Amor Eternus
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Arwen estava em seu quarto, pensando. Ouviu bateram na porta, e quando ela autorizou a entrada, viu Mirië sendo conduzida por Éomer. Levantou-se imediatamente, recebendo a amiga.
- Mirië! Estava à sua espera. – Disse a senhora élfica.
- Minha senhora. – Cumprimentou a outra, com uma reverência – A senhora aguardava minha chegada?
- Sim, minha amiga. Se já está aqui, significa que a maga, Hermione, também retornou.
- Sim, acabamos de chegar. Ela foi ajudar os amigos a combater o ataque Orc.
- Como deveria ser. – Arwen disse, como se estivesse pensando alto. Depois olhou para a outra e continuou – Vamos, precisamos ir para o quarto dela.
- Por que? O que está acontecendo, senhora?
- O destino de nossos jovens magos está sendo decidido neste momento. Precisamos estar presentes para apoiá-los e ajudá-los no que for possível, ou o resultado poderá ser catastrófico.
E sem mais nada dizer, saíram pelo corredor, em direção ao quarto de Hermione.
*****
I'm so tired of being here
Suppressed by all of my childish fears
And if you have to leave
I wish that you would just leave
'cause your presence still lingers here
And it won't leave me alone
Estou tão cansada de estar aqui
Reprimida por todos os meus medos de infância
E se você tem que ir
Eu desejo que você vá logo
Porque sua presença ainda permanece aqui
E isso não vai me deixar em paz
- Mione? Não... Mione! Você não! – Gritou Gina, correndo para junto do irmão – Rony, ela está...
- Não, ainda não. – Respondeu este, sentindo o pulso fraco da moça.
- Mione... – Harry chegou, olhando para a amiga com um misto de incredulidade e dor – Vocês precisam tirá-la daqui. Levem-na de volta ao castelo, enquanto eu cuido de tudo aqui.
- Rony pode levá-la, eu não vou deixá-lo aqui sozinho. – Retorquiu Gina, imediatamente.
- Amor, você e Cho precisam ajudar Rony a manter Mione viva. Não se preocupe comigo, vou ficar bem. Tenha pena é de nossos inimigos, pelo que fizeram a ela. – E Gina conseguiu ver, antes de Harry se virar, seus olhos brilhando num tom verde-escuro, seu rosto agora era uma máscara de ódio, o que era muito perigoso. Sabia que não adiantaria contestar mais.
Ela ajudou o irmão a erguer o corpo inerte de Hermione, enquanto Harry se dirigia para a coluna de Orcs que vinha em sua direção. A maioria ainda estava atravessando as vielas da cidadela. Desaparataram, ao mesmo tempo em que Harry aspirava todo o ar que conseguia, fechava os olhos, e com um grito de dor e fúria, lançava seus feitiços, não-verbais, gesticulando freneticamente. A cena a seguir foi como se a cidade inteira explodisse. Dezenas de explosões simultâneas e a espaços calculados aconteceram, e torres, torretes e muros começaram a ruir, soterrando os intrusos. As hordas que estavam fora dos limites da cidade, olhavam, pasmas, sem nada poderem fazer para salvar os companheiros. Mas o susto não durou muito, e logo todos se viravam e encaravam Harry, urrando e grunhindo. Antes, porém, que pudessem avançar, Harry fez um movimento amplo com os braços, como se estivesse regendo uma orquestra e proferiu - “Moeniassera!” – Não era um feitiço que ele costumava usar, mas não tinha escolha. Toda a poeira e detritos, oriundos da explosão, atenderam seu chamado. Uma espessa nuvem se levantou, e logo uma barreira se formou entre ele e os atacantes. Mais um feitiço, para que esta permanecesse por alguns minutos após sua partida, já que ainda havia soldados retornando para Minas Tirith, e Harry seguiu seus amigos.
These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time can not erase
Essas feridas que não querem cicatrizar
Essa dor é muito real
Há muita coisa que o tempo não é capaz de apagar
Por instinto, focou o quarto de Mione. Quando surgiu no meio do quarto, percebeu que este estava cheio de gente. Mione estava deitada na cama, com Rony a seu lado, sentado na beirada. Gina andava de um lado para o outro, chorando e parecendo perdida. Em cima da bela escrivaninha, Cho preparava, rapidamente, alguma poção. No canto, lady Arwen e outra Elfa, que Harry não conhecia, além de Éolyn, tentando conter as lágrimas que rolavam por sua face, sem muito sucesso. Ao ver que ele chegara, Gina foi ao seu encontro, jogando-se em seus braços, soluçando.
- Como ela está? – Perguntou ele, com a voz trêmula.
- Muito mal. A flecha está envenenada e a atingiu no peito. Se a tirarmos, vai sangrar até morrer. Se não tirarmos, não podemos combater o veneno e ela morre do mesmo jeito. Não sei o que fazer, Harry.
- Precisamos encontrar alguma saída. – Grunhiu ele, passando a mão pelos cabelos revoltos.
- Estou fazendo uma poção restauradora, mas não sei se será o bastante. – Disse Cho, de onde estava.
- Não percam a fé, meus filhos. Ainda há uma esperança. – Disse Arwen, tentando amenizar a situação.
- Por falar em fé, Arwen. – Irritou-se Harry – Eu coloquei toda a minha fé em você. E olhe a que ponto chegamos. Você me garantiu que eles ficariam bem, droga.
- Ainda não acabou, Harry. Enquanto há vida, há esperança. – Limitou-se a responder a Elfa.
Harry ia retrucar, mas a voz fraca e pastosa de Rony o impediu.
- Harry? Harry, eu nunca te pedi nada, cara. Não ligo para mim, mas por favor. Ajude-me. Salve a Mione, Harry. Faça alguma coisa, não a deixe morrer. – Suplicou o ruivo.
