A dívida.



Capitulo dedicado à Mara, leitora feroz que chegou até me ameaçar de morte se eu não continuasse a fic.
XD~
aushaushduhasudhasud
Bjo minha leitora mais fiel, vc eh d+.
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Capítulo 14

Jack espreguiçou na cama espaçosa. Abriu os olhos... Estava tão escuro... Lentamente ela lembrou-se: Havia dormido com Severus! Nas masmorras!

Uma alegria invadiu-lhe o peito. Tateou o lado em que Snape dormira... Mas não havia ninguém. Esticou o braço para o criado mundo onde havia deixado a varinha. Pegou-a e murmurou:

- Lumus. – A luz fraca da varinha iluminou parcamente o cômodo, mas nem sinal de Snape. Ela apontou para um relógio de corda: 10:30 da manhã...

10:30 DA MANHÃ??? HAVIA PERDIDO A AULA DE TRANSFIGURAÇÃO COM MINERVA!

Levantou-se rapidamente. Ordenou um feitiço para que todas as velas do quarto se acedessem. Pegou o vestido sujo que havia deixado em um cabideiro no banheiro, fez um feitiço para retirar a sujeira mais grossa e foi ao armário de Snape.

Sem cerimônias ela pegou o sobretudo que lhe pareceu menos masculino e vestiu sobre a roupa.

Havia ocorrido muita coisa no dia anterior. Ela queria saber o que estava acontecendo no castelo... Saber o que tinha havido com a pobre garota, a ‘tal’ da Catia Bell, que fora envenenada pelo colar. Estava interessada em fazer algumas perguntas a Dumbledore sobre o acontecimento... - As jóias verdes e brilhantes do colar saltaram aos olhos de Jack quando ela pensou sobre isso.

Coisas estranhas estavam acontecendo... Ela já havia notado que Severus parecia cada vez mais mau humorado com Dumbledore. As vezes, entre as andanças que ela costumava fazer, ela os encontrara pelos por corredores em conversas nada amistosas. Sussurros exaltados de Severus eram cada vez mais comuns de se ver quando este estava acompanhado do velho.

Ela vestiu-se. Estava apresentável, mas passaria em seu quarto para se trocar. Aquilo era apenas para não sair nua, ou ter que esperar Severus voltar.

Caminhou para a porta do quarto. Puxou a maçaneta com urgência, recebeu um tranco atestando que esta estava trancada.

- Inferno! – Ela praguejou. Odiava andar de lareira. Era muito ruim, pois rodopiava muito, e ela chegara a bater com o cotovelo uma vez...

Mas o que podia fazer?

Caminhou para a lareira, acendeu-a magicamente. As chamas laranjas crepitaram felizes. Ela foi até o jarrinho de pó de flú e... NADA!

Como assim? – ela pensou coçando a cabeça levemente. Não havia nem se quer um misero restinho! Snape estava ficando maluco?

Jack olhou a volta, e só se deparou com as janelas escuras que davam para o lago. Era como se ela estivesse dentro de um submarino.

Uma idéia:

- Alorromorra! – Ela ordenou para a porta segurando a varinha com firmeza.

Nada. A porta nem mesmo se moveu. Ela sentiu o medo rastejar.

- Ele trancou tudo, e fez feitiços de proteção. – Uma voz irritante avisou-a.

- Como? – Jack perguntou voltando-se para o lugar onde ouvira a voz. Constatou que era o quadro de um ex-diretor da casa Sonserina. O mesmo quadro pelo qual ele irrompera no dia anterior.

- Foi o que eu disse lufa-lufa. Será que teus parcos neurônios não te deixam compreender o que eu falei tão claramente? – O quadro perguntou cinicamente.

- Horas! Seu borrão nojento! Severus deve ter esquecido que eu estava aqui! – Jack falou tentando respirar calmamente.

- Oh céus... Você é uma típica e tola Lufa-Lufa... – Disse o retrato arqueando uma sobrancelha e sorrindo de forma sardônica. – Acho que pela forma como ele olhou para você antes de deixa-la, ele sabia muito bem que você estava aqui. – Disse o quadro.

- E-ele olhou... C-como assim? – Jack perguntou sentindo algo morno no peito.

- Logo que acordou ele tirou aquele trapo de cima de minha linda moldura e lacrou a passagem que você havia descoberto. Lacrou a porta, pegou todo o pó de flú que estava sobre o jarro da lareira e guardou com ele. Em seguida ele sentou-se na cama e passou um tempo olhando para a senhorita dormindo... – Disse o quadro em quanto inspecionava as unhas despreocupadamente.

- Ele fez isso? Quer dizer que ele... Ele me trancou por querer??? – Jack perguntou com a voz aguda de indignação.

- Não, não... Ele fez tudo isso por que acha que você seria capaz de desaparatar no castelo... – Disse o quadro com zombaria. Jack olhou para ele com curiosidade, então sem paciência o quadro completou: – Não é obvio sua tola? É claro que ele te prendeu!

- FILHO DO CÃO! – Jack vociferou.

- Lufa-lufa lerda e imbecil – o quadro resmungou. Mas Jack, para a sorte dele, não estava prestando a menor atenção.

Estava mais preocupada com a sensação que havia se apoderado dela: Uma falta de ar tomou-lhe o peito. Ela foi a porta e esmurrou-a.

- ABRAAAAA!!! – gritou desesperada.

- Não sei se você sabe, mas portas não podem responder... E não há ninguém lá fora, pois do outro lado é a ante sala dos aposentos do diretor da sonserina... Ninguém vai te ouvir. – O quadro disse com desdém.

Jack chutou a porta. Arfava muito. Era claustrofobica... Já havia feito terapias para se controlar, mas não se recordava de nenhum trauma que pudesse ter causado a patologia, portanto nunca conseguira curar-se.

- ABRA ESSA PASSAGEM! – Ela ordenou ao quadro.

- Eu já disse que ele lacrou todas as saídas – Disse o retrato com cara de cansado.

- DROGA! MERDA! INFERNO! MALDIÇÃO! – Ela berrou. Arrancou as cobertas, subiu na cama e enfiou os dedos atrás da moldura tentando tirar o quadro do lugar.

- O que está fazendo sua maluca? – Perguntou o retrato com apreensão.

- ABRA ESSA DROGA DE PASSAGEM SEU FILHO DO CÃO! ABRA! ABRA OU EU RASGAREI SUA TELA! – Jack vociferou.

- Eu não posso fazer isso! Já disse que ele colou! – O retrato disse agora com temor na voz.

- AHHHHHHHHHHH - Jack gritou. Jogou os candelabro no chão, e alguns vasos que estavam sobre as mesinhas de cabeceira.

O retrato do diretor da sonserina olhou-a com medo. Então decidiu fazer algo:

- Acalme-se senhorita!

