Um Passeio Tarde da Noite



Aquele dia fora todo flores. Hermione terminara de organizar sua sala seguindo a maior parte dos conselhos de Snape e estava com fome. Como já tivesse passado do horário de jantar, ela dirigiu-se à cozinha para pedir o jantar para os elfos e Dobby serviu-a com alegria, sem parar de falar nem para respirar um pouco. Ela comeu e dirigiu-se para seus aposentos, exausta. Dedicaria o domingo a descansar.
Entretanto, achou que não conseguiria dormir com o que viu. Ouviu vozes vindas de uma sala de aula que não era usada e foi ver o que era. Se fossem alunos, eles iriam para a cama depois de uma bela bronca e uns pontos a menos para suas casas.
Mas ela parou e escondeu-se nas sombras ao ver do que se tratava. Snape estava sentado a uma mesa, olhando com certo descaso para Regina Black, que estava vestida muito indecentemente com um pijama preto – se é que se podia dizer vestida.
- Hum... Sabe, professor... Achei que o senhor seria mais bonzinho comigo agora que viu que não sou mais aquela criancinha bobinha... – murmurou ela com uma voz manhosa sentando-se na mesa e abrindo as pernas.
Snape olhou para baixo impassível e depois subiu o olhar.
- Você veio preparada – comentou ele.
- É, eu vim, professor.
- Mas não pretendo arruinar a minha carreira por causa de alguns minutos de prazer – disse ele, calmamente, passando as mãos pelas pernas dela. – Não vale à pena. Ainda mais que você ainda é menor. Isso me traria muita dor de cabeça.
Regina desceu da mesa, sentando-se no colo dele, de frente para ele.
- Uh... Você está excitado – comentou ela, com um ar de vitória.
- Dificilmente não estaria – disse ele, passando as mãos pelas pernas dela. – Mas você não é o bastante para me tentar, srta. Black. Eu já disse que isso não deve e não vai acontecer.
Ela começou a se balançar no colo dele de um jeito muito obsceno e murmurou com voz arrastada:
- Ah... Mas eu me arrumei tanto para você... Não vou ganhar nada?
Snape suspirou. Ainda passava as mãos nas pernas dela, olhando-a. Ele tinha os lábios entreabertos e olhava os lábios dela, o que deu à jovem alguma esperança, mas ele disse:
- Eu não teria sido espião por quase 20 anos se uma menininha que nem completou 17 anos ainda fosse capaz de me fazer perder o autocontrole, você sabe.
Ela aproximou a boca para beijar Snape, mas ele afastou o rosto e disse:
- Você devia se comportar como uma dama, srta. Black. Desse jeito, está parecendo uma cadelinha no cio – disse ele.
- Ah... o senhor deveria ser mais educado – murmurou ela, e começou a lamber o pescoço dele.
Ele abafou um gemido.
- Srta. Black – a voz dele agora vacilava. – Se você não parar com isso agora serei obrigado a reportar a sua conduta ao diretor.
- Vá lá. Mas faça isso depois que terminarmos – disse ela, voltando a tentar a boca dele.
Desta vez, não houve resistência da parte dele, mas ele levantou-se e a pôs em cima da mesa. Por um momento, Hermione achou que ele ia mesmo invadi-la, mas ele passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo.
- Você é mesmo gostosa, srta. Black – ele disse. Ela sorriu um sorriso safado. – Mas quem sabe ano que vem. Não vou fazer sexo com uma aluna na mesa de uma sala. Eu ainda tenho algum senso de inteligência.
Ela suspirou.
- Se você não quer...
- Eu disse que eu não posso – ele corrigiu.
- Hum... vou ver o seu lado homem um dia, então? – perguntou ela, parando a menos de dez centímetros dele.
- Se depois que você se formar você ainda quiser, verá sim – disse ele, acariciando a curva da cintura dela.
Ela fechou os olhos e respirou fundo. Aproximando-se dele, desceu a mão direita para o membro dele. Snape vacilou.
- Você é a melhor vadia que já vi na minha vida – disse ele. – Teria feito sucesso entre os seguidores do Lorde das Trevas.
- Vou tomar isso como um elogio – sussurrou ela, acariciando ainda a mesma região. – Você é tão grande quanto parece?
- Não... – disse ele, olhando para os olhos dela. – Sou bem maior.
- Uh – ela gemeu. – Ah... você mantém o controle fácil demais... É melhor eu desistir por hoje...
- Você demorou a perceber, srta. Black – ele disse, expressando o que restava de sua impassibilidade.
Hermione estava estática ali e só por isso não saíra antes. Mas, naquele momento, ela percebeu que deveria sumir dali a todo custo e retrocedeu no corredor com cuidado, escondendo-se nas sombras.
Primeiro Regina saiu, olhando para os dois lados do corredor com um sorriso vitorioso, e desapareceu. Então Hermione saiu das sombras e veio andando como se tivesse acabado de vir da cozinha, distraída.