- Eu bem que gostaria, Rony. – Harry se aproximou do amigo e tocou seu ombro, em sinal de apoio – Mas eu não sou Deus. Para tudo existe um limite, não posso fazer nada. Não sou tão poderoso assim.
- Mas que merda! – Gritou ele de volta, livrando-se do toque do amigo – De que adiante então ter dois Magos Brancos, se nem pra salvar a mulher que eu amo da morte vocês prestam?
- Rony... – Tentou Gina, mas também foi interrompida pelo rapaz, que estava transtornado.
- Será que vocês não entendem? Não conseguem ver? Sem ela eu não sou nada, não sou ninguém. Não há motivo para continuar vivendo sem a Hermione. Não quero e não vou.
- Rony, pare de falar isso. – Gina recomeçara a chorar, agora pela dor da perda do irmão.
- Você não pode dizer uma coisa dessas, Rony. – Desesperou-se Éolyn.
- Se vocês não podem salvá-la, não vejo motivo para continuar nesta luta insana. Se ela vai embora, eu vou junto com ela. Não pude falar o quanto a amava, mas posso mostrar-lhe de outra forma. Ela vai sentir, todo o meu amor, antes de partir.
When you cried i'd wipe away all of your tears
When you'd scream i'd fight away all of your fears
And i've held your hand through all of these years
But you still have all of me
Quando você chorava eu enxugava todas as suas lágrimas
Quando você gritava eu afastava todos os seus medos
Eu segurei a sua mão por todos esses anos
Mas você ainda tem tudo de mim
Rony sacou sua varinha, e antes que Harry ou Gina conseguisse impedi-lo, bradou – “Amor Eternus!” – E um jato de luz laranja partiu da ponta de sua varinha, atingindo Hermione em cheio. A jovem aspirou fundo, e mexeu-se levemente. Harry arregalou os olhos... Ela estava reagindo. Olhou para Arwen, e esta estava sorrindo abertamente. Fitou seus olhos e balançou a cabeça, em sinal de entendimento. Então se virou para os amigos, ao mesmo tempo em que Anaryon, Eldest, Tolman e Gloryn entravam correndo no quarto.
- Rony, você é um gênio. – Disse ele.
- Quê? – Perguntou o ruivo, interrompendo o feitiço.
- Como eu não pensei nisso antes? É claro... – Balbuciava Harry, agora andando pelo quarto, gesticulando as mãos.
- Harry, do que é que você está falando? – Perguntou Gina, fazendo com que ele parasse e olhasse para ela.
- Escutem! Tive uma idéia. Podemos usar o “Amor Eternus!” Para manter Mione viva enquanto tratamos do ferimento.
- Como assim? – Cho, que ainda trabalhava em sua poção, perguntou.
- Esse feitiço transfere uma parte da energia vital da pessoa para o outro. Vocês não sabem como funciona por que nunca foram atingidos por ele. Mas eu me lembro muito bem de como é. Podemos fazer isso. Passar uma parte de nossa energia para mantê-la. Enquanto isso, extraímos a flecha e tratamos o ferimento.
- Só se for agora. - Disse Rony, lançando outro feitiço sobre a noiva. A mera possibilidade levantada por Harry lhe dando animo novo.
- Muito bem Rony. Agüente um pouco, já vou ajudar. – Disse Harry, virando-se para Cho e continuando – Termine a poção. Quando estiver pronta, eu cuido da flecha. Você fecha o ferimento e ministra as poções, tanto para combater o veneno quanto para ela se recuperar. Ela vai precisar repor muito sangue também.
- Harry, você tem certeza sobre isso? – Perguntou Gina, receosa.
- Sim, acho que vai dar certo. – Respondeu ele, virando-se para ela e percebendo sua fisionomia. Então perguntou – Por quê?
- Não sei, tenho medo deste feitiço. Prometi nunca mais usá-lo, não quero fazê-lo. Não acho seguro. – Respondeu a ruiva, visivelmente transtornada.
- Mas... Amor, nós criamos este feitiço. Ele pode salvar a vida da Mione. Por que não quer usá-lo? – Harry estava com pressa, não entendia o porque de Gina hesitar.
- Por que da última vez que eu lancei este feitiço, vi seu corpo arder em chamas na minha frente, Harry! – Despejou ela, tocando a cicatriz que ainda existia em sua face, onde parte de sua pele evaporara anos antes, sob o efeito do feitiço – Ainda tenho pesadelos com aquela lembrança...
You used to captivate me
By your resonating light
But now i'm bound by the life you left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me
Você me cativava
Com todo brilho da sua luz
Agora eu estou presa pela vida que você abandonou
Seu rosto assombra
Todos os meus sonhos, que já foram agradáveis
Sua voz expulsou
Toda a sanidade em mim
Harry não respondeu de imediato. Puxou Gina para um abraço, amaldiçoando sua falta de tato. Era óbvio que para ela a experiência ainda era demasiadamente traumática. Se a situação fosse outra, talvez ele tivesse pensado melhor e sido mais sensível. Pegou sua mão, puxando-a para um abraço. Gina acomodou-se em seus braços, como se buscasse proteção. Harry beijou-lhe carinhosamente a testa, e disse.
- Sinto muito, por causa de tudo isso me esqueci o quanto foi traumático tudo aquilo para você. Com certeza deve ter sido bem pior do que foi para mim. Eu sei que o feitiço é forte. Até mesmo amor demais pode matar ou queimar, como aconteceu da outra vez. Mas agora é diferente. Antes foram cinqüenta feitiços sobre mim, hoje serão apenas dois. Lançaremos sobre Rony, para que canalize nossas energias.
- Mesmo assim, Harry. Estamos muito mais poderosos do que naquela época. Podemos matar Rony.
- Estamos mais poderosos e mais controlados também. Saberemos dosar o feitiço para que não fira demais Rony. E estaremos unidos desta vez, dando força um ao outro. Não se preocupe, não acontecerá nada demais. E salvaremos Mione. Não confia mais em mim? – E finalmente ele deu um sorriso confiante, que terminou por convencê-la.
