CONTAGEM REGRESSIVA II
CAPÍTULO 10
As luzes de Nova Iorque estendiam-se aparentemente até o infinito como um tapete de jóias preciosas.
“A cidade aos seus pés, Potter”.
A frase, em tom meio sério, meio divertido, foi dita por Max Brankovitch a Harry Potter num inconfundível sotaque de norte-americano da Costa Leste. Max, na condição de anfitrião das estrelas do “Grande Evento”, juntamente com os representantes das Vassouras Firebolt, conduziu o casal Potter até a maravilhosa suíte do hotel na qual a empresa fizera questão de hospedá-los.
Na América os hotéis, assim como vários outros estabelecimentos, possuíam uma seção trouxa e uma contrapartida bruxa. Não que os bruxos norte-americanos odiassem trouxas ou algo do tipo. Apenas imaginavam que os trouxas ficariam espantados e inconvenientemente curiosos se tivessem que compartilhar saguões, piscinas, bares e restaurantes com sujeitos com roupas extravagantes ou portando varinhas e fazendo mágicas inadvertidamente. Havia poderosos feitiços de ilusão que escondiam a entrada bruxa do hotel cinco estrelas da entrada comum usada pelos trouxas. Era ali, naquela parte luxuosa da porção bruxa de Manhattan, que Harry e Gina foram alojados.
Outras estrelas internacionais do quadribol também estavam no hotel, mas Harry duvidava muito que tivessem sido acomodados na maravilhosa suíte presidencial. Até pelo fato de só haver uma suíte como a que ocupava. O ex-grifinório ainda ficava sem jeito e decididamente constrangido com as regalias que a sua fama de ás do quadribol e salvador do mundo mágico lhe proporcionavam. Quase pedira desculpas para Rony e Hermione, que ocupavam uma suíte bastante confortável, mas sem a opulência quase ofensiva das suas acomodações. Os amigos apenas riram da sua modéstia e Hermione sugeriu com um sorriso sapeca que ele e Gina aproveitassem enorme casa de casal.
Gina, por usa vez, ficara abismada e maravilhada com a suíte, que superava em luxo o Golden Hotel, do qual seu esposo e Draco eram proprietários e que até então fora o lugar mais luxuoso que a jovem ruiva conhecera na vida.
- Potter, acostume-se com o fato de que você é um herói para as pessoas e o maior jogador de quadribol do mundo – disse Draco Malfoy, que acostumado desde criança à opulência, inspecionara, sem se impressionar em demasia, as acomodações do casal na “Big Apple” (o apelido trouxa da cidade de Nova Iorque).
- Não deixe os ianques ouvirem você dizer que eu sou melhor do que o Brankovitch – advertiu o sócio do rapaz loiro.
Havia copiosos artigos na extensa imprensa bruxa dos Estados Unidos sobre as qualidades de Harry Potter e de Max Brankovitch, comparando as habilidades dos dois. Alguns americanos mais bairristas, para provocar os ingleses, referiam-se a Harry como o “Brankovitch inglês”. E insistiam em perguntar ao jogador dos Cannons se ele se considerava melhor do que “Max, the Man”, verdadeira lenda do quadribol, e para os ianques o melhor jogador do mundo.
- Só para constar, Harry – disse o ex-sonserino com ar levemente entediado, como se a revelação que estava para fazer fosse a coisa mais óbvia do mundo – Max me disse que a coisa mais irritante no seu jogo é que você não tem nenhum ponto fraco que ele possa criticar.
- Ele disse isso? – perguntou Harry incrédulo.
- Sim, quando você dava aquela entrevista para os canadenses – confirmou o loiro – “Esse seu amigo é simplesmente perfeito. Não tem nenhuma falha na maneira como ele conduz uma vassoura. Que cara irritante!” – falou Draco, numa imitação hilária, mas bastante precisa do jeito do norte americano de falar.
- Você me deixou sozinha naquela cama imensa... – disse uma voz sonolenta atrás de Harry, fazendo-o voltar ao presente. Em seguida a dona da voz abraçou-se ao jovem – O que foi, querido? – perguntou Gina Potter manhosa – Perdeu o sono?
