmã Mieko, atuava pela equipe dos Tornados de Tutshill, os japoneses fizeram inapeláveis trezentos e cinqüenta a sessenta e saíram do campo ovacionados pelos torcedores norte-americanos, que decididamente adotaram o selecionado do Oriente.
- Caracas! – resmungou Rony.
- Pois é... – concordou Wilson, aparentemente sem ter o que acrescentar.
- Bom, ninguém disse que seria fácil, não é mesmo? – conjecturou Angelina, a capitã.
- Tenho certeza que o Canadá vai entrar pra jogar contra a gente como se fosse um jogo de vida ou morte – opinou Imelda Price, reserva de Rony e a mais experiente jogadora da seleção inglesa.
- Ahn... eu tenho más notícias, Imelda – disse Harry de maneira sombria – O jogo vai ser de vida ou morte para eles.
Como todos os olhares se voltassem para ele, o apanhador tratou de se explicar:
- Aposto que os canadenses estavam esperando um jogo fácil contra o Japão. Eu ouvi os torcedores deles dizendo isso. Não estavam muito preocupados de perder o jogo contra nós, pois apostavam numa vitória contra o Japão e esperavam, aí sim, um jogo de vida ou morte contra a Espanha. Aposto que eles também assistiram a partida de hoje e já perceberam que não terão vida fácil.
- E todos os jogos agora serão de vida ou morte... – constatou Gina.
- Bom, é como disse a Angelina – opinou Rony – Ninguém disse que seria fácil!
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- SENHORES TELESPECTADORES DA TV BRUXA DA INGLATERRA E OUVINTES DA RÁDIO BRUXA DO REINO UNIDO – anunciou alegremente Lino Jordan, “A Voz” - ESTAMOS AQUI DIRETAMENTE DA “SUPER ARENA” DE MASSACHUSSETS, ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, COM O PATROCÍNIO DAS VASSOURAS FIREBOLT, DAS GEMINIALIDADES WEASLEYS E DO BANCO GRINGOTES, PARA TRANSMITIR A ESTRÉIA DA INGLATERRA NA COPA MUNDIAL DE QUADRIBOL! AQUI TAMBÉM ESTÁ MARLA DONOVAN, A PRIMEIRA DAMA DO QUADRIBOL, COM OS COMENTÁRIOS MAIS ESPERTOS DO MUNDO BRUXO! O QUE PODEMOS ESPERAR DA INGLATERRA NO JOGO DE HOJE, MARLA?
- O CANADÁ NÃO FEZ UMA CAMPANHA MUITO BOA NAS ELIMINATÓRIAS AMERICANAS - explicou a comentarista - CLASSIFICOU-SE COM DIFICULDADE. ELES TERÃO QUE MOSTRAR UM JOGO MUITO MELHOR DO QUE DEMONSTRARAM ATÉ AGORA PARA DERROTAR OS INGLESES.
- ESTÁ AQUI TAMBÉM NA SUPER-ARENA, PARA TRAZER AOS OUVINTES E TELESPECTADORES, AS IMPRESSÕES GERAIS LÁ DO CAMPO E DA PLATÉIA, A NOSSA REPÓRTER ALICIA SPINET! OS TORCEDORES ESTÃO ANIMADOS, ALICIA?
- ESTÃO SIM, LINO - disse a repórter, ex-colega de Harry no time da Grifinória nos tempos de Hogwarts – COMO ERA DE SE ESPERAR HÁ MUITOS CANADENSES, MAS OS INGLESES FAZEM MAIS BARULHO! AGORA A POUCO HARRY E GINA ESTAVAM AQUI NA PORTA DO VESTIÁRIO. ACHO QUE ELES ESTAVAM QUERENDO SENTIR O CLIMA DO ESTÁDIO!
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- Está lotado – disse Harry, tentando parecer tranqüilo.
O rapaz mal dormira na noite anterior, sentindo-se elétrico demais para pegar no sono. Gina, por outro lado, mesmo dizendo-se nervosa, dormira como um anjo. Era uma qualidade da ruiva que o esposo admirava. Nada tirava o seu sono.