- Calma? CALMA??? ESTOU PRESA! Em um aquário invertido! E o ar está... O ar está...

- O que tem o ar? – O quadro perguntou olhando a volta. Agora estava completamente aflito.

Jack não respondeu... Arfava puxando a gola das roupas como se estivesse sendo enforcada. As mãos frias e doloridas por ter esmurrado a porta.

O quadro andou para o lado e sumiu da moldura. Sabia que Jack não responderia nada. A mulher estava tendo um acesso.

Jack abriu o guarda roupas na procura esdrúxula de uma saída. Nada alem das vestes de Snape. Ela jogou tudo no chão e procurou um fundo falso... Mas não havia nada.

Ela sentia a sensação de afogamento. Escuridão massacrando-lhe os olhos, mesmo com a luz de algumas velas espalhadas...

Ela achou uma caixa de papeladas... Jogou-a no chão sem se importar em ver o que continha...

Chorava mais do que nunca. Andou pelo quarto como barata tonta, jogando ao chão tudo que encontrava. Os ouvidos doloridos. Não se lembrava o por que daquele medo que tinha de ficar presa... Mas seu coração dizia-lhe que não sairia nunca mais, que morreria sem ar, morreria de fome, morreria abandonada.

Ouvia o barulho ruidoso e estridente da própria respiração... E sem mais, ela sentiu as pernas amolecerem...

Caiu no chão desmaiada.

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Severus estava no meio de uma aula de DCAT, explicando sobre os efeitos das maldições imperdoáveis à uma turma do quarto ano quando a figura do ex-diretor da sonserina apareceu no quadro de uma massa de carne sangrenta.

Snape olhou raivoso para o retrato que se esquivava cheio de nojo do sangue pintado com tinta rubra.

- O que quer aqui atrapalhando uma de minhas aulas? – Snape perguntou. A voz demonstrando o perigo que o retrato estava correndo por ter interrompido a aula. – Espero que seja um bom motivo, caso contrario, pode considerar a opção de mudar para uma tela do Cazaquistão, pois se ficar nesse castelo eu o acharei, e ai sim você poderá dar adeus a sua existência patética. – Severus falou maleficamente.

Os alunos ofegaram ligeiramente.

O quadro olhou indignado e disse:

- Vim avisar professor, que aquela fera que o senhor prendeu em seus aposentos não está nada feliz.

Snape arqueou uma sobrancelha curiosa, e os alunos pararam atentos a conversa esquisita... Se saber que Snape morava numa masmorra era estranho... Saber que ele estava morando nas masmorras com uma fera destruidora como bichinho de estimação, era BIZARRO.

- Sim senhor, aquela coisinha fofa que o senhor achou ser uma inofensiva gatinha lufa-lufa, virou uma pantera raivosa, e ela esta justamente destruindo tudo que encontra na frente. – O quadro disse cinicamente.

Snape arregalou os olhos momentaneamente absorvendo a informação.

O retrato olhou vitorioso e falou novamente apenas para causar impacto:

- Professor, acho melhor correr antes que ela afie as garras no seu carpete.

Snape girou no calcanhar e disse aos alunos:

- Página 547. Quero que leiam tudo sobre a maldição “impérius” e quero um relatório sobre a minha mesa antes do término da aula - Ele disse, e virando-se para o retrato do ex-diretor da sonserina ele falou – O retrato do senhor Ítalo de Marco ira tomar conta de vocês. Isso significa que o trabalho é individual, e se eu receber qualquer informação sobre conversas paralelas, será ZERO! – Ele enfatizou.

O quadro olhou para os estudantes com sadismo. Colocou as mãos para trás e começou a andar pelas telas da sala como se inspecionasse o trabalho dos alunos.

Em quanto isso Snape já havia girado nos calcanhares e saído apressado da sala de aula.

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Ele andou rapidamente pelos corredores. As veste enfunando a cada passada larga.

O que será que Jack aprontara? Estaria ela ficando louca? Ou aquilo seria apenas uma vingança do Quadro intrometido?

Não. Não era uma vingança. Por mais petulante que fosse, aquele retrato não o desrespeitaria dessa forma. Era realmente algum problema com Jack.

Snape preparou as chaves de seus aposentos enquanto caminhava. Havia deixado o pó de flu em seu escritório... Se soubesse teria carregado um pouco consigo...

Ele tentou imaginar o porquê ela estaria ‘uma fera’, como o retrato do ex-diretor da sonserina havia dito... Na verdade, ele tinha uma boa idéia do por que.

Virou um corredor e desceu um lance de escadas em quanto lembrava-se daquela manhã.

Dumbledore o havia procurado pouco antes do amanhecer dizendo o obvio: Draco, de alguma forma, havia entregado o colar Catia Bell. Mas esta não era a novidade. A novidade fora o porquê da escolha do colar... O intuito era atingir não só Dumbledore, mas também alguém que já conhecia o objeto. Alguém a quem aquela jóia já pertencera. Alguém que, por se recordar do colar, poderia acabar indo atrás de quem o enviou à escola.

Jackeline Ludmila Rich.

Alvo informara a Snape, que o objeto de esmeraldas envenenadas por magia de Dementadores havia pertencido à família de Jackeline. Uma herança por parte de mãe, que havia sido desviada do cofre da residência da família no fim da primeira guerra bruxa por algum ladrão de tesouros, e ido parar em uma famosa loja de artefatos das trevas da travessa do tranco.

Obvio que Jackeline não tinha lembranças concretas do colar, afinal a mente dela havia sido modificada... Ela reconhecia o objeto, pois não havia passado pelo feitiço obliviate, e sim por um acobertamento de lembranças antigas. Ela não tinha como lembrar-se, mas tinha o sentimento de ter conhecido, e isso já era motivo o suficiente para temer que ela fosse até a raiz desse sentimento, pois pessoas com a mente modificada, geralmente (como o colateral de um medicamento) tendem a buscar no concreto a fonte das lembranças camufladas no fundo da mente.

Por causa de tal fato, Dumbledore acreditava que deveria manter Jack sob olhos vivos... Mas como fazer isto se a mulher tinha conhecimento de segredos do castelo que ele mesmo, Severus Snape, nunca tivera acesso?

A Solução que ele havia encontrado: Tranca-la.

Obviamente que ele não contara sobre isso para Dumbledore... Na verdade a vontade de manter Jack como um passarinho enjaulado já passara pela cabeça de Snape antes... Agora ele tinha apenas um motivo a mais para tanto... Mas obviamente que ele não esperava que Jack se transformasse em uma fera raivosa enjaulada!

Ele lembrou-se da bela pantera pink que saíra da varinha de Jack quando Alvo devolveu a ela a varinha mágica. Varinhas podiam refletir o íntimo da alma de um bruxo... – Ele pensou lembrando-se do próprio patronus.

A porta de seu escritório. Ele abriu. Não havia nenhum som vindo do quarto...

