O segredo de Petúnia



Harry ouviu o barulho de Lupin desaparatando, quando Tio Valter recomeçou a berrar:

_Eu não vou ficar na mesma casa que esses malucos! – Começou o tio - Vamos Duda! Vamos Petúnia! Vamos para a casa da Guida.

_Não Válter, eu não vou! – Respondeu Tia Petúnia com muita dificuldade.

_Como assim não vai, Petúnia querida?

_Não vou deixar minha casa com esses...esses...aqui

Ela parecia ter muita dificuldade em pronunciar a palavra bruxos.

Nesse momento Lupin entra na casa com Scrimgeour e quatro aurores, aí é que Tio Válter fica enfurecido:

_Está vendo? Mais loucos invadindo nossa casa!

Tio Válter olhava enfurecido pra Tia Petúnia mais uma vez e
vai embora com Duda.

_Harry, você está bem? – Pergunta Scrimgeour totalmente
displicente em relação aos Dursley.

_Eh....Sim... – Respondeu Harry automaticamente observando
Tia Petúnia no canto da sala, algo estava errado, a tia nunca enfrentava o marido, que Harry se lembrasse, só uma vez. Mas Scrimgeour parecia não
se importar com nada, pois continuava falando:

_Nós não iremos abrir uma audiência contra você, Harry, é claro, pois você não poderia ficar parado contra três Comensais não é mesmo? E agora não adianta mais chorar a poção derramada.

Harry ainda estava alheio a tudo e deu por si, somente quando percebeu que os comensais já estavam sendo levados pelos quatro aurores do ministério, e então falou com o Sr. Weasley:

_Sr. Weasley, por favor – disse Harry chamando o Sr. Weasley para o outro lado da sala, longe dos olhos curiosos de Scrimgeour.

_Sim Harry, o que foi?

_Sr. Weasley, posso ir para a Toca hoje?

_Sim Harry, acho que será melhor assim, e acho, será melhor deixarmos a sua tia sob a guarda de um auror, tudo bem para a Senhora? – Perguntou o Sr. Weasley se virando para a Tia Petúnia.

_Acho que sim – responde Tia Petúnia incerta.

_Harry – diz o Sr. Weasley – acho melhor você ir arrumar suas
coisas enquanto damos um jeito nessa bagunça.

_É... Tudo bem... – Responde Harry.

Harry subia as escadas para seu bagunçado quarto e foi checando cada pena para ver se estava tudo arrumado. Foi jogando no malão as antigas vestes de Hogwarts, seus livros, os presentes de Dobby – meias – sua Firebolt, e foi então que viu, enquanto desenrolava uma meia, um espelho quebrado – o espelho que Sirius lhe dera – olhou para o espelho e viu que estava quebrado, mas os pedaços estavam no malão, mas Harry o enrolou e pôs de volta no malão, pensando em concertá-lo mais tarde.

Fechou o malão e retirou o calendário da parede, onde marcava com ansiedade contagem regressiva para o seu aniversário, o quarto já estava em ordem e suas coisas no malão. Deu mais uma olhada em volta do quarto se lembrando de todos os momentos que passara ali, quando foi interrompido de seus pensamentos por três batidas na porta, virou-se assustado para a porta com a varinha em punho, mas ouviu a voz da última pessoa que esperava ouvir naquele momento.

_Harry? Preciso falar com você...

Era Tia petúnia, e Harry abriu a porta:

_Entra.

Mas ela meramente fez um sinal para que ele a acompanhasse. Harry seguiu a tia até o quarto dela e de tio Válter. Quando eles entraram Tia Petúnia fechou a porta com a chave e se enfiou em baixo da cama sem explicação. Harry achou que a tia estivesse ficando louca. Mas foi então que percebeu – havia um cofre em baixo da cama de tia Petúnia, se ele não estivesse observando há bastante tempo não teria percebido.

Aí então Tia Petúnia volta com uma caixa de madeira de tamanho médio e aspecto rústico e antigo e diz a Harry, que estava totalmente confuso:

_Harry o que vou te dizer, é muito importante, Lily pediu para que eu entregasse isso para você...