- Muito bem então. Vamos lá. – Concluiu a ruiva, separando-se de seu amado, virando-se para o irmão, que permanecia com sua varinha apontada para Mione, ligado a ela através do feitiço que lançava.
- Certo! Todos prontos? – Perguntou Harry, olhando para todos a sua volta, recebendo um sinal de concordância com a cabeça.
These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time can not erase
Essas feridas que não querem cicatrizar
Essa dor é muito real
Há muita coisa que o tempo não é capaz de apagar
Harry segurou a haste da flecha com uma das mãos, enquanto a outra apontava para Rony. Cho postou-se a seu lado, com a varinha a postos. Éolyn, com uma bandeja nas mãos, contendo uma série de poções e emplastos, logo atrás dos dois. Do outro lado de Harry, Gina esperava o momento certo para também lançar seu feitiço. Respirou fundo e bradou, com voz firme – “Evanesco!” – Em seguida, em uníssono com Gina - “Amor Eternus!” - Assim que a flecha desapareceu do peito de Mione, um jato de sangue espirrou do ferimento aberto. Cho se adiantou, lançando outros feitiços para estancar a hemorragia, sob uma torrente de luz.
Os dois feitiços, de luz extremamente branca, atingiram Rony ao mesmo tempo. Este arqueou o corpo, pela força do impacto. Brilhou intensamente, e sua varinha começou a tremer vertiginosamente, a ponto dele ter que largá-la ou, teve a impressão, ela explodiria. O feixe de luz que o ligava a Hermione, de laranja passou a prateado, e assumiu o diâmetro de seu punho. A luz prateada expandiu-se pelo quarto, cegando momentaneamente aqueles que a olhavam diretamente, fazendo com que piscassem diversas vezes até se acostumarem. Prorrompeu-se pelas janelas, e pode ser vista pelas pessoas que estavam do lado de fora.
When you cried i'd wipe away all of your tears
When you'd scream i'd fight away all of your fears
And i've held your hand through all of these years
But you still have all of me
Quando você chorava eu enxugava todas as suas lágrimas
Quando você gritava eu afastava todos os seus medos
Eu segurei a sua mão por todos esses anos
Mas você ainda tem tudo de mim
*****
Li entrou na antiga sala do trono, onde agora Chú estava, em companhia de Malfoy.
- Mestre, finalmente conseguimos conquistar o porto. Nosso exército está desembarcando e logo começaremos a montar acampamento e nos prepararmos para a luta.
- Ótimo. A resistência foi muito grande? – Perguntou Wang Chú.
- Sim, por algumas horas. Mas quando conseguimos desembarcar nas praias e começamos a cercar a cidade, acabaram desistindo. E tenho uma boa notícia...
- Sério? O que foi? – Mostrou-se levemente interessado o líder.
- Os Orcs informam que mataram um dos amigos do Potter. Uma das mulheres.
- Como? – Malfoy levantou-se, de um pulo – Quem?
- Pela descrição, não foi nem a Chang nem a sua ruiva, Draco. Foi a outra. – Li sabia que a reação de Malfoy seria aquela, havia falado daquela maneira, sem mencionar quem fora, propositalmente.
- Ela não é a “minha ruiva”, Li. É do Potter. – Resmungou o homem de cabelos platinados, tentando disfarçar o alivio ao saber que Gina ainda estava viva. Logo em seguida abriu um largo sorriso e continuou – Então quer dizer que a Sangue-Ruim da Granger finalmente encontrou o que merecia? Ah... Como eu queria estar presente para ver isto. Sabe como foi?
- Pelo que o comandante Orc me disse, o alvo era o Weasley. Mas ela entrou na frente, e foi atingida em cheio no peito. Sem chance de sobrevivência. – Concluiu Li.
- Isso é ótimo. – Chú disse, satisfeito – Assim que terminarem de montar o acampamento, vamos lá, prestar nossas condolências. E oferecer-lhes a oportunidade de rendição. Agora que seus amigos começaram a morrer, Potter deve desistir da luta.
- E se ele desistir? O que fará com eles? – Questionou Malfoy.
- Não se preocupe, Draco. Potter não sai desta história com vida. Quanto à sua ruiva... Cabe a você domá-la. Se conseguir, ela é sua.
Draco não respondeu, mas seus olhos brilharam, maliciosamente.
*****
I've tried so hard to tell myself that you're gone
But though you're still with me
I've been alone all along
Eu tentei com todas as forças dizer a mim mesma que você se foi
Mas embora você ainda esteja comigo
Eu tenho estado sozinha todo esse tempo.
Já fazia pelo menos uma hora que a cidade parara. Os últimos soldados a entrar deram a notícia, que rapidamente se espalhou. Agora, todos os olhos estavam voltados para aquela torre, da qual irradiava, ininterruptamente, uma luz prateada. Também era sabido que toda a família real e os lideres dos povos aliados estavam lá, dentro daquele quarto. Os rumores diziam que, apesar dos esforços, a maga já estava morta quando deixou o campo de batalha, e que os esforços eram inúteis. Outros, acreditavam que, se ela estivesse morta, não haveria o porque de tanto esforço. E havia ainda os que julgavam que aquilo tudo era apenas para iludir o povo, para que não perdesse a esperança antes ainda da verdadeira batalha começar. O fato, era que todos aguardavam ansiosamente por notícias. E sabiam, que enquanto as luzes brilhassem na janela, estas não viriam. E por isto continuavam olhando.
