O Shopping Center



- Já sei – disse Tiago, depois de pensarem no que iam fazer – Que horas são?
- São oito horas – disse Sirius – Acha que eu ia dormir às oito horas? Pra mim, ainda está de dia!
- Meus pais costumam dormir a esta hora; me acostumei também.
- Que nada! Oito horas? Hahahahaha! Afinal, qual era a sua idéia?
- Vamos num lugar que mamãe sempre vai. É tipo o Beco Diagonal trouxa. Só que é fechado.
- Você já foi?
- Não.
- Sabe onde fica?
- Mamãe me disse. Sei chegar lá.
- Então vamos! Como é o nome desse lugar?
- Shopping. Shopping Center.
Desceram com cautela a escada - os Potter dormiam em seu quarto, que ficava ao lado das escadas. Passaram com cuidado pela sala de estar - que estava vazia –, pelo hall e, enfim, chegaram à porta. Tiago pegou sua chave destrancou. Saíram e trancaram a porta novamente. Foram correndo em direção ao shopping.
Quando chegaram, entraram. Ambos ficaram boquiabertos pelo tamanho do tal shopping.
Continuaram andando e viram duas meninas lindas. Lindas demais.
Uma tinha os lindos cabelos loiros bem claros e ondulados; tinha os olhos bem pretos, o que fazia um belo contraste. A outra, tinha um cabelo castanho médio, era liso(não era natural, provavelmente) e olhos verdes. Eram muito educadas, pois logo quando perceberam Tiago e Sirius, sorriram.
- São lindas – disse Tiago.
- Você não estava apaixonado por aquela Lílian Evans?
- Não fale assim da Lily!
- Hum... Que intimidade!
E Tiago deu um sorrisinho.
- Vamos lá?!
- Às vezes, eu não te entendo!
- Nem eu me entendo, Sirius, nem eu!
E foram lá falar com as garotas.
- Oi – disse Sirius – Como vocês se chamam?
- Sally – disse a morena – Sally May.
- E Helen – disse a loira – Helen Mervin.
- Vocês têm quantos anos? – perguntou Tiago – Nós temos 12.
- Nós temos onze – respondeu Sally.
- Um aninho só – disse Helen – Não tem diferença.
- Vocês são parentes? – perguntou Sirius.
- Primas de primeiríssimo grau – disse Sally, orgulhosa.
- E melhores amigas também – acrescentou Helen.
Sirius gostou do jeitinho da loirinha, a mais metida das duas. Aquela carinha educada enganaria qualquer um. Mas não era metiiidas. Apenas patricinhas!
Tiago juntou-se com Sally, agarrando a mão da garota.
Sirius também pegou a mão de Helen.
Andavam felizes pelo lugar novo – para Sirius e Tiago.
As meninas acharam um pouco estranho o comportamento dos meninos às coisas trouxas, mas disseram que acharam “engraçadinho” o modo dos garotos impressionarem-se com as coisas ao redor.
Elas também demonstraram um interesse sobre as coisas. Os meninos tiveram a sensação de que era algo novo para elas.
- Vocês são daqui mesmo? – perguntou Tiago.
- Sim – respondeu Helen.
Entardeceu e as lojas shopping iam fechando-se. Aproximavam-se das dez horas da noite.
Criaram-se uma intimidade maior entre as garotas e os garotos.
- Adeus – disse Sirius para Helen.
- Adeusinho, Siricutito!
- Tchau, Sally – disse Tiago.
- Tchau, Tiih!
E foram embora. Para sempre. Para nunca mais serem vistas.
- Elas são lindas – disse Sirius como se tivesse sonhando –, muito lindas!
E voltaram para casa.
Já estavam na rua de casa, quando decidiram ficar pela noite, por aí, à toa.
Dois garotos, de apenas 12 anos andam pela rua de noite, tarde.
Já se aproximavam de onze horas. Eles estavam se divertindo com os trouxas. Seu modo de vestir-se, as manias. Entraram em um ônibus – parecido com o Nôitebus Andante, já conhecido pelos meninos –, quando o ônibus chegou no ponto final, o motorista pediu o dinheiro porque iria para a garagem, pois já passavam de onze e meia e só tinha os dois no ônibus.
- Dinheiro? – perguntou Tiago e virou-se para Sirius – O dinheiro trouxa! Esquecemos!
