Fazendo Biscoitos - parte 1

Nota da Autora:Bem, essa é uma shortfic H/H, onde a idéia do enredo me atingiu ( hehehe!) de repente enquanto eu cuidava do meu peixinho.Eu espero que vocês gostem, e please comentem para eu saber o que acharam! ^.*!




Fazendo Biscoitos




- Certo... Vamos ver o que temos que fazer agora... - murmurou Hermione para si mesma percorrendo um dedo pelo livro de receitas da sua mãe.




Era uma bela tarde de verão e a casa dos Granger se encontrava completamente silenciosa. Janete e Garth Granger, os donos da casa, estavam trabalhando e só haviam restado no local dois adolescentes resignados em fazerem biscoitos caseiros.




- Você não acha que estes biscoitos de aveia já estão bons, Mione? - perguntou Harry olhando pelo vidro do forno tentando ver qual era o atual estado da massa que eles haviam colocado ali há algum tempo atrás.




- Espere um minuto! - respondeu a garota concentrada na sua leitura. - Ah! Achei! Dois ovos! - exclamou minutos depois enquanto estendia a mão esquerda para pegar uma tigela de plástico ao seu lado.




- Mione! Os biscoitos! - repetiu Harry observando atentamente os gestos rápidos da amiga quebrando alguns ovos dentro do recipiente.




- Já se passaram quarenta e cinco minutos? - ela perguntou sem se dar ao trabalho de fita-lo.




- Não! Se o relógio da sua cozinha não tiver ficado maluco de repente, faz meia hora que eles estão assando.




- Não se preocupe, eu programei o timer do forno para nos avisar quando deveremos tirá-los. Então espere mais quinze minutos que eles ficarão prontos e não abra o forno. Isso os deixa menos crocantes! - Hermione alertou rapidamente se virando na direção de Harry e o vendo agachado diante do fogão com as mãos cobertas por grossas luvas em formato de peixe.




Se Janete Granger chegasse naquele momento e fosse averiguar a sua cozinha, ficaria chocada. A mesa, a pia e o fogão estavam uma completa bagunça. Haviam respingos no chão e um Harry e uma Hermione de dezesseis anos se encontravam rodeados por assadeiras repletas de biscoitos, exalando um suave aroma. Primeiro tinham feito biscoitos de amedoins, com os quais obteram pouco sucesso, afinal eles haviam ficado queimados. Depois passaram para os de flocos de chocolate que sobreviveram até o final e agora resplandeciam maravilhosamente dispostos em uma travessa em cima da mesa no centro da cozinha, completamente convidativos. E ainda restavam os de aveia que estavam assando.




Harry ficara responsável por vigiar o forno e Hermione de preparar a massa. Os dois juntos não haviam se saido tão mal tirando a primeira fornada. Tinham acertado na maneira de colocá-los na fôrma e agora se preparavam para preencher mais uma assadeira com a massa de biscoitos de aveia com passas que Hermione estava preparando.




Eles haviam conseguido reunir uma quantidade surpreendente de guloseimas, superando o fato de serem inexperientes na arte da culinária. Mas Hermione, mesmo estando concentrada em misturar os devidos ingredientes para obter mais uma fornada, percebia ao lançar um olhar para a travessa com biscoitos de flocos de chocolate que esfriavam, que sempre parecia faltar mais um.




- Eu também quero comer biscoitos, sabia? - ralhou tentando lutar contra a vontade de rir.




Era difícil não olhar para Harry e achar a situação engraçada. Na esperança de tornar o amigo menos atraente perante os seus olhos, Hermione havia lhe dado um avental um tanto excêntrico, repleto de babados e rufos. Ela não queria se distrair olhando para Harry enquanto cozinhava, nos últimos tempos era tão difícil fitá-lo sem sentir uma crescente vontade de beijá-lo.




- Eu não peguei nenhum! - respondeu Harry olhando-a com uma falsa expressão inocente. - Não sei do que você está falando, Mione! Estão todos aí na travessa, intocados.




Hermione se voltou para a tigela onde mexia a massa tentando afastar os seus pensamentos do quanto Harry significava para ela. Ele não era nada parecido com Rony Weasley seu outro amigo, não tinha aquele jeito engraçado meio impulsivo e nem aqueles cabelos vermelhos tão chamativos. Ele era diferente... era... era o Harry. Sempre com aquele sorriso um pouco sonhador no rosto, os olhos brilhando sob a lente dos óculos. Ele exercia um imenso fascínio sobre ela, a encantava.




Ela não conseguia se lembrar claramente de quando começara a reparar nele. Talvez tenha sido de tanto as suas amigas comentarem, mas o que realmente havia mudado a sua concepção com relação ao amigo havia sido a tarde divertida que passaram juntos em Hogsmeade. Naquele dia Ron cumpria detenção e os dois tiveram que visitar sozinhos o povoado. Ao contrário do que ela havia imaginado, o passeio não tinha sido nenhum pouco chato e previsível. Haviam brincado com bolas de neve e comido muitos doces. Riram e conversaram como nunca haviam feito antes. Naquele dia Harry Potter havia deixado de ser o amigo problemático para se tornar o garoto com o qual a sua mente se ocupava nas horas vagas e não vagas.




