A recordação



Harry a abraçou, enquanto fingia que dava uma bronca nela, brincando:

-Garota travessa! – exclamou rindo – Te disse para não vir! Olha como está esse lugar!

-Não importa, pra mim está bem! – exclamou Gina rindo também.

-Senti falta de você – disse Harry a ela, uma vez tranqüilo.

-Eu também. Imagina só: Levei dois dias procurando você por todos os lados!

-Posso te mostrar o lugar? – ele perguntou.

-Certo. – respondeu ela, dando lhe um beijo.

Gina se encontrou com os outros e levou uma bronca (?) de Rony. Logo se deu bem com Paty. Foram os cinco a um lugar onde tinha menos gente, para conversar mais tranqüilamente. Gina contou sua “aventura”, mas não mencionou nada da casa. Olhava fixamente Harry, confirmando suas suspeitas. Era exatamente igual ao homem da foto.

-Nos conte agora de você Paty! – disse Gina tentando pensar em outra coisa.

-Eu acho que não – respondeu.

-Por quê?

-Não entenderiam. Ririam de mim. – comentou

-Ninguém faria isso, vamos, como chegou nesse colégio, sendo que vem de tão longe?

-Bem... Na Índia, as garotas não tem direito de aprender magia. E muito menos os garotos, se não pertencerem à casta Bramânica.

-A o quêêêêê? – perguntou Rony.

-Castas Rony – explicou Hermione – é um sistema de classes sociais relacionado à religião Hindu. Ninguém pode mudar de casta nessa “Vida”. Tem muito a ver com a reencarnação. Algo errado?

-Em nada – respondeu Paty, com um sorriso – bem, eu pertencia à casta “Kshatriya”, uma abaixo da necessária e ainda por cima, era garota. Direi que é um país... Charmoso, mas muito machista. Minha mãe sabia que eu tinha aptidão para a magia e tentou de todas as formas, me fazer ir a uma escola, mas não pôde. A lei proibia.

-É muito injusto. – Rony comentou.

-Muito. Imagina o que significa ter que cortar o cabelo, fingir que é um garoto; e que pertence a uma casta superior a sua. É o que fazem muitas garotas, até que a situação fique insustentável para elas. Pra mim durou um ano. Estudei o primeiro ano no Instituto Ganesha de Magia e Feitiçaria. Sorte que nessa idade ainda não se nota demais as diferenças entre um garoto e uma garota.

-E como saiu daquele ligar? – perguntou Gina.

-Minha mãe era viúva. Se casou com um trouxa britânico chamado Robert Henderson, meu padrasto, já sabem. Troquei de nome para não ser inadimitida e entrem em Humstall.

-Como você se chamava?

-Djilah. Mas me chamem de Jill se quiserem! Pra vocês é inpronunciável! – exclamou, recuperando seu habitual bom humor. Estava séria até demais durante seu relato, mas agora já confiava em seus amigos. – Antes de irmos... Imploro para que não dissessem a ninguém. Prefiro eu mesmo contar e a quem eu queira contar. Não tenho nada contra o resto da turma, mas uma pessoa que não vou contar, por exemplo, Franz Sellers que é um garoto insuportável, cínico, detestável e estúpido... – se deteu, como se penssasse que falou demais – E também Jean, que não faria nada contra as normas, nem se sua vida dependesse disso.

-E você prefere Jill ou Paty? – perguntou Hermione.

-Não sei! O que vocês quiserem!

Todos se levantaram e voltaram ao acampamento. Mas Rony deteve Gina e disse a ela:

-Quando nos contou o que havia acontecido com você, me dei conta de que você ocultou algo. Soube ao olhar em seus olhos. Não te perguntarei o que é, mas se é algo com relação ao Harry, você tem que contar a ele.

Gina se surpreendeu. Rony sorriu para lhe acalmar e lhe disse:

-Vamos, relaxe!

Os dois riram e voltaram a se reunir com os demais. Depois de comer, Lupin sinalizou uma pedra enorme, que quase parecia uma colina e disse aos garotos que nessa noite iriam a Hogwarts a usando como chave de portal.