Harry já ia abrir a boca para bombardear a tia de perguntas quando ela fez um sinal para ele se calar.

_Quero que saiba Harry, Que eu nunca odiei sua mãe! Eu a amava muito, Lily era muito importante para mim.

_Mas você sempre deu a entender que odiava ela.

_Harry, não me interrompa, por favor, não tenho muito tempo para isso. – Disse tia Petúnia e vendo o positivo acendo de cabeça de Harry, continuou. _ Isso tudo por quê? Por que eu odeio a magia? Por que eu odeio os bruxos e esse mundo? Porque Harry, Lily amava tudo isso, e me deixava de lado, pois ele, aquele mundo que Lílian tanto amava, tomou a minha irmãzinha de mim. – tia Petúnia tinha lágrimas nos olhos- E prometi e vou cumprir, vou realizar o último desejo dela, pois eu a amava muito, e sei que para ela, você era a coisa mais importante do mundo.

Harry estava pasmo, nunca imaginou que no fundo tia Petúnia era uma pobre mulher amargurada, nunca imaginou que ela fosse dizer tudo aquilo, e pela segunda vez em sua vida apreciou o fato de Tia Petúnia ser irmã de sua mãe.

_Ela disse, que isso iria te ajudar- disse Tia Petúnia colocando a caixa de madeira dentro de uma sacola de pano branco. – Espero que um dia Harry, você me perdoe, que você entenda... Que eu possa te ajudar. Você. Aquele garotinho de cabelos bagunçados e magricela com os mesmos olhos vivos de sai mãe. Sim, Harry, você me faz lembrar dela, de cada coisa que nós passamos juntas, os segredos, as festas, os amigos, as brincadeiras, as alegrias... – tia Petúnia chorava muito agora.

Naquele instante Harry sentiu pena da Tia, e pela primeira vez em sua vida, abraçou a tia, no que ela também pareceu muito surpresa, mas retribuiu o abraço mesmo assim.

Mas o Sr. Weasley batia na porta e Harry teria que ir agora, mas antes de ir, disse à tia:

_Tenho que ir! Espero que ainda possa ser bem vindo aqui – disse Harry enquanto tia Petúnia lhe entregava a caixa e dava um sorriso e um aceno de cabeça indicando que estava tudo bem.

Ela desceu as escadas junto com Harry e o Sr. Weasley, e a essa altura os aurores e Scrimgeour já haviam ido embora, e ao que parecia, os membros da Ordem também.

_Harry, precisamos ir, já está bem tarde – disse o Sr. Weasley olhando para Tia Petúnia com uma cara de preocupação – A Senhora Vai ficar aqui sozinha?

_Não se preocupe – disse ela – Válter e Duda já devem estar chegando.

E para a Surpresa do Sr. Weasley, tia Petúnia deu um forte abraço em Harry, lhe dizendo:

_Você será sempre bem vindo aqui! – e começou a chorar silenciosamente na hora da partida.

Harry caminhou lentamente com o malão e a gaiola vazia de Edwiges, que já estava na Toca, desde que Harry havia mandado uma carta para Rony, e entrou na lareira, pegando o pó de flu com o Sr. Weasley e deu um aceno para tia Petúnia, que estava com os olhos cheios de lágrimas, enquanto deixava cair o pó de Flu dizendo “A Toca”, e Harry no momento seguinte, começou a rodopiar em grande velocidade, e a sala de estar dos Dursley foi desaparecendo rapidamente em meio de chamas verde-esmeralda. O garoto rodopiou mais rápido apertando os cotovelos junto ao corpo, e fechando os olhos, enquanto passava por vária lareiras. Quando finalmente chegava à Toca, mas de repente sentiu falta da Tia, “Que isso Harry” dizia o garoto pra si mesmo, sentir falta da casa e das pessoas que o maltrataram durante longos dezessete anos?, Não era possível. Mas de repente se deu conta do que inevitavelmente ele eram – Sua família.