Snape logo deixou a sala e a viu vindo.
- Terminou de arrumar a sua sala? – perguntou ele, acreditando que a despertava de um transe. Ela olhou para ele.
- Ahn... sim, sim. Demorei, mas valeu muito à pena.
- Hum... – murmurou ele, deixando Hermione impressionada com a capacidade dele de fingir que estava tudo bem. Ele poderia facilmente ter se aproveitado da aluna e apagar a memória dela depois. Isso disse a Hermione algo sobre o caráter dele e sua raiva passou um pouco. – Seguiu os meus conselhos como exemplo do que fazer ou do que não fazer?
- A maioria como exemplo do que fazer – respondeu ela, tentando um sorriso, mas fracassando.
Ele percebeu que havia algo errado com ela, mas nem em sonho poderia supor que ela houvesse assistido à cena, por isso estava tranqüilo quanto a isso.
- Que há de errado com você?
- Comigo? – perguntou ela, aérea. – Nada. Nada demais. Apenas estou com um problema que não sei resolver.
Ele arqueou as sobrancelhas.
- Não sabe resolver? Você? E o que é?
Os dois perceberam quase ao mesmo tempo que aquilo fora um elogio. Ele fechou a cara, enquanto ela sorria um sorriso arreganhado.
- Eu devia ter gravado isso... – comentou ela. – Mas o meu problema não é para ser compartilhado com um homem.
Ele arqueou a sobrancelha esquerda.
- Se você está com TPM depressiva não mesmo – disse ele.
Ela riu.
- Não, não de fato – disse a jovem professora. – Eu não tenho esses problemas comuns. É que estou meio indecisa...
- Ah... tem que decidir com quem você vai sair? – tentou ele, e ela sentiu uma ponta das antigas farpas letais na voz dele.
- Eu não tenho esses problemas também – disse ela. – Apesar do que madame Pomfrey disse ontem de manhã. Ela é... muito exagerada.
- Não que ela tenha mentido – disse Snape, sério.
- Em parte, mentiu sim, mas ela não sabia, então está perdoada.
- Que parte? – perguntou ele, curioso.
- Boa noite, Snape – disse Hermione com um sorriso. – Você já está perguntando demais, o que vai me fazer voltar ao papel de irritante Sabe-Tudo, e não quero isso...
- Boa noite – disse ele, observando-a seguir pelo corredor quase leve.
Ele não imaginava que ela fosse chorar tanto quando chegasse ao quarto. Mas, por outro lado, ela não imaginava que não era Regina Black que figurava nos pensamentos mais insanos de Snape.

O domingo transcorreu calmamente para Hermione até umas cinco horas da tarde. Ela estava terminando seus planejamentos de aula, e pretendia para levá-los a Snape. Ele era bastante suportável quando estava falando sobre lecionar.
Entretanto, ouviu baterem à porta.
- Entre – disse ela, curiosa para saber quem era.
Regina Black entrou, tímida, e Hermione achou que ela estava sendo muito falsa. Teve um pouco de raiva dela.
- Olá, querida – disse ela, esforçando-se para tratar a garota normalmente.
- Oi, professora Granger... – disse ela, parecendo encabulada com alguma coisa.
- Em que posso ajudar você num domingo como esse? As masmorras não são lugar de jovens, sabe – disse Hermione, querendo que ela fosse embora logo.
- Então você não deveria estar aqui, que você é só dois anos mais velha que eu.
Hermione forçou um sorriso.
- Professora... – ela parecia indecisa. – Eu me comportei como uma vagabunda ontem...
A jovem suspirou. Hermione achou que ela estivesse sendo falsa, mas lembrou-se de que ela nunca conseguira mentir. Decidiu prestar atenção no que ela tinha a dizer.
- Você? – perguntou Hermione, com toda a cara-de-pau que a natureza lhe dera. – Mas o que você fez?
- Ah... – Regina corou até a raiz dos cabelos. – Eu não quero falar.
- Hum... mas você veio procurar a minha ajuda... – disse Hermione, parando com o que estava fazendo, e olhando-a com um olhar mais amistoso.
- Ahn... sabe o que é? Eu... eu... olha... tem uma pessoa aqui no colégio... – ela estava muito vermelha de vergonha. – Eu não sei o que acontece comigo, me dá umas coisas...
- Essa história de gente com fogo embaixo das saias, viu – brincou Hermione.
- É bem por aí, professora – disse Regina, constrangida. – De uma hora pra outra eu virei a maior vagabunda... Eu...
- Ah... você foi pra cima dele com todas as armas que tinha? – perguntou Hermione.
- Eu fui... – murmurou ela, reduzindo muito o volume da voz. – Isso não é certo...
- Depende.
- Do que? – perguntou Regina, mais atenta.
- Se aconteceu alguma coisa entre vocês... Alguma coisa mesmo. Se era mais velho ou mais novo. Se ele era maior e responsável, sabe, porque você é menor.
