A INVERSÃO ÀS TREVAS



Harry viu o corpo do rapaz endurecer e cair na água, exatamente como o corpo de Snape fizera instantes antes.
Ergueu mais os olhos, esperando o que viria a seguir, e para seu alívio viu Lupin, correndo pelo píer em sua direção.
- Harry, você está bem, o que houve?
- Agora sim, sim, obrigado. – Harry fazia certo esforço para se manter de pé novamente, existia uma enorme poça de sangue onde estava caído, e os ferimentos ainda expeliam boa quantidade do líquido avermelhado.
- Espikey! – ordenou Lupin apontando a varinha para Harry. As feridas, uma a uma foram se fechando. - Eu passei por Sirius, ele me disse que você havia vindo atrás do Snape... onde ele está? E como foi que o Pedro conseguiu te encurralar desse jeito, sendo o idiota que é?
- Eu estava tentando atacar o Snape. Mas ele me lançou um feitiço mudo e eu perdi as forças, devia ser um ‘sectusempra’. Ele me encheu de cortes, e me trouxe até aqui rolando, ia me jogar na água. – Harry passava as mãos nos braços, ainda bastante doloridos. - Foi então que o Rabicho apareceu do nada e lançou o Avada Kedavra no Snape. Disse que agora não me devia mais nada e que estava livre para me matar. Ele foi muito rápido... ergueu a varinha, não tive tempo nem de pensar em fazer nada e a minha varinha caiu na hora que o Snape me atacou.
- Eu sei.
- Como?
O sol ainda era intenso sobre as cabeças de Harry e Quim, parados na ponta do píer. As águas escuras do lago faziam leves ondas com o vento, enquanto o barquinho batia vagarosamente a proa nas tábuas onde estava ancorado.
- Eu encontrei sua varinha caída ali atrás... – disse Lupin entregando-a a Harry. – Aqui está.
- Obrigado. – Harry apanhou sua varinha de volta e encarou com frustração. – Vamos, creio que ainda temos uma batalha para vencer...
E correu sobre o píer, alcançando de volta as pedrinhas que rodavam todo o lago, voltando a entrar no emaranhado de árvores com Lupin em seu encalço. Caminharam bons minutos atentos a quaisquer movimentos que a Floresta viesse a mostrar, até encontrarem a silhueta de Hermione duelando com o homem de bigodes. Harry e Lupin correram mais depressa para ajudá-la. A amiga estava indo bem, mas Harry acabara de ver Amico se esgueirando pelo outro lado, até que a comensal chegara atrás de Hermione, erguendo a varinha. O coração de Harry disparou, não ligou para os troncos no chão, corria como se estive em um campo de grama...
- HERMIONE, Abaixe-se! – gritou ele, bem a tempo da garota se largar ao chão e o feitiço da Comensal ricochetear em uma das árvores que mirava o Céu. - AVADA KEDRAVA !
O corpo de Amico endureceu caindo ao chão. Hermione se virou assustada, tentou se manter de pé novamente, mas Rodolfo já se aproveitara do momento.
- Petrificus Totalis!
Hermione tombou, mergulhando as folhas secas e o resquício de neblina que ainda cobria o chão. Rodolfo apontou a varinha novamente para o corpo petrificado, mas Lupin se jogou na frente de Hermione, continuando a duelar com Rodolfo no lugar da garota. Harry correu até a amiga, lançou um contra feitiço, e saiu correndo junto com ela, procurando um lugar mais seguro para se recuperar totalmente do susto.
- Hermione. – perguntou ele escorando a amiga num tronco. – Como está o Rony?
- Ele está bem, Harry. – disse a garota tranqüilizando-o, arfava. – Ele acordou bem, mas eu lancei um feitiço nele para que a dor passasse e deixei-o sentado lá na casa. Ele não estava em condições de duelar... E o que é todo esse sangue em você?
- O Snape. Ele me encurralou... – Harry rangeu os dentes com raiva. – Mas o Rabicho impediu...