A confusão de pensamentos que era a cabeça de Harry se desfez imediatamente quando viu Tonks, Lupin e Moody sentados na pequena cozinha da Toca, que continuava do mesmo jeito de antes, com o mesmo relógio marcando “Perigo Mortal” para todos os membros da família na parede. Sendo observados pela Sra. Weasley, que parecia ter sido acordada há pouco tempo, mas ao ver que Harry chegara, veio correndo ao seu encontro.

_Harry querido! Você está bem? – perguntava ela examinando
Harry – Tonks me contou o que aconteceu! Oh! Fiquei tão preocupada!

_Estou bem! – disse Harry com um sorriso de saudades.

E a Sra. Weasley lhe deu um abraço de partir as costelas antes de dizer mais uma vez sem necessidade:

_Fiquei tão preocupada!

_Por Merlin Molly! – Era o Sr. Weasley que acabava de chegar – deixe o garoto respirar!

A Sra. Weasley soltou Harry, ainda o examinando atentamente, procurando ver se todos os pedaços do garoto estavam inteiros.

_Harry precisa dormir Molly. – desta vez era Lupin que falava. –
Ele precisa dormir, ele teve uma longa noite.. Merece um bom descanso!

_Lupin tem razão Harry. – dizia a Sra. Weasley. – É melhor que você vá descansar.

_Eu ajudo o Harry a levar as coisas dele para o quarto do Rony! – Tonks brincava com a manga das vestes quando se ofereceu para ajudar Harry.

_Ok – Harry respondeu automaticamente.

_Boa noite! – dizia a Sra. Weasley carinhosamente acenando para o garoto da porta da cozinha.

_Boa Noite! – Harry respondeu com um sorriso.

Harry começou a subir para o quarto de Rony junto com Tonks, que ia à frente com o malão do garoto flutuando, e Harry levava a gaiola vazia de Edwiges, que já estava na toca desde que Harry mandara uma carta para Rony.

_Então, Harry, falta um dia para o seu aniversário não é? – perguntava Tonks animadamente enquanto mudava o tom do cabelo para uma azul bem vivo.

_É sim – respondeu Harry automaticamente , havia se esquecido do próprio aniversário, com tudo o que acontecera naquela noite, quando finalmente chegavam ao quarto de Rony.

Quando entraram no quarto viram Rony adormecido e roncando muito alto. Edwiges estava na janela e assim que viu Harry pousou no ombro do garoto dando uma bicadinha carinhosa em sua orelha. Enquanto isso Tonks deixava o malão desastrada como sempre ao pé da cama em que o garoto ia dormir, fazendo um barulho alto, ao que Rony acordou assustado.

_Ai droga! – disse Tonks – desculpa.

Rony parecia confuso quando viu Harry e Tonks , e o garoto percebeu que o amiga crescera ainda mais no verão e estava consideravelmente mais alto e mais forte. Finalmente Rony esfregava os olhos e parecia começar a perceber que não estava sonhando pois se levantou feliz para falar com Harry.

_Harry! E aí cara? Achei que você só viesse amanhã. E aí Tonks? – Rony cumprimentava Tonks e dava um tapa nas costas de Harry.

_E aí Rony? Beleza? – cumprimentou Tonks apreensiva olhando para porta. – Bem, acho melhor eu ir agora...

Ao que parecia, o barulho fora um pouco alto demais pois a Sra. Weasley apareceu na porta quase imediatamente com uma cara furiosa.

_Não foi nada senhora Weasley! – Harry justificava o barulho – só o malão que...

_Não quero desculpas! Quero os dois na cama agora!

_Bem, acho melhor eu ir agora! Boa noite garotos! – Tonks falava enquanto apagava a luz com um aceno de varinha.

_Não quero ver ninguém acordado! Já passa da meia noite! – dizia a Sra. Weasley fechando a porta e saindo com Tonks.

Assim que as duas saíram Harry e Rony caíram na gargalhada. Rony acendeu a luz novamente e começou a falar:

_Achamos que você só viria amanhã de tarde! O que foi que aconteceu?

