Primeiro as impressões



Cap 6:Primeiro as impressões

Dill encarou o homem que era seu pai. Como sua mãe pôde gostar dele?

- Por favor, sente-se, deixem-me explicar como vocês vieram parar aqui.

Os três se sentaram nas cadeiras que havia na frente da escrivaninha e perceberam com um barulho que Harry havia chegado.

- Olá, Potter, as coisas dos garotos já estão lá embaixo, por que não vai lá se assegurar de que Pirraça não irá furtá-las? - o diretor fala de maneira a deixar bem claro que não queria o jovem professor na sala.

- Claro, se você quer...

Ele se retira, deixando-os a sós. Snape volta a encará-los.

-O professor Potter será o professor de vocês na Defesa contra as artes das trevas, como já devem saber, e lhes dará umas aulas particulares, mas isso não é assunto para agora. Quero que vocês entendam como vieram para aqui e o porquê de não terem vindo logo. - ele toma fôlego e começa a explicar - Vocês estão aqui graças a um programa do Ministério, não tão novo, que surgiu para "reintegrar" os filhos daqueles que participaram da Guerra contra o Lord das Trevas a alguns anos... O que aconteceu foi que, aparentemente, o trauma que essas novas famílias passaram foram um pouco fortes, fortes a ponto de que algumas deixaram a Inglaterra, se refugiaram em outros lugares do mundo e se esqueceram de voltar para sua pátria para educar seus filhos do jeito que manda a boa consciência, digamos assim. Então, de uns tempos para cá Hogwarts ficou com um nível de alunos baixíssimos. Eu, como diretor, tive que tomar medidas drásticas, me aliei ao Ministério, fizemos pesquisas e descobrimos esse fato: as famílias estavam preferindo ficar longe daqui por causa das más lembranças de parentes e amigos perdidos. E pior: os seus filhos, nascidos depois da Guerra estavam tendo um nível de desenvolvimento mágico muito tardio, a magia deles não estava querendo aparecer, o que é realmente preocupante. Os bruxos não podem se extinguir. Então, tomamos as providências necessárias, mexemos alguns “pauzinhos”, fizemos o possível, e surgiu esse projeto: Reintegração de Possíveis Não-Trouxas. E aqui estão vocês.

Ele termina. Os três continuaram silenciosos, e muito abismados com a história de Snape. Os bruxos não estavam se desenvolvendo? Que coisa horrível de se acontecer!

- Mas, senhor diretor - Penny começa, Snape a encara - agora a situação está controlada, não é?

- Sim, felizmente. Além de lançar esse projeto de reintegração de não-trouxas nós também fizemos um programa de Intercâmbio entre escolas, por isso aqui vocês encontraram pessoas de todas as nacionalidades, línguas, jeitos,
hábitos...

- Mas e brasileiros? - Den perguntou como se não se importasse.

- Vocês são os primeiros. Claro, temos alguns bruxos de Portugal, e da África do Sul também, mas vocês são os primeiros brasileiros...

- Nossa, que "responsa"! - Den fala com cara de quem estava preocupado de serem os responsáveis por representar os brasileiros nessa difícil missão.

- É, realmente, é uma baita "responsa"... - Snape fala com uma cara de poucos amigos e muito irônico. Den dá uma risadinha para ele; Dill teve que se segurar para não gargalhar do olhar do pai para o garoto e Pen lhe lançou
um olhar cortante. Ele era mesmo um atrevido.

- Mas, deixando de lado toda essa "responsabilidade", ainda temos assuntos pendentes...

- Você está falando do meu poder de oclumência, da legilimência da Dill e da vidência da Pen?

- Isso mesmo senhor Cavalcante. Vocês são tipos de bruxos que nós nunca pensaríamos em encontrar nesses tempos marcados por deficiência nos níveis mágicos, e foram mais surpreendentes ainda porque seus poderes só foram ficar mais fortes agora, justo agora...

- O que você quer dizer com esse agora?

Snape olha para o garoto. Ele já estava falando demais.

- Agora no exato momento quando todos vocês fizeram 16 anos... Então, para cuidar desses poderes vocês terão aulas particulares. Vocês dois - Snape aponta para Den e Dill - terão aulas com o professor Potter. E você - aponta para Penélope. - terá aulas de vidência com o nosso professor de Adivinhação. Ele é o melhor nesse ramo, acredite. Acreditamos que o senhor Jacob Mont'Alverne é o único verdadeiro vidente que apareceu desde a
famosa Cassandra Trelawney.

Ao ouvir falar o nome Jacob, os três se olharam. Bem, Penny havia acertado: existia mesmo um Jacob, e ele seria o seu professor.

- Por enquanto acho que é só. Agora teremos de descer para o salão Principal: eu mandei preparar uma festa de chegada para vocês. - dizendo isso ele dá um leve sorriso e se levanta. Os três, ainda aturdidos, fazem o mesmo e o acompanham até a bela porta da sala. Ele deixa a porta aberta para que os três passem, a última é Dill.

- Precisamos conversar. E a sós. Depois do jantar, aqui na minha sala. - ele sussurra para ela.

A garota não esperava aquele ato, por isso nada fez, apenas ouviu de cabeça baixa, depois o seguiu pela porta. Ainda teria que conversar com ele, aquilo não havia acabado?

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Eles seguiram pelos corredores desertos. Aparentemente eles eram os únicos, porque todos estavam à espera deles no salão. Os garotos olhavam todos os detalhes, parecia a eles um castelo medieval, iluminado por archortes, teto alto, paredes e chão de pedra envelhecida pelo tempo, armaduras, pinturas e enormes estátuas ilustrando os corredores. Era tudo incrível demais. Os quadros, todos se mexiam, seus moradores olhavam para eles com um ar de curiosidade, outros até os cumprimentavam. Até que eles chegaram a um local que parecia ser o térreo, pois havia uma enorme escada de frente para um gigantesco portão de madeira, do outro lado havia outra porta, de onde saía barulho de conversa e algazarra. Um homem extremamente alto, com uma barba
negra e cabelos meio envelhecidos, esperava do lado de fora do portão para a sala.

- Snape, até que enfim! Vocês estão meio atrasados, sabe? Pirraça já estava causando pânico a todos, dizendo que os garotos haviam sofrido um atentado e...

- Não me interessa, Hagrid. - Snape cortou. - Eu só estava conversando com eles, agora já chegamos. As coisas já estão no lugar?

- Sim, sim. Tudo do jeito que o senhor ordenou.

- Ótimo! Eu entrarei primeiro. Eu apresentarei vocês, e então, quando Hagrid der o sinal, vocês poderão entrar e se juntar a mim na mesa dos professores para a seleção de casas. Esperem um momento aqui. - ele sai em direção à
porta e a atravessa com elegância e disposição, deixando os garotos confusos do lado de fora do Salão.

Eles se olham mais nervosos ainda.

- Você não falou nada dessa seleção, Pen!