Será mesmo que o quadro não estava querendo pregar-lhe uma peça?

Mas as duvidas diluíram quando Snape abriu a porta do próprio quarto:

Não havia lençóis ou cobertas sobre a cama. Os poucos objetos que ele tinha sobre mesinhas e criados mudos estavam no chão, algumas roupas do guarda roupa estavam espalhadas, e... A CAIXINHA. A CAIXINHA QUE ELE GUARDAVA ESTAVA VIRADA NO CHÃO!

Maldita mulher!

Ele pegou a caixa com raiva. Fotos bruxas... A figura de uma ruiva sorria e reluzia na manhã ensolarada, e outra, um garoto tímido de cabelos longos e oleosos apenas receava aproximar-se daquela que sorria. Juntou o conteúdo de fotos e cartas dentro da caixa novamente. Será que Jack havia visto aquelas fotos? – ele pensou possesso. Ela tinha passado dos limites! Ninguém poderia ‘fuçar’ as coisas dele e sair impunemente!

Andou por entre as roupas que estavam espalhadas na frente do guarda roupa odiando-a... Mas de repente ele viu uma mão pálida estendida do outro lado da cama. Neste momento ele esqueceu-se de toda raiva que acabara de sentir e sentiu algo estranho revolvendo no peito: algo dolorido e angustiante. Então aproximou-se apressado da cama sentindo as mãos estranhamente frias, e viu Jack desmaiada, os cabelos louros curtinhos caídos sobre o rosto pálido. Ele jogou a caixa dentro do guarda-roupas e ajoelhou-se apressado ao lado dela para avaliar seu estado.

Havia achado estranho o silêncio e o fato de não tê-la visto de imediato... Mas acreditou que ela pularia de dentro do guarda roupa para esmurra-lo, ou saltaria de detrás da cama após algum tempo... Algo maluco assim... Mas estava errado.

Ela estava respirado... Um desmaio...

- Enervate! – Ele ordenou. O peito de Jack saltou levemente e ele a viu abrir os olhos.

Ela o olhou tristemente.

Ele sentiu-se sujo. O ódio que sentira havia dissipado, e em seu coração reinava apenas um alivio por ela estar bem.

Severus notou que ela olhava-o como se visse monstro... Como na vez que ele quase a... – Ele suprimiu a palavra “matara” de seu cérebro e virou o rosto para desviar os olhos do nítido desapontamento que o rosto de Jack expressava.

Ele queria que ela o xingasse, cuspisse na cara dele, berrasse de ódio, tentasse bater nele com a mesma ferocidade que uma vez ela batera... Mas ela não fez nada disso...

Ela o abraçou e começou a chorar.

Ele segurou-a pelo ombro e afastou-a um tantinho para poder olha-la nos olhos.

Ela tinha os olhos turvos pelas lágrimas.

Sem explicação. Ele não a entendia. Ela encostou a testa na dele aos soluços.

- Não faça mais isso. Eu não vou fugir ta? – Ela disse mansamente. – Você vai ter que me aturar pra sempre, por que eu quero você, e eu consigo tudo que eu quero. – ela disse agarrando-o pela nuca - E me desculpe se eu torno sua vida um inferno... Mas eu vou continuar. E por favor – ela pediu suplicando – nunca mais me tranque... Eu não sei o porquê... Mas isso me apavora. Me apavora mais do que tudo.

Ele achou que a qualquer momento morreria. Para ele era óbvio que ela não havia visto nada, nenhuma de suas cartas, nenhuma das fotos que ele guardava como relíquia... Sentiu o coração retumbando nos próprios tímpanos com as palavras de Jack, e em seguida a sensação de que a carne pulsante se dissolvia no peito.

Ele não procrastinou. Respondeu seriamente para ela:

- Nunca mais irei tranca-la.

Fora o suficiente.

Abraçou-o e respirou profundamente.

Snape sentiu os braços dela ao redor do corpo dele, e o tórax dela se expandindo com o suspiro.

Ele não havia retribuído o abraço dela... Tinha consciência que não se entregava como ela estava entregue a ele. E o mais estranho, era que ela parecia não ligar para isso.

Ela o queria sem querer nada em troca?

Era no mínimo estranho para Severus Snape.

- Vamos, pare com isso – Ele pediu tentando se livrar dos braços dela.

Jack afastou-se secando as lagrimas.

- Tudo bem – Ela concordou. Levantou-se e guindou o próprio corpo para cima da cama. – Ahhm... Me desculpe a bagunça – ela disse olhando a volta.

Snape levantou-se. E sem uma palavra ele agitou a varinha algumas vezes e tudo estava em seu devido lugar novamente.

- Severus – ela chamou mansamente batendo a mão na beirada da cama ao lado dela, sinalizando que ele se sentasse também.

- Sim? – a voz dele não transparecia sentimento, mas em seu interior ele queria abraça-la e protege-la. Algo dentro dele dizia que ele nunca a conseguiria domar, e como uma promessa de dissabores, e que ela ainda lhe causaria muitos problemas... Mas ao vê-la batendo levemente na cama, ele apenas acatou ao pedido implícito e sentou-se ao lado dela.

- Ele esta se movendo bastante. – Ela falou.

Snape não conectou as palavras de Jack com nada lógico.

Mas ela atreveu-se a pegar as mãos dele. Ninguém nunca fizera aquilo com ele. Ninguém nunca tivera o desplante de toca-lo despreocupadamente como ela estava fazendo! Ela era uma mulher atrevida. Havia entrado na vida dele sem ser convidada, havia conquistado a confiança dele sem que ele quisesse ter alguém para confiar, havia entrado na vida dele pelas beiradas. E agora ele nem ao menos podia culpa-la, pois ele mesmo, na noite anterior quando a convidara para dormir no quarto dele, deixara que ela entrasse de vez na vida dele.

Ela levou as duas grandes mãos masculinas para o próprio ventre.

Ele entendeu: Ela queria mostrar como o filho estava inquieto.

Sentiu nas palmas algo movendo-se abaixo da pele esticada do ventre de Jackeline. Ele já havia feito aquilo uma vez... Mas mais uma vez ele ficou maravilhado.

Severus estava olhando para a barriga dela. Ela inspecionava com cuidado as expressões dele. A felicidade incoerente atingiu-a quando ela notou que o rosto magro e amargo passou da indiferença à perplexidade em instantes. Abraçou-o e beijou-o nos olhos sentindo a felicidade invadindo-a.

Que mulher maluca – Snape pensou olhando para ela com curiosidade. Ela havia beijado-o no olho?

A constatação veio quando ela beijou-o sobre a ponte do nariz e em seguida sobre o olho esquerdo.

- O que esta fazendo? – Ele afastou-se e perguntou numa quase censura.

- Te beijando seu nojento – Ela disse entre sorrisos. - Eu perdi minha aula com a senhorita McGonagall. – Completou largando-o e levantado-se da cama.

