O PIOR SEGREDO DO MINISTRO
Os dias de fevereiro passaram voando para Harry, além de ser submetido a vários sonhos estranhos que nunca lembrava-se do que era, tinha todos os dias as visitas de Letícia para ficarem horas conversando. O mês de março trouxe um ar mais quente e a neve tinha cessado por completo, dando espaço pra grandes rajadas de ventos pelo bosque. O ministério da magia deixara suas janelas subterrâneas exibiram um sol vibrante de primavera.
- Eu não acho que o Rony vá apitar bem o jogo da Grifinoria e Sonserina. – Hermione estava sentada em sua mesinha diária, na sala de Rufus.
- Ele vai deixa se desfiar para o time que está torcendo... - Harry aproveitava a ausência do ministro para mexer na coleção de brasão em uma caixinha de veludo, ao lado da pena e tinteiro, na mesa grandiosa do Ministro.
- Os Sonserinos devem está se roendo. – Riu Hermione.
Hermione e Harry costumavam ficar quase todo o dia na sala do ministro, quando ambos não tinham assuntos fora das paredes da saleta para resolver, Harry praticamente já havia abandonado sua sala.
- Para onde o Rufus foi mesmo? – Harry continuava mexendo nos brasões na caixinha de veludo, parecia ser pouco maior que um livro de mil páginas.
- O Quim o chamou para resolverem o problema do Emerson... – Hermione não parava de escrever no pergaminho que já arrastava a ponta no chão. – Aquele que cuida dos artefatos...
- O caso da armadura que prendeu viva? – Harry admirava cada vez mais a coleção do Ministro, cada brasão era mais bonito que o outro.
- Esse mesmo!
- Uhm... – Harry meteu a mão dentro da caixinha e recolheu um pedaço de aço oval, nas bordas duas linhas finas de ouro e no meio um grande ‘M’ vinha cravado. – Esse é o brasão de Ministro da Magia?
Harry hasteou a mão para Hermione, seus dedos seguravam o pequeno objeto no jeito que Hermione desse para vê-lo.
- Sim, é esse mesmo! – Hermione encarou o brasão e voltou-se para o pergaminho.
- Como será que a pessoa deve se sentir usando isso? – Harry levantou da cadeira para se olhar no espelho, colocou o brasão diante ao peito...
“PLAC!”
A caixinha de veludo cheia de pequenos objetos de ouro, prata e até uns de diamantes, se chocaram com o carpete debaixo da mesa do Ministro. Hermione olhou depressa com o susto e Harry apressou-se a catar os pequenos brasões pelo chão.
- Harry, o que você fez?! – Hermione também se jogou no chão para catar alguns brasões que se espalharam por debaixo de sua mesa.
- Eu, eu... foi sem querer. – O garoto recolhia o mais depressa que podia. Suas mãos já estavam se enchendo de brasões quando foi os colocar de volta na caixinha jogada ao chão. – O que é isso?
Hermione olhou para ele por debaixo da cadeira.
- Você achou isso onde?! – Hermione saiu de debaixo da cadeira e engatinhou até Harry.
- Estava dentro da caixa...
Hermione pegou uma tampa de madeira solta ao chão.
- Tinha um fundo falso!
- Você acha que devemos abrir-los? – Harry derrubou os brasões da mão em um montinho no chão e fez menção de abrir uma das cartas no chão.
- O Rufus vai ficar... – Hermione olhara ansiosa para o amigo desembrulhando o envelope. - O que tem nela?
- Calma... – Harry abriu-o por completo e meteu os olhos pela carta.
"Estou escrevendo esta carta antes de aparecer em público, estou arriscando minha vida, pela morte ou por ser preso em Azkaban. Mas se eu simplesmente for preso, essa carta estará chegando em suas mãos na manhã seguinte.
E creio que o Sr. Ministro vai fazer de tudo para me colocar fora daquela prisão, não?!”
Depois das letras finas e garrafais, Harry via um pequeno recorde encardido de jornal, parecia ter anos que fôra lançado.
"A polícia de Londres encontrou uma mulher grávida, morta em decomposição, em sua própria casa.
Os moradores da rua Sherin Drive comunicaram a vigilância sanitária que havia algo que causava um odor insuportável ao redor da casa nº351, - "Ninguém mais entra ou saia daquela casa à semanas, não agüentamos mais aquele fedor!" - disse a Sra. Máxia, residente da rua no nº352.
A polícia juntamente com a vigilância sanitária invadiu o imóvel ontem a tarde e encontrou um corpo de uma mulher que carregava em sua barriga um bebê de 2 meses. Seu corpo já estava em decomposição, coberto por insetos e larvas. Não foi identificada a causa da morte, mas alguns especialistas avaliam o caso como 'Parada cardíaca'."