- Eu me esqueci, Dill, desculpe! Mas é uma coisa simples, não precisa se preocupar. Nós só vamos ser selecionados para uma das 4 casas de Hogwarts: Grifinória, Lufa-lufa, Corvinal e Sinserina. É fácil! Eu acho... Meus pais eram da Corvinal.

- Você acha? Ai, eu vou vomitar...

- Calma, calma, é simples mesmo, não precsa se preocupar... - o homem grande falou para Dill, ela o olhou e viu que ele sorria de um modo traquilizador.

- Ei, qual é seu nome? É Hagrid?

- Sim, sim! Rúbeo Hagrid: guarda-caças de Hogwarts.

- Hum, prazer. Meu nome é Dill. Este é Den, e a loura é a Penny.

- O prazer é meu! Hehe... não precisa ficar preocupado ou constrangido, Dill. É uma coisa fácil de fazer, aliás, vocês nem precisarão fazer nada. E quanto às casas: sabem para qual querem entrar?

- Meu pai disse que era dessa Corvinal também, Pen. Será que nós vamos ficar juntos?

- Não sei, talvez. Tomara que sim!

- E você, Dill?

- Eu o quê?

- Qual era a casa do seu pai?

- Eu...

- Garotos, rápido! É a hora de vocês entrarem! Depressa! E se lembrem: não tenham medo, encarem todos de frente! Vão!

E com a enorme mão, Hagrid empurra os três para dentro do salão. O local era enorme! Eles não sabiam para onde olhavam: se para a frente onde estava uma mesa enorme com os professores e Snape os esperando, se para os lados, onde havia mesas tão grandes quanto a dos professores só que cheia de alunos, ou para cima, pois o teto estava mostrando o céu de uma maneira espetacular.

Den, como sempre, parecia estar não se importando onde estava e saiu na frente, andando como se ele fosse o diretor. Estava era mais nervoso que as duas garotas juntas. Dill foi atrás do amigo, tentando não olhar para os
lados, pois todos estavam os encarando, e Penny se sentiu realizando um grande sonho: entrar no lindo Salão de que seus pais sempre falavam de forma saudosa.

Ao chegarem perto da mesa dos professores, eles subiram uma pequena escada e se colocaram ao lado de Snape. Este se encontrava em pé de frente para todos, ao lado de um banquinho que tinha um chapéu de bruxo muito velho e remendado. Os três reconheceram Harry e Tonks, e deram "thauzinhos"a eles.

- Este é o Chapéu seletor. Ele determinará em qual casa vocês ficarão. Boa sorte. Eu quero que Dillyan Andrade se sente aqui.

Dill recebeu umas cutucadas de Pen e se dirigiu ao baquinho. Snape então colocou o velho chapéu sobre sua cabeça. De repente ele começou a se mexer em cima da cabeça dela.

- Olhe só quem temos aqui! A filha de Snape. É uma honra estar na sua cabeça agora, senhorita...

Dill se sentiu amedrontada, queria tirar aquele pedaço de pano da sua cabeça.

- Calma, calma! Não pense em me jogar fora, eu só estou aqui para ajudá-la. Vamos ver... é inteligente, um pouco impaciente, mandona, birrenta, rápida nas reações, sim, estou vendo! Mas não posso coloca - lá na casa de seu pai: você não é como os sonserinos que só pensam neles, ou pelo menos a maioria... Então, vou ter que desapontá-lo, pois você irá para a... GRIFINÒRIA!

A última palavra ele falou para todos ouvirem, e logo a mesa da direita deles estava explodindo em gritos e vivas, enquanto outros davam olhares de pura surpresa. Dill supôs que aquela era a mesa da casa para a qual foi escolhida. Enquanto levantava um pouco receosa, Snape a indicou a mesa: era aquela mesma. Ela se virou para os amigos e deu uma olhada do tipo:"Por favor, não me deixem sozinha lá!" e se encaminhou até um banco vazio. Iria ter que esperar a seleção dos outros.

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- Agora - Snape começou novamente a falar e o Salão se calou. - chamo para se sentar aqui o senhor Denis Cavalcante.

Denis foi para o banquinho como se estivesse indo para o banco da praça de alimentação do shopping. Quando o Chapéu Seletor se encaixou graciosamente na sua cabeça, ocorreu a mesma coisa que havia acontecido com Dill; ele começou a falar.

- Olá, jovem. Tem alguma idéia de para onde quer ir?

Den ficou meio confuso se deveria falar com um chapéu, mas assim o fez.

- Hããn... será que eu posso ir para a casa do meu pai, a Cornival?

- É Corvinal... e não, não pode. Você é esperto, frio, ágil, muito falador, companheiro e determinado. Tem quase as mesmas qualidades da senhorita que acabou de sair daqui, por isso, acho que deve ficar junto dela... Que pena, outro pai que eu desaponto! Você vai para a... GRIFINÓRIA!

A mesa na qual Dill estava sentada explodiu de vivas novamente. Agora, Den podia até ver a ruiva fazendo algazarra com seus novos colegas de casa por Den ter sido escolhido para lá. Ele mandou um beijinho para Pen, que ficou pasma por ele se atrever a fazer isso, e foi para o lado de Dill com um sorriso nos lábios.

- Há! Eu conversei com o chapéu!! – e deu uma gargalhada, sozinho.

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Depois de ouvir muito bem Den dando uma gargalhada que seria ouvida até do lado de fora do castelo, Snape limpou a garganta e chamou "Penélope Foster". Ela já estava muito nervosa: Den não havia ido para a Corvinal, tinha ficado junto de Dill e ela não sabia mesmo se queria ir para a casa dos pais. Mas não podia desapontá-los!

- Olhe só quem é! Filha de Ann Foster, não? Ela era uma ótima aluna. E você, vejo que não fica muito atrás: inteligente até demais, franca, educada, astuta, e sabe ser egoísta e grossa quando precisa, e vejam só: tem o dom da vidência! Não é muito humilde, e gosta de ser o centro das atenções, não é?

- Não! Você está errado, eu não gosto não, sou tímida!

- Isso é o que você pensa, mas está tudo aqui na sua cabeça. Então, não vou poder colocá-la na Corvinal como seus pais queriam também... que pena, mas você vai adorar a... SONSERINA!

Ela não pôde acreditar que havia parado na Sonserina. A mesa do ponto esquerdo, totalmente o oposto da mesa da Grifinória, explodiu em gritos e aplausos. Ela teria que se dirigir para lá e ficar sozinha, sem seus amigos...

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Depois que Penny foi se sentar-se na mesa da Sonserina sozinha, Snape retomou a palavra.

- E aí está. Os três agora já estão nas casa de seus corações, agora vocês terão que respeitá-la e não desperdiçar a chance que lhes está sendo concedida: a de se juntar aos bruxos. Bem-vindos, garotos! E agora, que o banquete seja servido!