- A cidade aos meus pés – repetiu Harry a frase dita por Max Brankovitch, apontando para as luzes, imitando o norte-americano. Gina sorriu.
- Uma visão maravilhosa, não? – perguntou a esposa, também contemplando a cidade.
- Há uma visão mais deslumbrante ainda, aqui me abraçando – disse Harry, olhando atentamente para a garota ruiva. A sua ruiva – E vestindo a minha roupa favorita – acrescentou.
- Mas, que roupa? Eu estou... Ah, entendi... – disse a garota com um sorriso sedutor.
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Os patrocinadores da Copa Mundial, os patrocinadores de vários clubes, os patrocinadores pessoais dos jogadores, a milionária liga norte-americana, a Federação Internacional de Quadribol, todos enfim, haviam somado esforços para transformar o evento norte-americano numa festa inesquecível. No dizer de quase todo o mundo bruxo, o torneio dos Estados Unidos da América seria o marco de uma era de paz e prosperidade para a comunidade mágica.
Embora o evento da Coréia há quatro anos brilhasse pela excelência na organização, todos sentiram a falta das seleções britânicas, do Peru e de outros países europeus, ainda mal recuperados da guerra contra Voldemort e seus partidários. E da Copa da Inglaterra de 1.994 então, era melhor esquecer! A lembrança de desordeiros atacando trouxas e da Marca Negra dos Comensais da Morte pairando sobre o acampamento dos torcedores causava arrepios nos dirigentes do quadribol mundial até agora!
O recém-empossado presidente da Federação Internacional de Quadribol, Half, como os jogadores o chamavam, acima de tudo amava o quadribol. Era o primeiro bruxo do seu país a presidir a organização. Os anos desempenhados na condição de político profissional do mundo bruxo, que o fizeram chegar até a vice-presidência da comunidade dos Estados Unidos, apenas foram um atalho para levá-lo ao cargo que sempre ambicionou. Filho de uma família de trouxas da classe média novaiorquina, o velho Half conheceu o quadribol quando ingressou no Instituto de Magia de Salém, a mais prestigiada escola de magia da América do Norte.
Quando menino, como muitos trouxas da América, sonhava ser jogador de basquete ou de futebol americano, mas foi a sua paixão pelo mais popular esporte bruxo que o levou até a seleção de seu país com apenas dezenove anos de idade. Isso numa época em que o trancabola (*) era muito mais popular entre o público da América do que o quadribol. Fizera uma promessa, quando se aposentou do esporte, de transformar o mais popular esporte bruxo no esporte mais popular também na sua terra.
Graças à sua influência política na comunidade bruxa, atraíra patrocínios generosos para o seu esporte favorito nos últimos anos, possibilitando que os Estados Unidos tivessem hoje uma das ligas mais rentáveis e organizadas do mundo. Brigara muito para levar, depois de cem anos, a Copa Mundial para a América. Sonhava com esse evento como a consolidação do esporte no país e via nele um marco definitivo do renascimento do mundo bruxo, felizmente sem aqueles malucos da Europa com a sua insuportável mania de pureza do sangue.
O velho homem gordo quase se emocionara até as lágrimas ao presenciar, na cerimônia do sorteio dos grupos da Copa Mundial, bruxos de várias partes do mundo e de várias etnias, sangues puros, nascidos trouxas e mestiços, todos dividindo o mesmo espaço. Sim, aquele seria um grande campeonato, ou ele não se chamava Julius Halfenus Armstrong III!
Em seu gabinete de trabalho podia se sentir exultante, antevendo a excitação das partidas. E contemplando uma foto espetacular de Harry Potter marcando um gol como artilheiro, Half sentiu-se realmente feliz, pois havia dado os últimos retoques para a que os jogos ocorressem na mais completa segurança. Faltava apenas ter uma boa conversa com aquele garoto loiro da Inglaterra.