Ela esquecia rápido dos problemas – Snape pensou ao vê-la disposta e sorridente.

- Eu falarei com Dumbledore... Hoje ele esta no castelo e... – Severus ia dizendo, mas foi interrompido.

- Oh sim! Eu quero falar com Dumbledore. Sabe, eu tenho a impressão de que eu conheço aquele colar...

Snape sentiu um salto no estomago, mas manteve o semblante calmo.

- Eu... Eu gostaria de saber por que não consigo me lembrar de onde eu já vi aquela jóia...

Snape notou o estranho brilho nos olhos de Jack. Ela estava completamente distraída. Perdida nos próprio pensamentos.

- Por que sua mente foi modificada. – Snape falou simplesmente. – A Jóia pertenceu a sua família.

Jack olhou para Severus com uma expressão de estranha cobiça. Uma expressão exótica aos olhares simples que ela geralmente dirigia a ele.

- Aquele colar é meu então? – Ela perguntou. As sobrancelhas curvadas de forma ardilosa.

Severus não sábia o que pensar. Aquela expressão não combinava com a mulher simples desajeitada e brigona que ele conhecia...

– Acredito que sim... – Ele respondeu a ela atentando-lhe às expressões.

- Então eu o quero – Ela disse. Não sabia ao certo para que queria aquele colar... Só o queria de volta. Queria por que era parte da história dela.

-Eu não creio que Dumbledore vá concordar que você fique com o colar – Snape disse defensivamente, e estudando cuidadosamente as reações de Jack.

Ele viu fúria passar pelos olhos dela, mas em seguida ela aparentava resignação... Mas algo dizia a ele que aquela ultima expressão camuflava algo.

Jackeline sentiu o ódio fluir venenoso nas veias. Malditos! Haviam retirado dela o direito de ter um passado, e agora, quando ela já era grande o suficiente para saber de tudo, ficavam tentando impedir que ela descobrisse algo por conta própria!

Mas ela aquietou-se. Aquele colar pertencia a ela por direito. E ela o teria.

Como se tivesse lido nas expressões do rosto dela, Snape disse:

- Não é permitido possuir artefatos das trevas – Snape disse com um vinco entre as sobrancelhas. – O ministério da magia pode até prender bruxos com tais bens...

- O colar é meu por direito – Ela falou vazia de emoção. – Mas se é proibido... Bem... Falarei com Dumbledore sobre isso.

- Muito bem... Você pode tentar – Severus disse com um inabalável ar superior.

Ela aquietou-se.

- Escute Jackeline. – Ele pediu puxando o queixo da moça. – Me prometa que não sairá do castelo desacompanhada. Me prometa que ira me avisar se algo realmente tolo passar por sua cabeça.

Jackeline despertou da hipnótica lembrança do colar de esmeraldas e olhou para Severus com estranheza.

- Por que me pede isso? – Ela perguntou sentindo algo renovando-se no coração.

Snape olhou-a com curiosidade. A pouco ela parecia tão ausente... Mas agora ela parecia a mesma Jackeline de sempre... Ele não podia imaginar que a preocupação que demonstrou por ela que a havia trazido de volta...

- Por que o mundo é cruel. – ele falou com firmeza – E acho que aquele colar não era apenas um atentado contra essa escola... Algo me diz que quiseram despertar em você uma curiosidade que a fizesse se desproteger.

- Mas a mim? – Ela perguntou com curiosidade. – Mas com que intuito?

Snape sabia muito bem quem poderia estar querendo Jackeline: Belatrix. A maldita sempre querendo agradar “seu lord”. Ele sabia que a víbora andava enfiando coisas na cabeça oca de Draco, e que ficara muito aborrecida com a negação dele em levar Jackeline ao lord negro. Alem de tudo, Bela também tinha informações importantes a respeito do passado de Jack. Afinal, apesar de tudo, ela era casada com Lestrange. Severus não duvidava que a desgraçada tivesse procurado todas as informações sobre Jack, para então tentar leva-la de alguma forma ao mestre das trevas.

Snape voltou da imersão nos próprios pensamentos, arqueou uma sobrancelha sardônica para Jackeline e respondeu:

- Eu não sei... Quem sabe você não pode ‘prever’ – Ele enfatizou a palavra prever - e me contar?

- Aaahhh entendi... ehehehe... – Jack tinha novamente uma expressão descontraída no rosto.

Snape sorriu irônico. Adorava vê-la daquela forma tolinha...

Jack enrubesceu. Adorava quando ele bancava o esperto e acreditava que ela era tola apenas por que ela gostava de fazer graça.

- Bem – Ele disse se levantando – Tenho que almoçar no salão principal. Peça o almoço pela lareira. Mais tarde falaremos mais sobre isso...

- Não... Acho que vou para meu quarto... – Ela disse calmamente.

Snape olhou-a com curiosidade. Achou que ela tivesse entendido que agora o lugar dela era com ele... Será que não ficara claro quando ele a convidou para dormir com ele na noite anterior?

Ela levantou-se também e já ia saindo quando ele pegou-a pela curva do cotovelo e disse:

- Não. Você não vai sair daqui.

Jack gargalhou.

- Muito engraçado... – Ela disse vermelha de tanto rir, e completou: - Agora deixe-me ir. Tenho que arrumar algumas coisas, repassar alguns feitiços e falar com Minerva... Preciso ver quando posso marcar outra aula com ela...

Obviamente que ela não entendera que convida-la para dormir com ele, significava mais do que uma noite.

- Acho que você não entendeu. – ele falou com firmeza – Você não vai sair daqui. Vou mandar alguns elfos trazerem suas roupas e pertences para cá. – ele falou inspecionando o rosto de Jack.

- Você está ficando louco se acha que vai mandar em mim. – Ela falou desafiadora. – Eu ainda não entendi direito o porquê me prendeu aqui – Voltou ao assunto que não queria discutir – O que queria? Acha que sou um bichinho de estimação que você pode manter na coleira?

Snape apenas olhou para ela saindo pela porta do quarto em direção a ante sala de seus aposentos. Estava morrendo de raiva. Segurou-se para não jogar sobre ela o feitiço encarcereus. Estava lutando bravamente contra o ímpeto de querer pega-la a força. Mas era um homem racional. Poderia tentar convence-la... Mas como?

Ele não soube o que o fez dizer aquilo... As palavras apenas saltaram de seus lábios:

- Você vai se casar comigo.

Jack estacou com a mão na maçaneta da porta de saída dos aposentos de Severus.

Ela havia ouvido direito?

Virou-se lentamente para encara-lo. Ele tinha o rosto confuso. Parecia assustado consigo mesmo... Ela revirou os olhos com impaciência. Para ela, ele estava propondo casamento como ultima medida para controla-la. Então bufou e voltou-se para abrir a porta e disse:

- Até mais Severus.