- O Rabicho? – Hermione abriu os olhos em instantes. – Harry qual deles é o Voldemort? – prendeu a respiração...
- Nenhum. O Snape queria ser o mais poderoso de todos...
- Har-r-y... – uma voz forçada chegara aos ouvidos de Harry, vinha a poucos metros dali, parecia que alguém estava ferido. – H-a-rry...
Hermione também havia escutado. Levantou rapidamente, pondo a varinha hasteada. O mesmo fez o garoto, e os dois andaram seguindo a suplica. Encontraram o corpo do Sr. Weasley caído, entre duas árvores de ramos baixos. Arthur levara um feio corte no rosto que o impedia de abrir seus olhos completamente.
- Calma senhor... fique calado! – exclamou Hermione, ajoelhando ao lado do corpo.
- Harr-y... o Qui-m... v-á... aju...d-a-lo.
- Hermione, cuida dele? – a garota fez que sim com a cabeça e Harry disparou seus passos entre a floresta gritando o nome do Ministro. Rodeou vários pés de eucaliptos. Sua voz já ficava rouca de tanto gritar.
- QUIM..? Quim?! QUIM!
Harry correu mais alguns minutos. Desviava-se de todos os galhos pelo caminho, sentia um desejo de vingança no peito, mas não conseguia identificar o porque.
- Ah Harry, você está ai. – disse o Ministro se escorado em um tronco próximo de onde Harry passara. – Não conseguia encontrar ninguém. Como estão os outros? Você sabe? E o Arthur.. ele...
- O Sr. Weasley estava caído numa clareira ali atrás, mas está bem sim. Hermione ficou cuidando dele enquanto eu vinha procurar o senhor... Oh, o que foi isso na sua barriga? – Harry apressou-se a segurar Quim pelos braços e apoiá-lo no ombro. Um enorme galho estava atravessado pelo umbigo de Quim, e a outra ponta saia pelo meio das suas costas.
- Ah, Harry.. não, não se preocupe, estou bem. – Quim conseguiu rir para o garoto. Era notado, sem nenhum esforço, a dor que o Ministro emitia pelos olhos. – E o Lupin? Seu padrinho, Harry?
- Lupin está duelando com o Rodolfo e o Sirius com a Belatrix. Mas agora não sei mais onde Sirius e Belatrix estão, e nem o que aconteceu. Snape, Amico e Rabicho estão mortos...
- Morreram? O Snape, quem matou? – Quim caminhava vagarosamente, preso aos ombros de Harry.
- Rabicho matou Snape... – Quim arregalou os olhos para Harry. – Ele disse que estava em divida comigo. Eu o salvei uma vez e ele retribuiu. Snape ia me matar, mas depois ele mesmo hasteou a varinha para mim, o Lupin chegou na hora.
- E o Rony, onde ele está? Pela Ordem de Merlin! O Diggle, temos que ajudá-lo?
- Oh, não... não... A Tonks se encarregou disso. E o Rony ficou na cabana, não estava em condições de duelar. O crucio que Snape lançou nele teve algumas conseqüências.
- Ah, Harry... e qual deles é o Você-sabe-quem? Você descobriu? – Quim se esforçava a cada passo que dava.
- Nenhum. O Snape não trouxe o Voldemort de volta. – Quim estremeceu. – Achou que Voldemort é muito poderoso até mesmo estando em outro corpo...
- Mas... mas o Snape não queria trazer o Você-sabe-quem de volta? – Quim passava a mão sobre as bordas do galho fincado na barriga.
- Não... o Snape queria o poder só para ele! – Harry novamente rangeu os dentes. – E como foi que a Amico escapou de vocês, eu pensei que já tinham a pego!?
- Nós estávamos torturando-a, mas não achamos que Rodolfo fosse querer enfrentar eu e o Arthur juntos. Ele se aproveitou disso e derrubou o Arthur quando ele estava de costas. Eu larguei a Amico no chão quando já estava longe do Arthur e corri atrás dele. Duelamos até ele conseguir conjurar uma chuva de lanças... só não consegui me desviar dessa. – Quim olhou profundamente para a barriga. Harry parecia sentir a dor do Ministro.