Dizendo isso, ele finalmente se sentou ao lado de Harry e de outro professor loiro e com cabelo longo, de lado, e a comida apareceu nas mesas de uma vez, deliciando a todos.

- É, mas que pena, Severo. A Dill não foi para a Sonserina! - o homem loiro fala de uma maneira irônica e divertida.

- Não me diga que você previu isso?

- Tá, se você não quiser, eu não digo que previ isso mesmo... - ele termina começando a se servir e arrancando sorrisos de Harry que fazia o mesmo.

Snape dá uma bufada de impaciência e começa a se servir.

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Dill e Den estavam desapontados. Penny havia ido para a mesa do outro lado da sala, para bem longe deles, eles não iriam estudar juntos!

- Que saco! Aquele chapéu de oitava nos deixou separados! E agora, Den? Den!

- O que? – ele estava se servindo com um sorriso nos lábios. - Olha, Dill! Feijão!

- Você não está triste por causa da Pen?

- Estou! E muito! Mas o que podemos fazer agora? Eu estou morto de fome, cansado, comprei uma varinha e conversei com um chapéu! Acho que esse é o pior dia da minha vida! - ele falou com uma expressão que parecia querer demonstrar mesmo que ele estava exausto.

- Calma, calma! Pior que está não pode ficar, não é mesmo?

Os dois se viraram para a voz que falou com eles. Era a de um garoto, e muito bonito por sinal. Tinha cabelos negros, olhos estupidamente verdes, com uma boca rosa e feições meio coradas. Ele era idêntico às fotos que eles haviam visto no livro de Pen sobre a grande Guerra, idêntico às fotos de Harry Potter.

- Você só diz isso porque nunca morou no Brasil. - Dill rebate.

- E o que é que tem morar no Brasil?

- Lá, as coisas sempre podem piorar. Nossa, já te falaram que você é a cara do Tio Harry? - ela mostra com a cabeça Harry, que estava sentado ao lado de Snape.

- Que eu sou a cara do Harry!? - ele fala rindo. - Minha cara ruiva, filha do Diretor, eu sou o filho dele.

- Ah, isso explica muita coisa. - Den fala olhando para ele e Dill. - Bem, já que você chegou de "introsa" mesmo, meu nome é Denis, Denis Cavalcante.

- É, e meu nome é Dill Andrade.

Eles se cumprimentam com apertos de mão. O filho de Harry tinha uma coisa estranha: sempre olhava nos olhos deles, pelo menos fez isso até agora. Den não gostou muito do cara ficar encarando ele...

- Bem, meu nome é Jack Potter. Eu quero apresentar uma pessoa para vocês, a minha prima... "peraí"... MEL!! - ele dá um grito de doer nos tímpanos, que ecoou por toda a mesa da Grifinória. - MEL!

A garota chamada Mel se vira de uma vez. Dill ficou boquiaberta, já que nunca imaginaria que algum dia veria uma garota tão ruiva na sua vida patética. Ela dá uma olhada repreendedora para o garoto Potter e vai em direção aos três.

- Caracas, Jack. Você está louco, acho que esse grito até o Snape ouviu.

- Ouviu, pode ter certeza, ele me deu uma olhada! - e ele abre o maior sorriso estilo "Potter" que poderia dar.

- O que houve? Aah... - ela olha ao lado de quem ele estava sentado.

- Entendeu? Esta é Dill, e este é Den, os mais novos orgulhos da Grifa!

- Olá, sou Melany Weasley, mas pode me chamar de Mel. O seu nome não é Dillyan?

- É, mas eu prefiro ser chamada de Dill, algum problema? - ela fala com um sorriso forçado.

- Er, não, por mim tudo na mesma... - ela falou com uma cara conciliadora, de quem não quer briga.

-Pô, que pena, aquela amiga de vocês não veio para cá! Fala sério... - Jack olhava para a mini-vidente sentada sozinha na mesa, comendo quieta.

- É, tadinha dela! Os três poderiam vir para a Grifinória, iria ser bem melhor.

- É, pode crer! Mas aí ia estar muito na cara, não? Os caras iam querer liderar uma revolta contra o Chapéu...

- Essa eu ia querer ver...

- Nós vamos poder ver ela ainda, não é? Nós vamos ver ela durante a semana? - Dill se intromete nos devaneios dos amigos.

- Claro... e não se preocupem! O Greg vai cuidar da sua amiga por vocês.

- Greg? - Den levanta o rosto do prato que deliciava. Estava com cara de poucos amigos.

- É, o Greg, ele é monitor da Sonserina, e nosso companheiro. Ah, e a Mel é monitora da Grifa, e eu, capitão do time de Quadribol. Não se preocupem: vocês estão em um grupo muito influente! - ele fala rindo. Ao mesmo tempo, mesmo sem querer, Dill ri com ele e vê que, do outro lado do salão, um garoto também moreno, de olhos escuros, se aproximava de Pen. Ele seria o Greg?

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Sentada e quieta, Penélope começa a se servir olhando de vez em quando para a mesa da Grifinória, onde seu "quase-namorado" e atual ficante, junto com sua mais nova amiga estavam sentados e se desesperando. Bem, pelo menos a Dill estava se deseperando, porque o Den estava comendo. Até que chega um garoto muito parecido com Harry Potter e se apresenta para eles. Mais olhadas em direção a Pen , uns dois gritos do garoto moreno e chega uma menina muito ruiva perto deles. Após assistir essa cena toda ela resolveu baixar os olhos.

"Pelo menos o Den não pareceu se importar muito com ela, continua até comendo!"

Nesse instante ela sente alguém a cutucando de leve no braço. Era um toque de mãos frias, ela também sentiu um pedaço de tecido roçar pela sua pele aumentando a sensação de arrepio.

- Hey, olá novata, gosta mesmo de comer isso? - ele aponta para o feijão no prato dela colocado aos montes: quando ela fica nervosa, fica com tendência a comer que nem o playboy que agora ela tanto conhecia.

- Er, sim! - ela responde meio timidamente, percebendo o porquê de sentir o roçar de um tecido: as mãos do garoto estavam envoltas em uma espécie de luva negra, onde apenas os dedos ficavam do lado de fora.

- Tá bom... - ele fala com se não acreditasse muito. - Meu nome é Gregory Malfoy, mas pode me chamar de Greg. Sou o monitor da Sonserina.

- Prazer, sou Penélope Foster.

Ela olha nos olhos dele, que mais pareciam pedras de gelo, se lembrando de Draco Malfoy e de toda a confusão que ele arrumou no Boticário. Se o filho fosse igual ao pai, ele estava ferrado: Den não gostara do sr. Malfoy, Dill queria o iPod desaparecido, e ela própria não fora com a cara do homem.

- Que pena, vocês não ficaram juntos. Bem que poderiam ter vindos todos para a Sonserina. A Grifinória já tem gente demais...

- Bem, eu queria mesmo era ir para a Corvinal.

- Não, fala sério, Corvinal? Cdf?