Voltando para a realidade, ela notou que Harry estava de pé perto da mesa sobre a qual os biscoitos esfriavam.Ele estava virado na sua direção e ela desviando os olhos do que fazia, pode contemplar um rapaz alto vestindo ridiculamente um avental feminino trouxa. A intenção dela de fazê-lo ficar divertido e não atraente havia falhado, ela tinha que admitir. Em vez de compará-lo a um palhaço, ela não conseguia parar de pensar em como ele estava uma gracinha.




Tentando obter um certo controle sobre os próprios pensamentos afim de parar de sonhar, Hermione percebeu de relance, antes de tornar a virar o rosto, uma pequena gota de chocolate grudada num dos cantos da boca de Harry.




- Aha! - exclamou virando-se de repente na direção do amigo e apoiando as mãos na cintura. - E você ainda alega ser inocente perante as acusações de estar dando cabo de alguns biscoitos?




- Eu não comi nenhum, juro! - respondeu Harry desviando o olhar. - Eu nem gosto de chocolate.




- Então como é que essa gota de chocolate foi parar no canto da sua boca? - perguntou Hermione com um sorriso maroto nos lábios.




- Onde? - perguntou Harry sem dar tempo para uma resposta e já tentando eliminar a prova do crime impressa no seu rosto.




Hermione pegou um dos panos de prato em cima da mesa e caminhou na direção do amigo. Harry erguendo suavemente uma das sobrancelhas, a princípio não compreendeu o que a amiga faria, mas ao vê-la já bem próxima estendendo a mão na direção do seu rosto, ele deu um passo para trás.




- Ei, o que você pensa que vai fazer? - perguntou rindo enquanto se afastava um pouco mais.




- Provar o quanto você mente mal. Venha cá, deixa eu limpar esta sujeira. - Hermione respondeu tentando mais uma vez alcançar o amigo e não contendo uma incrível sensação de descontração enquanto permaneciam naquela disputa.




- Pode esquecer! Eu sou inocente e ninguém poderá provar o contrário. - Harry disse avançando subitamente para cima de Hermione tentando segurar os braços dela. - Sabe o que você merece por ter me acusado injustamente, Hermione Granger?




- Não! - ela respondeu sem fôlego e tentando se livrar das mãos ágeis do amigo. - O que é que eu mereço?




- Cosquinhas! - falou Harry um pouco mais alto enquanto alcançava a sua cintura fazendo-a rir descontroladamente.




Os dois em menos de dois segundos estavam no chão, lutando como duas crianças. O pano de prato jazia em um canto próximo a base do armário e as assadeiras, o forno e a tigela com a massa há muito já haviam sido esquecidos.




Hermione tentava impedir Harry, sem sucesso, de fazê-la rir ainda mais. Se inclinado na direção dele e parando de tentar segurá-lo, ela dirigiu as próprias mãos na direção da barriga do amigo retribuindo o castigo na mesma moeda. Logo os dois começaram a rolar no chão lutando para ver quem fazia mais cosquinhas um no outro, sem se importarem de estarem sujando as próprias roupas com os respingos de massa que haviam no chão.




Algum tempo depois, exaustos, eles se sentaram ainda rindo
brevemente do ocorrido. Hermione tinha o cabelo todo bagunçado, espetado para todos os lados e os óculos de Harry se encontrava deslocado.




- Acho melhor nós, adolescentes responsáveis, retornarmos as nossas atividades de cozinheiros. - disse Harry divertido e com a voz um pouco baixa.




- Sim, claro! - Hermione concordou com um suspiro tentando acalmar a própria respiração.




Os dois se levantaram e por um instante, enquanto tentavam desamarrotar um pouco as suas roupas, seus olhos se encontraram. Hermione sentiu os cabelos da sua nuca se arrepiarem com olhar profundo que Harry lhe dirigiu. Sem pensar no que fazia, ela estendeu a mão na direção do canto dos lábios do amigo, onde ainda permanecia a gota de chocolate. Na metade do caminho a mão de Harry se fechou sobre o seu pulso impedindo-a de avançar mais.




- O que você vai fazer? - ele perguntou com a voz um pouco rouca provocando em Hermione um forte impulso de beijá-lo.




- Apenas limpar este chocolate no canto da sua boca porque ele já está me deixando aflita.




O rosto de Harry se contorceu em uma expressão estranha ao qual Hermione não conhecia e ele apenas respondeu com uma voz suave:




- Só me mostre onde está!




Hermione colocou a ponta do indicador no canto da boca dele.




- Bem aqui, Harry! - e ao pronunciar o nome dele ela percebeu o quanto aquilo havia sido um erro.




Ela sentiu que perdia o controle total sobre os seus sentidos. Sua mente que antes demorava para processar as informações, agora trabalhava rapidamente fazendo-a notar os fatos encantadores na postura de Harry naquele momento.




