Sonho ou Visão?
Estava novamente naquele lugar. Nunca tive certeza se foi sonho ou visão.
Já fazia três meses desde o início do ano letivo. Depois daquela manhã, Draco não se aproximou de mim mais nenhuma vez. Porém, assim como ainda faço hoje, continuei acordando antes do nascer do sol. Somente para vê-lo aparecer e celebrá-lo. Nesse dia que vou lhes relatar, algo muito diferente aconteceu. Por mais incrível que pareça, nesse dia eu perdi o nascer do sol. Durante toda a noite anterior tive um horrível pesadelo...
Uma menina corria. Ela parecia assustada, como se algo a perseguisse. Quando me aproximei, a garota caiu. Ela tropeçou em uma pedra e sangue começou a brotar de uma de suas pernas. Aproximei-me mais, tentando ajudá-la, mas ela simplesmente corria. Pude finalmente ver o porquê de tanto pavor. Três guerreiros corriam atrás da pobre criança. Havia sangue em seus corpos e armas em suas mãos. Eles iam matá-la!
Levantei assustada. Ao meu redor a claridade começava a mostrar-se. Estava suada e ofegante. Quem era aquela menina? O que tinha acontecido? Tentei colocar minha cabeça em ordem e me dirigi ao banheiro. Estava atrasada. Debaixo da ducha fria, aqueles pensamentos ainda me atormentavam.
“- Até, professora!”
Sentada em minha mesa, respondia a cada cumprimento dos alunos. Era o meu terceiro tempo de aula e o sinal acabara de anunciar o almoço. Sem pressa, guardei o material que estávamos usando e fui para o Salão. No corredor, vários alunos chamavam minha atenção e eu apenas respondia com um sorriso. Quando estava quase chegando ao meu destino, uma pessoa se postou na minha frente.
“- Como vai, Lilith?”
Perdida em meus pensamentos, apenas depois reparei que era Draco quem falava. Da maneira mais natural possível, lhe respondi:
“- Bem, obrigada, professor. E o senhor?”
Aquilo era quase como um teatro. Os alunos que passavam viam somente dois de seus professores conversando de maneira polida...
“- Você não foi ver o Sol hoje.”
Aquilo não era uma pergunta.
“- Acordei atrasada. Como sabe, Draco , que não fui hoje aos jardins?”
Fiz questão de perguntar e frisar o nome dele. Porém, com o sorriso mais lindo que eu já tinha visto, ele respondeu: “ – Não te vi lá.”
Outra vez o mesmo sonho. Quem era aquela garota?
Draco e eu conversávamos ocasionalmente agora. Ouvi algumas de minhas alunas cochichando pelo fato de ele sempre me encontrar na porta do Salão Principal. Eu ria daquelas fofocas e as desmenti-as, porém sempre tinha uma ou outra nova. Como explicar para adolescentes sedentos por novidades que nada havia entre dois professores que se esbarravam de vez em quando?
O ano já ia pela metade... As notícias da guerra estavam cada vez mais alarmantes. O sonho continuava a me perseguir. Em uma noite ele mudou...
A menina corria de encontro a uma mulher. A mãe, como presumi na época, a abraçou e a escondeu dentro de uma casa de madeira e palha. Os guerreiros chegaram e, sem que nenhuma das duas pudessem fazer algo, a lâmina da espada de um deles atravessou o corpo da mulher. Eu gritei. Ao mesmo tempo que a menina. Eles a tinham achado! Iam matá-la!
Soube depois que o meu grito fora ouvido em todo o castelo. Em alguns minutos vários dos professores invadiram meu quarto, assustados e preocupados. Fui acordada por Dumbledore.
“ - O que aconteceu, minha querida?”
Ele me perguntou, de modo suave. Eu, que havia acabado de acordar, soluçava desesperada.
“ – Mataram a mulher! Eles a mataram e vão matar a menina também!”
Ninguém entendia o que eu falava. Somente Dumbledore, que distribuiu ordens rapidamente, mandando alguns irem acalmar os alunos e outros voltarem para as próprias camas. Para Draco ele pediu uma poção...
Quando me acalmei, Dumbledore saiu do aposento com uma desculpa qualquer. Draco entrava com a poção, que me estendeu.
“- Não quero, obrigada.”
“- Você tem que tomar, não é questão de querer.”
“- Não mande em mim. Já estou bem.”
“- Dumbledore mandou você tomar... Se não quiser que eu te faça engolir, tome de uma vez. É apenas uma poção para dormir sem sonhar.”
“- Eu tenho que sonhar, Draco. Tenho que saber o que aconteceu com a menina.”
Resignado, Draco colocou o vidrinho em cima de uma mesa e continuou.
“- Ok. Mas vou deixar aqui, caso você precise.”
“- Obrigada, Draco.”
Deitei novamente e esperei a batida da porta. Porém, esse som não veio. Draco continuava no quarto e suas íris prata queimavam em minhas costas.
“- Você está bem mesmo?”
Eu sorri.
“- Sim, estou.”
O sangue que escorria do corpo morto da mulher molhou os pés da criança. Os homens se aproximavam do lugar onde ela estava escondida. Porém, antes que revelassem seu esconderijo, a porta da pequena casa se escancarou. Um cavaleiro entrou com a espada em punho e, sem dar tempo para nenhuma reação, matou os três homens. A menina continuava a soluçar, dessa vez bem mais alto, o que chamou a atenção do cavaleiro. Ele abriu a porta do armário em que ela estava escondida e disse que já estava tudo bem, que o pior já tinha passado. Atrás dele, um rapaz de cabelos loiros e olhos prata entrou anunciando que a batalha estava terminada. Todos estavam a salvo. Os olhos da menina correram das espadas manchadas de sangue para o corpo da mulher. A menina disse algo. Envergonhado, o jovem pareceu se desculpar e saiu. O cavaleiro mais velho sorriu para a menina. Ele a tornaria sua filha.
N/A: Espero q quem esteja acompanhando goste desse novo cap. Demorou, mas saiu! Agora o pedido de qualquer autor: comentem e votem, please!!!! rs rs rs BJKS
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