- Não, só estudiosa... - ela sorri amarelo.

- Certo. - ele dá um sorriso lindo. - Não se preocupe, você ainda vai poder andar com seus amigos. As aulas desse ano são para aqueles que passaram nos N.O.M.'s, e fazemos quase todas juntas. Fora as aulas que vocês terão de repor juntos.

- Você sabe como faremos para ter nossos N.O.M.'s?

- Sinceramente? Não. Vocês são os primeiros sextanistas a entrar sem terem feitos os exames. Acho que o Snape vai cuidar disso com o Harry e o Jacob.

- Quem é o Jacob? - ela pergunta muito interessada.

- É aquele ser francês que você vai sempre encontrar do lado do Snape nas refeições. Ele é um pouco estranho, mas bem legal. Geralmente os estranhos são legais por aqui. Ele é professor de Adivinhação.

- Sim, já sabia. - ela sorri e recomeça a comer com Greg a seu lado.

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Snape tentava jantar descentemente já que não tinha comido nada a manhã inteira, preocupado de como seria seu mortal reencontro com sua filha depois de tanto tempo, mas estava difícil. Por quê? Simples, o mesmo problema de sempre: Potter e Mont'Alverne não paravam de falar e rir, qualquer coisa para eles era uma piada, estavam piores do que Jack e Greg, filhos de Harry e Draco, e que, , amigos desde o nascimento. Snape achava aquilo o fim do mundo bruxo.

- Será que os senhores professores não podem fazer o favor de se calarem?

- Ah, qual é, Snape? Pensava que estava feliz por causa da sua filha...

- E estou, mas ainda não conversei direito com ela... a conversa séria vai ser agora, depois do jantar...

- Caham... e já quer começar a deixá-la sem sono, Snape? - Harry alfineta Snape, como sempre ocorre desde que a Guerra acabou. Ele havia mudado bastante o comportamento para com Snape desde aquilo.

- Senhor Potter... - Snape começou, tentando impor novamente o respeito para aqueles míseros professores.- Fique quieto, estou tentando me concentrar, e, olhe lá, Jack já está em cima da minha filha.

- É, ele é sempre bem apressadinho mesmo. Desde que nasceu, sabe. Sete meses...

- Sete meses? E já está com esse tamanho todo? - Jacob se espanta.

- É, eu também fiquei surpreso, quer dizer, eu era muito magrinho e tal, passou anos para eu me desenvolver e...

- Hem-hem... - Snape dá uma tossidinha a là Umbridge, que deixou até Harry com medo, fazendo-o olhar para os lados, procurando a megera, então percebeu que fora o professor e se volta para Snape com Jacob.

- Enfim, desculpem terminar com essa "conversinha" de crescimento de crianças de vocês, mas eu quero saber se vocês já prepararam tudo para os testes dos garotos amanhã.

- Sim, Snape! Já está tudo pronto. Deu muito trabalho, mas já está tudo pronto.

- É, não foi só difícil, Jacob, foi dificílimo criar um tipo de seleção para que nós pudéssemos saber em quais matérias eles têm mais aptidão sem nunca ter feito os N.O.M'S, mas tudo bem. Nós demos um jeito, já que você pediu com tanto jeito...

- É: "Ou vocês arranjam isso, ou podem se considerar demitidos!" Realmente, um belo estímulo.

- Parem agora, os dois. O importante foi que vocês conseguiram, não? Agora, quanto às aulas particulares, eu já os informei sobre isso, e elas ocorreram à noite.

- Certo. - os dois respondem.

- Jacob, nenhuma outra visão a respeito daquilo? - ele dá ênfase à última palavra, e de repente os três ficam sérios.

- Não. Decididamente não, mas eu estou atento aos sinais.

- Certo. E sobre a... Dill?

Jacob e Harry se olham de uma maneira engraçada.

- Bem, você disse que não era para eu falar nada!

- Mas agora eu estou mandando você falar, Jacob. Agora

- Ok, ok. Só o que eu vi foi que as casas que eles ficariam: Dillyan e Denis na Grifinória e a Penélope, na Sonserina. E olhe lá: o Gregory já está conversando com ela!

- Típico de Malfoy... - Harry revira os olhos.

- Bem, é a mesma coisa que o seu filho está fazendo com a minha filha...

- Hey, Snape, calma lá. Não fique falando assim dela. Ela é só sua filha, não um canarinho que você pode expor e que não quer que ninguém toque. Sabe, as garotas odeiam ser tratadas assim, por quem quer que seja: pai, irmão, tio...

- E como você sabe disso?

- Gina. Ela vivia discutindo com os irmãos dela, e eu via tudo de camarote...

- Sim, mas e quanto à sua crítica ao Greg, Harry? Não fuja da questão. Por que você não gosta dele ainda? Ele e Jack são amigos há... - ele começa a contar nos dedos. - 16 anos!

- Eu sei, mas... ah, longa história...

Eles continuam a comer, mas logo a comida desaparece e surgem pratos e mais pratos de sobremesas.

- E quando você vai se casar, Mont'Alverne?

- Eu? - ele olha para os lados.

- É, você, Mont'Alverne. Ser pai é muito bom para um homem.

- Imagino. - ele estreita os olhos. - Imagino que seja bom quando você é um bom pai, não? E não é isso que a garota ruiva que está sentada lá ao lado de Jack pensa de você. Aliás, eu tenho lá minhas dúvidas de que ela irá chamá-lo de pai.

Um pesado silêncio caiu na parte central da mesa. Snape, que estava comendo um pouco de doce de leite feito especialmente para aquela ocasião, deixou a colher suspensa no ar. Harry ficou quieto, olhando para os dois; Jacob havia ido um pouco longe demais.

- Como assim, ela não vai me chamar de pai?

- Tive uma visão, agora a pouco. Acho que ela está com muito rancor de você, não vai aceitá-lo tão facilmente assim quanto você queria...

- Er... realmente Snape... ela se mostrou muito "orgulhosa" sobre receber ajuda financeira de você. E não falou nada, nem perguntou... achei estranho.

O diretor dá um suspiro pesaroso. Era o que ele temia. Olhou para o relógio e viu que já passava das dez horas. Achou melhor acabar logo com aquela enrrolação e terminar o jantar .

Ele se levanta, e todos na mesma hora se calam, inclusive os professores.

- Bem, agora que todos nós já comemoramos em muito bom estilo a chegada dos nossos novos companheiros, vamos dormir, já que amanhã já é um novo dia de aulas: para eles e para vocês.

Com isso, todos se levantam e vão em direção à entrada do Salão Principal. Snape olha diretamente para a filha, como que a lembrando de se dirigir ao seu escritório, e sai na sua frente. Agora ele veria se Jacob estava mentindo ou não.

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Dill percebe o olhar do pai. Infelizmente não foi a única.

- Nossa, o que foi aquilo? - Jack pergunta impressionado.