- Muito bem, pessoal, todo mundo aqui! – chamou Jerry White o time inglês.
Os sete jogadores e jogadoras reuniram-se num círculo, todos abraçados, Rony entre Harry e Angelina e com os braços em volta dos ombros de ambos. Angelina entre Rony e Aldridge Wilson.
- Pessoal, todos sabem o que fazer! – disse enfaticamente White – Nós demos um duro danado para chegar aqui e treinamos duro nas últimas semanas. Todo mundo já está cansado de saber das jogadas. Portanto não vou repetir agora. Vamos lá e vamos ganhar daqueles caras. INGLATERRA! – berrou o treinador, enquanto sete mãos se juntavam às dele e o nome do país era repetido por todos os jogadores.
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Distante um oceano da “Super Arena” de Massachussetts, Hermione, acomodada na sala confortável da residência do Ministro da Magia, Arthur Weasley, torceu as mãos nervosamente quando o time inglês entrou no campo de jogo minutos antes da partida para realizar o aquecimento e o vôo de saudação à torcida. Ao perceber que a câmera da TV Bruxa o focalizava, Rony Weasley mandou um beijo que a jovem curandeira sabia que era para ela. O seu ruivo havia prometido que lhe mandaria. Não que eles não viessem se falando todos os dias por telefone, uma invenção trouxa que Rony, assim como a maioria dos bruxos, apreciava cada vez mais.
- O Roniquinho mandando beijinho... Que meigo! – caçoou Fred. O seu irmão gêmeo a essa altura deveria estar fazendo coro com a torcida inglesa nos gritos de recepção ao selecionado do país.
Como alguém precisava tomar conta dos negócios das Gemialidades na Inglaterra, Fred havia ficado, enquanto Jorge embarcou para os Estados Unidos, aproveitando-se de um desconto generoso oferecido pela recém criada agência de viagens “PM/Cannons” (“Viagens trouxas e bruxas”), idéia que Draco Malfoy tivera para transportar bruxos-torcedores-turistas de um lado a outro lado do Atlântico para assistir a Copa Mundial.
Hermione, o Senhor e a Senhora Weasley, Gui, Fleur (que torceria pela Inglaterra quando a França não estivesse em campo), além de Fred, postaram-se em frente ao mais moderno aparelho de TV à venda no mercado bruxo.
“Vamos lá, meninos, não se machuquem!” – pensou Hermione, a saudade do seu ruivo e dos amigos pesando cada vez mais.
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- Hora de separar as crianças dos homens – disse Rony para os demais jogadores após a execução dos hinos nacionais. Ele havia ouvido aquilo num filme trouxa de ação e achava que era o momento propício para usar a frase.
- A INGLATERRA JOGA COM WEASLEY, WILSON, PERKINSON, JOHNSON-WEASLEY, BELL, GINA POTTER EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE, O MAIOR, O INGULÁVEL, O ES-PE-TA-CU-LAR, O SEEEEEEEEEEEEEEENSACIONAL HARY “MERGULHO” POTTER!!!! – anunciou espalhafatosamente Lino Jordan.
Após a vinheta de um dos patrocinadores, o Banco Gringotes, “A Voz” anunciou o time canadense.
- O CANADÁ JOGA COM TRAVES, PERSONS, MACKENZIE, ARNAUD, SMITH, RIGLEY E JUNOT.
Os canadenses, com uniforme branco, com o bordo vermelho (arbusto que simboliza o país e está presente na bandeira nacional) estampado no peito, eram em sua maioria, maiores e mais encorpados do que os ingleses. Havia apenas uma garota no time canadense: a artilheira Velma Rigley. Alf Junot, o “Brankovitch canadense”, acumulava as funções de técnico e capitão do time. Dois dias atrás, na entrevista coletiva que reuniu os astros do Canadá e da Inglaterra, Harry o achou bastante antipático, pois passou o tempo todo lançando ao inglês olhares de superioridade indulgente. Quando perguntado se Harry Potter era melhor do que ele, o franco-canadense respondeu num inglês cheio de sotaque:
- Ah, ele é jovem, talvez seja melhor um dia...
