Recriminação
Abriu os olhos. Olhou em volta. Thiago roncava alto, um menino moreno revirava-se levemente em sua cama. Consultou o relógio, faltava meia hora para o café. Resolveu se levantar. Levantou-se. Entrou no banheiro e despiu o pijama. Ligou o chuveiro e sentiu a água quente em seu corpo. Lavou os cabelos loiros. Pegou o sabão e esfregou-o pelo corpo. Enxaguou-se e enxugou-se. Vestiu o uniforme e olhou-se no espelho. Tão parecido com a mãe, os cabelos como os do pai. “Por fora sou o reflexo dos meus pais, mas por dentro sou o oposto deles” pensou.
Quando saiu do banheiro o outro garoto já estava de pé, mas Thiago ainda roncava.
- Bom dia – disse o moreno
- Bom dia – respondeu Victorio – como se chama?
- Ryan Finnigan. E você?
- Victorio – decidiu não falar o sobrenome
- Victorio de quê?
- Malfoy – sussurrou
- Oh!
- Mas não sou como minha família. Sou... Diferente.
- Acredito – disse com descaso – mas agora eu preciso tomar banho. Ah! Será que você consegue acordar esse garoto? O ronco dele é preocupante!
Ryan entrou no banheiro antes que Victorio desse uma resposta.
Victorio cutucou o amigo dizendo:
- Acorda!
Thiago nem se mexeu. Depois de tentar isso várias veses sem obter resultado, ele tem uma idéia brilhante: puxou o pé de Thiago e derrubou-o da cama.
- AAARRREEE! – gritou e resmungou – Será que não posso dormir nem mais cinco segundos?
Ryan saiu do banheiro, e, ao ver a cena disse:
- Ah! O dorminhoco acordou!
- Dorminhoco?
- Cara, seu ronco é deprimente!- disse Victorio
- Assustador – acrescentou Ryan enxugando os cabelos
- Vocês vão me pagar caro – brincou Thiago e entrou no banheiro
***
Eles estavam descendo as escadas que ligam o dormitório masculino com o Salão Comunal da Grifinória, e Ryan ia dizendo:
- Não acho que você seja mau, como é a fama dos Malfoy. Eu li em Hogwarts, uma História que o Chapéu Seletor nunca errou, e não creio que é agora que ele vai errar.
Quando chegaram ao fim da escada, eles viram que havia uma garota, próxima à passagem do retrato, acenando para eles.
- quem é? – perguntou Ryan
- Luísa – disse Victorio
Alcançaram-na.
- Bom dia – cumprimentou ela – por que demoraram tanto?
- Alguém aqui dormiu de mais! – brincou Victorio.
Então Luísa viu Ryan
- Olá. – disse ela – Acho que ainda não fomos apresentados
- Realmente, não fomos. – disse ele – Meu nome é Ryan Finnigan
- Prazer, sou Luísa Weasley.
- Vamos logo! – disse Thiago
Eles saíram do Salão Comunal e foram conversando animadamente até o Salão Principal.
Ao chegarem, eles se sentaram á mesa da Grifinória. Victorio sentara ao lado direito de Ryan e á frente de Thiago, que estava ao lado de Luísa. Ao se sentar, o garoto notou que a pessoa que estava ao seu lado direito afastou-se dele.
Victorio estava comendo uma deliciosa bombinha de chocolate quando uma coruja negra e de olhos muito verdes entrou no Salão Principal, junto do correio. Era a coruja dos Malfoy, e trazia duas cartas. Foi primeiro à mesa de Sonserina e entregou uma carta para Laura. Depois foi à mesa da Grifinória e largou uma carta vermelha no prato de Victorio. Ele pegou a carta e limpou-a.
- Hei! – gritou alguém da mesa da Lufa-Lufa – O Malfoy recebeu um berrador!
- É melhor abrir – cochichou Luísa
Ele abriu com cautela, como se estivesse desarmando uma bomba, mas não pode evitar os gritos do pai, que saíram da carta assim que ele rompeu o lacre:
- Victorio Malfoy! Como você se ateve a sujar a honra da família? Você quebrou uma tradição de mais de três séculos! Sua mãe está totalmente desgostosa! Se você sair mais um dedinho da linha, moleque, eu nunca mais abro a porta dessa casa para você!
