Malfoy
Capt. 8 = Malfoy
Hermione tomava café distraída. Não percebeu quando o correio chegou, nem ao menos no berrador que um aluno do segundo ano recebeu. Ela estava com pensamentos distantes.
Teriam aulas de Defesa Contra Artes das Trevas, Feitiços e a última, Poções, que Mione não participaria.
Lupin explicava e pela primeira vez e muito tempo, Mione não prestou atenção. Não saberia dizer mais tarde, se alguém lhe perguntasse, qual a matéria dada em aula.
Resolveu que assim que acabasse as aulas, iria a Hogsmeade. Precisava comprar algumas coisas e aproveitaria o tempo livre que tinha.
Fez todo o esforço possível para se manter atenta à aula de feitiços.
Praticou um pouco, mas até seus amigos perceberam sua falta de atenção. Mas Mione percebeu que Gina tentava evitar questionamentos vindos de Harry, e a garota agradecia mentalmente a Gina por isso. Não queria Ter que responder perguntas. Não queria falar com ninguém. Só queria que a aula acabasse.
Guardou suas coisas no seu dormitório. Não pôde evitar encontrar com os amigos antes da aula de poções.
_ Ei Mione, espera. Tá fugindo de mim desde ontem? Aconteceu alguma coisa?
_ Desculpa Harry. Não é nada. Só estou querendo ficar um pouco sozinha. Não quis preocupar ninguém.
_ O problema não é preocupar. Mas você quase não come mais. Não fala. Não presta atenção em aula alguma. Lupin me perguntou o que anda acontecendo com você. Quer conversar sobre isso?
_ Melhor não Harry. Não tenho nada. É saudade de casa.
Mione mentiu descaradamente. Sabia que Harry não acreditaria. Mas o garoto percebeu que ela não queria falar, e não insistiu.
_ Eu não quero falar sobre isso agora Harry. Desculpa.
Mione se sentiu mal por esconder coisas do amigo. Mas realmente não queria falar sobre isso. Não agora.
_ Tudo bem, Mione. Não precisa falar nada. Mas se precisar de mim, saiba que estou aqui viu??
Mione abraçou Harry, como para se desculpar.
_ Obrigada Harry. Você não sabe como isso é importante para mim. Agora vai pra sua aula. Não quero que você também tenha problemas com Snape. Já basta eu.
_ Tchau Mione. Se precisar, é só chamar..
_ Tchau Harry. Pode deixar que eu chamo sim.
Mione se despediu de Harry e rumou para os jardins. Queria andar. Precisava comprar as coisas, e precisava respirar um pouco.
Mal saiu do castelo, ouviu alguém lhe chamar.
Não queria falar com ninguém. Pensou em ignorar, fingir que não escutou. Mas insistiram.
_ Ei Granger? Pode me esperar, por favor?
Mione já sabia de quem era a voz. Não ajudou muito com a sua vontade de ir embora. Ainda queria sumir. Não Ter que falar com ninguém. Mas parou.
_ O que quer Malfoy?
_ Nossa... Que mau humor hein?
_ Estou de saída, Malfoy. Será que dá para adiantar o assunto?
_ Eu queria saber se vai a Hogsmeade.
_ Vou.
_ Posso lhe fazer companhia? Estou me sentindo meio sozinho.
_ Porque não está na aula de Snape?
_ Briguei com ele.
_ Porque?
Mione ficou muito interessada em saber o motivo da briga deles. Malfoy nunca havia se desentendido com Snape. Porque brigariam agora?
_ Um assunto mínimo. Qualquer dia te conto os detalhes. Posso ir com você?
_ Pode. Mas eu não tenho hora para voltar. Estou precisando andar um pouco.
_ Tudo bem. Preciso disso também. Pensar em algumas coisas.
_ Duas pessoas pensativas num dia só.
Draco e Mione ficaram andando por Hogsmeade durante um bom tempo.
Foram ao Caldeirão Furado tomar uma cerveja amanteigada. Compraram tudo que precisavam. Conversaram sobre diversos assuntos.
Draco tinha o poder de fazer Mione falar por um bom tempo. Ela se sentia bem com ele. Ele tinha se tornado uma pessoa legal, compreensível.
