Reflexo
Reflexo
Não brinque consigo mesmo, não se engane assim, Severus. O que aconteceu ontem é impossível demais para existir, como ainda não aprendeu isso? Você veio para cá esperando o quê? Amor? Oh!, quão comovente.
Você não merece amor, será que essa verdade é complexa demais para que entenda? Qualquer lágrima que você derrame ou qualquer ato que faça buscando perdão jamais poderão mudar a pessoa que você é, jamais poderão trazer alguma redenção.
Você vê? Olhe para baixo, Severus, é seu reflexo na água. É o seu rosto marcado, são seus cabelos tentando esconder a vergonha estampada. É o seu olhar que, mesmo sendo frio, carrega um medo. Mas você não contar isso para ninguém, contaria?
O que você faz então? Cria silêncio. Fica sozinho, fechando-se em si mesmo nesse lugar isolado. Faz diferença para você que seus pais não mais estejam na casa? Nunca fez, não é verdade? Porque a escuridão é sempre a mesma.
E agora você fica aí, ajoelhado no chão. Espera o quê? Alguém vir resgatá-lo? Severus, acorde. O que você espera... uma vida assim não seria a sua. Uma vida assim seria... uma vida.
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