- Ele disse isso – murmurou Regina, fazendo uma careta. – Disse que teria problemas se alguma coisa acontecesse entre nós agora... Ele é maior.
- Então vocês não chegaram a...?
- Não, não. Mas ele queria. Eu sei que ele queria. Ele mesmo disse que queria – disse Regina.
- Uau, então ele é bem responsável. Homens como esse não se fazem mais por aí.
- Tenho certeza que não – resmungou Regina.
- E por que você quis me contar isso? – perguntou Hermione, mais calma.
- Ah, não sei. Só que eu confio em você, professora. Eu sei que essas coisas não podem acontecer dentro da escola... – murmurou Regina. – Sei que é errado... sei que você pode me dar uma bronca e ir contar pro diretor... Mas eu precisava contar isso para alguém. Estou me sentindo péssima. Ele disse que eu estava me comportando como uma vadia... como uma...
Hermione se lembrava do que ele havia dito de mais ofensivo.
- Você não precisa falar se não quiser – disse Hermione.
- Mas eu quero. Disse que eu parecia uma cadelinha no cio – algumas lágrimas escorreram pelo rosto da sonserina.
Hermione fez uma careta; teve pena dela e aproximou-se para abraçá-la como as amigas normalmente fazem.
- É, isso não foi muito educado da parte dele – disse Hermione. – Mas você tem esse fogo todo, menina? Está toda tímida aqui...
- Ah, é que você não sabe o que eu fiz... mas isso eu não vou contar – disse Regina, abraçando-a forte. – Será que ele vai me achar uma vaca para sempre?
- É possível... não sei o que você fez – disse Hermione, sorrindo para ela. – Mas... olha, é que eu não sei dos detalhes. Mas tem certeza que ele merece você, querida? O que ele disse não foi muito simpático.
- Acho que ele queria só me afastar... Ele não é do tipo que diz isso normalmente.
- Bom, se é assim... Mas pense melhor. E veja se não causa problema para ele – disse Hermione, mais séria. – Além do mais, não pode fazer essas coisas dentro da escola. Imagina só o que o senhor diretor da sua casa ia fazer se soubesse que uma sonserina está saindo da linha!
Hermione viu Regina corar ainda mais, mas fingiu que não notou isso.
- É... ele ficaria bravo. Mas acho que ficaria pior se soubesse como eu estou saindo da linha!
As duas riram.
- Você seria torturada até a morte – disse Hermione. – Mas acalme-se, que não vou dizer a ninguém. Só que você vai me prometer que quando começar com esse fogo todo embaixo das saias você vai se trancar no seu quarto até ele passar, ok?
- Sim, professora.
- Depois, quem sabe, quando você fizer 17 anos... quando estiver passeando em Hogsmeade...
- Professora!
As duas riram.
- Ora, está bem! – disse Regina. E deu um beijo no rosto da professora, bem na hora que Snape parou à porta. Mas só Hermione o viu. – Você é um anjo.
- Eu sei disso – brincou Hermione. – Agora vê se se comporta e... Muda de assunto que o assunto chegou!
Hermione exclamou em absoluto tom de pilhéria. Regina olhou para trás e ficou estática.
- Snape, sinceramente! – disse Hermione, levantando-se. – Você tem que avisar quando resolver aterrissar por aqui!
- Ahn... eu vou ser torturada até a morte? – perguntou Regina, apavorada por vê-lo ali, e parecendo muito envergonhada.
- Do que vocês estão falando? – perguntou Snape.
- Ela achou que você ficaria irritado por ela vir reclamar da vida para mim e não para o diretor da casa dela – disse Hermione, com toda a sua imensa cara-de-pau.
- Não, não de fato – disse Snape, olhando sinistramente para Regina. – Mas se for algo em que eu possa ajudar...
- Decididamente não! – disse Regina, apavorada.
Hermione riu.
- É, acho que não tem nada a ver com você – disse Hermione calmamente, e viu Snape relaxar um pouco.
- Ahn... então eu vou indo... – disse Regina saindo de fininho.
Snape olhou-a de cima até ela desaparecer e depois se virou para Hermione.
- Um problema com uma aluna minha não deveria ficar fora do meu conhecimento...
- Hum... sem chance, Snape – disse Hermione. – Todas as meninas da idade delas, que têm esses... problemas com hormônios vêm conversar comigo desde lá pelo meio do ano passado, quando ganhei a confiança delas. Sabe, eu tenho a idade delas, uma cabeça muito mais velha... Sou conselheira oficial delas...
Hermione parecia achar graça nisso, mas só parecia.
- Problemas com hormônios? – perguntou Snape, arqueando as sobrancelhas.
- É – disse Hermione simplesmente. – É essa a idade crítica.
- Você passou por ela? – perguntou Snape, em tom sarcástico.
