O início





Numa manhã de 1855, aliás, numa fria manhã de 1855 o jovem Alvo viajava no Expresso de Hogwarts, sozinho na cabine. Ele era um garoto aparentemente normal, com cabelos negros e pele pálida tinha também um nariz um pouco torto, devido a um tombo que levou quando era pequeno. Todos se divertiam enquanto ele observava as montanhas que passavam velozes pela sua janela. Há poucos dias recebera uma carta, avisando-o que ele era bruxo! Mal acreditara na hora, porém depois, começou lembrar-se de fatos estranhos que fizera, aparentemente eram sem explicações, mas depois que descobrira que tinha poderes, tudo se encaixava. Certa vez ele fizera a roupa de sua mãe – já falecida – pegar fogo, porém o mais incrível fora que ela ao menos teve queimaduras. Na época ela ficara extremamente irritada, porém depois a preocupação caiu sobre a sua cabeça, ela temia que o filho estivesse possuído por almas malignas. Crenças idiotas daquela época, em sua opinião. Para Alvo, não existiam essas coisas de possuídos ou coisa parecida, ele nunca tivera medo de espíritos. Não havia razão em temer os mortos.
Alvo observava um bando de veados assustados com o trem, quando ele ouviu batidas na porta da cabine. Virou-se e viu que era um aluno que também ia para Hogwarts. O nome do rapaz era Nicolau Flamel.
- Posso me sentar com você? – perguntou Nicolau, envergonhado.
- Mas é claro! Entre! – exclamou Alvo sorrindo. O que era comum, o difícil mesmo era vê-lo triste.
- Muito obrigado... – Nicolau também sorriu.
Ele entrou, carregando seu malão com uma mão e na outra uma gaiola, onde havia uma coruja cinzenta, com as penas bagunçadas. Feia, diria Dumbledore.
Juntos os dois conversaram durante o resto da viajem. Não que Dumbledore se importasse com a solidão do inicio, porém estava feliz em fazer amigos. Não era muito comum dele, que sempre fora um garoto tímido.

Quando o trem começou diminuir a velocidade o coração de Alvo acelerou e ele percebeu isso também no novo amigo, Nicolau também estava nervoso, pois ficou inquieto, tentando ver de todo o jeito onde estavam.
Dumbledore pegou um objeto estranho, tinha uma forma de cone e nas duas pontas lentes. Ele espiava o ambiente com aquilo.
- O que é isso? – perguntou Nicolau.
- Uma luneta! Ganhei quando era pequeno! – falou Dumbledore – Veja! Chegamos em um vilarejo!
Dumbledore passou o objeto para Nicolau que também observou. Realmente, estavam num pequeno vilarejo com ruas de terra e algumas pessoas na rua com roupas estranha, observando o trem com alegria.
Finalmente o trem parou de vez e Dumbledore pôde ver em uma placa, eles estavam em Hogsmead. E ao fundo, atrás de uma pequena floresta Dumbledore via torres altas e pomposas, com luzes bruxuleantes no topo das abóbodas. Um homem magro e corcunda, que tinha vestes surradas e um cabelo escorrido estava parado na estação com um lampião na mão, esperando pelos alunos. Apesar da aparência exótica, o homem parecia ser simpático.
- Vamos! Alunos do primeiro ano por aqui! – gritava ele, procurando os calouros no meio de muitos alunos.
Dumbledore e Nicolau desceram juntos e foram os primeiros a chegar perto do homem.
- Olá! Meu nome é Adan Horst! Sou o zelador de Hogwarts! – falou ele sorrindo e mostrando os dentes sujos.
- Olá, meu nome é Alvo Wulfrico Percival Brian Dumbledore. – falou Dumbledore sorrindo.
- Prefiro te chamar apenas de Alvo Dumbledore! – falou o zelador.
- E eu me chamo Nicolau Flamel, prazer! – disse o jovem estendendo a mão.
- O prazer é todo meu rapaz! – Adan voltou sua atenção aos outros alunos do primeiro anos que estavam completamente perdidos. – Por aqui alunos do primeiro ano! – gritou ele.
Alguns minutos depois quando todos estavam reunidos Adan os conduziu para a beirada de um lago, cheio de pequena canoas.
Dumbledore subiu em uma e ficou esperando, estava vislumbrado com a grandeza do castelo, além das torres que ele já havia visto, existiam pontes ligando uma torre à outra, um salão imenso, um campo de Quadribol, um esporte de bruxos, segundo o que Nicolau dissera. Havia estufas do lado de fora e no fundo uma grandiosa floresta que causava arrepios em Alvo, ela era escura e parecia mal-assombrada. No lago que refletia a lua cheia e as milhares de estrelas, Dumbledore viu pequenas criaturas estranhas, que nadavam e de vez em quando colocavam a cabeça para fora, espiando os alunos novos. Dumbledore perguntou que criaturas eram aquelas e Adan disse:
- São sereianos! – falou o zelador sorrindo novamente.
- Eles são incríveis! – sussurrou Dumbledore.
A travessia do lago foi tranqüila e não durou mais que meia hora.
Ao chegarem aos jardins de Hogwarts, Dumbledore se surpreendeu com outra coisa. Era o Salgueiro Lutador, uma árvore viva que atacava quem a importunasse.
Outra pessoa os esperava na porta, agora era uma mulher, gorducha, segurava uma varinha na mão. Tinha os cabelos enrolados e usava um chapéu peculiar.
- Por aqui! Logo iremos iniciar a cerimônia de seleção. – falou ela.
Dumbledore não sabia o que queria dizer a tal “cerimônia de seleção”, mas estava ansioso mesmo assim, pois tudo que se tratava de magia o deixava encantado.
A mulher se apresentou – ela se chama Augusta Fatt – e leu o nome de todos os alunos num pergaminho. Alguns instantes depois Adan apareceu e abriu as portas de um enorme salão. Havia quatro mesas enormes apinhadas de alunos e na frente de cada uma havia uma bandeira. Uma era verde com uma serpente, a outra vermelha e dourada com um leão, outra tinha um texugo e a outra uma águia. Todos os alunos usavam um chapéu cônico e olhavam para os calouros.
Na outra extremidade do salão, um homem velho com vestes formidáveis os aguardava, e ao seu lado, havia um banquinho com um chapéu remendado.
Surpreendentemente naquele chapéu surgiu uma boca e ele começou cantarolar uma canção bela, porém esquecida na mente de Dumbledore.
Após o termino os alunos se dirigiram a ele, receiosos. Augusta pegou o pergaminho e leu.
- Abel Huston! – o garoto tremia, porém subiu as escadas e sentou-se no banquinho. O Chapéu foi colocado na sua cabeça e ele disse:
- Sonserina!
A mesa com a bandeira verde explodiu em palmas e gritos eufóricos.
- Alvo Percival Dumbledore.
Alvo subiu as escadas e se sentou no banquinho, por ele qualquer casa estaria de bom tamanho, porém ele simpatizara com a do leão.
Quando o chapéu foi colocado em sua cabeça ele soltou uma exclamação.
- Oh! Tu és corajoso, sábio e leal! Com certeza será um grande bruxo e não há lugar melhor para você a não ser em... Grifinória!
Felizmente a mesa do leão irrompeu em palmas entusiasmadas.
Enquanto Dumbledore se dirigia à mesa, viu com o canto dos olhos o homem velho – que ele supôs ser o diretor de Hogwarts – sorrir bondosamente.
Assim, se iniciou a vida bruxa de Alvo Dumbledore.


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