O berrador xingou-o mais um pouco e se auto-destruiu. Mal o silêncio tomou conta do salão, e este irrompeu em risos. Diante disso Victorio passou por todas as cores que se pode imaginar, e por fim ficou mais pálido do que este papel.
- Chega! – gritou Hermione – diretores, acho que já podem entregar os horários.
O diretor de cada casa passou distribuindo os horários. Quando Harry Potter chegou a Victorio, disse:
- Escuta Malfoy, ontem eu e os professores conversamos com o Chapéu Seletor sobre a sua seleção, e ele disse que nunca fez melhor escolha, tirando a minha e a de Voldemort, então eu espero que não decepcione.
- Prometo que não desapontarei senhor.
- Que bom.
Victorio abriu seu horário, para conferi-lo, as corujas atrasadas estavam chegando. Eram as mais velhas e cansadas, ou as que tinham que fazer viagens mais longas. No meio delas, vinha uma coruja âmbar de olhos azuis na direção da mesa da Grifinória carregando, muito desajeitada, um grande pacote.
- É a coruja dos meus pais! – disse Thiago.
A coruja não estava agüentando o pacote, e o largou perto do garoto com um baque surdo, caindo logo depois.
- Hei Gery, o que há com você? – perguntou Thiago acariciando a coruja. Ela se levantou, sacudiu as penas e levantou vôo.
- Acho que o pacote pesou – disse Luísa.
- É a maleta Gemialidades Weasley que pedi para meu pai!
- Ela é muito cara, meus tios nunca me deram ela, só coisas mais baratas, pra não desandar os negócios.
Victorio estava muito entretido lendo uma carta que fora apouco trazida por uma coruja cinzenta.
- De quem é? – perguntou Luísa
- Do meu avô materno. Ele é um bruxo abortado, a escória da família. Nós dois.
- O que diz? – perguntou Thiago
Victorio leu-a em voz alta:
Caro Victorio,
Quero que saiba que não estou nem um pouco surpreso com a sua seleção. Desde que eu te conheci, percebi que você não era como sua família; notei bondade em seu olhar. Você é o único neto que me deu orgulho. Eu te apoiarei em tudo o que precisar. Mandarei-lhe um presente via Pó de Flu, para que ninguém veja. Espere-me meia noite no Salão Comunal da Grifinória.
Abraços,
Gregory Parkinson.
- O que será? – interessou-se Thiago
- É melhor irmos logo para a aula – disse Luísa consultando o relógio
- De feitiços – completou Victorio consultando o Horário
E foram andando pelo corredor.
- Malfoy? O Malfoy? Onde? – Victorio ouviu alguém dizer
- Ao lado do garoto de cabelo preto?
- É uma vergonha, esse Malfoy.
- Decepção.
Victorio foi seguido por tôo o caminho por comentários desse tipo.
Quando eles chegaram à masmorra, o professor ainda não havia chegado então eles se sentaram. Todos os alunos já tinham chegado.
- O professor está atrasado – comentou Thiago
- O senhor tem provas? – perguntou uma voz que não parecia vir de lugar algum, e todos se espantaram. Só então o professor apareceu, numa portinha escondida num dos muitos cantos escuros da masmorra. Victorio teve a impressão que haviam várias dessas portas escondidas nesses cantos escuros.
- Não se pode afirmar sem provas. – disse o professor – Meu nome é Richard Srange, professor de feitiços e diretor da Sonserina.
- E orelhudo – cochichou Thiago para os amigos, que abafaram o riso com as mãos.
O professor tinha cabelos escuros e pele clara, mas sua característica mais marcante eram suas orelhas de abano.
Ele começou a chamada, mas parou na letra “M”:
- Malfoy
- Presente – respondeu bem baixinho, com vergonha do sobrenome.
- Não veio?- perguntou cínico.
- Presente – repetiu um pouco mais alto.