- Devo ter passado – Hermione tentou se lembrar. – Mas foi antes. Até o Krum eu beijei... Deus do Céu, eu te disse isso?
- Parece que disse – disse Snape, sério.
- Então... São meninas... E estão longe das mães numa fase importante. Mas eu não devia estar dizendo essas coisas para o diretor dela... Homem, por sinal!
- Ah, bom saber que você reparou – debochou ele.
Ela suspirou e olhou para seus papéis.
- O que você veio fazer aqui mesmo?
- Ah, claro. Vim avisar que terminei o meu trabalho, antes de você, claro, e perguntar se você vai vir me perguntar mais alguma coisa, porque vou a Londres daqui a pouco e só volto bem depois da meia-noite, horário em que as crianças já estão na cama.
Hermione ponderou se deveria ser insolente e responder. Ele arqueou a sobrancelha, como que a desafiando, mas ela decidiu pelo silêncio.
- Eu estava acabando meu planejamento e já ia à sua sala pedir pra você avaliá-lo.
Snape assentiu.
- Vai demorar muito?
- Mais uns dez minutos – disse Hermione. – Você pode esperar?
- Vou fazer essa gentileza por você – disse ele, sem emoção nenhuma expressa.
Ela voltou à bancada e começou a escrever furiosamente; Snape observava-a. Ela estava vestida como trouxa outra vez, mas usava uma calça larga e leve e uma blusinha bem justa e razoavelmente decotada. Ele varreu o corpo dela com o olhar, aproveitando que ela não estava olhando para ele.
Mas ele logo viu que ela estava terminando e tratou de olhar para outro lado com descaso.
- Pronto – disse ela levantando-se e indo até ele com o pergaminho na mão. – Isso é só um rascunho... eu queria passar a limpo, mas já que você está indo... Veja o que acha, por favor.
Ela parou em pé ao lado dele, enquanto ele lia o pergaminho. Quando ele enrugava a testa, ela se debruçava no ombro dele para ler o que ele estava lendo, e Snape tinha a perfeita consciência dos seios dela roçando suas costas.
Quando ele terminou de ler, estendeu a mão como quem pede uma pena; imediatamente ela lhe entregou uma. Ele pôs o pergaminho na bancada e circulou duas datas diferentes.
- Essas duas poções aqui não são para o quarto ano. Só quem tem interesse deve aprendê-las. Ponha-as para o quinto.
Hermione assentiu e, tomando a pena dele, debruçou-se na bancada, em pé mesmo, para rabiscar as correções. Não se deu consciência do olhar de Snape em si.
- Prontinho. Mais alguma coisa? – perguntou ela.
- Não – disse ele. – O resto está tolerável.
Ele levantou-se para sair.
- Ahn... – ela hesitou.
- Sim? – perguntou ele.
- Bom... eu... eu tenho que ir comprar uns ingredientes... o que você vai fazer lá demora muito? – perguntou ela. – Queria a sua ajuda para me ajudar a escolhê-los... Porque madame Pomfrey já anunciou que você ainda é o Mestre de Poções dela...
- É, aquela mulher me escraviza – rosnou Snape. – Estou indo comprar materiais para a aula de DCAT. Algumas coisas só, mas preciso de atenção. Bom... se quiser ir comigo... Posso ajudar você, se você me ajudar.
- Você quer a minha ajuda? – estranhou ela.
- Eu não disse isso – rosnou ele.
- Tudo bem, esquece. Claro que eu vou – disse ela. – Você espera eu me trocar?
- Qual o problema com as suas roupas? – perguntou ele, franzindo a testa.
- Ahn... nada. Mas isso é roupa de ficar em casa... E roupa de trouxas... É rápido, juro que é.
Snape suspirou.
- Certo.
- Podemos aparatar dos meus aposentos – disse Hermione. – Você me espera lá na sala. Você não iria querer ser visto saindo de Hogwarts com Hermione Granger.
- Quanta astúcia! – Snape estava assassino.
Ela apenas ensaiou um sorriso e andaram juntos para o quarto dela. Hermione foi pensando em uma roupa que ficasse bem nela, mas que não fosse vulgar. Não queria que ficasse muito na cara que ela queria seduzi-lo, até porque ela já vira que só sexo seria quase fácil de conseguir dele.
Eles entraram e ela fechou a porta.
- Tenho que fechar a porta porque o Dumbledore me mata se eu deixar alguém saber que posso aparatar daqui. Bom, você sabe agora, mas me prometa que não vai contar a ninguém.
- Como se eu fosse de fazer fofoquinhas! – exclamou Snape. – Mas por que Dumbledore permite que você aparate do seu quarto?
Hermione olhou para baixo.
- Não quero falar sobre isso – murmurou ela.
- Por Merlin, garota, quantos segredos mais você tem? – perguntou Snape, impaciente.
- Achei que você tivesse sabido da história... – murmurou ela, olhando para baixo. – Você era um dos principais comensais... Como não ficou sabendo?
