Streetcar
(E há o obstáculo)
We can talk for a while
(Nós podemos conversar um pouco)
But I have sweet nothings to say
(mas eu não tenho nada doce pra dizer)
You don't want me anyway, you don't want me anyway
(você não me quer mais)
So why, why should I stay?
(então por quê? Por que eu devo ficar?)
Era mais uma aula chata de poções onde o professor Snape humilhava qualquer aluno de cachecol vermelho e dourado pelo simples fato dele pertencer a Grifinória. Ou deveria ser, mas para ela não importava mais se era Collin ou D’oil a quem Snape humilhava. Ela não queria saber se na próxima aula teria avaliação ou não, e nem se dera conta que teria que fazer algumas anotações que provavelmente cairiam no teste. Não ela realmente não se importava com nada disso. Ela só queria ficar ali, sentada na sua classe escrevendo coisas sem sentido em um pergaminho e continuar fingindo que estava tudo bem pra ela e que ela não se importava com o fato dele ter beijado outra enquanto estava namorando com ela. Na verdade, nem aquela lembrança importava mais agora.
- Weasley! – chamou o professor.
- Srta.Weasley – ela acrescentou sonolenta, como se estivesse acabando de acordar – O que é que o Sr quer?
- O que é que eu quero Srta. Weasley? – ele disse visivelmente afetado – Seria muito pedir para a vossa excelência prestar atenção na minha aula? Em vez de ficar rabiscando coisas desnecessárias durante as minhas explicações. Ou você acha que sabe muito e está “perdendo” seu tempo nas minhas aulas, e por isso fica dormindo durante as mesmas?
- Na verdade, Sr, acho que deveria ser um pouco mais educado com uma dama – ela disse em um tom de voz arrastado – E acho que sei o bastante pra dizer que essa aula é uma completa merda, além de chata.
- Menos 50 pontos para a grifinória Srta Weasley.
- Ah, o de sempre – ela bocejou e voltou a rabiscar o papel.
- E uma detenção...
- Surpreendo-me que não sejam duas! – ela disse juntando seu material enquanto o relógio marcava o fim da aula.
- Deve ser por isso que ele a trocou, Srta – disse Snape desdenhoso.
- Como é? – ela disse virando-se visivelmente furiosa. Puxou a varinha e conjurou qualquer feitiço que fizesse o professor sentir alguma dor e saiu da sala o mais rápido que pode.
O resto do dia ninguém a achou. Ninguém lembrou, na verdade. E isso não a incomodava, às vezes até agradecia, por que assim conseguia ficar sozinha com facilidade e não precisava dar muitas desculpas, a não ser para seu irmão, mas esse ela também quase não via, ele andava mais com o Harry do que com qualquer outra pessoa naquele castelo.
E agora ela estava ali, na torre leste, a sala de astronomia que ninguém mais usava. Mas tinha grandes janelas sem vidros e uma bela vista da floresta proibida e do lago, e talvez essa era um dos seus passatempos favoritos, apenas sentar no parapeito de um das janelas e olhar o vento fazer pequenas ondas na plenitude do lago ou ver as copas das arvores brancas no inverno.
Mas aquele lugar não seria mais o mesmo, não depois de ter o levado lá e contado seus segredos a ele e ter projetado nele uma figura de príncipe encantado, mas ele mostrou ser um grande e horrível sapo.
O vento veio e brincou com seus cabelos longos e ruivos e arrepiou sua pele alva e manchada por pequenas sardas, anunciando o inverno, afinal já estavam no inicio de dezembro, e ele não tardaria a chegar. O vento entrou enquanto a luz do sol saia trazendo o por do sol, com todo o seu laranja-avermelhado e seu reflexo no lago. Ela adorava aquilo, o modo como seu cabelo adquiria um tom dourado. Mas ninguém estava ali para admirar isso, e quem esteve não soube apreciar.
- Sabe Gina, eu tenho procurado você nos últimos 15 dias – disse uma voz masculina no fundo de todo aquele cenário – E as únicas vezes que a encontro é nas refeições ou nos meus sonhos.
- Ótimo, por que você vai continuar me encontrando só nessas ocasiões, Malfoy – disse, sem ser rude, sem intenção de machucar, apenas em um tom magoado.