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Angelina Johnson-Weasley, muito bonita num deslumbrante vestido azul (cor do seu time, os Tornados), Max Brankovitch, com impecáveis, mas espalhafatosas vestes bruxas com as cores dos Estados Unidos, Didier Sorel, o gigantesco goleiro francês, que vestia uma vistosa e brilhante túnica azul e vermelha, Franco Rossini, capitão da Itália, com um imponente terno azul-marinho, e Harry Potter, muito sem graça, mas na opinião de Gina, perfeito dentro de um elegante terno Armani preto, finalmente se levantaram dos seus assentos para presenciar os sorteios das esferas mágicas que definiriam os grupos da Copa Mundial. Half dirigiria o show dali para frente, após o show musical dos cantores bruxos norte-americanos.
- ESTAMOS AQUI EM NOVA IORQUE, SENHORES OUVINTES E TELESPECTADORES DO SISTEMA BRUXO DE RÁDIO E TELEVISÃO, PARA TRANSMITIR AO VIVO PARA TODA A GRÃ-BRETANHA O SORTEIO DOS GRUPOS DA COPA MUNDIAL DE QUADRIBOL – anunciou Lino Jordan, “A Voz”, com as suas tradicionais vestes púrpuras, uma das suas marcas registradas, juntamente com as tranças rastafarianas – BRANKOVITCH, O CAPITÃO DOS ESTADOS UNIDOS, NA COMPANHIA DE MAIS TRÊS CAPITÃES SORTEADOS E DO NOSSO HARRY POTTER IRÃO FISCALIZAR AS ESFERAS MÁGICAS.
Havia uma tradição de o sorteio ser acompanhado pelo capitão do selecionado anfitrião e por mais três capitães escolhidos aleatoriamente. Na cerimônia atual acharam que seria interessante convidar também o salvador do mundo mágico, que ao ser anunciado, recebeu uma ensurdecedora ovação da audiência, formada por atletas convidados, dirigentes, políticos do mundo mágico, jornalistas e “famosos” em geral, devidamente convidados pelos patrocinadores paras abrilhantar o evento.
- Olha como ele está vermelho! – disse Rony, sentado numa das mesas onde um delicioso jantar havia sido servido, morrendo de rir e apontando para o cunhado – Dá para ver daqui!
- Pobre Harry! – suspirou Hermione - Acho que ele nunca vai se acostumar com a fama.
- Com a fama eu não sei – ponderou Gina – Mas, eu acho que me acostumaria bem com aquela suíte. Por Merlin, aquela cama...
- Muito confortável? – perguntou Rony distraído, acompanhando atentamente os globos com as pequenas esferas com os nomes das seleções classificadas.
- Com a companhia adequada... – sorriu a ruiva maliciosamente.
- Certo, já entendi! – disse o irmão, enquanto Hermione e Gina trocavam sorrisinhos cúmplices.
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A suposta fiscalização dos capitães era apenas uma velha tradição bruxa. Havia seis globos mágicos, no interior dos quais pequenas esferas com os nomes das vinte e quatro seleções. O sorteio eras pré-dirigido magicamente, de modo que em cada um dos grupos houvesse duas seleções européias, uma da América e uma da Ásia, África ou Oceania, dando um equilíbrio às chaves. A empresa multinacional Magic Co., a mais prestigiada firma de auditoria mágica, que fiscalizava loterias e sorteios pelo mundo a fora, impedindo que fossem usados truques de favorecimento, era quem realmente fiscalizava o processo.
- GRUPO A – anunciou com toda a pompa um homem magro e empertigado, de voz melodiosa, que era também um famoso apresentador do mais assistido programa da TV Bruxa da América, após receber de Half a primeira esfera – ESTADOS UNIDOS (aplausos).
Nas Copas Mundiais o anfitrião sempre ficava no grupo A.
- AUSTRÁLIA – continuou o locutor (mais aplausos) – GALES (vivas e assobios vieram da mesa à direita de Rony, Hermione e Gina, local em que estavam jogadores e dirigentes galeses) E... BULGÁRIA!
E assim, uma a uma, foram sendo sorteadas as chaves para a Copa Mundial:
No grupo A, dos anfitriões, além dos Estados Unidos, foram sorteados Gales, Bulgária e Austrália.