- Sabendo de que, exatamente? – perguntou ele.
- Hum... – ela murmurou e deixou-se cair sentada no sofá, com o olhar fixo. Snape permaneceu em pé, olhando para ela, com a sensação de que dessa vez ela ia dizer alguma coisa. – Foi logo... uns três meses depois dos acontecimentos na Torre de Astronomia... Você não soube?
- Eu estava escondido ainda... O Lorde das Trevas queria esperar para me fazer aparecer – disse Snape. – Fiquei sem nenhum contato com o mundo exterior, sem saber de nada.
Hermione suspirou.
- É constrangedor contar a você, mas você poderia descobrir perguntando a qualquer um. Todo mundo soube – ela corou, e parecia envergonhada. – Fui violentada por Malfoy pai e mais uns três...
Snape sentiu o coração acelerar. Nunca gostara dela, mas nunca desejara que algo ruim acontecesse a ela. Ele tinha certo instinto de proteção a suas alunas, porque sabia tudo o que os comensais faziam.
- Não sei direito... Desmaiei logo com o Malfoy, que foi o primeiro... Acordei umas quatro vezes e quando acordei de novo estava em Hogwarts – murmurou ela, e algumas lágrimas lhe vieram aos olhos. – Deus! Eu achei que não ia acabar nunca... Ah... agora você já sabe... servi de puta na minha primeira vez... e na segunda... e na terceira...
Ela suspirou e mandou as lágrimas de volta. Snape sentiu pena dela, mas não sabia demonstrar nenhum gesto amigo, por isso não disse nada.
Hermione levantou-se e disse que já vinha. Correu para o quarto e demorou um pouco. Snape desconfiou que ela estava chorando. Nunca imaginara as coisas por que ela passara naqueles dois anos de guerra. Mas, depois disso, perguntou-se o que mais ela sofrera. E admirou-a por se manter tão forte depois de tantos traumas.
Ela voltou e terminou com seus devaneios. Snape arregalou os olhos ao vê-la. Estava linda, mesmo com aquelas vestes simples.
- Vai a alguma festa?
- Não... – disse Hermione, e se olhou num espelho enorme, que Snape não notara antes por estar num canto. – Parece que vou?
- Você anda tão largada nos fins de semana. Ver você mais arrumada é estranho.
Ela ofereceu um sorriso a ele e disse:
- Vamos?
- Tem um problema – disse Snape.
- Qual?
- Pode ser que paremos em lugares diferentes se formos separados – disse ele.
- É só combinarmos onde nos encontrar – disse ela simplesmente.
- Você nunca foi à parte bruxa de Londres, menina? – perguntou ele, impaciente. – Levaríamos algum tempo para nos encontrar... Mesmo nas lojas... são enormes. Mais fácil irmos juntos.
- Não sou boa em aparatação conjunta – ela desculpou-se.
- Nesse caso, eu levo você – disse ele, calmamente. – Aproxime-se.
Hermione olhou-o desconfiada, mas aproximou-se. Ainda assim, com cautela.
- Eu não sou tão nocivo quanto pareço, srta. Granger – disse ele.
Sem nenhum aviso prévio, puxou-a para si pela cintura e aparatou com ela dali. Apareceram num beco – raro em Londres – e ficaram se olhando um tempo, espantados. Hermione tinha a respiração um pouco acelerada pelo susto e sentiu seus seios comprimidos contra o peito dele. Quase se moveu para sentir o membro dele, mas parou, sentindo-se insana.
Ele soltou-a devagar e disse:
- Me desculpe. Perdi a paciência com a sua infantilidade – disse ele sério, afastando-se.
- Ahn... entendo – disse ela. – Ah, deixa disso. Vamos lá.
Eles passaram a tarde inteira juntos. Iam alternando entre uma loja de poções e uma de artigos de defesa contra as artes das trevas. Por incrível que parecesse para Snape, ele achou a tarde bastante agradável e, indo contra todas as suas normas de grosseria rotineira, ofereceu-se para ajudá-la a guardar tudo, já que ela ofereceu sua ajuda e seus ingredientes para quando ele precisasse fazer alguma coisa para madame Pomfrey.
Hermione aceitou com entusiasmo e ofereceu-se para ajudá-la a organizar a sala dele, ao que ele aceitou sobriamente.
Desse modo, quando era mais tarde, eles voltaram de Londres com muitas coisas em mãos – claro, tudo diminuído. Mas ainda, assim, muita coisa.
Encontraram Dumbledore no caminho dos aposentos de Hermione para a sala dela.
- Ah, procurei os dois a tarde inteira e vocês estavam no quarto dela! – acusou Dumbledore, risonho.
- Não, estávamos em Londres – disse Snape, seco.
Dumbledore correu o olhar para Hermione, sério, e Snape logo se lembrou do que ela disse.
- Ah, diretor, eu a amaldiçoei com uma Cruciatus até que ela contasse.