Snape estava bestificado. Queria controla-la... Mas algo superior a isso também falava em seu peito. Uma idéia tola de que teria uma família... E quem sabe, ao findar da guerra, ele poderia desfrutar da vida com uma esposa carinhosa, e um filho devotado...

- Espere! – Ele disse. – Não me respondeu. – Falou com convicção reforçada. INFERNOS! Ele realmente queria-a como esposa.

- A resposta? E isso foi um pedido? Por que me pareceu mais uma ordem... – Ela falou ainda de costas para ele.

Snape lembrou das próprias palavras... Sim, tinha sido uma ordem dita do fundo do coração. Sentia que tinha direito sobre ela! Mas viu que nunca conseguiria impor nada a Jack. Tinha que doma-la, e no caso, ela não era do tipo de fera que se controlava a força. Tinha que conquistar-lhe a confiança.

- Não... Não me expressei bem... – disse com a voz aveludada cheia de más intenções. – Eu estava pensando em quanto eu gostaria de tê-la como minha esposa... E as palavras... – Ele titubeou propositalmente – Pularam dos meus lábios... Na verdade eu ia lhe propor... E não...Er... Impor.

Ela virou-se lentamente. Ele viu nos olhos azuis piscina um brilho satisfeito. Ela queria. E ele sabia disso agora. Então aproximou-se dela...

- Jackeline Ludmila Rich, aceita se casar comigo? – Ele perguntou levando as mãos à cintura dela, fazendo com que o ventre de Jack ficasse em contato com o quadril dele. Ela olhava para as mãos dele na cintura dela. Ele soltou-a de um lado e pegou-a pelo queixo, forçando-a a olha-lo nos olhos.

Os olhos negros e profundos... Uma vertigem... Ela sentia-se caindo no jogo de olhar dele....

- Aceito – Ela disse com lágrimas nos olhos.

Snape sorriu e arqueou uma sobrancelha. Ele estava muito feliz consigo mesmo. Quem diria...

A consciência de que nunca foi desejado por ninguém da forma como Jackeline o desejava, fez com que ele sentisse a segurança de que ela o amava. Talvez se fosse com outra mulher, ele nunca tivesse feito o pedido... Não era tolo. Ele sabia que tinha uma imagem intimidadora de “morcego das masmorras”... – ele pensava, quando...

... Os lábios carnudos e rosados pressionados contra os dele... Ele havia se esquecido momentaneamente que estava frente a frente com Jack.

Ele a havia acabado de pedir em casamento. Jackeline o olhava com curiosidade. As expressões no rosto dele. Parecia muito satisfeito. Ela esperou alguma atitude carinhosa depois do pedido, mas Snape estava hipnotizado com os próprios pensamentos. Ela podia tentar legilimencia, mas certamente ele perceberia e a expurgaria da própria mente. Então, ela agiu:

Colocou-se na ponta dos dedos dos pés e beijou-o.

Ele abraçou-a e correspondeu.

Um beijo quente e suave...

Alguns instantes depois o beijo findara-se, e os dois encaravam-se.

- Existe alguma diferença do casamento bruxo para o casamentos trouxa? – ela perguntou um pouco atordoada.

- Não muita... Mas acho que prefiro um casamento trouxa.

Jack olhou-o com estranheza.

- Meu pai era católico... – Ele ia falar mais, mas freou-se. Sentia-se tão ligado a Jack, que já estava revelando despreocupadamente segredos de sua vida particular.

- Você é mestiço? – Jack perguntou com um vinco entre as sobrancelhas.

- Isso não vem ao caso... – Ele falou afastando-se dela. Ela tinha a capacidade de deixa-lo a vontade. E isso era perigoso. Ele não podia revelar nada sobre a própria vida, pois poderia ser perigoso para ambos... Principalmente para a identidade de espião que ele tinha que zelar.

- Ok... não farei mais perguntas a esse respeito – Jack falou quando percebeu o resquício de angustia na fala de Snape. – Mas não pense que só por que agora sou sua noiva, vou ficar trancafiada no teu quarto. – ela disse desafiadora – E outra coisa, eu não pretendo ficar morando com você nesse aquário invertido. Se vamos nos casar, quero ir para um lugar arejado, que tenha janelas de verdade. Não gosto de acordar me sentir no meio da história de ‘2000 léguas submarinas’.

Snape revirou os olhos. Mulher mandona. Mas ele poderia ficar com ela nos aposentos da ex-diretora da lufa-lufa. Adorava a escuridão das masmorras... Mas depois poderiam encontrar um meio termo... Sem bem que – Ele pensou – Que ao final do ano, talvez ele não mais estivesse na escola... - Uma dor estranha no peito. - Será que havia feito a coisa certa quando a pediu em casamento?

Jack viu os olhos negros confusos. A sombra de uma dor na íris misteriosa. Ela não conteve-se:

- Tudo vai dar certo no final. – Disse baixinho para ele. – E se ainda não esta tudo bem, é por que ainda não chegou ao final.

Ele olhou-a com curiosidade. Aquela frase parecia ter sido tirada do repertório de Dumbledore...

- Tenho que comparecer ao almoço – Ele cortou. – Por enquanto fique no seus aposentos. Depois veremos o que irá acontecer...

Com essa nota de incerteza, ele saiu dos próprios aposentos. Mas dessa vez, a porta estava enfeitiçada para trancar-se apenas quando Jack saísse.

Inerte, Jack delirou sonhos de uma bela família em quanto passava com o olhar a volta. Os olhos cor do céu pousaram sobre algo que se movia em um canto próximo a cama. Ela aproximou-se... Com surpresa constatou: Uma foto bruxa. Ela abaixou-se desajeitada pela grande barriga, e com uma mão segurando a coluna, apanhou a foto...

Um sorriso espontâneo surgiu em seus lábios. ERA SEVERUS! Severus Jovem.

Ela passou um dedo sobre a figura desde sempre obscura. Então, passado o impacto de ver o mestre rabugento adolescente, deteve-se em outros detalhes da fotografia...

Uma moça... – ela constatou.

Ruiva, cabelos nos ombros, olhos verdes, muito magra, com sardas graciosas no nariz empinado...

Cogitou: Seria uma namorada de Snape? Uma namorada dos tempos de escola? Mas ao ver o casal da foto com cuidado, ela desmistificou este questionamento: Não, não eram namorados. Era inusitado e tão distantes um do outro... Snape-jovem tão tímido... Era certo que ele parecia olha-la com admiração e cobiça... Mas a garota estava a parte, como se ligeiramente envergonhada com a situação. Distante dele.

De onde teria vindo aquela foto? – Jack pensou olhando a volta.