(Então adeus pra você e sua vida)
Your new best friends, your confidence
(seu novos melhores amigos, sua confiança)
And I'll be here when you get home
(e eu estarei aqui quando você chegar em casa)
- Nós podemos conversar um instante como duas pessoas civilizadas? – ele pediu, mas para ela soou mais como uma ordem.
- Podemos, mas eu realmente não sei se temos algo pra conversar. Na verdade eu não sei se EU tenho algo pra te falar. Mas vamos fazer assim; eu deixo a tarefa de começar para você e aí eu vejo se eu tenho algo bom para te dizer.
- Eu não... – ele olhou para o lado, como se estivesse tendo uma luta interna e as palavras não pareciam sair do modo como ele queria – Eu não sei bem como começar... – ele sorriu nervoso.
- Tente começar – ela já o tinha visto assim, mas era como se aquilo a surpreendesse – com um pedido de desculpas.
- E isso adiantaria? – ele disse relaxando o corpo. Aliviado por ela não ter pulado no seu pescoço e lhe dado um soco.
- Não, mas seria um começo. – ela ergueu uma sobrancelha.
- Tudo bem – ela disse olhando-a firme. Mas ela podia ver a hesitação no seu olhar – Entenda, isso não é fácil pra mim.
- O que? Pedir desculpas?
- Exato, eu nunca tive que me desculpar antes – ele tentou explicar sentando em uma das classes empoeiradas, por fim suspirou e disse – Me desculpa, Gina! Eu estava fora de mim naquela noite, mas eu estou tentando encontrar o caminho de volta.
- De volta para o quê? – ela indagou.
- Para... – ele fechou os olhos por um instante – Para você.
Ela o olhou por um momento. Os olhos dele brilharam, um brilho triste. Os olhos dela marejaram, teve vontade de dizer que estava tudo bem, que Amanda Languedoc era uma perfeita vadia e que ela não se importava com aquilo desde que ele estivesse junto dela novamente. Mas tão rápido como essa vontade veio, ela foi embora. Só em lembrar o modo como ele passava as mãos pelo corpo dela durante o beijo, quando deveriam estar em seu corpo, o modo como as mãos de Amanda se encaixavam perfeitamente ao pescoço dele, enquanto aquele pescoço alvo deveria estar entre as suas mãos e por fim a proximidade dos dois, como pareciam um só, quando isso deveria acontecer entre ela e ele, não entre Amanda e ele, apenas isso já fazia Gina sentir uma enorme raiva dele.
Amanda era como o resto todo das garotas da Sonserina, uma vaca invejosa, além de ser mais uma apaixonada por Malfoy. No inicio, Gina não dera importância para ela, mas Amanda estava sempre ao redor de Draco, jogando charme se fazendo de amiga. Então ela avisou Gina que Draco seria dela custando o que custasse. E ela havia conseguido.
- Ela me avisou Malfoy – Gina disse limpando os olhos.
- Avisou? O que? Quem? – ele perguntou confuso.
- Amanda, ela me avisou que você a pertenceria. Não importava o custo. E eu não dei bola! Eu não liguei, por que eu achei que você já era “meu” – ela disse ironizando.
- Falando assim, parece que eu sou um pote de poção, que você pode usar e jogar fora! – ele disse se levantando, vendo que Gina já estava na porta.
- E não é? – ela saiu fechando a porta sem fazer barulho.
Gina caminhou até o banheiro da Murta que Geme, se olhou no espelho. O lápis de olho havia escorrido um pouco, lhe dando duas pequenas olheiras. Pegou um pedaço de papel higiênico e começou a limpar os olhos quando ouviu o barulho da porta abrir.
- Eu ainda não terminei de falar com você, Gina! – disse Malfoy.
- Mas eu terminei! Malfoy, eu disse pra você, no dia seguinte aquela cena, que eu estava dando o fora. Que eu quero que você me esqueça, por que a Amanda parece ser melhor que eu, e eu até acho que é. – ela disse nervosa.
- Mas eu não quero esquecer você!
- Ótimo, não esqueça, mas não me procure mais! – disse como se estivesse explicando que 2+2 é igual a 4, com um voz esganiçada, abrindo a porta do banheiro.
- Weasley! – ela o olhou, estava cabisbaixo – Você foi a melhor coisa que me aconteceu em anos, talvez na minha vida inteira.
- Adeus Malfoy! – ela disse firme, mas sua voz falhou um pouco quando disse “adeus”.