Harry desfez toda sua corrida da procura de Quim, chegara de volta ao local onde Hermione e Arthur se restauravam dos cortes e dores por todo o corpo. O grande corte no rosto do Sr. Weasley não sangrava mais.
- Ah Harry, você o encontrou... QUIM, O QUE foi isso em sua barriga? – Hermione saltara de perto do Arthur para verificar a lança presa a barriga do Ministro.
- Não se preocupe Hermione, ficarei bem...
- Vocês viram o Sirius? – Harry interrompia. Olhava para todas as direções na esperança de ver o padrinho, mas o emaranhado de árvores tornava o dia de sol numa noite nublada.
- Não, Harry, não vimos o Sirius...
- Hermione, segure ele aqui! – exclamou o garoto soltando o corpo pesado de Quim sobre os braços de Hermione.
- Ouvimos a voz dele vindo da outra direção.
Harry se virou e começou a correr em meados das árvores.
- Ah, Harry, cuidado! – gritou Hermione.
- Espere... vou com você. – Lupin acabara de acompanhar o garoto, seu rosto imundo de lama. Hermione, o Sr. Weasley e Quim permaneceram largados ao chão em seus lugares, exaustos. Harry sentia dores por todo o corpo, e novamente a vontade de vingança tomava conta de sua mente, e novamente passava sem perceber por espinhos que faziam novas feridas em seu corpo. Lupin corria com ele. Os outros não falavam nenhuma palavra, apenas arfavam.
Eram intensas as respirações dos dois. E as passadas cada vez mais fortes faziam estralar gravetos caídos por debaixo das árvores.
- Harry, vamos parar por um minuto... – disse Lupin colocando as mãos no joelho e agachando. Respirava forte.
Harry fez o mesmo, estava sedento, mas a última coisa que pensava era em beber água.
- E o Rodolfo?
- Ar... ar... ar... ele me lançou um Avada Kedrava, mas usei um protego que ricocheteou o feitiço, bateu no tronco de uma árvore enorme, rompeu-a no meio e acertou nele em cheio... ar... ar... ar... conjurei cordas e amarrei... não sei se vai sobreviver por muito tempo com aquela árvore em cima dele.
- Uhm... vamos continuar? - Harry voltou à corrida, agora já saía de dentro da floresta e via o sol ainda reluzente em seus olhos.
Começara a ouvir a voz de Sirius. Seguiu-a, andou bem pouco com Lupin até ver Sirius ainda duelando com Belatrix, que já não ria, parecia nervosa e aparentava estar fraca.
- E agora priminha, onde está seu senso de humor? – Sirius ria, mas seu semblante também não era dos melhores. – Crucio. – disse ao ver que a prima dera um vacilo com a varinha.
Belatrix se contorcia no chão.
- Já cansei de brincar com você. – disse Sirius. Harry e Lupin também já apontavam suas varinhas para a mulher caída no terreno. – Isso foi por todos que você já torturou, mas agora já chega. Volte para onde nunca deveria ter saído! AVADA KEDRAVA.
Belatrix, que acabara de se levantar, caiu novamente. Os olhos vidrados, só os cabelos balançavam com o baque surdo no chão.
- Finalmente. – disse Rony, fechando e abrindo os olhos. Parecia não acreditar no lote de sangue que estava acumulado nos corpos dos amigos. – Não agüentava mais esperar aqui. O que aconteceu lá? Onde estão todos? E quem eram aquelas pessoas...
- Tonks foi levar Diggle no hospital, felizmente os dois estão bem. E aqueles... aqueles eram os Comensais da Morte... estão todos mortos novamente.
- Novamente? Todos? Até o Snape? Ãh?
- Sim, - confirmou Sirius - Voltaram para onde nunca deveriam ter saído. Foi uma boa lição para que eles vejam, que uma vez que você foi para o mundo dos mortos é lá que você deve ficar. E não é hora de perguntas... Weasley!