Harry começou a contar para Rony quase tudo que acontecera naquela noite, deixando algumas partes para contar quando Hermione estivesse junto com eles.

_Caramba Harry!

_E por aqui? Aconteceu alguma coisa?

_Nada de mais.. Todos estão ansiosos pro casamento de Gui e Fleur, mamãe diz que os Delacour são muito frescos e que prefere fazer tudo sozinha, acho que depois do casamento isso aqui vai ficar muito chato...

_Aconteceu mais alguma coisa? – Rony tornou a perguntar mudando de assunto.

_Bem, aconteceu. Mas preferia que Hermione estivesse aqui para ela poder ovir também.

_Espera um pouco. – Rony falava entusiasmado enquanto saia do quarto.

Harry ficou observando o quarto do amigo enquanto esperava, e em alguns minutos o garoto voltava puxando Hermione, que estava muito sonolenta.

_O que foi Rony? – Perguntou ela impaciente, mas antes de Rony responder a garota veio correndo quase gritando ao encontro de Harry. – Harry! O que aconteceu? Esperávamos você somente...

_Amanhã eu sei.. – respondeu Harry antes da garota terminar a frase. E começou a contar também para ela quase tudo o que acontecera naquela noite. E quando terminou de contar Hermione estava muito preocupada:

_Harry! Você poderia estar morto!

_Ah Hermione! – Rony interferia antes que Hermione começasse a dar
sermão nos dois – Harry tem outra coisa para contar, por isso lhe chamamos

_Bem, começou Harry – É sobre minha tia Petúnia e a Sra. Figg – e pela cara espantada dos amigos percebeu que essa era a última coisa que eles pensariam que ele fosse lhes falar. E começou a narrar os fatos acontecidos, parando toda vez que eles soltavam exclamações, sentados nas camas , enquanto Harry lhes contava cada detalhe. – Accio malão!

_Harry pegava dentro do malão a caixa de madeira que tia Petúnia lhe dera e o cilindro cheio de insígnias. Hermione parecia muito agitada e concentrada.

_Harry ! se a sua mãe lhe deu isso... você já abriu?

_Não.. ainda não...

_Então abre! –Rony pediu ansioso
Harry pegou a caixa emocionado, mas quando tentou abrir, não conseguiu.

_Droga! Não quer abrir!

_Deixa eu tentar! – respondeu Hermione pegando a caixa da mão do garoto.

A garota tentou inúmeros feitiços mas não obteve nenhum resultado.
Harry pegou a caixa novamente, mas ela não abria por nada.

_E o cilindro Harry? – Perguntou Rony.

_O Harry já disse! – Hermione estava impaciente – só se abrirá no momento certo!

Harry começou a examinar a caixa, já ficando impaciente também, mas não tinha nenhuma inscrição, nada, então ele percebeu, havia uma falha no local onde era para a caixa ser aberta,mas não conseguiu identificar o que era. Hermione percebeu que Harry notara alguma coisa.

_O que foi Harry? – perguntou ela se sentando ao lado de Harry e
observando a caixa junto com ele.

_Tem uma falha aqui – disse o garoto apontando para o local, ao que Rony também se sentou ao lado dos dois.

_Parece que foi cortada e depois fechada, deixando apenas a marca do corte. – Harry falou observando.

_Espere aí Harry. Acho que... – Hermione parecia muito agitada enquanto dava voltas pelo quarto pensativa. – Eu precisava ver antes.. Ah! Espera não posso...

Hermione não explicou nada, apenas saiu apressada do quarto dizendo:

_Depois explico!

Deixando Rony e Harry se olhando completamente confusos, enquanto observavam Hermione saindo do quarto.

_Eu odeio quando ela faz isso! – Rony disse parecendo indignado. – Vamos dormir Hrry. Com certeza ela não vai explicar isso hoje.

Rony deitou na cama dizendo um vago boa noite ao amigo. Harry se trocou rapidamente e dormiu na hora em que se deitou.








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