- Hermione, acho que não podemos ter segredos, não é? – perguntou ele sério.
- Ai... me desculpe, senhor – ela disse. – Eu... eu só não queria ir até fora dos portões para aparatar... Você sabe o quanto eu odeio sair para aparatar...
- É por isso que você aparata do seu quarto, não? – perguntou Dumbledore, sério.
- O Snape prometeu que não vai contar pra ninguém – disse Hermione, em tom de desculpas.
O diretor olhou para ele.
- Não é bem essa a questão. Eu só não quero que você se sinta tentada a contar para mais ninguém.
- Não, não vai acontecer – Hermione estava quase de joelhos.
- Bom – disse o diretor. – O que vocês foram fazer em Londres?
- Vai mesmo fingir esse tom de velhote depois de quase bater na menina? – perguntou Snape, de mau humor, e Hermione arregalou os olhos ao notar que Snape a estava defendendo.
Mesmo Dumbledore pareceu se espantar com a súbita explosão dele.
- Qual é o problema de ela ter me contado que ela pode aparatar na merda do quarto dela? Eu podia aparatar do meu na minha época de espião e metade do mundo sabia disso – disse Snape, sério. – A segurança de Hogwarts nunca foi comprometida por isso. Você está um velho caduco e fica descontando a sua rabugice em quem não tem nada a ver com isso.
Hermione arregalou os olhos mais. Snape estava mesmo dirigindo aquele tom ao diretor por causa dela. Ela olhou para Dumbledore, em tom de incerteza, e Dumbledore disse:
- Snape, você esta precisando de... uma boa noite de sono, eu acho – disse Dumbledore com um olhar severo.
- Consigo uma bem antes de você – respondeu o outro, ferino.
Dumbledore ia responder.
- Mas chega vocês dois! – exclamou Hermione. – Eu não estou acreditando que estou vendo uma briga entre os maiores amigos do mundo por causa de uma bobeira dessas. Vamos, vamos, Snape. Temos a minha sala para arrumar e depois a sua. Diretor, se quiser brigar comigo, faça isso depois.
Ela saiu empurrando Snape pelo corredor até a sala de Poções e o empurrou porta adentro, antes de fechá-la por dentro e antes que Dumbledore dissesse mais alguma coisa.
Só agora eles se entreolharam, ambos achando a cena anterior muito estranha.
- Vamos logo com isso – disse ele, mal humorado.
- Ah, não, não – disse Hermione. – Você estava tão legal até agora e vai começar a brigar comigo? Pode parar…
Snape olhou-a.
- Sim, senhora – disse ele, em tom de pilhéria.
- Ahn... melhor – disse ela, olhando em volta.
Ela tirou casaco inconscientemente, esquecendo-se de que blusinha estava por baixo. Tinha um decote em “V” gigantesco e era justíssima.
- Srta. Granger, vai ser difícil trabalhar assim – disse ele, sem ocultar o descaramento de seu olhar para os seios dela.
Ela cobriu-se com as mãos.
- Ah, eu esqueci que sempre tiro o casaco para trabalhar na sala – murmurou ela. – Eu já venho.
- Não que eu esteja reclamando – disse ele.
Ela parou e olhou para ele.
- Snape, você é muito mais descarado do que eu poderia supor – disse ela, pondo as mãos na cintura, novamente esquecendo-se do tamanho de seu decote.
O olhar dele desceu para lá de novo.
- Você nem faz idéia – disse ele, voltando a olhar para os olhos dela.
Ela corou e disse que já voltava. Ia saindo e passou por Snape quase como um vulto, de tão rápido, mas ele segurou o braço dela e a fez encará-lo. Ela arregalou os olhos.
- Só uma pergunta, srta. Granger. Você já... saiu com alguém depois do episódio que você me contou hoje?
Hermione corou e olhou para baixo.
- Imaginei que não – disse ele, soltando o braço dela. – Apesar de tratar o assunto naturalmente, você é muito tímida. Se meus olhares a incomodam, não se preocupe; não olho mais…
Hermione olhou para ele.
- Desculpe... – murmurou ela. – Eu não acho que você vá fazer alguma coisa, mas... eu me sinto exposta demais com qualquer coisinha desde aquele dia... Por favor, entenda.
- Eu entendo melhor do eu você pensa – disse Snape, sério. – Eu conheço Malfoy bem o suficiente para já tê-lo visto em ação. E sei que ele não é exatamente um cavalheiro...
Hermione assentiu.
- Nossa, como eu sou estúpida – disse ela. – Estou sendo infantil demais, não estou?
- Está – disse ele. – Mas você é uma criança, apesar de não parecer uma em aspecto nenhum. Eu entendo você.
Ela suspirou.
- Que ridícula que eu sou... – ela abaixou-se e começou a pegar as sacolas do chão. – Deixa pra lá.
- O que foi?
- Nada.
- Fale.