- Dinheiro trouxa? Você está me chamando de trouxa, é? – perguntou irritado, o motorista.
- Não senhor. Não sabíamos. Não somos daqui – Tiago fingiu sotaque americano.
- Não importa – disse o motorista – Sumam daqui antes que eu leve vocês para a polícia.
- Não pode nos prender, somos menores de idade – disse Sirius – Merlin me livre ir para Azkaban, morreria. Não quero ir nunca!
- Azkaban? Isso é alguma brincadeira? Cadê a câmera? Cadê alguém para falar assim: “Sorria, você está na Record!”, ou então um cartaz: “Mamãããe, tô na GROBO!”. Ah, me poupe!
- Não... Não é pegadinha!
- Se não for, é melhor CAIREM O FORA DAQUI!
Tiago e Sirius saíram correndo do ônibus. Estavam muito longe de casa.
Não havia jeito. Não podiam usar magia, não tinham dinheiro trouxa para uma condução, não tinham nem dinheiro bruxo para o Nôitebus. Teriam que ir a pé!
Andaram muito. Os pés muito inchados. A garganta seca. Foram parando para descansar.
Quando finalmente chegaram à porta de casa, abriram-na com muito cuidado.
Passaram lentamente pelo hall, e quando iam passando pela sala de estar, rumo à escada, a luz da sala acendeu-se. E na sala, revelaram-se os Srs. Potter.
- O que estavam fazendo fora de casa a essa hora? – disse a Sra. Potter, irritada.
- Onde foram? Já são quase uma hora da manhã – falou o Sr. Potter, consultando o relógio.
- Ah, fala sério – disse Tiago - Vocês nunca ligaram para isso!
- Mas e se acontece algo para Sirius... A mãe dele me mata – disse a Sra. Potter
- Ao contrário – disse Sirius, sinceramente –, ela vai lhe dar os parabéns e lhe agradecer até morrer!
- É claro que não – disse o Sr. Potter.
- Você não conhece a minha mãe... Ela quer mais é que eu morra! É verdade!
- Sinto muito, querido – disse a Sra. Potter, comovida.
- Bom, então dessa vez, vocês estão liberados, podem ir dormir – disse o Sr. Potter –, mas saibam que não acaba por aí não. Não darei castigos, mas vocês sofrerão as conseqüências...
- Mil desculpas – disse Sirius.
- Tudo bem, papai – disse Tiago bocejando – Nos deixe dormir... Amanhã te explicarei tudo.
- Ok. Mas lembre-se das conseqüências.
- Tudo bem, papai – e foram dormir.
Chegaram ao quarto, arrumaram a cama e deitaram-se. Mergulharam no sono profundo.
Assim que adormeceu – ou o que pareceu para Tiago – ele escuta um som seguido se uma imensa e intensa claridade.
- BOM DIA! – disse a Sra. Potter, animada; logo em seguida, abriu as cortinas – Que dia lindo, não? Vamos tomar café?
- Mãe... que horas são?
- Seis horas! Vamos, está ficando tarde!
- Eu preciso dormir, mãe...
- É melhor irmos, cara – disse Sirius quase dormindo.
- Isso mesmo. Siga o exemplo de Sirius, meu filho – disse a Sra. Potter e retirou-se do quarto.
Os meninos foram, morrendo de sono, tomar o café da manhã.
- Bom dia! – disse animado, o Sr. Potter.
- Mau dia – disse Tiago, recostando-se na parede da Sala de Jantar.
- Mau dia? Olha que dia lindo! Vamos, meninos, acordem! Vão tomar um banho – disse um sorridente Sr. Potter.
- Tudo bem, pai!
Os meninos tomaram café. Depois subiram novamente para o quarto.
Tiago abriu o armário e pegou uma roupa.
- O que você ‘tá fazendo? – perguntou Sirius.
- Pegando uma roupa – explicou Tiago com uma cara: “mais que óbvio!” – Vou tomar banho! Pegue sua roupa também.
- Tomar banho? ‘Tá louco, meu! São seis e meia da manhã... Está muito frio – e fingiu tremer.
- Estamos no verão!
- Tudo bem... Mas você toma primeiro!
- Ok, porquinho!
E Tiago foi tomar banho, seguido de Sirius.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.