- Aquilo o quê? - ela tenta disfarçar.

- Ele quis dizer aquele olhar que o seu pai te deu de gelar os ossos, Dill.- Den responde de um jeito nada discreto. Mellany começou a rir.

Ela teria que ir e teria de contar a eles. Eram seus amigos, oras. Mas aquela situação toda não a deixava nada confortável.

- Mas que saco... Simples: ele disse, quando estávamos saindo, que eu deveria ir conversar com ele. No começo até achei melhor, porque eu não queria envolver vocês nessa briga toda, mas agora, acho que já estou com vontade de ir para casa, então... tchauzinho! - ela fala dando as costas para os três. Só que antes dela conseguir dar mais de dois passos, colide com alguma coisa dura e maior que ela. Era o garoto que estava a lado de Penélope.

- Ei! Saia da minha frente, garoto!

- E para onde você pensa que vai, Dill?

- Fugir, para onde mais? – a ruiva fala para a garota de óculos que aparece atrás do garoto com olhos familiares a ela. Porém, ao invés de continuar a caminhada, ela se atira no pescoço de Penny e começa a falar sem parar. – Pen! Você precisa me ajudar. Ele quer que eu vá até lá, conversar! Eu não consigo, se eu for lá eu vou quebrar tudo naquele nariz dele! Claro, acho que ao invés de quebrá-lo eu iria consertá-lo, mas isso não tem nada a ver, é só que...

- Dill... Dill... Dill... me ouça e pare de falar! - a garota se cala e olha para a amiga. – Sério, é só ir lá e ouvi-lo. Talvez você nem precise falar, ou melhor, não fale.

- É, venha, Dill. – Denis começa a caminhar levando a garota pela cintura. – Venha, nós vamos com você.

- Ele disse que eu deveria ir sozinha, Den. – ela fala estranhamente triste.

- Ok, mas nós vamos esperá-la. Lá embaixo, tudo bem? Agora, fique "relax".

- Não o xingue. – Penny fala acompanhando os dois junto com os outros três, que assistiam à cena, curiosos.

- Seja fria.

- Não grite.

- E não quebre as coisas dele: tinha coisas super-legais que a gente ainda pode pedir emprestado para brincar.

- É, e a sua mãe não iria gostar de saber que você fez uma coisa dessas... Mesmo que você acabe consertando o nariz dele. – ela complementa, porque a garota já queria discutir a hipótese novamente.

- Deixa que eu levo vocês até a sala dele.

Mel toma a dianteira do grupo e os conduz pelos corredores iluminados como quem conhece o lugar com a palma da mão. Ao chegarem aos pés das gárgulas que eles haviam visto na saída da sala, ela para.

- Você sabe a senha?

- Hãããn... não sei... ele não me falou.

- Eu sei. – era o garoto com que Dill topara. Ele tomou a frente e falou. – Chifres de unicórnio.

As gárgulas saíram automaticamente do lugar, dando um leve sorriso: elas reconheceriam de qualquer lugar o jovem senhor Malfoy.

A garota deu um suspiro, olhou para trás, com um olhar do tipo " Eu tenho mesmo que fazer isso?" Mas os amigos continuavam lá, e ela teve que subir o resto, sem pestanejar, ante os olhares deles.

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Ela sabia que estava sendo infantil: mas havia horas na sua vida que ela agia assim. Apesar de todos os pesares, ela ainda dependia muito da mãe, e como! Sentia falta dela, e agora teria de enfrentar aquilo sozinha, era uma baita injustiça.

A garota subiu o último degrau, olhou para a porta, deu mais um suspiro de inconformada e entrou de uma vez.

Snape, que estava na frente da escrivaninha encurvado, levou um leve susto quando a filha entrou e se sentou de maneira rápida. Ela cruzou as pernas e fez uma cara de impaciência muito irritante, digna de uma inglesa "patricinha".

- E então?

Snape circulou a mesa e se sentou na frente dela.

- Dillyan... eu não sei como começar...

- Que tal começar pelo começo? – ela o corta com um sorriso muito falso.

- Bem, o começo... ah, o começo... bem, eu...

- Não, quer saber? Eu não quero ouvir essa história de novo. – a garota o corta mais uma vez, só que sem o sarcasmo. Estava realmente irritada agora, ele podia ver pelos olhos que tanto se pareciam com os dele. – Eu não preciso e nem quero. Minha mãe já me contou.

- Sim, mas ela contou a versão dela...

- E para mim, isso já basta.

- Mas, Dillyan, filha...

- Não me chame de Dillyan. Se quiser é Dill, e olhe lá.

- Por que não gosta do seu nome? Fui eu quem escolheu! – ele fala já se descontrolando emocionalmente. Estava tudo dando errado.

A pergunta pareceu que veio lá do fundo do coração. Dill até ficou meio desarmada depois dessa; abriu e fechou diversas vezes a boca. Quando falou, a voz já parecia um pouco mais compreensível.

- Eu gosto do meu nome, só que... prefiro Dill, só isso. Quer dizer, pensa comigo: até o cara conseguir gritar "Dillyan! Me salve!", eu já não estou mais lá, já virei a esquina, saca? É um nome comprido, entende? E Dill é mais estilo.

Os dois se olham de maneira estranha. Snape balança a cabeça, fazendo sinal de que entendeu o lado da filha, e continua a encará-la. Iriam ficar assim a noite toda?

- Eu... eu não sei o que deu em mim, desculpe, mas... eu não quero ouvir desculpas, não precisa.

- Mas eu só quero explicar, explicar porque eu deixei vocês e...

- Mas eu já disse que não precisa. Sério. Eu acho que não estou preparada, só. Eu não consigo, sério, seria muito pior. Se você... por enquanto, bem, eu não vim para cá por você, e sim para acabar com essa maldita dor de cabeça. A Cris disse que você entenderia se eu viesse só para tentar ser uma bruxa, e eu vim. Agora só faz a sua parte, ok? – ela olha para o pai e vê sua expressão de triste. Mas, quase automaticamente, os olhos negros começam a ficar frios como antigamente.

- Se você acha que te chamei só porque seus poderes se revelaram, é mentira. Eu só estava esperando o momento certo, só. E isso veio bem a calhar. Você, como a jovem que é, não deveria crescer sem um pai, eu sei disso, e sabia quando sai de lá. Mas as circunstâncias em que eu assumi a escola... exigiram medidas drásticas, e eu não pude e nem quis estragar a vida de vocês... mas se você acha que você está certa, e eu errado, bem, vamos deixar assim. Eu não vou implorar o seu perdão, mas saiba que eu sou o diretor da escola e que nós vamos nos ver diariamente. – ele fala em tom de desafio.

- Bem, não vai ser um incômodo para mim. Na minha antiga escola eu vivia cercada de gente que eu não gostava. Aqui, com só uma pessoa, nossa, vais ser fácil até demais! – ela fala alfinetando Snape e se levantando ao mesmo tempo, dando por encerrado o primeiro reencontro com o pai.