- Não.
Ela pôs os ingredientes em cima da bancada e começou a separá-los. Snape moveu-se para perto dela, hesitante como nunca fora em situações como aquela, e olhou para os ingredientes.
- Srta. Granger...
- Sim? – perguntou ela, olhando para ele prontamente.
- Ahn... Sei que não sou exatamente o tipo romântico... Nem um grande objeto de desejo de jovens bonitas como você...
O coração dela acelerou e ela sentiu as faces queimarem.
- ... Mas se você tiver alguma... curiosidade... – ele continuou, achando que estava dizendo o maior absurdo do mundo e que ela riria dele – ou vontade mesmo... de saber como é... ser tocada... sem ser contra a sua vontade...
Ela abriu a boca para falar, mas não tinha palavras. Não sabia se aceitava ou negava, por mais que quisesse, e, com uma ou outra resposta, não sabia o que dizer.
- Claro que estou sendo ridículo... Mas achei que... Bom... estou sem saber o que dizer, me sentindo patético por fazer uma oferta dessas a você, mas... Eu preferia agarrar você de surpresa, mas depois da sua experiência traumática, achei que você não iria gostar muito...
Ela ainda tinha a boca meio aberta, sem resposta, sem fôlego. Snape percebeu que, se ela relutava em aceitar, se ela quisesse negar já o teria feito. Por isso, aproximou-se dela gentilmente, sentindo-a tensa, e puxou-a com leveza pela cintura. Os olhos dela estavam presos ao seu de uma forma que o fez se lembrar de algo, mas não num lampejo. Ele viu lá dentro algo que nunca tinha visto antes se não nos olhos dela, em uma ocasião de que ele não podia se lembrar.
- Acho que Malfoy não fez isso – murmurou ele, aproximando o rosto do dela devagar.
Os olhos dele desceram para os lábios dela. Os lábios dele aproximaram-se daquela boca, mas passaram direto e foram para o pescoço dela, apenas roçar de leve.
- Eu jamais faria algo contra a sua vontade – disse ele num sussurro, sentindo-a estremecer.
- Você não está fazendo nada contra a minha vontade – a resposta dela veio num sussurro na orelha dele.
O olhar deles se encontrou de novo. Ele aproximou sua boca dos lábios dela e estava prestes a beijá-la, quando alguém bateu à porta.
Afastaram-se rápido, antes de Hermione dizer:
- Entre.
Harry apareceu à porta e, ao ver Snape lá, perguntou:
- Atrapalho?
- Muito – disse Snape. – Ando meio sem tempo e estou ajudando sua doce amiga com algumas coisas aqui.
- Ahn... Mione... – disse Harry, hesitante. – Você tinha pedido para avisar quando o achássemos...
Hermione quase voou em cima de Harry.
- Onde ele está?
- Numa sala especial em Azkhaban – disse Harry, forçando um sorrisinho.
Hermione correu para onde tinha deixado casaco e colocou-o às pressas.
- Eu vou até lá agora – disse ela, decidida, com uma raiva expressa no olhar que muito espantou Snape.
- Quem vocês pegaram? – perguntou Snape.
- Lúcio Malfoy – respondeu Harry.
Snape assentiu, compreendendo o porquê da reação de Hermione. De garotinha assustada ela passou facilmente a mulher forte e determinada.
- Mione... você não tem que ir até lá – disse Harry.
- Fui violada por ele duas vezes em menos de um mês – ela disse entre dentes. – Não foi você, fui eu, sua pequena e um dia inocente amiga. Então não me julgue por ter prazer em ver a vida deixar os olhos dele.
Ela correu para seu quarto e trancou a porta antes que Harry pudesse sequer olhar para onde ela correu. Então o jovem olhou para Snape.
- Duas vezes? Ela só me falou de uma vez... – disse Snape.
- É que Malfoy conseguiu seqüestrá-la quando saímos eu, Rony e ela. O trauma dela mal tinha passado... O senhor não tem noção do que foi ver a Hermione tão apavorada. Ela agarrava meu braço por qualquer ruído que ouvisse... evitava mesmo os corredores de Hogwarts... passou com 12 NIEMs não é à toa... Eu e Rony falhamos muito com ela... Mas conseguimos achá-la... dois dias depois.
Snape olhou para Harry incrédulo.
- Dois dias? Foi o melhor que puderam fazer pela melhor amiga de vocês? – naquele momento, ele não sabia por que estava tão perplexo.
- Nós não paramos por nada... Não comemos, não dormimos... – disse Harry. – Lupin veio nos ajudar a procurá-la... e Tonks mobilizou vários aurores... Todo mundo gostava muito da Hermione... Várias vezes ela nos ajudou muito, sem sair de Hogwarts... Ela sempre foi brilhante... Quando a achamos... Deus do Céu, odeio me lembrar daquela cena! Ela parecia ter apanhado tanto... estava toda em sangue... e... não vou entrar em detalhes, professor, mas ela tem motivos para ter raiva.