Eles continuaram a se encarar de uma maneira estranha e por um instante ela teve a certeza de que se inclinava para a frente, na direção dos lábios dele, mas estava enganada. Era Harry que movia os lábios na sua direção. Ela sabia que devia se afastar. Havia tido muito tempo para cogitar sobre um possível relacionamento com ele e a sua primeira conclusão era a de que não queria arriscar nada que pudesse acabar com a amizade dos dois. Mas não tinha como evitar aquele beijo, ela estava paralisada, em êxtase. Um segundo depois eles já estavam se beijando.




Harry não se demorou muito em um simples roçar de lábios, aproveitando o momento, ele aprofundou o beijo se movendo magnificamente enquanto seus lábios faziam a sua função. Passando os braços pela cintura da amiga, ele a prendeu contra a pia para não lhe dar chances de escapar daquele momento, e ela soube que não conseguiria fugir, por mais que lutasse para não retribuir.




Colocando a mão direita na nuca de Harry, Hermione passou a retribuir o gesto do bruxo deixando-se levar completamente pelo beijo. Repentinamente a cozinha parecia estar muito quente e a pele de Harry contra a sua, tanto os lábios quanto os seus braços e a sua nuca, queimavam em contato com o seu corpo, fazendo-a se comprimir cada vez mais contra ele. Ela não queria que aquele beijo terminasse.




Finalmente Harry se afastou. Os dois estavam sem fôlego e seus corações batiam descompassados. Num gesto inesperado o bruxo de olhos verdes a abraçou com força, passando os dedos suavemente por entre os fios do seu cabelo cacheado.




- Desejei fazer isso durante tanto tempo! - ele murmurou baixinho.




- O quê? - Hermione conseguiu perguntar sem ao menos saber como. - Me beijar ou mexer no meu cabelo?




- As duas coisas.




E Harry a beijou novamente. Dessa vez com mais suavidade, de forma lenta e bem calculada, como se aqueles minutos fossem preciosos e eles devessem aproveitar ao máximo.




- Eu acho que vai ser impossível ignorar o que aconteceu aqui! - ele disse quando o beijo terminou. - Precisamos conversar sobre isto.




- Eu sei - Hermione sussurrou - Mais do que nunca precisamos esclarecer as coisas.




Harry balançou a cabeça lentamente olhando para os próprio pés. O clima de romance que existia há algum tempo havia dado espaço para um incomodo constrangimento.




- Eu acho que estou gostando de você! - ele disse de repente de maneira muito rápida.




Hermione naquele momento poderia ter caído dura no chão, mas não o fez. Não sabia o que exatamente responder, embora tivesse aquela incrível atração por ele, não sabia se era algo apenas passageiro. Eles se olharam mais uma vez e Hermione resolveu expressar finalmente o que sentia com relação a tudo aquilo. Estava disposta até a dizer quando tudo começara a mudar para ela, mas antes que abrisse a boca o timer do forno apitou avisando que a fornada de biscoitos de aveia havia ficado pronta e ela viu sua coragem se esvair.




- Deixa que eu tiro! - murmurou Harry, e Hermione pensou que assim como ela, ele queria fugir da conversa.




Ele colocou a assadeira em cima da mesa e Hermione rapidamente pegou uma travessa e começou a transferir os biscoitos com uma espátula, tinha que de algum modo ocupar a sua mente com outra coisa.




- Você é uma visão incrível como cozinheira! - Harry comentou repentinamente quebrando o silêncio.




- E você fica lindo neste avental! - Hermione retribuiu o súbito elogio com um comentário irônico.




Os dois caíram na gargalhada enquanto Hermione removia o último biscoito da assadeira e desligava o forno.




- Eu acho que não temos muito jeito com o diálogo, não é? - perguntou Harry observando-a se mover na cozinha.




- É meio difícil falar de sentimentos, principalmente quando acabamos de senti-los de maneira tão intensa!




Harry concordou com a cabeça retirando o avental, depois do beijo era quase impossível continuarem a assar biscoitos. Hermione acompanhou o gesto do amigo e quando se viu livre do próprio apretecho só teve tempo de sentir Harry abraçá-la novamente.




- Eu sou melhor quando estou agindo! - ele disse de maneira suave puxando-a possessivamente na sua direção. - Então acho melhor deixarmos a nossa conversa esclarecedora para mais tarde.




Hermione só teve tempo de concordar com a cabeça até sentir pela terceira vez naquele dia os lábios quentes dele. Aquilo era muito bom, realmente fantástico.




Dessa vez nenhum dos dois ousou parar. Acompanhavam o ritmo um do outro evitando que ficassem sem ar. A discussão sobre o que aquilo tudo significava havia ficado para trás, estavam mais concentrados em aproveitar o momento. Aquele último beijo, dessa vez, só teria fim quando os dois ouvissem os Granger anunciando na porta de entrada a sua chegada, e mesmo assim seria difícil se afastarem um do outro.

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