Enquanto isso, no quarto, praticamente nada mudara. Gina e Harry, agora estavam de mãos dadas, porém mantinham-se firmes, com Rony sob seus feitiços. Rony, também se mantinha, mas não tão firme quanto antes. Já estava sentado na cama, extremamente cansado. Segurava seu braço com o outro, para que este não desabasse. Nada faria com que abaixasse aquele braço, nem mesmo a morte. Alguns minutos antes, enquanto Cho ministrava mais uma dose de poção a Hermione, esta abriu os olhos. Sorveu o remédio, e depois que Cho a deitou novamente na cama, Ficou olhando para Rony, com seus olhos rasos d’água, porém sem nada conseguir dizer. Rony tentou sorrir, e disse.
- Não me deixa Mione. Não se entregue, volte pra gente.
Ela piscou, depois fechou novamente os olhos e voltou a perder os sentidos.
Cho corria de um lado para outro, misturando ingredientes, ministrando e acompanhando o quadro de Mione. Em certo momento, sacara sua varinha e se colocara ao lado de Harry, na intenção de se juntar aos amigos, que claramente já demonstravam sinais de fraqueza. Mas um olhar de Harry deixou bem claro que ela não deveria fazê-lo. Ela compreendeu que ele queria que ela ficasse de fora, que precisavam de alguém em plenas condições de agir, caso necessário. Pois eles, provavelmente não teriam. Passados alguns minutos mais, ela se dirigiu aos outros.
- Pessoal, acho que já chega. Nem vocês nem ela vão agüentar muito mais do que isso.
When you cried i'd wipe away all of your tears
When you'd scream i'd fight away all of your fears
And i've held your hand through all of these years
But you still have all of me
Quando você chorava eu enxugava todas as suas lágrimas
Quando você gritava eu afastava todos os seus medos
Eu segurei a sua mão por todos esses anos
Mas você ainda tem tudo de mim
Harry olhou para Gina, e ao mesmo tempo, cessaram o feitiço. Quando a ligação foi rompida, Gina quase caiu ao chão, sendo amparada por Mirië, que se postara a seu lado, o mesmo ocorrendo a Harry, que foi amparado por Anaryon. Rony desabou na cama, completamente fatigado, respirando com dificuldade. Imediatamente foram socorridos. Cho correu para a amiga, entregando-lhe um cálice de poção revigorante a ajudando-a a se sentar. Andy e Éolyn cuidaram de Rony, que mal se mantinha desperto. E Arwen dava de beber delicadamente a Harry, encostado na parede. Assim que tomou o último gole de sua poção, o moreno perguntou.
- Como ela está? – A voz saiu rouca, mas firme.
- Acho que vai ficar bem. Demos tanta poção para ela, que eu acho que levantaria até um hipogrifo. O veneno não resistiu nem dois minutos ao feitiço de vocês, nem precisaria dar antídoto.
- E Gina? E Rony? – Rebateu ele, cambaleando em direção á amada e ao amigo – Amor, você está bem?
- Estou exausta, mas bem. – Respondeu Gina, tentando sorrir.
- Rony também parece bem. – Disse Cho, que agora estava debruçada sobre o amigo, ajeitando-o na cama, ao lado de Mione – Só está esgotado. Já tomou a poção, agora só precisa descansar. Assim como vocês dois.
- Certo! – Anuiu Harry – Acho que tem razão. Um pouco de descanso vai nos fazer bem. Lady Arwen, queria me desculpar pelo que disse outra hora...
- Não há nada a se desculpar, Harry. Ficamos um tanto cegos quando um ente querido está em risco. É difícil enxergar a situação de maneira lógica.
- Sim, mas eu deveria ter pensado no feitiço antes. – Insistiu ele.
- Não Harry. Não era sua a obrigação de lembrar de quão forte era seu amor por Hermione e expressá-lo através do feitiço. Era de Ronald, e ele a cumpriu de maneira espetacular. Agora, tudo deve voltar ao que era antes, com o amor desses dois ainda mais forte e eterno. E ambos sabem disso. Agora, devemos deixá-los, para que consigam descansar e recuperar suas energias. E vocês também, descansem. Mandarei servir uma refeição em seus quartos.
Aos poucos, todos se retiraram. Por último, saiu Harry, que amparava Gina, e Cho, que ao passar, lacrou o quarto com um feitiço.
- Assim eles podem descansar a vontade. Mais tarde a gente volta, para ver como eles estão. – Disse ela, saindo então ao encontro de Anaryon, que a aguardava mais à frente no corredor.
Harry conduziu Gina até seu quarto. Colocou-a deitada na cama, mas quando ia se retirar, teve seu braço seguro.
- Não! Você não pode ficar aqui comigo? Só deitar aqui do meu lado, assim sei que não vou ter pesadelo lembrando daquele dia. – Pediu ela.
- Tudo bem. – Sorriu ele, sentando-se na cama, enquanto ela se deitava em seu peito, acalentando seu espírito com o tiquetaquear do coração amado.
Suspirou, aliviada, e estava prestes a se entregar ao sono, quando uma leve batida na porta denunciou que alguém estava querendo entrar.
- Pode entrar. – Consentiu Harry.
Uma jovem criada, uma das que estava servindo o grupo, entrou trazendo uma bandeja. Sorriu, sem graça, ao ver o casal deitado na cama, e só se aproximou após Gina indicar o criado mudo para que ela depositasse o lanche que trazia. A moça depositou a bandeja, mas não saiu. Parecia estar indecisa, com vontade de falar algo, mas não tinha coragem. Gina percebeu, mirou bem e falou.
- Hei. Aconteceu algo? Quer falar alguma coisa?
A moça se assustou, não esperava que Gina falasse com ela, ou mesmo que reparasse nela. Já havia percebido que a Maga era uma boa pessoa, mas não esperava ser tratada com tanta delicadeza e preocupação. Engoliu em seco e, gaguejando, disse.
- Peço perdão pela ousadia, minha senhora. – Começou ela – Todos os criados estão tristes e preocupados com vós. Lamentamos muito o acontecido com lady Granger.
- O acontecido? – Estranhou Gina, franzindo a testa.