- Lupin, leve logo o Quim ao St. Mungus... ele não aparenta estar muito bem! – exclamou a voz esforçada de Arthur que se escorava em uma das pilastras de tábua na barraca.
- Você também não está bem Arthur, vamos... venha conosco... – disse Sirius colocando a varinha no bolso da capa e segurando o Sr. Weasleys nos braços. – Harry, leve a sua moto de volta... ela está lá atrás...
Harry olhou no canto do olho e viu a moto brilhante e negra, escorada a alguns metros dali.
- Pode deixar.
No instante seguinte, Lupin carregando Quim e Sirius com Arthur em seus ombros, desapareceram no ar. Harry percebeu que Hermione e Rony se encararam ao ver que o garoto disparou para dentro da cabana.
A mente de Harry resgatou o sentimento que ele não conseguia decifrar nas horas anteriores. O garoto correu para o canto da sala, onde Hermione deixara o livro largado, pulou sobre ele e começou a folheá-lo.
Estava com um certo ódio. Uma raiva enorme que não sentia desde o dia que Gina morrera. Pensou nela... pensou também se não seria melhor Rabicho ter deixado Snape matá-lo. Pensou que mais nada tinha para fazer vivendo e lembrou-se de tudo que Gina e ele passaram juntos. Depois, o ódio de lembrar da Letícia rasgou seu peito. Seu sangue pulsava nas veias com uma velocidade absurda e enquanto lia o livro, viu novamente a parte que dizia que a pessoa que fazia tal ritual se tornava maligna, e que tinha que amar demais para fazê-lo, a ponto de aceitar se tornar um ser das Trevas.
Harry amava, ele sabia que amava. Estava cansado de fingir aceitar tudo que lhe diziam, de fingir aceitar que iria superar a morte da única menina que amou de verdade, de fazer sempre o que lhe diziam... sentia falta da Gina, muita falta. E não fazia mais sentido continuar sem ela, só que teria que matar... não conseguiria, sabia que nesse ponto ele fraquejaria... a não ser, se fosse alguém que ninguém sentiria falta, um ser desprezível. E lembrou-se da Letícia novamente e agora não sentia ódio da garota, e sim satisfação por ela existir.
Harry virou mais uma página, seus olhos encheram-se ainda mais de esperança ao fazer as contas na mente e saber que tinha exatamente um ano da morte da amada e que tudo poderia dar certo, que poderia escutar novamente aquelas palavras tão doces que outrora Gina lhe falara.
Se levantou sorridente e foi até Rony e Hermione, sentados na soleira da barraca:
- Eu vou ressuscitar a Gina.
- O quê, Harry? – Rony não captara por completo todas as palavras.
- Reencarnar a Gina, assim como o Snape fez com os Comensais.
- Harry, você ficou louco? Está brincando? – Hermione levantou-se depressa para ficar de frente ao amigo. Sabia que ele estava fazendo uma piada de mau gosto e ao ver que estava enganada, completou. – Eu li aquele livro, ele dizia que...
- Que quem fizesse o ritual iria se tornar maligno? – Harry riu uma risada fria, cortante e assustadora. – Dane-se o que o livro diz. Pela Gina eu estou disposto a arriscar. Afinal, de que adianta eu ser “o Eleito” e todos fazerem tudo por mim, se aquilo que eu quero não posso ter? Agora vai ser diferente...
- Harry, para fazer isso você teria que matar alguém... – Hermione estava pasma, e Rony observava tenso. – Você não teria coragem de matar... Harry!? Você não teria coragem de matar alguém... Harry, não é verdade?!
- Eu mato. – Harry parecia frio, distante. Seu olhar não parecia mais ter a vida e a alegria de antes, era um olhar vazio. – Posso matar a Letícia. Ninguém sentiria falta daquela... garota, ninguém. E a Gina merece viver muito mais do que ela! – as palavras de Harry estavam cínicas e desdenhosas.
- Harry, você enlouqueceu! PARE COM ISSO! – Hermione sacudiu os ombros do garoto.