As garotas em Hogsmeade olhava aquele casal andar pelas ruas do vilarejo e rir sem parar. As garotas invejavam Mione. Afinal, um loiro como aquele não era de se desperdiçar. Fora os olhos tristes, os mais tristes que Mione havia visto em toda sua vida, Draco era um garoto lindo. Seus cabelos já não eram cheios de gel, e sim meio bagunçados, lhe dando um ar de maturidade e juventude ao mesmo tempo. Ele era um homem. Um belo homem.
Mione se perdia no fundo dos olhos azuis de Draco. Ele falava sobre um assunto qualquer. Ela se perguntava porque ele estava sempre sozinho. Mais da metade da população feminina de Hogwarts sonharia em estar na companhia dele. Ele tinha bom papo, era bonito e o melhor, solteiro.
Ele tinha percebido que ela não lhe dava atenção. Ficou meio aborrecido. Perguntava-se o porque de Ter sido ignorado. Ele também achava Mione linda. Mas sabia que esta nunca lhe daria uma chance.
_ Granger?
_ Ah? Que foi?
Mione acordou do transe.
_ Minha conversa está tão entediante assim, que você não pode ao menos prestar atenção?
_ Desculpe. Me perdi em meus próprios pensamentos. A propósito, me chame de Mione. Já nos conhecemos há tanto tempo, que não há porque de me chamar de Granger. Ok?
_ Só se você me Draco. Também não vejo porque continuar a ser chamado de Malfoy.
_ Ok. Draco.
_ Ok. Mione.
Os dois se olharam por um bom tempo. Era difícil imaginar o que estavam pensando.
Já estava novamente no Caldeirão. Não falavam nada. Apenas se olhavam. Mione estava ficando sem graça com a situação.
_ Ainda quer saber o motivo de minha briga com Snape?
Mione se mostrou curiosa.
_ Quero.
_ Briguei com ele por sua causa. Disse a ele que ele não poderia Ter feito aquilo. Que ele não podia magoar as pessoas quando bem entendesse.
Silêncio.
Mione estava perplexa. Malfoy havia brigado por sua causa. Ele a entendia. Ele resumiu em algumas palavras o que ela sentiu naquele momento. Ele sabia descrever tudo que ela pensava. Mas aquilo não estava certo. Ela não poderia prejudicar ninguém. Não era certo. Ele estava perdendo aula por sua causa.
_ Draco, você não pode perder aula por mi..
Draco a calou. Delicadamente pôs seu dedo nos lábios de Mione, fazendo sinal para que ela parasse de falar. Ela tremia. Sentiu um arrepio percorrer a espinha. Aquilo não estava certo. Ela precisava falar, mas não conseguia.
Ele se aproximou. Ela sentia o hálito dele. Sentia sua respiração. Sentia o coração dele batendo rápido. Devagar ele encostou seus lábios nos dela. Aos poucos eles se beijaram. Se beijaram como nunca imaginaram um dia. Era um beijo desesperado. Como se nunca mais fossem se ver.
Mione não pensava em mais nada. Só naquele momento. Ela sabia que não estava certo. Mas não queria parar. Podia esquecer de tudo nos braços dele.
No momento em que se soltaram, estavam vermelhos. Ambos estava sem graça pelo ocorrido. Mas Malfoy não parecia arrependido.
Mione ia começar a falar, quando ele a interrompeu.
_ Draco, eu..
_ Shhhi... Por favor, me deixa falar. Há muito tempo guardo esse sentimento só pra mim. Depois que o Weasley morreu, eu não me manifestei por respeito a ele. Jurei te esquecer porque vi o gesto de amor que ele fez pra ti. Ele deu a vida dele pela sua. Eu teria feito o mesmo se pudesse, mas ele o fez, e por isso o respeito muito. Nunca, em momento algum, deixei de te amar. Sempre que a via triste num canto, queria correr pra te abraçar, te beijar. Mas nunca podia. Sabia que era errado. Sabia que você nunca permitiria.
_ Draco, por favor.. não fa..
_ Deixa eu terminar. Sempre te via de longe. Foi melhor quando nos tornamos amigos. Quando conversávamos. Eu sempre sonhava com o dia em que a teria em meus braços. Sempre te amei, Mione. Eu quero só uma chance pra te provar isso. Uma chance pra te provar que pode ser feliz. Me deixa tentar?
Mione estava sem fala. Milhões de pensamentos lhe ocorriam. O que faria agora?
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!