- Todo o povo está comentando a morte da maga. Lamentamos muito sua perda, e gostaríamos de saber se podemos ajudar em algo. – A jovem estava cada vez mais nervosa. Tinha muito medo de que os grandes Magos a achassem abusada, e a castigassem por sua ousadia. Mas prometera aos outros criados, ao sair da cozinha, que falaria em nome de todos.
Harry e Gina se entreolharam, com a compreensão a dominá-los. Sorriram, e isso deixou a criada completamente confusa e envergonhada. Já ia pedir desculpas novamente e sair correndo do quarto, quando Gina tomou a palavra.
- Desculpe! Ficamos muito felizes e agradecidos pela gentileza de vocês. Mas podem ficar tranqüilos. Diga a seus amigos, que apesar da gravidade dos ferimentos, Mione está viva. Logo estará de pé novamente.
- Mas... Mas... Disseram-me que ela estava morta. – Balbuciou a criada.
- Felizmente não. – Disse Harry.
A jovem não conseguiu segurar a emoção e começou a chorar. Gina levantou-se e abraçou a jovem, com carinho.
- Pode ficar tranqüila. Não somos tão fáceis de se matar assim. – Disse a jovem, ainda acolhendo a criada nos braços – Pode espalhar a notícia, acho que todos estão preocupados também.
- Sim minha senhora. – Assentiu a jovem criada, recompondo-se e fazendo uma mesura.
- Agora, se puder nos dar licença... – Completou Harry – Estamos esgotados e precisamos descansar um pouco.
- Sim, claro meu senhor. – Agora ela fazia uma reverência para Harry. Logo em seguida virou-se e deixou o quarto.
- Não estou com fome agora. E você? – Perguntou Gina, voltando a se deitar e se aconchegar no peito de seu amado.
- Não mesmo. – Respondeu ele, abraçando-a ainda mais e fechando os olhos, para descansar, sob o perfume de flores que tanto amava.
Cho e Anaryon caminhavam novamente pelo jardim interno, o mesmo pelo qual passeavam diariamente. Sentaram-se num dos bancos, e Cho suspirou, cansada.
- Não prefere se deitar e dormir um pouco? – Perguntou Anaryon.
- Mais tarde. Não estou tão cansada quanto os outros. E sinceramente, acho que não vou conseguir me deitar agora. – Respondeu ela.
- Não acredito que não esteja cansada. Esforçou-se tanto quanto todos os outros, talvez até mais. Não parou um segundo sequer. – Disse ele, o que arrancou um sorriso da jovem – Mas eu entendo o que quer dizer sobre dormir agora. Eu também estou completamente pasmo com o que acabou de acontecer. Já tinha percebido que a magia de vocês era poderosa e podia fazer muitas coisas, mas nunca imaginei algo como aquilo.
- Eu te disse que conviver com esses quatro nunca é monótono. Quando a gente imagina que já viu de tudo, lá vêm eles para nos surpreender novamente. Desde o dia em que vi Harry tentando dialogar com uma serpente gigantesca que queria arrancar a cabeça dele, percebi que minha vida ia mudar. E para melhor. Não me arrependo nem um pouco em ter me unido a eles.
- Eu já tinha visto muita coisa nesta vida, mas nunca vi algo assim. E quanto ao que Harry fez com Osgiliath? Ele simplesmente a pulverizou, sem muito esforço. Fico imaginando o que poderia acontecer se ele perdesse o controle. – Apontou o príncipe, preocupado.
- Nem pense nisso. Mas não há risco. Harry sempre foi muito responsável e consciente de seus deveres e obrigações. E tem Gina. Ela é o pilar que o sustenta. Assim como os amigos.
- Pois bem. E se acontecer algo a vocês? E se por uma infelicidade qualquer, vocês não estiverem mais aqui?
- Mesmo que isso aconteça, Harry nunca machucaria pessoas inocentes. Tremo só de pensar o que ele faria com os culpados, num caso deste. Você teve uma pequena amostra hoje. Para o bem deles, é melhor que nada demais aconteça com Gina ou os outros, e estou me incluído aí. Tenho a impressão que esta guerra terminaria rapidamente, num terrível banho de sangue.
Já era meio da tarde quando Harry e Gina resolveram voltar ao quarto de Mione. Haviam descansado algumas horas e se alimentado, e já se sentiam recuperados. Caminharam de volta pelos corredores, desfizeram o feitiço que havia na porta, e quando entraram, Gina não pode conter um grito, assustada.
- Ronald! Sou sua irmã! Poupe-me dessa cena. – Gritou ela, escondendo o rosto no peito de Harry.
Rony, que estava em pé ao lado da cama, nu, tentou se cobrir, mas devido o susto se atrapalhou todo. Acabou se jogando de volta na cama, e cobrindo-se com os cobertores, assim como Mione, que dera um grito e cobrira a cabeça. Ao se verem, embaixo dos cobertores, se olharam, deram outro grito e descobriram a cabeça, tentando manter o máximo de compostura possível diante da situação, ao olharem para os recém-chegados.
- Gina! Como você entra no quarto assim, sem bater? – Gritou Rony, tentando impor algum respeito, no grito.
- O quarto não é seu, irmãozinho. Esqueceu? Eu nunca precisei de autorização para entrar no quarto da Mione. – Retrucou a ruiva, cruzando os braços – E além do mais, quando os deixamos aqui, os dois estavam tão cansados que pensamos que não poderiam sequer se levantar da cama, quanto mais fazer... Isso.
Harry, que permanecera calado até então, rindo da situação, resolveu interferir e salvar os amigos da cena constrangedora.
- Certo amor. Agora chega. – Pegou a noiva pelos ombros, obrigando-a a se virar, ficando de costas para o casal, enquanto emendava para estes – É melhor vocês se recomporem, logo deverão receber visitas que podem não gostar muito de encontrá-los nestes trajes.