Gina se lembrou de algo e disse:

-Desculpe, tenho que fazer algo. – ela disse séria – volto em meia hora.

Ela saiu e meia hora depois já estava de volta e estava bem cansada, mas feliz “Finalmente consegui” pensou ela “Canis é um excelente professor”.

Ao voltar, Paty perguntou:

-Querem ver algo interessante? – perguntou ela aos garotos. Estes encolheram os ombros. E confirmaram – Sigam-me.

Paty os guiou por um caminho, adentrando-se no bosque e puderam ver Remus e Laura beijando-se apaixonadamente sentados em uma rocha.

-Enfim se reconciliaram – sussurrou Harry. Os demais ficaram observando-o.

-O que disse Harry? – perguntaram todos em coro.

-Ah, é uma história comprida. Talvez outro dia. – respondeu Harry – vamos, ou os atrapalharemos.

Saíram de lá e voltaram ao acampamento. Mione, Rony e Paty ficaram conversando entre eles e Gina decidiu que esse era o melhor momento para contar a Harry sobre a casa.

-Harry, tenho que te contar algo. – começou Gina.

Harry começou a se preocupar: quando Gina começava com essas palavras, se tratava de um assunto muito sério. Perguntou-lhe como sempre:

-O que é?

-Bem – ela começou – eu vinha procurando vocês e me perdi na estrada. Caminhei por um bom tempo e parei para almoçar próximo as ruínas de uma casa. Essa casa estava aberta. Depois de comer, entrei para percorrê-la. Estava toda destruída, exceto uma parte... Um quarto no segundo andar: Era um quarto de bebê. Estava intacto e vi uma foto na mesinha de cabeceira. Mostrava um casal com seu bebê... E esse bebê...

-Sim? – a interrompeu Harry. Começou a compreender s importância que essa casa poderia ter pra ele.

-Era você Harry. Acho que era sua casa,

-Po... Poderia me levar até lá?

-Claro, quer ir agora?

-Sim. Vamos, chame o pessoal.

Em um minuto, Rony, Mione e Paty, que acabou de se unir ao grupo, iam atravessando o túnel. Gina os guiava:

-Vejamos... O Andiun flui desse ponto... Devemos segui-lo até o outro lado e depois virar a direita.

Caminharam por aproximadamente duas horas. Seguindo o trajeto que Gina seguia na frente, avistaram a casa a qual se referia.

Ao chegar na porta de entrada, a cicatriz de Harry começou a doer muito e escutou a voz de seus pais novamento, como aconteceu dois anos atrás com os dementadores. Mas dessa vez era diferente: Não só escutava as vozes, via as imagens também, na perspectiva de um garoto que estava no braço de sua mãe. Era ele mesmo.

“Lily, pegue Harry e vá! É ele! Eu o deterei! Corra! – Harry ouviu seu pai gritar. E via um manto negro... Se moveu um pouco, agora podia vê-lo. Escutou uma risada fria e aguda que não lhe fez a cicatriz doer, porque naquele momento ele ainda não a tinha, mas ele gelou de medo. Seu eu bebê começou a chorar”.

“Agora acabarei com os últimos descendentes de Godric Gryffindor. Lute se for um homem! – ele desafiou Tiago a um duelo”.

“Lily, corre! – gritou Tiago. O que Harry viu na seqüência foi muito movimento. Sua mãe subia as escadas com ele nos braços. Ela se deteve, olhando para trás: Lily começou a chorar também. Voldemort havia lançado o Avada Kedavra em Tiago. Lily, tentando conter as lagrimas, se trancou em um quarto, que tinha um berço. Ouviu passos vindos da escada e logo depois, um feitiço: Alohomora. A porta se abriu e Lily começou a suplicar”:

“A Harry não, por favor. A Harry não” – ela dizia.

“Saia da frente estúpida” – Voldemort disse.

“A Harry não! A Harry não! Por favor! Farei qualquer coisa...”.