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- COMEÇA A PARTIDA!!!! – anunciou Lino Jordan – O CANADÁ NO ATAQUE! GINA POTTER ROUBA A GOLES DE ARNAUD, PASSA PARA ANGELINA, ANGELINA PARA CÁTIA BELL! BALAÇO ARREMESSADO POR MACKENZIE CONTRA BELL! ELA SE DESVIA, MAS DEIXA CAIR A GOLES. GINA POTTER APANHOU, PASSOU PARA JOHNSON-WEASLEY, DEVOLVEU PARA GINA! É GOOOOOOOL DA INGLATERRA! PRIMEIRO GOL INGLÊS NA COPA DO MUNDO. E É DA SENHORA POTTER!!!!
- OS INGLESES COMEÇARAM JOGANDO COM MUITA RAÇA! – opinou Marla – GRANDE RECUPERAÇÃO DA GOLES!
- LÁ VAI CATIA BELL! DRIBLA SMITH, FOGE DE UM BALAÇO ATIRADO POR PERSONS! PASSA PARA ANGELINA! DRIBLA O GOLEIRO TRAVES! É GOOOOOOOOOOOOL DA INGLATERRA! É ISSO AÍ, ANGELINA! ESTOU VENDO JORGE WEASLEY, SEU ESPOSO, PULANDO LÁ NA NO MEIO DA TORCIDA INGLESA!
- LÁ VAI O CANADÁ! – advertiu Marla.
- RIGLEY FINTA GINA POTTER! – narrou novamente Lino - CHANCE DE GOL! ARREMESSA! É... DEFESA SEEEEEEEEEEEEENSACIONAL DE RONY WEASLEY! DESVIOU COM O PÉ ESQUERDO A GOLES!
- IMPRESSIONANTE! – concordou a comentarista
- CATIA BELL PASSA PARA GINA POTTER, FINTA RIGLEY! PASSE DE COSTAS PARA CÁTIA! CÁTIA PARA ANGELINA! É GOOOOOOOOOOOOL! MAIS UMA JOGADA SEEEEEEEEEENSACIONAL DAS ARTILHEIRAS INGLESAS!!! TRINTA A ZERO PARA A INGLATERRA!!!!!
Voando nos limites do campo, Junot tentava sem sucesso atrair Harry com a manobra denominada “Finta Wronski”. Duas vezes o experiente apanhador canadense simulara um mergulho, mas não enganou o atento apanhador da Inglaterra. Harry, que já havia visto o canadense jogar em partidas transmitidas pela TV Bruxa, pode perceber que Junot voava bem, mas não era muito bom nos mergulhos verticais. Em sua opinião Junot era um apanhador bastante inferior ao americano Brankovitch, ao seu amigo Vitor Krum ou ao brasileiro Toninho Santos.
E a Inglaterra continuava marcando um gol atrás do outro para o delírio da sua torcida. Cátia Bell dois gols, Angelina um e Gina outro.
- SETENTA A ZERO PARA A INGLATERRA! ESTÁ MAIS FÁCIL DO QUE ESPERÁVAMOS! – tripudiou “A Voz”.
- OS CANADENSES PEDEM TEMPO! – observou Marla.
- O QUE SERÁ QUE ELES PODEM FAZER PARA EVITAR UMA LAVADA, MARLA? – perguntou maliciosamente Lino Jordan.
- PELO QUE EU PUDE CAPTAR DAQUI DAS INSTRUÇÕES DE ALF JUNOT – observou a comentarista, unióculos regulado para potência máxima de observação, prestando atenção aos movimentos dos lábios do treinador-jogador – OS CANADENSES VÃO JOGAR NA RETANCA, TENTANDO EVITAR MAIS GOLS DA INGLATERRA!
- É ISSO MESMO, MARLA – falou Alicia Spinet, próxima à área técnica da equipe canadense – ELE MANDOU OS ARTILHEIROS SEGURAREM O JOGO!