Jack puxou pela memória, então revendo a manhã conturbada que tivera, lembrou-se da caixa que havia arrancado do armário de Severus... Pensou em abrir novamente o Guarda roupas para guardar a foto, mas resolveu que ter aberto uma vez sem o consentimento fora um erro, então, guardaria a foto para entregar a Severus em outra ocasião.
No todo, sentia-se feliz. Iria se casar. Teriam um filho! Seriam uma família!

Guardando a foto na roupa, ela saiu em direção aos próprios aposentos.

SJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJSJ

Já era sábado a noite, dia de mais uma das festinhas de Slugorn... Os dias haviam passado rápido de mais para que ela pudesse absorver sua nova condição: Estava noiva! Mas também, Severus esforçava-se em lembra-la toda noite disso. – Ela sorriu com o pensamento. Ele passara a semana toda freqüentando os aposentos dela durante a noite... E ela não podia negar que havia adorado!

Terminava de vestir-se quando ouviu a batida impaciente na porta:

Severus – Ela pensou aproximando-se da porta em expectativa. Liberou a entrada para ele enquanto dirigia-se novamente à penteadeira para colocar o ultimo detalhe: os brincos.

Snape, que já freqüentara durante toda a semana os aposentos da mulher, entrou logo em seguida encostando a porta, para só depois prestar a atenção em Jack.

Ele a viu curvada na frente da penteadeira. O rosto redondinho dela refletido no espelho. Ele notou os lábios pintados de rosa entreabertos denotando concentração no ato de colocar o penduricalho azul e brilhante na orelha. Ela não disse nada... Ele aproximou-se examinando a roupa que ela escolhera: Um vestido branco com detalhes prata que brilhavam como pequenas estrelas no tecido. Muito longo e com mangas cumpridas. Era bonito e delicado.

Ela virou-se para ele, e ele notou o detalhe: Uma corrente prata com pedras azuis presa em “V” abaixo do quadril destacava a silhueta grávida dela, e dava ao vestido um ar de veste medieval.

Estava perfeita aos olhos dele! As jóias de safira em harmonia com os olhos dela...

- Gostou? – Ela disse aproximando-se. – Foi minha mãe que me deu – ela disse mexendo no cinto de pedras azuis – Era dela... Ela usou isso em um baile de posse na Casa Branca, quando estava grávida... – Jack falou sonhadora – Tadinha... Ela perdeu o bebe no parto, ai decidiu pela adoção... E aqui estou eu... – Falou abrindo os braços.

- Está muito bonita. – Ele disse simplesmente.

Céus! Aquilo havia sido um elogio!!! – Jack pensou sorrindo. Ela não se fez de rogada. Aproximou-se mais dele e beijou-o.

Snape sentiu-se flutuando quando ela o beijou. Tão doce... Maravilhosa... Ele adorava. Apertou-a junto de si para tornar o beijo mais profundo...

Jack amoleceu ao toque dele... Depois de alguns segundos afastou-se vermelha e disse:

- Acho melhor irmos andando... Ou acho que acabaremos desistindo...

- Eu não faço questão – disse Snape irônico. Ele odiava aquelas festas. Antes ia apenas para encontrar com Jack (Na bem da verdade, para ficar de olho nela... Não sabia se algum auror - e ele pensou em Shaclrebolt - estaria por perto)... E agora que eles estavam juntos, não fazia a menor diferença para ele. No entanto, ele lembrou-se de algo importante: Havia combinando com Dumbledore de levar Jack para discutir sobre ela não precisar mais se encontrar com o Lord das trevas. Então ele disse resignado:

- Entretanto, temos que ir a presença de Dumbledore... Eu combinei com ele de leva-la ao escritório hoje, durante a festa de Slugorn...

Sobre o que se trataria essa conversa? – Jack pensava com um vinco entre as sobrancelhas. Ninguém havia falado nada a esse respeito com ela. E o que eles queriam afinal???

- Acalme-se – Snape falou olhando-a nos olhos. Quando chegar a hora você saberá.

AIIMMM! COMO ELA ODIAVA QUANDO ELE FAZIA LEGILIMENCIA NELA!

- Pare com isso! – Ela repreendeu desviando os olhos dos dele.

Snape riu baixinho.

- Eu te odeio – Ela disse empurrando o tórax dele.

- Não odeia não – Snape retrucou com ironia. – eu sei que não – Disse com uma voz grave arqueando uma sobrancelha.

- Ta... Vamos logo. – Jack respondeu mal humorada dirigindo-se a porta. Realmente odiava quando ele invadia-lhe a mente! Era desrespeitoso! Deveria ter privacidade pelo menos na própria cabeça!

Os lábios do homem curvaram-se um tantinho para cima e ele aspirou ruidosamente o ar dos pulmões pelo nariz sardonicamente. Adorava vê-la irritada. Era um dos prazeres em conviver com Jackeline.

Ela ganhou o corredor, e ele a seguiu. Jack sentiu vontade de abraçar Snape, ou então pega-lo na mão... Mas sabia que a relação deles não podia ganhar os ouvidos dos alunos... Então apenas caminharam juntos até a sala do diretor.

Snape disse a senha, e juntos subiram pela escada em caracol.

Jack adiantou-se e bateu a porta da sala do diretor.

- Entrem – disse a voz conhecida.

Jack olhou para Snape, que por sua vez abriu a porta e parou ao lado para que Jack adentrasse primeiro. Ela sentiu um calor aconchegante no peito com o gesto dele, o que a fez entrar com um sorriso cheio de verdade nos lábios.

Dumbledore olhou para a moça que acabara de chegar entrar seguida de Severus, que encostava a porta. Ela tinha um sorriso sincero e satisfeito.

O velho retribuiu o sorriso. Se ela estava feliz daquela forma, significava que Snape estava tratando-a bem, e que o mestre finalmente estava abrindo o coração novamente.

- Sente-se querida – Disse Dumbledore apontando o acento a sua frente.

Jack acomodou-se e olhou de Snape para Alvo com certa apreensão. O que aqueles dois estavam aprontando? Sim, pois só podiam estar aprontando! A cumplicidade dos olhares que eles trocavam e logo em seguida transformavam-se em astuciosos ao encara-la, era perceptiva para ela, e muito irritante.

- Senhorita Rich... – Dumbledore começou – creio que devamos conversar sobre aquele assunto de que você deveria se encontrar com Lord Voldemort...

Os olhos de Jack estreitaram-se. Ela tentava compreender o que havia por trás do jogo de palavras do velho astuto.

- Muito bem. Qual dos dois irá me contar qual é a nova conspiração?- Jack falou impaciente.

Snape olhou para Jack com reprovação, mas Dumbledore sorriu indulgente e recostou-se no assento da cadeira quando disse:

- Acalme-se minha querida. Na verdade, é uma boa noticia. Você não precisara mais se encontrar com Voldemort – O velho falou despreocupado.