Durante alguns minutos, ouviram o som dos dois se vestindo, e quando acabaram, Mione finalmente falou.
- Podem se virar agora.
Ela permanecia deitada, recostada nos travesseiros fofos. Rony estava em pé, ao lado da cama, com uma cara que era uma mescla de raiva e vergonha. Harry, ao passar por ele, deu um tapa em seu braço, como se dissesse “Esquece isso, não tem problema”, para logo em seguida se jogar sobre a amiga, abraçando-a com muita força, afundando seu rosto nos cabelos castanhos e armados que tanto amava, gesto que pensou que nunca mais poderia fazer.
- Tive tanto medo de te perder. – Disse ele – Como é que justamente você foi fazer algo impensado como isso?
- Eu sei. Também tive medo, pode ter certeza. – Respondeu ela, afastando-se um pouco do abraço – Fiz besteira, né? Mas quando vi o que ia acontecer, nem pensei. Só reagi, não consegui pensar em mais nada a não ser impedir aquela flecha de atingir o Rony.
- Quem diria... A bruxa mais coerente e sensata, agir por impulso para salvar o tapado do meu irmão. – Riu Gina, também abraçando a amiga, calorosamente – E parece que vocês fizeram as pazes. Então, para alguma coisa essa confusão toda serviu, não é mesmo?
- Hei! Quem é tapado aqui? – Ofendeu-se Rony.
- Não importa o que ele seja, é o homem da minha vida. E finalmente descobrimos que não podemos viver um sem o outro. – Mione esticou sua mão, que encontrou a de Rony, que sorriu para ela, corando absurdamente.
- E é assim que deve ser. – Harry finalizou, satisfeito.
Sentaram-se os quatro, e enquanto Mione e Rony devoravam uma refeição trazida pelos criados, conversaram animadamente. Logo, Cho se juntou a eles, acompanhada de Anaryon, o que não passou despercebido a Mione. Antes, porém, que pudesse fazer qualquer comentário, ouviram uma voz, chamando alto.
- HARRY POTTER!
Harry correu até a janela, de onde viu uma cena que não esperava. Parado no meio do caminho, entre Osgiliath e Minas Tirith, havia um grupo de pessoas, montadas a cavalo. À frente, Wang Chú, ladeado por Malfoy e Li, que portava uma bandeira branca.
- É Wang Chú. Está portando uma bandeira branca, quer conversar.
- Você não está pensando em ir até lá, está? – Disparou Gina, postando-se a seu lado – Não sozinho.
- Calma, amor. Não vou dar esse gostinho a ele. Vamos até o muro exterior saber o que ele quer.
- Eu também vou. – Apressou-se a dizer Mione, no que foi impedida imediatamente por Rony.
Harry, Gina, Cho e Anaryon desceram rapidamente até os muros externos, postando-se acima dos portões principais. Senar se juntou a eles, também carregando uma bandeira branca. Harry apontou para a própria garganta, murmurou – “Sonorus!” - E falou:
- Estou aqui, Chú. O que deseja?
- Potter. Vim lhe estender minha mão. E trazer minhas condolências por sua perda. – Disse Wang Chú, sarcasticamente – Por isso estendi a bandeira branca.
- Acho que não estou entendendo, Chú. Seja mais claro. – Retorquiu Harry, rudemente.
- Esta guerra não é necessária, Harry Potter. Olhe meu exército, tenho em torno de quinze mil soldados, preparando-se para atacar sua fortificação. Será um massacre. Por que condenar tantos inocentes ao mesmo fim que sua amiga, Granger? Não conseguiram extrair nenhuma lição de sua morte? Terá ela morrido em vão?
- E onde está o Songo-Mongo do Weasley? Chorando a perda da noivinha de Sangue-Ruim? – Gracejou Malfoy, também com a voz ampliada.
- Parece que as notícias sobre meu estado de saúde são um tanto exageradas. – Disse Mione, que aparatara logo atrás de Rony, amparada por Rony, que tinha um olhar feroz em direção a Draco – Quem disse que eu morri?
- Mas... Você está morta. Levou uma flechada certeira no peito, não tinha como sobreviver. – Soltou Malfoy, incrédulo, quase sendo abafado por uma ovação do povo que estava dentro das muralhas, ao ouvirem a voz da maga que eles também julgavam estar morta.
- Se você fosse um pouco menos obtuso, Malfoy. – Continuou ela – Já teria aprendido um dos conceitos básicos das leis da magia. A de que não existe feitiço ou poção que possa trazer os mortos de volta à vida. Partindo deste princípio, efetivamente eu fui ferida, mas graças ao... Como você disse? “Songo-Mongo” que me ama e meus amigos, consegui sobreviver. O amor pode ser um remédio muito mais eficiente do que imagina, Draco.
- Realmente, parece que fui mal informado. – Interrompeu Chú – Mas isto em nada muda minha oferta. Rendam-se, Potter. Você, seus amigos e a família real. E prometo que nada farei contra o povo de Minas Tirith.
Anaryon, que estava próximo a Harry, cochichou-lhe algo no ouvido, este balançou a cabeça em concordância e então retomou a palavra.
- Tenho uma resposta do governante desta cidade para você, Chú. E faço minhas, suas palavras. Se quiser nossas cabeças, venha buscá-las. De preferência, pessoalmente. – E uma nova onda de gritos dos homens de Gondor e seus aliados se ouviu - Você verá, que mesmo em inferioridade numérica, não seremos alvos fáceis.
- Vocês não têm a mínima chance, Potter. – Grunhiu seu ex-mestre.
- Temos sim, Chú. Sabe por que? Por que lutamos com nossos corações. Não lutamos na ânsia de conquistar, pelo simples prazer da conquista, ou visando riquezas. Lutamos por amor. Amor a nossos entes queridos. Amor a nossos amigos e familiares. Amor à liberdade. E será assim, como povos livres, que os povos da Terra Média lutarão e vencerão seu exército, Wang Chú. E acredite. Vocês é que nunca tiveram chance. Se desejar levar seu exército para a derrota, então venha. Não temos medo de você ou de seus Orcs. Venha, que estaremos esperando.