O homem não acreditou no que ouviu. Seria possível que ela era mais sarcástica que ele e a mãe dela juntos?

- Dill, por favor! Eu sou seu pai, e exijo pelo menos respeito. E espere, aonde vai?

- Se quer respeito, mereça-o, minha mãe sempre me fala isso. – ela devolve o sorriso irônico e falso. – E eu vou embora. Meus amigos estão esperando lá fora.

- Foster e Cavalcante?

- Sim, e uma ruiva com o filho do Harry. Até logo...

- Dill! - ele chama desesperado. Só precisa de mais uma pergunta. – Você... você não vai me chamar de pai?

A garota o analisa por alguns instantes. Novamente ela se viu fraca diante dos olhos suplicantes dele. Fechou e abriu os olhos de novo.

- Não, Sev. Você não merece...

E sai deixando Snape sentado na cadeira de diretor. O homem fecha as mãos na mesa, e depois as passa tristemente no cabelo e no rosto.

- Odeio quando o Mont'Alverne está certo...

- E o pior é que ele sempre está, não é Snape? – o quadro de um velho conhecido fala encoberto pela escuridão. Mas Snape levanta a cabeça e reconhece o brilho dos olhos azuis a encará-lo no escuro.

- Sim, Professor Dumbledore. Ele sempre está.

*****************************************

Dill reúne as últimas forças que tinha para conseguir descer. Ela estava muito abalada psicologicamente. Esse reencontro não parecia tão atemorizante quando ela estava do outro lado do mundo, há milhas de distância, sem uma varinha no bolso e com seu iPod ao lado.

- Dill! – os amigos se levantaram ao vê-la cruzar a porta que levava à escada. – Como foi?

Ela não fala nada, simplesmente se deixa sentar no último degrau, tentando massagear as têmporas. Ela levanta a cabeça e percebe que além dos dois amigos relativamente novos, ainda tinham o filho de Harry, a sua prima e o garoto com quem ela topara.Ela estava avaliando o quanto poderia confiar neles...

Jack percebeu o olhar de algum jeito, e cutucou Mel.

- Acho melhor irmos... vocês vão querer conversar, não é? – a ruiva sorriu amarelo e começa a arrastar Greg, com Jack às suas costas.

- Não... – Dill começa. – Não, sério. Fiquem, eu... estive pensando, bem... vocês foram os primeiros a conversar com a gente. O Jack foi quem puxou papo, e eu sei que você não é daquele tipo de interesseiro, nem você, Mel. E você... – ela aponta para Greg.- Se está com Pen, é porque é de confiança, então por mim... ouçam. Mas não quero que tomem minhas dores, só peço isso.

Os três amigos dão um sorriso de gratidão. Jack ia falando alguma coisa quando ouviram um miado muito estranho: era um gato no corredor, o gato mais feio que Dill já vira na vida, ele estava velho, os olhos eram vermelhos e o pêlo marrom era arqueado. Ele se aproximou deles com um olhar acusador. Dill estava prestes a pedir que alguém desse um pontapé no bichano quando ouviu Mel falando meio preocupada.

- Ah não! É a gata do Filch!

- Hum, melhor sairmos daqui... – o garoto com curiosas luvas, Dill agora percebia, falou.

- E rápido... – Jack completa.

Os três começam a caminhar e os brasileiros os seguem meio confusos. Eles estavam com medo de um gato?

- Hããn... por que estamos fugindo do gato?

- Simples, cara: a gata chamada Madame Norra é a gata do Filch.

- Filch é o nosso zelador-múmia daqui de Hogwarts. Se você for pego por ele, bem, está ferrado, só isso.

- Não fala assim, Greg! Ele não deve ser tão mal assim, não é? – Pen se vira para Mel.

- Pior que eles estão dizendo a verdade. Deveríamos estar na cama a ... – ela olha para o relógio no pulso - ... 1 hora. Não diminuam a marcha.

- Para onde iremos, Jack?

- Acho que vamos poder ir para sala do papai!

- Sério?

- É, ele foi ver mamãe, tio Ron e Tia Mione hoje, não sabia? Então, vamos usar a chave reserva! – ele fala satisfeito. Os seis sextanistas disparam pelo corredor escuro, entrando em várias passagens.

- Hããn... a gata ta atrás da gente.

- Está? – Mel parece um pouco apreensiva. – Jack, dá um jeito nela!

- Desculpe, não trouxe isca de peixe hoje, mas se você quiser... – ele retira a varinha displicentemente e começa a mirar na gata.

- Não! Não, seu louco, não faça isso! Ele vai perceber que foi você!

- E ela vai nos denunciar! Olhe!!

A gata estava miando absurdamente alto, e aumentando os passos para poder acompanhá-los.

- Não, Jack! O Filch...

Um raio cruza os dois discutindo. Eles param e olham da onde veio.

- Desculpe, mas, se eu não fizesse isso, ela iria atrair o velho... sério, agora vamos, Mel, eu te amo também!

Os seis seguem o caminho, e Mel não olhou mais na direção do amigo.

******************************************

Depois de entrarem com a "chave reserva" de Jack, que não passava de um feitiço chamado "Alohomora", os seis se acomodaram na sala do professor como puderam: Pen se sentou em uma cadeira de frente para a mesa, ao seu lado Den; Dill se sentou em cima da mesa; Mel estava ao seu lado na mesa, mas em uma cadeira; Jack se sentou na cadeira da mesa, que era ocupada pelo pai, e Greg ao lado da porta, coçando o queixo.

Os cinco começaram a olhá-la. Ela odiava que a encarassem abertamente: síndrome de Dill, ela encarava sempre a todos, sempre exigindo saber o que sentiam, a toda hora, todo instante, mas quando se tratava de encarar ela, a coisa mudava de lado.

"Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Adoro esse ditado."

Ela começou a contar como foi o breve bate-papo com o pai. A cada fala dela, Pen fazia uma careta de reprovação, mas não quis interrompê-la. Jack lhe lançava olhares que pareciam saber exatamente o que ela sentia, mas também não falou nada. Quando a garota terminou, deu um pesaroso suspiro e ficou quieta. Já não agüentava mais dar suspiros!

- Você sabe que foi muito ignorante com ele, não?

- Penny, minha querida Penny... eu só não quis ouvi-lo! Quer dizer, eu tenho meus direitos de ficar chateada, não? Eu fui abandonada por ele. Por treze anos. Treze. Eu tenho o direito de ficar chateada.

- Mas, Dill, você...

- Não, Pen, não... já basta o "carão" que está ecoando nos meu ouvidos.

- Mas ninguém ainda lhe deu "carão" nenhum, ruiva. – Den fala sério.

- O "carão" da minha mãe, quando souber disso. – ela dá outro suspiro. Já estava achando que os pulmões iam rasgar. Den a olha de uma maneira mais séria que o normal.