Ao ouvir o nome do lord, Snape arrepiou-se e fez uma careta de desagrado. Entretanto, a reação de Jack fez com que o homem de negro esquecesse momentaneamente a gastura em ouvir em alto e bom som o nome do montro:

- MAS QUE IDIOTICE É ESSA! EU JÁ DISSE QUE VOU!

Snape, surpreendido, não disse palavra. Coube a Dumbledore quebrar o silêncio que se instaurou após a reclamação da moça.

- É perigoso querida. Não podemos permitir. No seu estado...

- Dumbledore. Eu não sou tola. Sei que as vezes pareço um pouco fora do meu centro... Mas sei o que esta acontecendo. E sei que preciso ir. E eu vou ao encontro do tal lorde das trevas. – ela falou com firmeza.

- Você é tola! É a mulher mais idiotamente teimosa que eu conheço! – Snape disse socando o braço da cadeira na qual Jack sentara-se furioso.

- Como se você conhecesse muitas mulheres... – Jack falou irônica ao levantar os olhos para ele. No mesmo minuto Snape deixou o queixo cair levemente, e Dumbledore deu um chiadinho como se segurasse o riso.

- Esta decidido. Você não Vai Jackeline. – Snape disse agora controlando-se para falar calmamente.

- Ah, agora você sabe meu primeiro nome?

- Eu sempre soube, mas chama-la pelo ultimo nome era uma questão de respeito... Porém, você se mostra cada vez menos digna de tal tratamento.

- Você é um cretino! Não adianta me destratar! Eu sei o que você sofre, e sei o que terá que passar se continuar a postergar minha ida à esse lorde-de-não-sei-das-quantas. Por isso, eu vou. Eu não quero que você sofra, eu não quero ver você chegando quebrado e dolorido ao castelo, como muitas vezes eu o vejo! Então, não adianta me hostilizar, pois eu vou! E se quer mesmo me proteger, como parece que quer, trate de ir comigo, ou eu irei sozinha! – Jackeline falou rapidamente. Ao final, ela tragou o ar com força, e em seus olhos era possível ver lagrimas cristalinas equilibrando-se para não rolarem pela face ruborizada.

Snape engoliu em seco ao ouvir as palavras de Jack.

Dumbledore estava sentado ereto. Já não havia mais graça. A moça estava mesmo disposta a arriscar-se por Snape. O que ele sempre quis para seu professor mais fiel havia se tornado realidade: Uma boa moça abnegada e amorosa estava disposta a doar-se incondicionalmente pelo mestre, e aquilo era no mínimo... Providencial...

Snape voltou-se para Dumbledore com o rosto marcado pela fúria assassina de um tigre protegendo a companheira e a cria.

Os lábios finos nada diziam, mas os olhos negros e profundos gritavam: A CULPA É SUA!

Então Dumbledore levantou-se, caminhou até Jack. Teria que concertar tudo aquilo.

- Querida. – Dumbledore chamou-a - Ao final do ano, Snape cumprira uma tarefa a meu pedido. Uma tarefa que muito agrada Voldemort, mas que fará muito melhor para o lado da luz... Você já sabe o que é minha criança...

Jackeline engoliu em seco ao lembrar-se de certa conversa que teve com Dumbledore. O velho estava morrendo... O que ele queria era alguém que terminasse o serviço...

Esquecendo-se o porque estava ali brigando, ela voltou a atenção para o novo assunto: A tarefa ingrata de Snape. Então ela odiou... Odiou Dumbledore com todas as forças. Agora ela sabia quem terminaria com o sofrimento do mago branco mais poderoso do mundo. Seria a pessoa que mais o respeitava em todo mundo. Como Dumbledore podia fazer isso com Severus? Como ele podia fazer isso com o homem que ela aprendera a amar? O que Snape fizera de tão ruim que não o permitia livrar-se dos pedidos capciosos de Alvo Dumbledore?

Jack pensava, mas não achava motivos para que Snape tivesse uma lealdade tão incondicional... A raiva, o ódio, a revanche tomou conta dela. Então ela levantou-se e vociferou para Dumbledore com toda força que possuía:

- Velho maldito – Agora ela não segurava mais as lagrimas. – Como foi capaz de pedir isso a ele? – Ela falou amargurada agora olhando para Snape. – Não vê o quanto ele confia no senhor? Não vê o quanto ele o ama? O que diria se teu pai pedisse a você que o matasse? Não vê o quanto ele já sofreu? – Ela disse aos soluços. – Esta gravado nele, em cada nota amargurada de sua voz grave. No modo de andar, no modo luto de se vestir... Você não vê velho? Não vê que ele é carrasco de si mesmo? Não vê que ao pedir-lhe para que faça esse serviçinho para você, ele estará matando mais a si mesmo do que a você?

Snape estava perplexo. Como ela sabia de tudo aquilo? Ela estava dentro de sua alma? E Dumbledore? Por que não a mandava calar?

O mestre esquivou-se. Olhou de Dumbledore para Jack como se tivesse levado uma punhalada. Então saiu e bateu a porta. Estava sem ar quando encostou-se na porta. Desceu as escadas em caracol com o peito ofegante, como se houvesse corrido por horas... Sentia o canto dos olhos queimando. Mas não chorava. Não se permitia.

Jack agora sentia-se mal. Um desconforto no ventre... O filho revoltado com as emoções fortes, chutava-a impiedosamente nas costelas.

Ela olhou sôfrega para Alvo. Neste momento ela engoliu em seco. O improvável: Dumbledore estava com lagrimas nos olhos. Parecia mais velho, mais sofrido, a beira da morte. Os olhos não cintilavam alegria como de costume, mas pareciam opacos e sem vida como se na alma já não vivesse mais.

- Eu não me orgulho do que faço Jack. – Ele disse baixinho. Sabia que merecia cada palavra gritada pela moça. Era manipulador. Quem sabe o que poderia acontecer. Será que a vida de Harry era mais preciosa do que a de seu mestre de poções? Será que a vida de Harry era mais preciosa do que a vida o filho de Jack e de seu mestre? Será que a vida de Harry era mais importante das que já haviam se perdido pelo caminho?

- Não. – Disse Jack.

Dumbledore olhou para a moça sentindo um misto de confusão e tristeza.

- Você baixou a guarda. – Ela explicou o fato de ter visto os pensamentos de Dumbledore. – Então eu te respondo – ela falou tristemente - A vida dele, de Harry, não é mais importante que a vida de nenhum outro ser humano. Mas eu compreendo-o. Ele é parte deste quebra cabeça, e só ele pode montar a última parte. Só ele pode acabar com o reinado de escuridão que Voldemort trará...

- Esta pegando a terrível mania de fazer legilimencia sem autorização Jack?

- O senhor estava em silêncio... E eu...

- Tudo bem filha. – Dumbledore perdoou.