- Belas palavras, garoto. – Retrucou Chú, com um sorriso sarcástico – Pode nos aguardar, que em breve chegaremos e tomaremos este castelo. E não teremos dó nem piedade de nenhum homem, mulher ou criança que esteja ai dentro. E não vejo a hora de cruzarmos novamente nossas espadas, e finalmente descobrirmos quem de nós é o melhor, Harry Potter.
- Engraçado! Eu pensei que, quanto a isso, não houvesse dúvidas. – Disse Gina, também com sua voz ampliada.
- Não, criança tola? E por que? Você pode dizer, com absoluta certeza, qual dos dois é o melhor? – Provocou Chú.
- Pensei que fosse óbvio. Afinal, qual dos dois saiu do último embate com todos os membros do corpo? – Finalizou a ruiva, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Instintivamente, o homem levou a mão que ainda tinha sobre a criada por magia, não conseguindo evitar um grunhido de ódio.
- A trégua acabou. – Disse, passado um minuto – Da próxima vez que nos encontrarmos, sangue será derramado. Tenham certeza disto.
Wang Chú e seus homens viraram as costas para a cidade e voltaram para seu acampamento. Lá chegando, Draco mandou chamar o Orc que havia flechado Mione. Este compareceu, numa tenda onde estavam reunidos os principais líderes Orcs, bem como Chú e Li.
- Foi você quem disse que havia matado a Sangue-Ruim? – Perguntou o homem de cabelos platinados, visivelmente irritado.
- Sim, fui eu. E tenho ótima pontaria, a flecha atingiu o alvo bem no peito. Não tinha como ela sobreviver. – Anuiu o Orc, já sabendo que falhara.
- Mas ela sobreviveu, seu idiota. Tem idéia do papel ridículo que nos fez passar agora, em frente a todo o exército inimigo? – Perguntou Chú, por sua vez.
- Prestem atenção, seu bando de idiotas. Nunca mais nos façam passar por uma situação como esta, entenderam? – Malfoy retomou a palavra, ao mesmo tempo em que sacava a varinha – Não admitimos tamanha incompetência entre nós. “Avada Kedrava!”
O corpo do Orc tombou no chão, sem vida. Os comandantes Orcs urraram de ódio, mas nada disseram. Não seriam loucos de provocar a ira dos magos, naquela hora. Entreolharam-se, e se Malfoy, que já saíra da tendo ou algum dos outros prestasse um pouco mais de atenção nas criaturas que julgavam dispensáveis e burras, teriam percebido que acabavam de cometer um sério engano. Ao matar um soldado que apenas cumprira seu dever, sem a menor honra, eles talvez tivessem condenado sua aliança ao fracasso.
Todos estavam novamente no quarto de Mione, que voltara para a cama após a discussão nos portões.
- Você não devia ter dito aquilo a Chú, Gina. – Disse Harry, que estava abraçando-a pela cintura, enquanto Mione recebia os cumprimentos de Eldest e Gloryn.
- Foi ele quem pediu. Acha-se lá grande coisa, quando nós sabemos que você é melhor do que ele. – Respondeu ela, fazendo bico.
- Eu fui melhor naquele dia. Não significa que serei da próxima vez. – Respondeu ele.
- Qual é, Harry. Se você já era melhor quando ele tinha as duas mãos, imagina agora que ele tem só uma. – Disse Rony – Por mim, estou louco para pegar o Malfoy no meu caminho. Onde já se viu? “Sangue-ruim!”. “Songo-Mongo!” Ah, se eu pego aquela Doninha Albina, acabo com a raça dele.
- E acho que isto não vai demorar muito, meu amigo. – Era a vez do mestre anão tomar a palavra.
- Não mesmo. E isso significa que não podemos esperar para buscar mais ajuda. – Harry disse, olhando para Cho, que estava ao lado de Anaryon, e entendeu imediatamente o que ele queria dizer.
- Quer dizer que é a minha vez de partir em busca de aliados? – Perguntou ela, o que chamou a atenção de Anaryon para a conversa.
- Como assim partir? Não há mais povos para chamarmos, muito menos tempo para isso. – Disse o príncipe.
- A ajuda não está aqui na Terra Média, Anaryon. Está em nossa casa. É hora de chamarmos os Guardiões. – Disse Harry.
- Certo. Claro que irei. – Concordou ela, sem muito entusiasmo – Quando devo partir? E como?
- O quanto antes. Acho que é melhor que seja amanhã pela manhã. Preciso de algumas horas para refazer o feitiço que mestre Caine me ensinou, para que você os traga diretamente para cá e não para o Condado, como aconteceu conosco.
Na manhã seguinte, novamente todos estavam reunidos. Agora, porém, no grande paço, de frente a Arvore Branca, símbolo de Gondor. Todos menos Mione, que permanecia em repouso.
- Tem certeza de que vamos conseguir abrir o portal, Harry? – Perguntou Gina, que estava a seu lado – Da última vez, foram necessários você e mestre Caine para conseguirem.
- Vamos sim. Da última vez, eu fiz tudo praticamente sozinho. Mestre Caine já não tinha forças, estava mais me ensinando.
Concentraram-se, repetiram uma fórmula que Harry ensinara a Gina momentos antes, e mais uma vez, o espaço pareceu se dobrar a sua frente, e um portal, exatamente igual ao anterior, surgiu, mostrando uma paisagem coberta de neve do outro lado. Harry aproximou-se de Cho, entregando-lhe um pedaço de pergaminho.
- Este é o feitiço para que o portal se abra aqui mesmo, neste lugar. Devido ao número de pessoas, certamente vocês vão precisar de mais bruxos para pronunciar o feitiço. Talvez possa pedir ajuda ao Senhor Weasley, Lupin e Minerva. – Explicou Harry, abraçando a amiga – Não demore a voltar, está bem?