No grupo B, Rússia, Portugal, Brasil e Coréia.
No C, Alemanha, Polônia, Peru e Egito.
No grupo D, Inglaterra, Espanha, Japão e Canadá.
Grupo E, França, Escócia, Nigéria e Argentina.
Grupo F, Irlanda, Itália, África do Sul e Trinidad-Tobago.
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- Na verdade não há grupo que possa ser classificado como fácil - disse Toni M’Bea na TV Bruxa/Inglaterra após o sorteio dos grupos – A Argentina, um país que vem despontando bem no quadribol pegou um grupo muito difícil, com duas potências européias e a melhor seleção da África na atualidade.
À noite a TV Bruxa/Inglaterra realizava uma mesa redonda com os seus comentaristas, que analisavam as possibilidades dos selecionados após a realização dos sorteios.
- E o que vocês acham das chances da Inglaterra? – perguntou Lino Jordan, coordenador da mesa. Esses já haviam discutido as chances das demais equipes britânicas.
- A Inglaterra caiu num grupo mais difícil do que muitos imaginam – ponderou Marla Donovan – O Canadá tem um jogo de batedores bastante duro...
- Violento, você quer dizer – acrescentou Lino.
- Pois é... – admitiu a comentarista galesa – E o Japão evoluiu muito. Duvido que seja fácil derrotá-los como era antigamente.
- Acho apenas que estão superestimando a Espanha – disse M’Bea.
- Ora, isso é uma absurdo! – vociferou Bobby Parsons
O outro comentarista da TV Bruxa não andava muito satisfeito com o sucesso de Toni. Os telespectadores gostavam muito mais do batedor do que do pomposo e enfadonho comentarista profissional. Esse vinha aproveitando qualquer oportunidade para implicar com o jogador dos Cannons.
- Bobby, deixe o Toni explicar o seu ponto de vista – aparteou Lino, que também não simpatizava com o Sr. Parsons – Ou amanhã receberemos berradores contra você como daquela outra vez...
Toda vez que Bobby Parsons tentava impor à força a sua opinião contra o africano nos debates da emissora, centenas de berradores eram enviados contra ele mal terminava o programa.
- O que eu quero dizer – falou pausadamente o africano, sem se abalar com a interrupção – é que a Espanha tem uma liga de quadribol bastante competitiva, mas assim como a Itália, não vejo o país com grandes possibilidades de disputar o título. Principalmente sem Paredes, o seu apanhador titular.
- Mas, a Itália é a atual vice-campeã mundial! – insistiu Bobby Parsons.
- Sim, mas num campeonato sem as melhores equipes da Europa – opinou Marla com sabedoria.
- Portugal, França e Irlanda jogaram muito bem no último campeonato europeu de seleções. Esses países, além da Inglaterra e Alemanha devem fazer um bom papel no campeonato – disse Toni.
- Pois eu aposto na Itália, na Espanha e na Bulgária – teimou Parsons.
- Bom, se você apostar o seu dinheiro, problema seu – caçoou Jordan antes de chamar os comerciais.
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Apenas um treino foi realizado para a partida exibição de duas horas entre os selecionados da Europa e o da América. O jogo, que ocorreria dois dias após o sorteio dos grupos da Copa Mundial, na moderna Super-Arena de Massachusetts, seria mais um capítulo da contagem regressiva para a Copa.
No café da manhã do luxuoso hotel que ocupavam em Nova Iorque, Harry, que dali a algumas horas tomaria uma chave de portal para o estado em que ocorreria a partida exibição, explicava para Gina e Rony:
- Eu me sinto estranho em jogar essa partida enquanto vocês ficam de fora.
- É tudo política, Harry – explicou Rony calmamente – A Federação só poderia convocar um jogador de cada país europeu.
- E ninguém seria louco de deixar você de fora – falou Gina, procurando tranqüilizar o esposo.
- E, vamos ser francos – disse Hermione, que acabava de chegar – Nós estamos adorando bancar os turistas desocupados!
- Ontem, enquanto você treinava e Rony dava a milésima entrevista, eu e Hermione fomos... – ia dizendo Gina.