Depois do recorte colado na folha de pergaminho, as letras anteriores voltavam.
“Creio que você se lembra desse acontecimento, creio também que você estará em maus bocados se não me tirar de Azkaban dento de um mês.”
Entre em contato!
S.S.
Harry entregou a carta a Hermione, perplexo. Sua pupila havia se dilatado, sua face empalidecera como um cadáver, e a testa estava totalmente enrugada.
- O quê? – Hermione encarou o amigo, suas feições não eram muito diferentes da de Harry. - Como assim S.S.?
- S-severos... S-nape... – Os dois se encaravam presos ao chão.
- Deve ser um engano... o Rufus jamais iria manter contato com o S-S-Snape. – Hermione passara agora de novo os olhos na carta.
- Hermione, lembra que você me disse que o Rufus correu para o banheiro depois de receber uma coruja? – Hermione afirmou vagarosamente com a cabeça, expressando medo nos olhos. – Devia ser o Snape!
- Mas... mas, Harry... ele quem mais incentiva você a encontra o Snape... – Hermione começara a tremer.
- Uhm, ele não gosta do Snape... – Harry deu uma pausa e encarou Hermione. – O Rufus quer que alguém mate o Snape...
- Sim, Harry... mas por que ele não entrega logo o Snape...
- Ele está sofrendo chantagem, Mione... – Harry recolheu a carta de volta da garota e empurrou a parte do jornal diante os olhos de Hermione.
Hermione arregalara ainda mais o olho.
- Har-ry... você acha que o Rufus.. er... matou...
- Acho. – Harry e Hermione nem se mexiam debaixo da mesa, os braços finos da garota balançavam em seqüência.
- Então o Snape está usando isso, para... para fazer chantagem no Rufus?!
- Certamente que sim!
- Então quem tirou o Snape de Azkaban foi o Ministro...
- E provavelmente facilitou a ele o roubo do espelho.
- Harry, isso é muito grave...
- Eu sei... – Harry largara a carta de lado e recolheu outro pedaço de pergaminho ao chão. Esse a letra era diferente, bem conhecida dele pelas cartas que o Ministro lhe mandara.
Antes que pudesse morrer o Sr. Baungartem deixou essa pequena citação:
“Mostra-me quem sou de verdade
Como realmente sou.
Trazer algo novo, antigo.
A minha alma deseja.
Pessoa ou pessoas que me façam feliz.
Que mais preciso.
Mais sinto falta do colo.
Amo pouco, amo quase nada.
De que adianta viver, sem amor?
Volta e meia me pego no abismo da solidão.”
Baungartem Artónio S. – 1561
- O que você acha que é isso? – Harry entregou o pedaço de papel com a letra de Rufus para a amiga que lia aflita.
- Não sei... pode ser.... – Hermione pausou, encarou Harry profundamente. – As palavras que abrem o livro.
- Não acredito que seja isso... a forma de abrir aquele livro era sigilo de família, o Sr. Baungartem não iria deixar uma citação por ai...
- O livro, Harry!- Hermione dera um pulo, Harry engatinhou pra trás com o susto. – Lembra que encontramos o Rufus em Hogwarts quando fomos pesquisar...
- Sim, ele falava com a Minerva...
- E o único livro que falava alguma coisa que prestasse estava com uma página rasgada... lembra?
- Sim.. sim... você acha que foi o Rufus...
- O Draco disse que quando a mãe dele viu um pedaço de pergaminho rasgado na capa do Rufus certa vez... – Hermione falava afoita. – O Rufus fez o maior escândalo...
- Poderia ser a página do livro...
- Sim... sim... e por segurança ele copiou o que tinha, aqui... – A garota indicou o papel. – e entregou o certo ao Snape...
- Mas por que então ele mesmo não matou Snape?
- Não, sei. Ele não deve ter conseguido. Por isso ele mandou sempre um auror experiente e que já sofreu com o Snape, para que possa mata-lo sem cerimônias.
- Uhm... pode ser.
- Então será que o Snape já conseguiu usar o espelho... ou o livro? – Hermione já se reconstituía e a cor do seu rosto parecia voltar ao normal.
- Não sei se esse poema é capaz de abrir aquele livro, a irmã do Stephen disse que nem ela sabia o código, então é bem difícil que ele estivesse em uma biblioteca.
- Pode ser um enigma, Harry.
- Uhm... certamente que sim, mas eu acho...
A porta da saleta se abriu rapidamente e as pernas compridas e grossas do Ministro da Magia foram vistas por debaixo da mesa, Harry e Hermione encararam a cara peluda do homem.
- Meninos, que fazem ai?! – Rufus riu. – Não era você que era noiva do jovenzinho Weasley?!
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