- Uvas azedas nunca dão um bom vinho, sabia?

Ela resolveu não responder àquele pensamento filosófico de Den à altura: estava sentindo alguma coisa na região da garganta. Queria chorar.

- Dill, sabe, seja o que for que você pensa de Snape, bem... saiba que nenhum outro diretor foi tão bom quanto ele. A não ser claro, Dumbledore. Isso é o que o Harry fala. E olha que meu pai não vai nada com a cara do Snape.

- Eu sei, Penny já me contou a história.

- E... ele a trouxe, não? Ele não disse que iria fazer isso de qualquer jeito? Acho que ele só achou que o momento certo era esse: você acabou de fazer 16, vai poder estudar, se formar, ter um ano maravilhoso...

- Sei, sei... - ela ouvia as palavras de Mel totalmente desatenta.

- E... – ela encarou o garoto encostado displicentemente na porta. - ele é seu pai, droga. Pense nisso. Sem ele você não teria nascido, sem ele você não existiria! E você tem os olhos dele, sabe. – Ele fez uma pausa a encarando; quando ela abriu a boca para falar, Greg começou a falar de novo. – E não pense que nós estamos do lado dele. Pelo contrário: ele odeia agente, e a gente ele. E é porque nós somos os melhores alunos da escola.

- É mesmo. Nós só estamos falando isso, porque, bem... – Mel fez uma cara de quem estava tentando escolher as palavras certas.

- Não gostamos de novelas mexicanas. – Jack cortou dando um sorriso, meio que se desculpando.

Todos caíram na risada, inclusive a ruiva que estava sentada na mesa.

*********************************************

Harry aparatou direto na mansão de seu jardim. Era uma casa boa, nos subúrbios de Londres, em uma área perto de um belo parque, parecia muito com a região onde ficava a antiga Toca. Ele e Gina moravam naquela casa desde o nascimento de Jack. Resolveram morar lá devido às más lembranças do Largo Grimauld número doze, e a casa estava muito em conta na época: vários quartos, banheiros e salas. Isso tudo porque era considerada "mal-assombrada". Eles tiveram sorte: o fantasma era a Murta-que-geme.

Entrando e abrindo a porta com um toque da varinha, ele caminhou lentamente, afrouxando o nó da gravata, tirando o sobre-tudo e entrando na sala em que ele e a mulher mais passavam as horas: a sala de estar. Lá estavam, além de Gina, Ron e Mione Weasley, os seus dois melhores amigos. Ele sorriu ao vê-los todos bem e sorridentes. Se sentou no sofá, perto da lareira bem enfeitada e crepitante, se serviu com um pouco de hidromel e beijou a mulher.

- Olá, pessoal. Nossa, essa festa foi meio desgastante.

- E aí, cara, conta, conta para a gente: como foi a reação do Snape ao ver a filha!

- Não pude ver muita coisa, mas... pelo que Mont'Alverne falou, ela não vai chamá-lo de pai tão cedo.

- Oh, que horror! – Gina exclama.

- Bem, eu esperaria uma reação dessas desde o momento em que ele saiu da casa dela sem explicar nada à garota. Nossa, em que situação ele se meteu!

- Mas ele é o pai dela, Mione. Ela deveria ser compreensiva com ele, não?

- Deveria.,. deveria mesmo, até porque, Ron, o Harry mesmo falou que a mãe dela aceitou tudo bem. Mas, juntando os gêneos dos dois, acho que ela deve ser mais "esquentadinha" que o Harry nessa época, se lembra? – ela começa a dar sorrisos.

- Ah, sim. A gente quase teve que comprar um escudo daqueles que os trasgos usam para poder falar com ele certos assuntos!

- Bem, mas esse tempo já passou. E, adivinhem quem já estava de papo com ela?

- Hum, não me diga que o...

- Isso mesmo, meu amor! – E ele dá um selinho carinhoso em Gina. – O Jack! A Dill ficou na Grifinória junto com o Den, de quem eu já falei. E a Penélope ficou na Sonserina.

- Um brinde a isso! Mais alunos maravilhosos à amada Grifinória!

E os quatro brindam e bebem educadamente pela casa.

- Mas, a outra garota, querido, a Penélope, ela ficou na Sonserina... junto com Greg?

- Sim, sim. Greg já estava falando com ela quando nos espantamos.

- Ah, esses Malfoys sabem ser bem sedutores quando querem... – Hermione tomou um golinho a mais do hidromel, olhando diretamente para Gina.

- Ele é um bom garoto, Hermione! Não é como o pai. – Gina fala, mudando o rumo da conversa e olhando feiamente para a cunhada.

- Ah, claro! Não, imagina. Filho de Pansy Parkinson com Draco Malfoy. Imagina! – Ron destila seu bom humor e simpatia.

- É, o Ronny tem razão. Devemos tomar cuidado com o...

- Harry! Ele é amigo de Jack desde que nasceram! E até hoje, vocês nunca tiveram porque reclamar dele. Ele [i]não[/i] é como o Malfoy. E nem como a ridícula da Parkinson! - Hermione tentando, como sempre, levá-los à razão.

- É, por favor, não falem isso dele. – Gina fala com um tom de quem sente pena. – Por falar em Malfoy... ele me ligou hoje, Harry. E não está nada bem, sabe. Aquele negócio todo da Pansy mexeu com ele.
- Aham. Está em um estado de dar dó. – Hermione concorda.

Harry começou a se irritar de as duas garotas que ele mais amava na vida estavam falando de Malfoy. Como se ele fosse digno de receber pena! Ah, ta, imagina! Por ele, Harry, a família Malfoy teria passado o resto dos tempos em Azkaban. Mas, infelizmente não era ele que fazia as regras.

- Ta, ta. Será que não podemos mudar de assunto? – ele pergunta deixando explicitar o descontentamento.

- Realmente! Por favor! Quer dizer, o Malfoy usa o telefone? Fala sério! – Rony suplica.

- Ok,ok. Querido, continue falando de como foi a noite ao lado de Snape...

Feliz com a mudança de assunto, e por poder ser o centro das atenções dos amigos, Harry continuou a falar sobre os novatos e as possíveis amizades com o filho e a prima. Mal sabia ele que eles já estavam, em um lugar muito longe dali, cultivando o que prometia ser uma bela amizade mesmo...

*********************************************

Os seis ainda continuavam rindo; agora a atmosfera não era tão pesada. Eles conversavam principalmente sobre a escola: professores, alunos, costumes. Jack e Greg eram bem palhaços, mas Mel não ficava muito atrás, pois pelo modo que falava deu a entender que passou a maior parte da vida andando com os dois, e isso fez com que ela adquirisse muito o jeito de moleque deles, mesmo tendo uma mãe meio rígida.

Dill deu um bocejo involuntário, o que fez com que Mel olhasse no relógio.

- Nossa! Olha as horas! Já passa da meia noite e meia! Se não formos logo dormir, amanhã nem agüentamos ficar de pé! Principalmente vocês, pessoal, terão um dia cheio! – ela se vira para os três novatos.