- Bom... eu ia ajudá-la a arrumar tudo aqui, e é melhor fazer isso hoje mesmo, senão não haverá espaço para ao alunos amanhã de manhã. Vamos tentar trazê-la logo.
Harry assentiu. Os dois encaminharam-se mudos para os portões de Hogwarts. Até que Harry perguntou:
- O senhor já se lembrou do que aconteceu...?
- Não – disse Snape, fazendo que não com a cabeça. – Tenho alguns lampejos... de vez em quando.
- Que tipo de lampejos? – perguntou Harry, curioso.
Snape olhou-o de cima.
- Desculpe, professor. Sei que o senhor odeia intromissão.
- Não é isso agora, Potter. É que só agora reparei que todos os meus lampejos têm a ver com o olhar da sua amiga... Curioso.
Harry sorriu.
- O senhor logo vai entender por quê. Espere só se lembrar...
- Mas... ela me disse que não me salvou exatamente. Isso deve significar que ela me salvou de algum jeito.
- Vou contar só uma coisinha – disse Harry, olhando em volta. – Mas ninguém sabe, senão ela seria presa. O Dumbledore contou para o senhor que foi você que o chamou com um feitiço especial e essas coisas, certo?
Snape assentiu, ouvindo-o atento.
- Por acaso o Dumbledore te disse como a sua varinha foi parar inteira e perfeita na sua mão, sendo que quando o senhor foi atingido pelo feitiço que te derrubou ela voou longe aos pedaços?
Snape não foi capaz de disfarçar seu espanto.
- Mas ela... antes de Dumbledore falar sobre a minha inocência? – Snape gaguejou.
Harry assentiu em silêncio.
- Eu não te falei nada – disse o jovem.
- Claro que não.

Os dois desaparataram em Azkhaban em poucos segundos. Chegaram logo à sala e viram Hermione olhando Malfoy de cima.
Lupin estava lá, de braços cruzados. Malfoy olhou para Snape e para Harry.
- Não suje as suas mãos com ele, Mione – disse Harry, pousando a mão no ombro da amiga. – Ele não merece.
- Ah, Severo! – disse Malfoy, com um grito debochado. – Experimente essa putinha... Você vai adorar, ela é bem ao seu gosto!
Snape tirou a varinha da manga com um único movimento e, sem que um único som saísse de sua garganta, Malfoy começou a se contorcer.
- Severo... – disse Lupin entediado – deixe alguma coisa dele para Hermione. E os gritos dele me irritam.
Snape deu um sorrisinho no canto da boca e suspendeu a tortura.
- Se ela é ao meu gosto, Malfoy, é boa demais para você – disse Snape, num sussurro ferino.
- Nada como a amizade – comentou Malfoy.
- Hermione – disse Lupin, esperando o que ela ia fazer.
Harry olhou para a amiga com ar de incerteza.
- Hum... Harry tem razão – disse Hermione. – Não vou sujar as minhas mãos com isso aí.
- Você é piedosa demais – disse Snape, cruzando os braços.
- Não, de modo algum. Morrer é bom demais para ele. Proponho outro castigo – disse ela, com um sorriso bem perto de malvado.
Os quatro homens a olharam, curiosos.
- Acho que tenho que ensinar a ele algum senso de justiça – prosseguiu ela, aproximando-se de Malfoy num passo superior e olhando-o com desprezo. Abaixou-se ao lado dele e sussurrou: – Ele deveria descobrir por experiência própria por que é tão horrível ser violentada.
Os olhos de Lúcio Malfoy se arregalaram tanto que saíram das órbitas e Snape deu um sorrisinho no canto da boca.
- Isso não pode acontecer em Azkhaban, mas existem algumas prisões trouxas... – começou ele.
- É, eu conheço uma ótima – disse Harry. – Pelo menos, a fama é de que tem 18 presos numa cela construída para 5.
- E eu tenho uma poção que tira qualquer traço de magia da genética bruxa por uns três anos, mesmo em puros-sangue – disse Snape, olhando para Malfoy com desprezo. – Posso prepará-la em uma semana.
- E um loirinho bonitinho como você deve fazer algum sucesso – disse Hermione, perigosa, quase sonserina.
O castigo fora decidido e Snape voltou com Hermione. Aparataram juntos nos aposentos dela em Hogwarts.


UH UH!

O QUE SERÁ QUE SE PASSA???

O QUE SERÁ QUE SE PASSA NA CABEÇA DAS MINHAS LEITORAS???

NÃO ESPEREM QUE ESSA FIC SEJA IGUAL MUDANÇA, SABEM, ELA É UM POUCO MAIS ROMANCEZINHO... APESAR, É CLARO, DE NOSSO SEXY SNAPE SER SEMPRE O MESMO!!!

BJOSSSSSSS

ANNINHA SNAPE

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.