- Diretor... O senhor também carrega um grande fardo... E eu sei senhor, quanto a Snape, eu sei que é preciso... Eu compreendo por que o senhor continua... O senhor tem uma visão ampla das necessidades de mundo, entretanto arrisca outras vidas para que Harry respire tranquilamente por mais um dia, por que o senhor quer a chance de conviver com o garoto... E eu acho isso plausível. Completamente justificável... Mas o que me deixa mais triste diretor, é ver que Snape nem se esforça para se libertar das coisas que você impõe a ele... Ele também não se esforça para sobreviver e conviver com nosso filho... Por que Severus não é assim? Por que ele não se nega. Por que ele não luta por si mesmo de vez em quando? Ele não tem amor próprio? Ele não tem amor a mim? Não tem amor ao filho dele que carrego?

- Ele ama vocês querida, mas acredita que não vale os próprios esforços Jack. Ele manteve-se vivo apenas para poder fazer mais...

- Mas por que? Ou melhor, mais por “QUEM” se antes ele não tinha ninguém??? – Jack falou magoada - Ele é um bom homem senhor. Eu sei. Ele faz tudo isso pela luta da ordem... Mas e ele? Todos tem um pouco de egoísmo, mesmo em assuntos de guerra... Mas ele... Ele sequer pensa em viver para conhecer o filho?

- Jackeline – Dumbledore disse e aproximou-se da moça. – Eu sei o que pensa. Ele a ama. Ele ama o filho que você espera também. Ele ama vocês dois mais do que a qualquer outra pessoa no mundo... Porem, ele tem uma divida com sigo mesmo. E ele não descansara até paga-la.

- Eu tenho medo de perguntar... Mas preciso saber – Jack falou engolindo em seco. Ela levantou os olhos para Dumbledore, então finalmente perguntou:

- Qual é o preço dessa divida que ele tem com ele mesmo?

Dumbledore inspirou profundamente. Não era dado a tais liberdades, mas sentia que os olhos azuis e leais de Jack traziam a ele a recordação de algo em seu próprio passado... Ela lembrava-lhe uma pessoa muito querida...

Então o velho tocou-a no queixo e puxou-a para si em um abraço terno. E disse:

- O preço que ele pretende pagar a si mesmo tem um valor muito alto para as pessoas que o amam... Mas para ele não é nada. O preço que ele pretende pagar é a fatura da liberdade de espírito que ele sempre buscou. O preço que ele impôs a si mesmo é a própria vida.

Neste momento Jack ofegou e afastou-se dos braços de Dumbledore. Seu rosto denotava certa ância. Dumbledore não a censurou, e continuou a falar:

- Ele empenhou cada suspiro no cumprimento dessa missão quase impossível: “proteger Harry”. E assim ele fará qualquer coisa para que Harry continue com sua missão. Inclusive me matar. Inclusive morrer pela causa.

Jack levou as mãos à boca. Assim como ela, o filho estava revolto, e o enjôo era sinal disto.

Sentiu a garganta travada. Ela o perderia. Ela o amava. Como ele podia? – Jack se questionava com revolta. Então explodiu:

- A quem ele deve pagar essa divida ingrata? A QUEM? Só se for para mim ou para o filho que espero! Por que agora a vida dele não pertence mais a ele! – ela disse gesticulando furiosa - NÃO! A VIDA DELE ESTA LIGADA A MINHA! ESTA LIGADA A DO NOSSO FILHO! POR DEUS! POR DEUS! – ela não segurava mais as lágrimas - AQUELE DESGRAÇADO NÃO FARÁ ISSO COMIGO! – disse com raiva - EU NÃO PERMITO! ANTES EU! ANTES EU! – batia no próprio peito, mas não apenas por simples gesticulação, mas por que sentia o coração pulando contra o tórax, e era como se a qualquer momento ela pudesse segura-lo na mão. - QUE EU VÁ EM SEU LUGAR ENTÃO! SÓ ASSIM NOSSO FILHO NÃO FICARIA ÓRFÃO! POR QUE SE ELE FOR EU MORREREI TAMBÉM! QUE ELE FIQUE CUIDANDO DE NOSSO FILHO ENTÃO! QUE ELE FIQUE E EU VÁ EM SEU LUGAR!!! – Ela vociferou, então os olhos de Dumbledore cintilaram, e Jack sentiu seu bebe revoltado, chutando-a. Uma estranha falta de ar. Ao olhar para baixo, ela viu que a própria varinha em sua mão soltava faíscas púrpuras. Assustada com o fenômeno e buscando o controle, ela sentou-se numa velha cadeira estofada e enterrou a cabeça entre as mãos. Sentiu a cabeça doendo, como se a ponto de explodir, seus olhos vidrados nos próprios pés escorriam lágrimas... Mas não era um chorar. Era fúria que ela sentia...

Então...

°°°Fast°°° Snape entrando em uma sala muito degradada atrás de um ser hominídeo que carrega uma cobra numa redoma. Snape argumentando. O hominídeo com cara de cobra olhando-o traiçoeiro. Snape parecendo tranqüilo. O homem-cobra comandando a redoma da cobra até Snape. A cobra atacando Snape. Snape indo ao chão após ser mordido no pescoço. Homem-cobra saindo e levando consigo a cobra gigante...°°°Fast°°°

JACKELINE! – A voz rouca do ancião chamava.

- NÃOOOOOO! - Jack acordou da premonição. Estava com o rosto sem cor, o coração batendo loucamente... Ela apalpou o ventre, sentiu a barriga dolorida. E uma voz alterada ao fundo...

Era Dumbledore que estava ajoelhado diante dos quadros de seu escritório clamando para que alguém chamasse mandame Pompy.

As visão que ela tinha da sala foi distorcendo-se. Os quadros bestificados não eram mais que borrões de tinta, e a voz de Dumbledore chamando por Pompy tornou-se longínqua... E assim Jack desacordou de uma vez.

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Oi meia dúzia de pessoas que lêem essa fic!
Tudo bem com vcs?
Pow... Eu sei que tah um saco a história, que a personagem eh excêntrica, que o meu Snape eh mau... mas sei lá né? Vcs poderiam comentar pra me deixar felizinha né?

=[

Ah céus... Nem sei pq eu continuo a escrever fic... Principalmente essa aqui... Visto que jah sabemos o final dela não eh?
E visto que o numero de pessoas que lêem tem diminuído drasticamente....
Ah... E eu tenho um flog... Querem dar uma olhada na retardads que escreve tanta besteira???
Ai vai o link:
http://www.fotolog.com/believe_me_baby
Passem lá, e se tiverem flog me add e deixa uma mensagem pra que eu possa add vcs tb ok?
Eu att sempre meu flog, então, se me deixarem mensagens eu vou ler sempre. Sem erro (diferente do orkut q eu quase num entro).
Mandem reviels lá. Seria o máximo!
X]
Bjokas genteee!
*Jogando pó de flu na lareira*

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