“Chegue para o lado... Chegue para o lado, garota”.

“A Harry não, te imploro, não. Mate-me. Mate-me em seu lugar”.

“Saia do meio, garota estúpida...”.

“A Harry não, por favor. Tenha piedade, lhe imploro, tenha pieda...”.

“Avada Kedavra!”.

Harry viu e sentiu como se sua mãe o abraçasse, interpondo-se entre ele e a maldição. Depois, ela caiu no chão, no seu lado. Uma figura alta, magra e sombria avançava até ele. Voldemort levantou a varinha, murmurou a mesma maldição com a qual matou os pais de Harry e sintiu uma dor imensa no rosto. Depois, um grito afogado: Voldemort que estava saindo de seu próprio corpo. Depois sentiu frio... Muito frio. Um estrondo similar ao de um motor gigantesco, alguém que o pegava delicadamente.

Esse alguém subiu com ele numa enorme motocicleta voadora. Uma brisa o invadia... Ele estava dormindo.

-Harry, você está bem? – perguntou Gina.

Harry acordou de boca aberta, estendido no chão, em frente à casa. Seus amigos e sua namorada o rodeavam preocupado. Ele nem sequer perguntou o que havia acontecido, era evidente que ele tinha desmaiado. Mione havia lhe jogado água fria com a varinha para reanimá-lo. Gina ficou o tempo todo em que ele esteve demaiado ao seu lado e sem dizer nada, o abraçou.

-O que aconteceu com você garoto? De repente quando viu a casa, você ficou tonto, caiu e não queria acordar – lhe perguntou Paty, tentando manter seu habitual bom humor, ainda que se notasse que ela estava muito pálida.

-Depois... – a cortou Harry. Não havia visto mais imagens de seus pais do que nas fotos e no ano passado, quando saíram da varinha de Voldemort. Quando ainda não sabia que era um bruxo, só se lembrava da luz verde. No primeiro ano, viu as imagens deles no Espelho de Ojesed; No terceiro ano, ouviu suas vozes. Mas agora... Agora lembrava tudo o que tinha passado perfeitamente. E não queria esquecer o que vira.

-O que aconteceu com você? – insistiu Rony – porque se é por causa da casa... É melhor que não entre nela.

Mais uma vez, Rony advinhou o que acontecia. Harry decidiu que não tinha sentido ocultar o que havia visto aos demais. Depois de Harry contar o que ele viu, os outros ficaram abismados.

-Mas... – começou Paty – Não é possível que tenha tido estas visões ao ver a casa, não?

-Não eram visões – respondeu Harry pensativo – eram lembranças. Essa casa... Me traz muitas lembranças.

Nesse instante, Sirius se materializou no lado deles. Estava bastante preocupado:

-Onde vocês se met...? Meu Deus! A casa de Tiago e Lílian! Pensei que só tinha sobrado os escombros!

-Quase – explicou Gina – por dentro está um desastre. Queríamos vir aqui para que Harry a visse, mas não pôde se aproximar.

-Sério? Bem, se é assim, é melhor que não entre. – respondeu Sirius – Temos que ir, Remus está nos esperando.

-Espera um pouco... Acho que tenho que ir pegar algo lá dentro, eu fiquei lá hoje de manhã... Sirius; venha comigo, quero lhe falar algo. – disse Gina piscando um olho para Sirius.

Os dois entraram na casa e cinco minutos depois eles (Que estavam do lado de fora, não Gina e Sirius) viram borboletas saindo da casa e Sirius saiu da casa.

-O que ela queria falar com você? – perguntou Harry.

-Nada demais, só mostrar algumas curiosidades que tinham lá, nada demais. – respondeu Sirius incomodado.

-E as borboletas? – Rony perguntou.

-Uma forma de homenagear os pais do Harry – ele respondeu no mesmo tom.

Um minuto depois, ela saiu com algo na mão. Não deixou que os outros vissem e meteu na mochila logo e saiu com Sirius e os garotos.

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