Tarde demais, os braços de Hermione ficaram soltos no ar. Harry aparatara.
- Harry? Ar! O que faz aqui, por que está todo ensangüentado ...
- Petrificus Totalis! – ordenou o garoto, mirando a varinha para o peito de Letícia, que caiu sobre o livro que lia no jardim de sua casa.
Harry fixou as mãos nos cabelos sedosos da Letícia e voltou a aparatar novamente. Seus pés alcançaram agora o chão ensangüentado, deitou-a no chão ao lado do espelho, abriu o livro e leu o encantamento. A raiva que sentia era tão intensa... tinha nojo daquela garota que para ele, era mais repugnante do que o feto de Voldemort, que vira quatro anos atrás.
Pegou a espada com vontade, observou-a por um minuto e lembrou-se das palavras de seu padrinho:
“uma vez que você foi para o mundo dos mortos, é lá que você deve ficar.”
Ergueu a espada. Hermione gritou correndo pela porta:
- HARRY PARA! PENSA NO QUE VOCÊ VAI FAZER. – uma cachoeira de lágrimas a atingia, o rosto exibia um medo extremo. - VOCÊ ACHA QUE A GINA IRIA QUERER VOLTAR DESSE JEITO? VOCÊ ACHA QUE ELA IRIA QUERER QUE VOCÊ CORROMPESSE A SUA ALMA PARA TRAZÊ-LA DE VOLTA? VOCÊ ACHA QUE ELA SERIA FELIZ SABENDO QUE VOCÊ VIROU UMA PESSOA DO MAL? AINDA MAIS SABENDO QUE FOI POR ELA? Você acha Harry? VOCÊ IRIA TRAZER ELA DE VOLTA PARA QUE? PARA QUE ELA SOFRESSE COM AS CONSEQÜÊNCIAS DESSES TEUS ATOS? EU TAMBÉM QUERO A GINA AQUI, TAMBÉM SINTO A FALTA DELA, MAS ELA SE FOI!! deixe ela partir em paz... VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE TRAZER ELA DE VOLTA! NÃO TEM! VOCÊ ESTÁ DEIXANDO O ÓDIO TOMAR CONTA DE VOCÊ E NÃO ESTÁ PENSANDO DIREITO. NÃO DEIXE ISSO ACONTECER HARRY, ALÉM DO QUE, VOCÊ IRIA QUERER OLHAR PARA A GINA NO CORPO DA LETÍCIA? ESSA GAROTA QUE VOCÊ ODEIA TANTO? QUE SÓ TI FEZ MAL? HARRY, SE VOCÊ AMA MESMO A GINA, DEIXI-A IR, por favor. Harry segurou a espada no alto, os olhos também estavam cheios de lágrimas. O coração pulsava como jamais antes, o cérebro parecia está explodindo, as mãos tremiam. Soltou a espada que caiu no chão quicando, soltou seu peso e liberou todas as suas forças, todo o esforço que estava fazendo para se manter de pé.
Ajoelhou-se no chão, encarou o corpo petrificado de Letícia. O sangue pelos lados, o livro jogado próximo. Pôs o rosto entre as mãos e deixou que as lágrimas invadissem seus dedos.
Chorou como nunca havia feito, com vontade, com desejo de chorar. Os amigos foram até ele, agacharam e o abraçaram juntos.
- Eu também sinto a falta dela cara. Ela era minha irmã, mas essa não é a solução... você vai ficar bem, todos irão e agora, vamos embora logo daqui porque esse lugar está amaldiçoado.
Rony ajudou Harry a carregar Letícia, ainda petrificada, até a moto. Não seria legal acordá-la ali. Harry montou no bando, prendeu a garota em suas costas e levantou vôo. Hermione e Rony acompanhara-o com as vassouras. E como acontecia toda vez que Harry voava, por um instante, ele se esqueceu de tudo. E curtiu apenas a brisa fria de início da noite em seu rosto e a sensação de liberdade... sentiu falta de seus pais, e sorriu com gratidão para a lua que ia surgindo.

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