(Sentando no meio do caminho, longe de nenhum lugar)
Praying for our lips to touch
(rezando para que nosso lábios se toquem)
Holding myself for a second
(me segurando por um segundo)
Just to catch a smile on this line
(só para conseguir um sorriso)
Gina estava dando adeus a ele, a tudo aquilo que eles foram. Mas não conseguia esquecer que o gosto da boca dele era de hortelã e que o cheiro dos cabelos dele era de jasmim e menta e a fragrância que ele exalava era de perfume de loção pós-barba, que ela amava. E não saía da sua cabeça as vibrações positivas que as mãos dele lhe causavam quando estavam em seu pescoço. Adorava a cor dos olhos dele, e como mudavam de cor quando algo acontecia.
Seria difícil esquece-lo, e ela não pensava que seria diferente. Naquela mesma noite, em que ela não dormiu, apenas para ficar pensando nas boas lembranças que aquele namoro traria para ela, Harry surgiu de repente e a consolou, a ouviu e ela o agradeceu.
- Sabe Gina, acho que você deveria parar de pensar no Malfoy.
- É, também acho.
- Ele já provou que não te merece.
- Não mesmo! – disse com convicção.
- Então por que continua triste?
- Puxa, eu gosta dele, muito, muito!
Harry não entendia por que Gina ainda estava triste, se ela sabia que Malfoy era um canalha que não a merecia. Por que ela não partia para outra então? Era como se ela não quisesse substituir Draco, ela relutava contra a idéia de por outro amor no lugar de Malfoy, mas quando tocavam no assunto “reatar o namoro” ela era a primeira a se levantar da mesa e ir embora, Não queria dar o braço a torcer? Mas no fundo ela ainda queria que seus lábios se tocassem, e que o mundo parece como sempre era, quando se beijavam. Até mesmo Hermione tentara conversar com Gina, mas ela disse que o que menos precisava era de todos se preocuparem com ela.
Gina acordou o no dia seguinte no sofá, com as mesmas roupas do dia anterior e bem atrasada. Correu para o dormitório e se trocou rápido de mais para a concepção de qualquer garota, mas ela não se importava mais com isso. Correu mais um pouco até a sala de transfiguração, onde já estavam todos dentro da sala de aula.
- Bom dia Srta Weasley! – cumprimentou a Professora Mcgonagall secamente.
- Bom dia professora.
- Posso saber o por que do seu atraso?
- Não dormi no meu quarto hoje! – então percebeu que todos a olhavam espantados – Quis dizer que dormi no salão comunal. E perdi a hora.
- Bem, sente-se então, para que eu possa continuar minha aula sem interrupções.
- Sim Sra. – Gina revirou os olhos e sentou-se. Olhou para o lado e viu Amanda Languedoc, que também era do 4° ano, estava olhando-a cinicamente, como se tivesse ganho um brinquedo antes do natal.
Gina não deu atenção, nunca dava, mas aquela garota já estava irritando-a. Cada vez que levantava a cabeça dava de cara com ela a encarando. Ela não gostava quando era observada, sentia-se desconfortável, parecia que algo estava errado com ela, como uma sujeira no canto da boca ou o seu cabelo estar escabelado.
Quando a aula finalmente acabou, Gina já havia guardado seus materiais e saia da sala, Amanda parou atrás dela, com mais duas garotas e perguntou cinicamente:
- Como vai o Draco, Weasley? – Gina virou-se bem devagar, controlando a raiva e sacudiu os ombros.
- Eu realmente não sei. Sabe, não sou eu que fico me agarrando com ele por aí – ela disse saindo da sala, mas Amanda veio atrás.
- Claro, por que ele perdeu o interesse por você. – alfinetou.
- Não, é por que eu não fui pra cama com ele no primeiro encontro, como umas e outras por aí! – Gina resolveu aceitar a briga, alem de tudo, precisava descarregar a raiva de Malfoy em alguém.
- Eu não fui pra cama com ele. – ela disse indignada.
- Porque não teve chance – Gina pausou e olhou ao redor, alguns curiosos já se juntavam – Ainda. – acrescentou com malicia.
- Eu não sou qualquer uma! O Draco me ama! Ah, mas claro que você não sabe o que é ser amada né querida?