- Pode deixar. É o tempo de convocar os Guardiões e repor os suprimentos que a Mione me pediu. Ela acha que vamos precisar de mais lágrimas. – Respondeu a garota, retribuindo o abraço.
- Se puder, avise minha mãe que estamos bem, ok? Ela deve estar morta de preocupação. – Pediu Gina, substituindo Harry no abraço.
- Pode deixar. Vou dar uma passada na Toca.
- Tem certeza que não quer que eu vá? Já estou bem melhor hoje. – Disse Rony, aproximando-se e também se despedindo da amiga.
- Não, tudo bem. Você já viajou demais. E é melhor ficar estes dias que ainda temos de trégua ao lado da Mione. – Agradeceu Cho.
Virou-se então para a última pessoa que faltava para se despedir, e um nó se formou em sua garganta. Aquele era o único motivo pelo qual ela pensara em não partir. O que era uma surpresa para ela. Anaryon se aproximou.
- Faça uma boa viagem. – Disse ele, simplesmente – E espero que tenha tempo de visitar sua família.
- Obrigada. Pode deixar, eu vou dar uma passada em casa, se puder. Eles também devem estar muito preocupados comigo. – E uma lágrima queria descer, insistentemente por sua face – Mas eu volto logo, ok?
- Estarei esperando, lady Chang. – E Anaryon abriu um sorriso, enquanto acariciava aquele belo rosto com a mão.
Cho não conseguiu se conter, e abraçou-o com força. Em seguida, buscou sua boca avidamente, e trocaram um beijo já saudoso.
- Cho, está na hora de ir. Não posso manter o portal muito mais tempo. – Harry estava mortificado em interromper, mas era necessário.
Com dificuldade, o casal se separou. Cho seguiu em direção ao portal, e sem titubear, atravessou-o. Só então se permitiu olhar para trás, e ver a imagem distorcida de Anaryon do outro lado do portal. Permaneceu ali, parada, enquanto este se fechava e a imagem desaparecia. Só então tomou consciência do frio que fazia, afinal estava nas montanhas do Himalaia. Mas em seguida, sentiu um encontrão, que quase a lançou no chão.
- Cho! É você mesma? Graças a Merlin, você está viva.
Ela correspondeu o abraço caloroso. Estava feliz por estar de volta e sabia que a recepção era verdadeira. Mas não tinham muito tempo. Precisava agrupar os Guardiões e levá-los para a Terra Média.
- Oi Parvatti. É bom demais ver você, minha amiga. É bom estar de volta. – Retribuiu ela – Mas não temos muito tempo, temos muito trabalho a fazer.
N:A: Espero que tenham gostado do cap. Já estava planejado há muito tempo, e acho que consegui passar o que queria nele. Esta música que inseri ( My Imortal – Do Evanescence), também acho que tem muito a ver, por se tratar de sentimento de perda. Mais uma vez, um agradecimento especial á MarciaM, que postou a música pra mim.
Agora, assuntos mais interessantes: Não sei vocês, mas na minha opinião, depois de tanta coisa pela qual passaram, Rony e Mione merecem seu momento NC ( Ta, vocês me fizeram ficar com sentimento de culpa, e é uma maneira de compensar isso, sim). Então, estou querendo escrever o que aconteceu naquele quarto, enquanto eles se recuperavam. A dúvida que não quer calar é a seguinte. Posto como um cap 02 da “ Primeira Noite”, ou crio uma short só deles? Vocês decidem. De qualquer forma, será isso que eu vou escrever a seguir, antes de continuar com a estória.
Respondendo alguns comentários agora...
MarciaM – Definitivamente, preciso dar um jeito nessa sua bola de cristal. Está prevendo tudo que vai acontecer, garota...
Lana – Senti sim, o ventinho na orelha. Que bom que gostou, espero que o feitiço tenha saído a contento e o cap do jeito que esperava.
Deby – Olha a saúde, menina. Se ficar doente por ler fic madrugada adentro, depois não vai conseguir acompanhar o final. Rsrsrsrss. E pode deixar, quando escrever meu livro, dou um jeito de avisar. Valeu.
Tonks – Minha linda e maluquinha menina, muito obrigado pelo comentário. Espero que goste deste cap. E obrigado pelas conversas, pelos e-mails trocados. Você tem um lugar especial no meu coração.
Bruna – Seja bem vinda. Que bom que consegui mudar sua opinião a respeito de Fics envolvendo Elfos, anões e tal. Fico realmente muito feliz que esteja gostando.
Joana – Também seja bem vinda. Não, não sou o Mago Branco da escrita, juro que não lancei nenhum feitiço pra pessoa ficar grudada na leitura até acabar de ler. Bem que queria, assim teria muitos outros leitores.
Sheil@ - Não falou abobrinha não, fica tranqüila. E adorei o comentário, também te adolo. E vamos seguir, firme e forte na Grande Poder, hein. Conte sempre comigo.Beijão pro Mateus.
Luluh – Dei um jeito satisfatório? Espero que sim. Quanto às garrafas, logo vamos ver o que tem nelas. Mas garanto que é algo, no mínimo, delicado. Aí da Lucy se quebrar alguma. Quanto á Rita, ela não entrou na Toca. Continua de plantão em frente aos portões de Hogwarts. Infelizmente.
Bom, por hoje é só. Gostaria de agradecer também às pessoas que estão acompanhando a fic mas não têm tempo de comentar. Eu sei que com essa correria, nem sempre dá. Agora, estamos prestes a entrar na fase final da FIC. Ainda teremos vários caps, mas assim que a batalha começar, vai ser pura adrenalina.
Bom, aguardo comentários e sugestões de vocês sobre a NC, para começar a escrever, ok?
Grande beijo e um forte abraço.
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