- Ah! Responda-me mr. Malfoy, qual feitiço é usado para fazer objetos levitarem?
Ryan levantou a mão. Victorio ficou confuso, ele tinha folheado o livro de feitiços, mas não esperava que o professor quisesse que ele o decorasse, como Ryan provavelmente o fez.
- Eu não sei senhor.
- Que tipo de maldição pode te levar a Azkabam?
- Não sei senhor, mas acho que o Ryan deve saber.
Ryan estava com o braço estendido o mais alto que ele conseguia sem se levantar.
- Vemos que ser um Malfoy não é tudo. Será que se o senhor fosse de minha casa teria algo na cabeça?
Uma garota da sonserina de cabelos cor de mel, cara de metida e nariz arrebitado levantou a mão e disse com um leve sotaque francês:
- Acho que non prrofessor, ele non tem classe parra ser da Sonserrina.
- Concordo Julie.
Ela olhou cínica para Victorio e Luísa pos a língua para ela.
- Miss. Weasley, onde está sua educação? Cinco pontos a menos para a Grifinória, por faltar com respeito com suas colegas.
O resto da aula correu bem, e ao acabar os garotos comentavam a aula pelo corredor:
- Ele é um pesadelo, é sério! – disse Victorio
- Minha mãe diz que não fica muito satisfeita por ele proteger apenas os alunos de sua casa.
- A atitude dele é ridícula! – disse Victorio
- Concordo – disse Thiago
- Vamos para a aula de vôo.
A caminho da aula eles encontraram alguém que Victorio sabia que tinha que encarar mais cedo ou mais tarde. ”Essa mala de novo” ele pensou, e Laura Malfoy puxou-o pelo braço e disse:
- Olha pirralho, eu vi que você recebeu uma carta daquele velho doido...
- Não fale dele assim – interrompeu Victorio.
- Ah, francamente Victorio! Você sempre tão bonzinho... Uma vergonha para a família.
- E daí? – sibilou o menino, provocando.
- Olha como fala comigo, seu moleque insolente – disse tirando a varinha.
- Você não se atreveria. Seu não nos permite...
- Papai teria o maior prazer em me ver azrando você, ratinho imundo.
Um círculo de alunos se formou em volta deles gritando:
- Briga! Briga! Briga!
- Você vai me pagar – Victorio tirou a varinha, ele estava explodindo de raiva.
- Que medinho! Você não sabe nenhum feitiço! – riu-se ela – Levicorpus.
Victorio ficou pendurado no ar, de cabeça para baixo. E teria ficado lá por muito tempo se Harry Potter não tivesse aparecido.
- Mr. Malfoy? O que está... – ele se virou para Laura – Miss. Malfoy, o que pensa que está fazendo?
- Matando o meu irmão idiota!
- Que insolência! 15 pontos serão retirados da Sonserina. E vá logo para sua aula!
Laura abriu a boca para responder, mas hesitou e foi para a aula. Potter voltou a caminhar para onde estava indo.
- Professor! – disse Victorio – E eu?
- Oh! Desculpe-me Malfoy. – ele fez um gesto de varinha e libertou Victorio – E que isso não se repita.
- Sim senhor
Victorio virou-se de costas e foi com seus amigos para a aula de vôo. Ele não tão tinha medo da irmã ou das ameaças do pai, nada estragaria a felicidade de estar em hogwarts, te ter verdadeiros amigos e de não ser como sua família. Ele só queria ser feliz.
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srta. Black: oi pessoal! esse capítulo ficou muuuuuito grande, mas eu gostei muito dele. esperem que gostem. comentem ae! cadê os comentários? só pq é uma fic diferente? será q vcs nunca pensaram que depois da guerra os nossos heróis vão formar família? eu sei que nada disso vai realmente acontecer, mas que tipo de fic vc acham que vai ter depois do 7? eu acho que o mais provável é que façamos fics com eles adultos, ou novas aventouras com seus filhos! é uma boa idéia, pensem nisso. eu sei que a história não vai se prolongar assim, mas isso é uma fic neh gente!?!imaginação!
E COMENTEM!
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