- NÃO ENTENDI! – disse Lino Jordan, aparentando confusão – ELES ESTÃO PERDENDO!
- O CANADÁ VAI APOSTAR TODAS AS SUAS FICHAS NA CAPUTRA DO POMO PARA VIRAR O PLACAR! – explicou Marla.
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No retorno da partida os artilheiros do Canadá passaram a trocar a goles de mão em mão, evitando manobras que dessem chance às artilheiras inglesas, mais habilidosas, de marcar gols. Seguiram-se vários minutos de um jogo muito feio, que mereceu apupos da platéia. Os dois batedores do Canadá, contudo, não davam sossego a Harry.
- NOSSA! ESSE BALAÇO PASSOU RASPANDO! – constatou o locutor, ao ver Harry se desviar, não pela primeira vez, de um balaço violento atirado por Mackenzie – ISSO É ANTIJOGO! – indignou-se Lino.
- HARRY VIU O POMO! – gritou Alicia próxima ao campo.
Os milhares de torcedores presentes no estádio prenderam a respiração. O pomo aparecera nos limites do campo a uns cinco metros do solo, perto dos aros defendidos por Rony. Harry desviou de mais um balaço disparado por Persons, e Wilson, deu uma violenta bastonada no outro balaço, que havia sido lançado novamente por Mackenzie. Junot voava desesperadamente no encalço do apanhador inglês. Quando Harry iniciou a corrida, ele perdera segundos preciosos, pensando a princípio tratar-se de uma Finta Wronski. O canadense aproximava-se de maneira temerária, com o braço direito flexionado e o punho fechado, pronto para atingir Harry. A manobra era ilegal, mas era melhor ser punido do que perder o pomo, o que encerraria o jogo.
Naquele momento o pomo caprichosamente fez uma curva fechada, ficando num ângulo mais favorável ao apanhador canadense. O replay da TV Bruxa mostraria depois Alf Junot quase esboçando um sorriso, uma vez que o pomo havia ficado mais próximo dele. Canhoto, ele esticou a mão esquerda, pronto para apanhar a bolinha dourada e comemorar a vitória. Mas apanhou apenas o ar.
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Seria a imagem da semana da Copa Mundial e mereceria horas de análises nos programas esportivos pelo mundo bruxo a fora.
Ao perceber que o pomo fizera uma curva, Harry desacelerou por um segundo, permitindo que Junot tomasse a sua frente. Numa manobra que muitos juraram que nem mesmo o grande apanhador polonês Josef Wronski seria capaz de realizar, o apanhador da Inglaterra fez uma curva às costas do oponente e aparecera ao seu lado para efetuar a apanhada, deixando o canadense com a mão abanando. Literalmente.
A cena toda durou alguns poucos segundos. As cinqüenta mil pessoas que lotavam a Super-Arena pareciam ter soltado o ar todos ao mesmo tempo. Os canadenses, frustrados demais até para lamentar. Durante alguns poucos momentos eles se imaginaram vencedores de uma partida praticamente perdida. Os ingleses e os demais torcedores soltaram um grito de triunfo.
Harry acabava de aterrissar, com todo o selecionado inglês saltando sobre ele para abraçá-lo. Alf Junot também, ajoelhando-se na grama e olhando incrédulo seu adversário erguer a mão direita. O pomo de ouro reluzindo sob as luzes potentes do estádio. Nos lugares mais exclusivos da audiência, Jorge Weasley e Draco Malfoy iniciaram uma hilária dança de guerra e puxavam o refrão do “Potter Laranja”. Juntamente com o coro desafinado cantando o hino inglês, o rap que Harry Potter detestava tanto e que fora composto em sua homenagem, seria nos próximos dias a canção oficial das “baladas” dos bruxos da Inglaterra comemorando a vitória.
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NO PRÓXIMO CAPÍTULO: JAPONESES E ESPANHÓIS: BRASILEIROS E PORTUGUESES! E BRUXOS DAS TREVAS!
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