- Oh, ele te ama? Mesmo? – Gina parecia estar falando com uma criança de cinco anos – Então, meu bem, espera ele achar uma mais bonita, mais charmosa, mais.... Quente, que você e aí agente volta a conversar, ok’s? – Gina disse já saindo, mas não viu o brilho de fúria nos olhos de Amanda e nem percebeu quando ela levantou a varinha, só notou quando alguém gritou expelliarmus – Mas o quê...?
Ela virou-se para trás e viu Amanda sentada no chão, como se tivesse acabado de cair e varinha dela quase perto dos seus pés, e um Draco Malfoy furioso com a varinha erguida. Gina sorriu, um pouco nervosa um pouco feliz pela intromissão dele. Ele ainda se importava com ela? Apesar de tudo o que disse para ele? Gina estava começando a acreditar que sim.
- Encoste em um fio ruivo dela, Languedoc, e eu te mato. – ele disse para Amanda que o olhava brava. Então ele olhou para Gina que sorria, e por um momento pensou que aquilo era um bom sinal, mas Gina fechou o sorriso e voltou a andar, sem nem agradecer. Ele correu para alcança-la e segurou seu braço levemente, fazendo-a olha-lo.
- O que você quer dessa vez?
- Cara, você não sabe o quanto eu rezei só para ver o seu sorriso de novo!
- É mesmo? – ela ironizou, puxando seu braço.
- É, e olha, não é verdade aquilo que você disse ali! – ele protestou.
- Aquilo? – Gina pensou por um instante o que poderia ser mentira – Não sei do que está falando.
- “Espera ele achar uma mais bonita, mais blá, blá, blá!” – ele fez as aspas com os dedos.
- Ah não? E você não me trocou pela Amanda? – ela falou sarcástica.
- Bem – ele começou empolgado – eu descobri com um dos “amiguinhos” dela, que ela colocou alguma espécie de droga na minha cerveja amanteigada, naquela noite.
- O que? – o olhou num misto de incredulidade e confusão.
- Isso mesmo, ela me drogou, por que ela só sabe jogar sujo. – lamentou Draco.
- Meu deus! – Gina pôs as mãos em frente à boca, deixando o seu material todo cair no chão, e de repente se sentiu culpada. – Espera um minutinho?
- Claro!
Gina foi até Amanda que estava sendo ajudada a se levantar pelas amigas, e esperou ela ficar em pé novamente, então sorriu e deu o melhor e mais forte soco que já dera em alguém. Esperou ela virar o rosto novamente para ela e disse:
- Me sinto bem melhor agora – e saiu.
Gina correu até Draco, que sorriu e lhe entregou seus materiais os dois se olharam por um momento até que Gina falo:
- Draco, você me desculpa?
- Só se você me desculpar também!
- Eu realmente não sei por que, mas eu desculpo! – ele a envolveu pela cintura, enquanto olhava fixamente nos seus olhos, e a beijou. Gina agradeceu internamente por aquilo e só agora podia ver que se beijasse qualquer outro garoto, jamais seria assim, tão pleno e ao mesmo tempo perturbador.
(É como você disse que seria, eu não sinto mais o que sentia por você)
Is it just like you said it would be I can't feel the same
(e como você disse que seria, eu não sinto o mesmo eu não consigo sentir daquele jeito)
I can't feel this way, I can't feel the same about you anymore (it's never easy)
(eu não consigo sentir mais a mesma coisa que sentia antes)
Um ano depois...
Gina estava sentada no parapeito de uma das janelas da torre leste, observando a sua vista favorita, o branco do inverno já cobria todas as copas das arvores, era tão bonito que Gina resolveu pintar a sua paisagem preferida. Toda aquele sentimento ruim que a sala lhe lembrava, não existia mais, assim como a raiva que nutria por Malfoy também, aquela briga só fez o seu amor aumentar e com certeza ela não sentia mais a mesma coisa que sentia por ele naquela época, tinha se transformado em algo mais forte e intenso. Já estava ali há horas, pensando e pintando, pensando em quantas lembranças boas aquela sala possuía, e como o vento trazia os perfumes que ela mais amava na sua vida e com isso ela poderia saber quando ele chegasse ou quando estava perto, por que hortelã, jasmim e menta eram da natureza, mas loção pós-barba não.
- x -
N/A: Nháááá eu ameeei fazer essa songfic. ;333
Eh minha primeira viu? xDD
Não vão rir heim? ;T
Aff, pra q eu ainda escrevo? Ninguem lê mesmo ¬¬''
But...well... (:
Amo vcs.
-bjomeliguem-
;*
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