- Fazer compras! – completaram Harry e Rony – Garotas! –acrescentou o ruivo bem humorado.
- Sim! – disseram as jovens, bastante animadas.
- Harry, querido – falou Gina manhosamente – Nos próximos meses nós vamos sobreviver apenas com os seus vencimentos. Ontem eu e a minha cunhada aqui piramos completamente e eu gastei todo o meu dinheiro em roupas e lingeries.
- Nossa! Será que conseguiremos viver? – perguntou Harry, fazendo graça. O rapaz era absurdamente rico e ainda assim ele e Gina raramente esbanjavam galeões – Hum... Você falou em lingeries? – perguntou ligeiramente sem jeito.
- As mais finas, das marcas mais famosas e muito sexys – explicou a ruiva objetivamente.
- Eu não quero ouvir isso! – cantarolou Rony, tapando os ouvidos.
- Certo, maninho, mas você vai cair duro com algumas que Hermione comprou. Como é que era o slogan daquela loja? “Não há razão para uma bruxa grávida não enlouquecer o amor da sua vida”.
- Gina! – advertiu-a Hermione muito vermelha.
- Vamos mudar de assunto, sim? – ralhou Rony, disfarçando o olhar interessado que endereçava à esposa.
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Bruxos ricos, famosos ou ambos lotavam os camarotes de até mil e duzentos galeões por cabeça (em moeda bruxa inglesa) ou oitocentos e cinqüenta dólares bruxos (em moeda bruxa local) na Super-Arena para assistir Europa versus América, partida exibição que marcava o segundo grande evento da tão alardeada “Contagem Regressiva” para a quadringentésima vigésima quarta Copa Mundial.
A renda seria toda destinada a projetos sociais bruxos e trouxas e várias empresas haviam adquirido os ingressos e distribuído aos bruxos ricos e famosos. Ou ambos.
- Europa! – gritou Gina animada.
- América! – provocou-a Tess Smith, torcendo pelo selecionado que tinha sua namorada Cris Toledo como artilheira
As duas jovens, Draco Malfoy, Rony e Hermione Weasley, Angelina Johnson-Weasley e seu esposo Jorge, além de vários bruxos esnobes, devidamente ignorados por Draco, Jorge, Rony e pelas garotas ocupavam o camarote das Vassouras Firebolt. Os seletos (e metidos!) representantes do mundo mágico conversavam futilidades entre si e mal prestavam atenção à partida que se estava para ser iniciada.
Os jogadores da Europa, de azul, e os da a América, vestindo vermelho e branco entraram voando em suas potentes vassouras, sendo entusiasticamente aplaudidos pelos torcedores, com exceção daqueles que ocupavam uma parte dos camarotes, que se julgavam importantes demais para admirar alguém além deles próprios. E lançavam olhares contrariados para Gina, Jorge e Angelina, que assobiaram e gritaram o nome de Harry quando ele entrou no campo de jogo.
Mahoney , técnico dos Estados Unidos, dirigiria o selecionado da América, enquanto White, da Inglaterra o escrete europeu. Nenhum dos dois havia convocado os jogadores, que foram escolhidos por uma comissão da Federação Internacional de Quadribol. Os jogadores europeus foram selecionados de modo a não haver mais de um jogador de qualquer país, o que excluía Gina, Angelina e Rony, sem dúvida dentre os melhores do continente nas suas respectivas posições. No continente americano, que possuía um número menor de países com jogadores de talento, havia mais de um jogador do Brasil e dos Estados Unidos, mas para contentar canadenses e argentinos, ases como o goleiro Pedro “Paredón” Santamaria e os batedores Guevara e Quiroga ficaram de fora.
A Europa jogaria com Sorel (França), Di Napole (Itália) , Weiss (Alemanha), Jane O’Neal (Irlanda), Potter (Inglaterra), Graça Ramos (Portugal) e Krum (Bulgária). A América com Gaby Ortega (Argentina), Lopes (Brasil), Mackenzie (Canadá), Bel Andrade (Brasil), Cris Toledo (Peru), Aguirre (Estados Unidos) e Brankovitch (Estados Unidos).