- Ok, se você diz, mamãe, acho que devemos ir indo sim... – Den abre a boca com um bocejo ainda maior.

Mel lança um olhar de ironia ao garoto que lhe lança um sorriso lindo. Ela tenta esquecer esse sorriso.

- É melhor mesmo, Mellany. Dill, por favor, durma bem, relaxada, não fique pensando naquilo tudo, ok? Relaxe, ouça uma música e...

A garota fecha a cara.

- Como você quer que eu ouça música se meu iPod foi seqüestrado pelo meu padrinho! Sério, se eu achasse ele eu... – ela começou a fazer estranhos gestos de tortura.

Nessa hora Greg sai de seu devaneio, já que estava olhando perdidamente para a ruiva. Ele mete a mão no bolso e caminha em direção a ela.

- Hey, Dill. Aqui, olhe: seu iPod. E por falar nisso, meu nome é Gregory, Gregory Malfoy.

Den achou que a garota iria dar uns tapas no outro. Penny se virou: não conseguiria nem olhar o que a amiga estourada faria. Mas, por incrível que pareça...

- Aaah! Eu te amo! – ela se joga nos braços do garoto, enchendo-o de beijos no pescoço. Depois levanta o rosto feliz. – Nossa, ainda bem que está tudo bem com ele! Agora assim eu posso ter uma boa noite de sono!

- De nada! – ele sai de perto da garota com um meio sorriso: Jack estava com os olhos fulminando.

- Bem, depois desse caloroso agradecimento, é melhor irmos indo. Vamos, sim, Greg?

- Claro. Jack, mapa do Maroto.

O garoto, ainda de olho no amigo, tira de dentro dos bolsos um pergaminho muito usado, toca-o com a varinha, sussurrando alguma coisa e o abre em cima da mesa professoral. Agora o pergaminho já estava totalmente desenhado. Um bonequinho entitulado "Filch" andava nos terrenos de Hogwarts, perto da Floresta Proibida. Dill ficou bem interessada em saber o porquê do Proibida.

- Bem, vou indo com a Penny. Nos vemos amanhã, ok? Boa noite aí para vocês. – os dois saem em direção da porta. Só que antes que a garota pudesse sair, Den a puxa para dentro de novo e lhe dá um beijo. Sussurra um "boa noite" no ouvido dela, que já estava vermelha por debaixo dos óculos.

- Exibido...

- Eu sou assim...

- Caham... escute, Mel. Você vai indo com o Den na frente e eu vou com a Dill, certo? Nos encontramos na sala comunal.

- Okay. Vamos? – os dois saem pelo corredor mal iluminado.

Depois de alguns momentos, Jack dá sinal para a acompanhante e eles saem no escuro.

- Você é sempre assim, ãn... muito carinhosa ?

- Se está se referindo ao ataque que eu dei, bem... sim! – ela responde contente. – É que eu estou muito feliz por causa do iPod, aqui está a minha vida, sabe?

- Sei!

Eles dobram corredores, entram por entre tapeçarias, quase topam com armaduras, mas chegam sãos e salvos na frente de um quadro com uma mulher gorda vestida de rosa, que tentava se ajeitar para novamente dormir.

- Cavaleiro alado.

- Ah não! Vocês nunca dormem no horário não?

- Aaah... não! Abre logo, sim?

O quadro vira para o lado, permitindo a passagem dos dois. Era a primeira vez que Dill via o salão comunal, e o adorou! Era largo, aconchegante, com poltronas vermelhas, uma lareira, mesas...

- Venha, Dill. O dormitório feminino é ali em cima, desse lado. Do outro lado é o masculino.

- Ah, ok. Até amanhã garotos! – ela manda um beijinho no ar. Den finge pegá-lo e coloca-o no coração.

- Até amanhã, ruiva. Acorda cedo, hein?!

- Idem! – ela fala subindo as escadas com Mel a seu lado.

Elas chegam a um dormitório onde estava escrito "6° ano" e Mel abre a porta cuidadosamente.

- Ali é a sua cama. As suas coisas já estão ali. O banheiro é logo ali, ao lado. Vou primeiro, ok?

A garota balança a cabeça positivamente, como se não se importasse. Vai para a cama em que estavam encostadas as suas malas e deita. Liga o iPod e fecha os olhos. O colchão estava tão quentinho, estava chovendo lá fora, e ela podia ouvir a própria respiração. Um som de piano chega aos seus ouvidos.Tentou se acalmar e relaxar o corpo, sem pensar em nada. Conseguiu.


Lights go out and i can't be saved
As luzes se apagam e eu não posso ser salvo
tides that i tried to swim against
Ondas contra as quais eu tentei nadar
Have brought me down upon my knees,
Me jogaram ao chão, deixando-me de joelhos
oh i beg, i beg and please – singing
Oh, eu imploro, eu imploro e suplico, cantando...


Come out with things unsaid, shoot an apple of my head
Revele coisas não ditas
Atire em uma maçã em cima de minha cabeça

- and a
e um
Trouble that can't be named, tigers waiting to be tamed – singing
problema que não pode ser comentado, um tigre está esperando para ser
domado, cantando...


You are, you are
você é, você é


Confusion never stops, closing walls and ticking clocks
Confusão que não acaba, paredes que se fecham e relógios fazendo
tique-taque

Gonna, come back and take you home, i could not stop the tune now known –
singing
Vou voltar e te levar para casa
Eu não poderia parar agora que você sabe cantar


Come out upon my seas, cursed missed opportunities
Apareça sobre meus mares,
Malditas oportunidades perdidas

Am i, a part of the cure or am i a part of the disease? – singing
Sou uma parte da cura
Ou da doença? Cantando...


You are, you are
Você é, você é

And nothing else compares
E nada se compara
Oh no, nothing else compares
Oh, e nada se compara
And nothing else compares
E nada se compara

You are, you are
Você é, você é

Home, home, where i wanted to go
Lar, lar para o qual eu queria ir


Quando Mel voltou, encontrou a garota dormindo suavemente. A cobriu com um
sorriso maternal e foi se deitar. Longo dia, amanhã. Longo dia!

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~
kd os comentários?!!!!!
heim! heim!!!
:'(
powxa...
a gente faz com tanto carinho...
eu sei q demoramos a postar...
mas eh só por falta de motivação...
e não de inspiração
espero mais comentários!!!
e como prometido já vou postar o próximo cap. tbm
see ya!!

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Comentários (1)

  • Rosie Bolger

    Tô lendo tua fic pela segunda vez, e a amo mais a cada palavra, o snape parece muito com o meu pai esse jeito frio e severo q na verdade esconde um grande coraçao protegido por uma "couraça" depois de tanto ser pisoteado.   simplesmente amo a Dill e a forma como vc encaicha as musicas nessa fic maravilhosa.

    2012-12-28
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