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Foi um belo jogo. Os artilheiros europeus, assim com os da América, entenderam-se muito bem. Os batedores, entrando no espírito amistoso do evento, não se empenharam muito em atingir os adversários. E no seu próprio camarote, Draco Malfoy lembrava a todo o momento que quatro jogadores, dois em cada selecionado, pertenciam ao Chudley Cannons, o “maior time de quadribol do mundo”
O estádio aplaudiu de maneira entusiasmada uma tabela entre Aguirre e Andrade, que culminou com um gol da brasileira. Logo em seguida, de costas, Harry deu um passe para a Graça Ramos, que fintou a goleira argentina e praticamente enterrou a goles no aro central da América.
Alguns segundo depois de Harry marcar um gol com um tiro longo, que rendeu um grande “OH!” do público, Brankovitch, apostando uma corrida sensacional com Vitor Krum, apanhou o pomo e determinou a vitória da América por trezentos e oitenta a duzentos e setenta.
Sob aplausos gerais e milhares de flashes os jogadores desceram das vassouras e trocaram cumprimentos.
- Você não se esforçou muito para apanhar aquele pomo – Harry ouviu Brankovitch dizer para Vitor Krum quando ambos se cumprimentaram.
- Isso é só um show para a TV – sussurrou de volta o búlgaro, mantendo o semblante carrancudo, mas esboçando o arremedo de um sorriso.
- Isso não vale! – gritou Draco Malfoy do seu lugar no camarote – O Vitor deixou o Brankovitch pegar o pomo!
Em meio aos apupos discretos que recebeu pela ousadia de duvidar da capacidade de “Max, the Man”, o loiro percebeu que alguns metros acima dele, no camarote principal, o presidente da Federação Internacional de Quadribol lhe acenava. Era hora de discutir assuntos sérios, pensou o presidente dos Chudley Cannons.
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- Pois não, Sr. Armstrong – disse educadamente Draco, que havia sido conduzido a um escritório reservado na Super Arena.
- É Half, por favor, meu caro Draco – retrucou jovialmente o homem mais velho – Nada de formalidades. Você pode falar com franqueza aqui nessa sala. Estamos entre amigos – disse o americano, fazendo um gesto que abarcava as duas outras pessoas presentes, que usavam o distintivo da Federação Internacional dos Bruxos.
- Certo, Half – concordou Draco – Meu informante e as minhas fontes espalhadas pela Europa dizem que “eles” estão quietinhos e pretendem continuar assim por enquanto.
- Isso realmente é uma boa notícia – disse Half – Alguém precisava ser muito demente para tentar algo com toda a segurança que providenciamos. Mas mesmo assim dê uma olhada nesse bilhete que foi enviado pelo correio trouxa para a minha casa. Não há nenhum vestígio de mágica que possa ser rastreado.
Por um momento Draco ficou pasmo e irritado com as quatro palavras escritas no pergaminho que lhe foi dado. Mas, depois, recuperando-se do susto, disse cheio de convicção:
– Fui informado que ameaças assim poderiam ser feitas. Tenho quase certeza que é um blefe. Mas, por via das dúvidas, haverá segurança reforçada para o time da Inglaterra.
- Nós também ficaremos de olho – afirmou Half.
Após se despedir da autoridade máxima do quadribol mundial e dos aurores da Federação, Draco Malfoy caminhou pensativo de volta ao camarote, onde seus amigos esperavam por ele. Tinha quase certeza que aquele pergaminho continha um blefe. Mas mesmo assim as palavras não lhe saíam da cabeça: “HARRY POTTER ESTÁ MORTO”.
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(*) Esporte também praticado sobre vassouras. Derivado do quadribol e muito popular nos Estados Unidos e na América Latina. É mencionado no livro "Quadribol através dos séculos"
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OK! AÍ ESTÁ MAIS UM CAPÍTULO! ESPERO REVIEWS, É CLARO!
NO PRÓXIMO, O INÍCIO DA COPA!
O QUE ACHARAM DOS GRUPOS??? FAÇAM AS SUAS APOSTAS!
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